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29 março 2019

Novela Nissan Renault

A aliança entre a Renault e a Nissan comemorou 20 anos nesta semana. O acordo foi firmado em 27 de março de 1999, com o acréscimo em 2016 da Mitsubishi, após uma crise.

Os sócios fundadores marcaram a “celebração” na quarta-feira com mensagens opostas. Conforme o The Wall Street Jornal, a Nissan, do Japão, divulgou um relatório de governança condenando a concentração de poder do ex-chefe Carlos Ghosn, que veio da Renault. Da Europa, o Financial Times informou que a Renault quer reiniciar as negociações de fusão com a Nissan dentro de 12 meses.

Se os franceses conseguissem o que querem, a Renault e a Nissan reuniriam seu capital acionário na Holanda, onde a administração da aliança está baseada. As montadoras permaneceriam como operadoras independentes, mas sob um único conjunto de contas e ações, que geraria mais economia de custos. Atualmente as despesas só são compartilhadas quando ambos os lados se beneficiam; após uma fusão, as despesas também poderiam ser compartilhadas quando o benefício para um é maior que para o outro.

A Nissan, no entanto, parece ter desejos contrários aos dos franceses, ao enfatizar a necessidade de reequilibrar as participações cruzadas e os direitos de voto. A participação de 43% da Renault na Nissan vem com direito a voto, mas a participação de 15% da Nissan na Renault não.

O relatório de governança da Nissan, escrito por seus três diretores independentes e quatro consultores externos, não abordou participações cruzadas. Mas suas recomendações, se adotadas, enfraqueceriam o controle da Renault sobre a Nissan, incluindo a introdução de mais membros independentes do conselho e a obrigatoriedade de um presidente independente.

Dada a potencial redução de custos, os investidores comemorariam uma fusão: as ações da Renault subiram 3% na quarta-feira em resposta à reportagem do Financial Times reforçando o interesse na fusão. Em março passado, quando o governo francês e Ghosn estavam secretamente pressionando por um acordo e o rumores começaram a surgir, elas subiram 10%.

19 julho 2019

Carlos Ghosn abre processo contra Nissan e Mitsubishi Motors

O ex-presidente da montadora francesa Renault,(...) Carlos Ghosn, entrou com uma ação contra as empresas japonesas Nissan e Mitsubishi Motors por violação abusiva de seu contrato em uma empresa com sede na Holanda. (...) O ex-CEO da Renault e da Nissan pede 15 milhões de euros (16,8 milhões de dólares) a título de indenização.

Fundada em 2017 para explorar as sinergias entre os dois grupos, a subsidiária Nissan-Mitsubishi B.V. (NMBV) foi dissolvida em março de 2019, após a prisão de Carlos Ghosn no Japão por suspeita de fraude financeira.

A Nissan e a Mitsubishi Motors disseram em janeiro que Ghosn havia recebido como administrador do NMBV “uma remuneração total de 7.822.206,12 euros”.

Segundo a Nissan, que quer recuperar o montante indevidamente recebido, Ghosn fez um contrato por conta própria em 2018, “sem discutir com os outros membros do conselho de administração da NMBV”, no caso os presidentes da Nissan, Hiroto Saikawa, e da Mitsubishi Motors, Osamu Masuko.

Fonte: Aqui. Leia mais sobre Ghosn: Aqui.

22 outubro 2010

Carro elétrico

O esforço para pôr carros elétricos nas estradas é apoiado por governos e montadoras de todo o mundo, mas eles enfrentam um obstáculo que pode ser difícil de superar: o custo teimosamente alto das enormes baterias que alimentam os veículos.

Tanto a indústria quanto os governos apostam que um rápido aumento das vendas de carros elétricos vai derrubar o preço das baterias, que podem corresponder a mais de metade do custo de um veículo elétrico.

Mas vários cientistas e engenheiros do setor acreditam que será difícil obter reduções de custo. Diferentemente de pneus ou torradeiras, as baterias não devem desfrutar das tradicionais economias de escala à medida que os fabricantes aumentem a produção.

Alguns especialistas dizem que a maior produção das baterias fará com que o preço dos principais metais usados em sua manufatura continuem estáveis — ou talvez até subam —, pelo menos no curto prazo.

Esses especialistas também dizem que o preço das peças eletrônicas usadas nas baterias, bem como das caixas que as abrigam, não devem declinar consideravelmente.

O Departamento de Energia dos Estados Unidos estabeleceu uma meta de redução nos custos das baterias de carros de 70% em relação ao preço do ano passado, estimado em US$ 1.000 por quilowatt hora de capacidade, até 2014.

Jay Whitacre, um pesquisador de bateria e analista de política tecnológica da Universidade Carnegie Mellon, está cético. As metas do governo "são agressivas e dignas de esforço, mas não são alcançáveis nos próximos três a cinco anos", disse ele ao Wall Street Journal. "Vai levar pelo menos uma década" antes que essa redução de preço seja obtida.

O alto custo das baterias é evidente nos preços definidos para os primeiros carros elétricos. O Leaf da Nissan Motor Co., que deve chegar ao mercado americano em dezembro, vai custar US$ 33.000. As atuais estimativas da indústria são de que só sua bateria custe à Nissan cerca de US$ 15.600.

O custo vai tornar difícil para o Leaf dar lucro. E também pode diminuir suas vendas, já que mesmo com os incentivos fiscais do governo ele vai custar mais que o dobro do preço inicial do Nissan Versam que tem tamanho similar e sai a partir de US$ 13.520.A Nissan não comenta o preço das baterias, além de informar que as primeiras versões do Leaf não darão lucro. Só depois, quando a empresa começar a produzir em massa as baterias em 2013, o carro será lucrativo, segundo a Nissan.

A montadora japonesa acredita que pode cortar os custos da bateria por ganhos de escala. Ela está erguendo uma fábrica no Tennessee que terá a capacidade de montar até 200.000 baterias por ano.

Outros proponentes dos elétricos concordam que os custos da bateria vão cair com o aumento da produção. "Eles vão baixar pela metade, se não mais, nos próximos cinco anos", diz David Vieau, diretor-presidente da fabricante americana de baterias A123 Systems, de Watertown, Massachusetts, que recentemente abriu uma fábrica em Michigan.

Alex Molinaroli, diretor da divisão de baterias da Johnson Controls Inc., está confiante de que pode cortar o custo de produção das baterias em 50% nos próximos cinco anos, embora a empresa não informe qual o custo atual. A redução de custo vai decorrer sobretudo da gestão eficiente de fábrica, corte de desperdícios e outras despesas relacionadas à administração, não de alguma melhora básica na tecnologia da bateria, diz.

Mas pesquisadores como Whitacre, as Academias Nacionais de Ciência dos EUA e mesmo algumas montadoras não estão convencidos, principalmente porque mais de 30% do custo das baterias é de metais como níquel, manganês e cobalto. (O lítio representa apenas uma pequena porção dos metais nas baterias.)

Os preços desses metais, que são definidos pelos mercados de commodities, não devem cair com o aumento da produção de baterias — e podem até subir por causa do crescimento da demanda, segundo um estudo das Academias de Ciência divulgado este ano e engenheiros familiarizados com a produção de baterias.

As células de baterias de íon de lítio já são produzidas em massa para computadores e celulares e o custo delas caiu 35% de 2000 a 2008 — mas não baixou muito mais nos últimos anos, segundo o estudo das Academias de Ciência.


Alto custo das baterias é obstáculo para carros elétricos - 20 Out 2010 - The Wall Street Journal Americas - Mike Ramsey

09 setembro 2019

Novela Nissan

Saiu na Veja:

O CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, renunciou ao cargo nesta segunda-feira, 9, segundo divulgou a montadora em comunicado. [...] Saikawa era o sucessor do franco-brasileiro-libanês Carlos Ghosn, preso em 2018 por atitudes ilícitas envolvendo a companhia — ele nega as acusações.

A saída vem na esteira de um novo escândalo que abala a fabricante japonesa. Na semana passada, Saikawa admitiu ter recebido pagamentos indevidos ligados à cotação das ações do grupo.

Segundo a Nissan, um novo nome deve assumir o comando da empresa até outubro. Enquanto isso, o atual diretor de operações, Yasuhiro Yamauchi, ficará à frente da montadora. Saikawa pediu perdão “pela perturbação provocada” e garantiu que vai devolver o dinheiro recebido indevidamente.

No comunicado, a companhia cita que a renúncia veio a pedido do conselho de diretores da empresa. Na semana passada, Saikawa admitiu ter recebido uma remuneração superior à que lhe correspondia. “Recebi uma retribuição sob uma forma que não corresponde às normas em vigor. Acreditava que era fruto de um procedimento correto”, declarou o CEO.

A confissão de Saikawa ocorreu após a publicação de uma série de artigos sobre investigações internas da Nissan, que revelam possíveis pagamentos irregulares que teriam beneficiado o CEO e outros executivos. Os pagamentos questionados foram realizados com base no mecanismo conhecido como “stock appreciation rights” (SAR)”, pelo qual os dirigentes podem receber um prêmio em dinheiro vinculado ao aumento do valor da ação do grupo durante um período definido.
[...]


Você pode ler mais sobre a novela Nissan: aqui.

19 novembro 2018

Queda de Ghosn

Um dos mais admirados executivos mundiais, o brasileiro Carlos Ghosn, foi detido hoje em Tóquio. Com 64 anos, Ghosn foi considerado o responsável por salvar a Nissan da falência, em 1999. O brasileiro é presidente do conselho de administração da Nissan, executivo-chefe da Renault e presidente do conselho da Mitsubishi.

Ghosn teria manipulado sua declaração de imposto, informando um salário menor do que aquele que foi recebido. Esta redução seria de 44 milhões de dólares. Além disto, o executivo teria usado ativos da empresa.

Além da detenção, a sede da empresa Nissan foi objeto de busca por parte das autoridades japonesas. Como consequência, as ações da Renault cairam na bolsa de valores.

A empresa Nissan afirmou ter descoberto a conduta do executivo e pretende retirar o mesmo do cargo. Segundo informação da imprensa, a Nissan está cooperando com as investigações.

Em 2011, em uma pesquisa de opinião pública, foi perguntado aos japoneses quem eles gostariam que governasse o país. Ghosn ficou em sétimo lugar. Isto mostra o prestígio dele no país.

12 janeiro 2019

Acusação contra Ghosn

Na medida que o tempo passa e novas informações são apresentadas, a prisão de Carlos Ghosn, ex-CEO da Nissan, torna-se mais "estranha". Preso desde novembro e sem chances de sair tão cedo da cadeia no Japão, Ghosn é acusado de "violação de confiança" e "declaração a menor de renda", o que tem implicações sobre o pagamento de imposto de renda. O executivo negou as acusações.

O executivo, que esteve à frente da aliança entre as montadoras Renault, Nissan e Mitsubishi - que vende cerca de 10 milhões de veículos por ano e tem 500 mil funcionários -, é suspeito de usar a Nissan para encobrir perdas financeiras de investimentos pessoais no valor de US$ 17 milhões (cerca de R$ 63 milhões).

Ele é acusado ainda de fazer pagamentos equivalentes a US$ 14,7 milhões (aproximadamente R$ 55 milhões) ao empresário saudita Khaled al-Juffali usando recursos da Nissan em troca de uma carta de crédito que seria usada também para cobrir prejuízos com seus investimentos pessoais.

Ghosn foi detido pela primeira vez em 19 de novembro de 2018, para que fosse interrogado pelas autoridades japonesas, e teve a prisão prorrogada por duas vezes em dezembro.

Se considerado culpado, o executivo pode ser condenado a até 10 anos de prisão e ao pagamento de uma multa de até 700 milhões de ienes (cerca de R$ 24 milhões), conforme as leis japonesas.


Uma auditoria realizada pela Renault não encontrou, no entanto, qualquer indício de fraude.

Pouco depois da prisão de Ghosn, as montadoras japonesas Nissan e Mitsubishi removeram-no da posição que ocupava nas empresas, de presidente do conselho.

A Renault, contudo, o manteve no cargo de CEO, alegando não ter encontrado qualquer indício de fraude fiscal.


28 março 2019

Por que Carlos Ghosn caiu?

O Chairman da Renault, Jean-Dominique Senard (esquerda), e o CEO da Nissan Motor, Hiroto Saikawa
Hoje o The Wall Street Journal publicou uma reportagem falando sobre a possibilidade de a prisão de Carlos Ghosn, ex-CEO da Nissan, ter ocorrido para atrapalhar a fusão com a Renault.

Segundo o texto, os executivos nacionalistas da Nissan teriam tomado medidas para que Ghosn fosse preso, na expectativa de atrasar ou terminar qualquer tentativa de fusão da japonesa Nissan com a francesa Renault, que formaram uma aliança em 1999.

O advogado de Ghosn disse que utilizará essa motivação na defesa. Segundo ele, os executivos agiram por causa de disputas em estratégias de negócios e isso pode manchar a parte criminal do caso.

Leia mais sobre o caso: aqui.

21 junho 2023

Carlos Ghosn tenta dar a volta por cima

O ex-chefe da Nissan Carlos Ghosn, de 69 anos, processa a montadora japonesa por demiti-lo em 2018 e por providenciarem sua prisão por suposta má conduta financeira. Ele pede mais de US$ 1 bilhão por “danos profundos” em suas finanças e reputação.



O ex-executivo, responsável pela aliança entre a montadora Nissan com a Renault e a Mitsubishi Motors, apresentou suas queixas ao promotor público no Tribunal de Cassação do Líbano, onde vive desde sua saída dramática do Japão no final de 2019 para fugir do julgamento. (...)

O processo reivindica US$ 588 milhões em compensações e custos perdidos e também US$ 500 milhões em medidas punitivas. Os acionistas da Nissan também sofreram perdas depois que a empresa desperdiçou sua vantagem de pioneirismo em relação aos veículos elétricos. O ex-executivo não faz mais parte do corpo de acionistas da empresa japonesa. (...)

Em 2020, um painel da Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu que a detenção de Ghosn em uma prisão japonesa por mais de 100 dias não era necessária e violava seus direitos. A decisão de prender Ghosn quatro vezes seguidas para estender sua detenção foi “fundamentalmente injusta”, de acordo com o Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. (...)

Fonte: Exame. Foto: John Cameron

06 outubro 2006

O fracasso do acordo da Nissan com a GM


As negociações entre a Nissan e a GM fracassaram, mas parece que os acionistas da Nissan gostaram. As ações subiram nos mercados japonês e norte-americano. Os investidores provavelmente acredita que a junção com a GM seriam ruim para a empresa japonesa.

O gráfico mostra o comportamento das ações da empresa.

Fonte: Seeking Alpha

05 abril 2019

Mais sobre Ghosn

Saiu no G1:

Um tribunal de Tóquio prorrogou nesta sexta-feira (5), até o dia 14 de abril, a prisão provisória do ex-presidente da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn. O executivo voltou a ser detido na quarta-feira (3) por novas suspeitas de sonegação financeira.
[...]

A detenção de Ghosn ocorreu apenas um mês depois de o executivo ter sido libertado e um dia depois de ter anunciado no Twitter uma coletiva de imprensa para 11 de abril.

O ex-executivo foi preso desta vez devido à existência de um "risco de destruição de provas", declarou o procurador adjunto Shin Kukimoto.

Ghosn havia saído da prisão - sob fiança - em 6 de março, acusado de três crimes por declarações inexatas de rendimentos entre os anos 2010 e 2018 em documentos que a Nissan entregou a autoridades financeira.

A investigação que motivou a nova prisão refere-se a uma transferência de milhões de dólares para uma distribuidora de carros da Renault e da Nissan em Omã, no Oriente Médio.

Segundo a promotoria, parte do dinheiro transferido, cerca de US$ 5 milhões, acabou em uma conta bancária controlada pelo Ghosn. De acordo com a mídia local, o dinheiro foi usado para pagar por um iate familiar e cobrir empréstimos pessoais.

A prisão, que especialistas jurídicos sem relação com o caso descreveram como muito rara para alguém já solto sob fiança, faz parte da quarta acusação obtida pelos procuradores contra o executivo, em um escândalo que abalou a indústria automotiva global e provocou questionamentos sobre o sistema judicial do Japão.

As demais, assim como a primeira, referem-se a má conduta financeira ligada à declaração de suas rendas. Ele nega os crimes.

Fonte: Aqui

03 janeiro 2020

Ghosn na lista da Interpol

O Líbano recebeu um pedido de prisão da Interpol contra o ex-presidente da aliança Renault-Nissan Carlos Ghosn, o magnata do setor automotivo que fugiu do Japão para Beirute, anunciou o ministro da Justiça libanês nesta quinta-feira (2). [...]

Alvo de quatro acusações de crimes financeiros e em prisão domiciliar sob fiança desde abril de 2019, Ghosn vivia com certa liberdade de movimento no Japão, mas sob condições estritas.

O empresário teria conseguido escapar do país em um jatinho privado com a ajuda de uma empresa privada de segurança, segundo a Reuters, na última segunda (30). Ele mesmo divulgou um comunicado, afirmando que estava no Líbano, e que não fugiu da Justiça: "Escapei da injustiça".

Nascido no Brasil, ele também tem cidadania libanesa e francesa. [...]

Prisão de Ghosn
Carlos Ghosn foi preso no Japão no dia 19 de novembro de 2018 e, desde então, deixou a presidência do conselho das três montadoras que comandava: da Nissan, da Mitsubishi e da Renault.

Ele foi solto sob pagamento de fiança em março de 2019, após mais de 100 dias detido, mas acabou preso novamente em abril, por novas acusações das autoridades. No mesmo mês, foi solto após pagamento de fiança de US$ 4,5 milhões, valor equivalente a R$ 17,8 milhões. E agora aguardava o julgamento, previsto para 2020.

As circunstâncias da fuga ainda não estão claras. Ele teria usado um jato particular que decolou do aeroporto de Kansai, no oeste do Japão. Segundo a imprensa japonesa, uma aeronave deste modelo teria deixado o país no dia 29 de dezembro, às 23h, em direção a Istambul. A aterrissagem teria acontecido no aeroporto de Atatürk, fechado para voos comerciais.

Na mídia libanesa levantou-se a hipótese que Ghosn teria escapado escondido em uma caixa de instrumento depois de um concerto privado na sua residência. "É ficção pura", disse a mulher Carole, em conversa com a Reuters.

Pessoas próximas a Ghosn disseram ele foi recebido pelo presidente do Líbano, Michel Aoun.
Já em Beirute, Ghosn divulgou um comunicado em que afirmou que não será "mais ser refém de um sistema judicial japonês fraudulento em que se presume culpa, onde direitos humanos básicos são negados. Não fugi da justiça. Escapei da injustiça e da perseguição política. Agora posso finalmente me comunicar livremente com a mídia e estou ansioso para começar na próxima semana".

Nesta quinta-feira (2), a secretária de Estado francês para a Economia, Agnès Pannier-Runacher, declarou que o empresário não será extraditado se vier para a França. “A França nunca extradita seus cidadãos, então aplicaremos a Ghosn as mesmas regras que aplicamos para todos. Não é por isso que achamos que ele não deva ser julgado pela Justiça japonesa”, declarou, em entrevista ao canal BFMTV.

Fonte: aqui. Mais sobre Ghosn: aqui.

07 junho 2008

Custos na indústria automobilística

Detroit reduz desvantagem para japonesas
Neal E. Boudette, The Wall Street Journal, de Detroit
The Wall Street Journal Americas 6/6/2008

O volume expressivo de demissões na indústria automobilística americana nos últimos anos praticamente eliminou a substancial vantagem que as concorrentes japonesas tinham sobre as montadoras de Detroit no custo do trabalho, segundo um relatório observado atentamente pelo setor.

Em 2007, a Chrysler LLC e a Toyota Motor Corp. empataram na disputa pela liderança em produtividade das fábricas na América do Norte, segundo o "Harbour Report". As duas empresas precisaram em média do mesmo número de horas trabalhadas — pouco mais de 30 — para montar o carro e partes complexas como motor e câmbio.

A General Motors Corp. precisou de cerca de duas horas a mais para produzir um veículo e a Ford Motor Co., 3,5 horas a mais, o que significa que o custo trabalhista por veículo foi US$ 260 maior que o da Toyota. A Honda Motor Co. ficou atrás da Chrysler e da Toyota por uma pequena margem, e pouco à frente da GM. A Nissan Motor Co. ficou atrás da GM e pouco à frente da Ford.

Essa classificação representa uma reviravolta crucial em relação a anos atrás, quando as fábricas norte-americanas das montadoras japonesas eram muito mais eficientes do que as das montadoras de Detroit. "Do ponto de vista da produtividade, há quase uma paridade", disse Ron Harbour, sócio da Oliver Wyman, a consultoria que publica o relatório. As três grandes montadoras americanas "nunca tiveram isso antes", acrescentou.

Apesar da melhor produtividade, as montadoras americanas ainda lutam com custos altos em outras áreas que acabam gerando perdas. Em 2007, a Ford perdeu em média US$ 1.467 por carro montado na América do Norte; a GM perdeu US$ 729 e a Chrysler, US$ 412. As japonesas ganharam de US$ 922 a US$ 1.641, segundo o "Harbour Report".

Com o cenário mais equilibrado em termos de produtividade, a presença de funcionários sindicalizados já não é mais uma grande desvantagem para GM, Ford e Chrysler, o que transfere para a diretoria o foco dos problemas.

Agora o grosso dos problemas de lucratividade está ligado a decisões administrativas. GM, Ford e Chrysler enfrentam um declínio veloz de suas vendas — e provavelmente devem enfrentar prejuízos ainda maiores — porque prepararam suas fábricas para produzir um volume substancial de picapes e utilitários esportivos. Contudo, com a alta da gasolina, os americanos estão preferindo carros menores, na maioria modelos da Toyota, Honda e Nissan.

As montadoras de Detroit também lutam com despesas de capital maiores, sobreposição de marcas e campanhas de marketing que ainda não conseguiram conquistar de volta os compradores de marcas estrangeiras — tudo isso ligado a questões que são controladas pela diretoria.

Os ganhos de produtividade podem ajudá-las a lidar com esses desafios, disse Harbour. O aumento da eficiência das fábricas "libera recursos que podem ser gastos para melhorar os carros", disse.

Pelos termos do novo contrato com o sindicato, as três de Detroit devem continuar a cortar custos trabalhistas nos próximos três anos, perspectiva que preocupa a Toyota, segundo um executivo da manufatura da empresa. Um estudo interno da Toyota prevê que os custos trabalhistas das montadoras americanas, incluindo planos de saúde, vão se igualar aos dela própria em 2010, disse o executivo. Um porta-voz da Toyota não quis fazer comentários.

28 novembro 2018

Cinismo

Quando surgiu o escândalo relacionado com a gestão de Carlos Ghosn na Renault-Nissan, imediatamente da empresa japonesa descartou a proximidade com o executivo e aproveitou para criticá-lo. Agora a Reuters mostra como a empresa foi cínica.

A Ernst Young ShinNihon LLC questionou a administração da Nissan várias vezes, principalmente por volta de 2013, sobre compras de casas de luxo no exterior para uso pessoal de Ghosn e de direitos de valorização de ações que lhe foram conferidos.

Mas a montadora japonesa disse que as transações e os relatórios financeiros são apropriados, disse a fonte à Reuters sob condição de anonimato.


A empresa japonesa, através de uma coletiva do seu CEO, afirmou que Ghosn e um ex-diretor eram culpados. Este é um dos acertos de um auditor que não aparece para o público externo.

02 julho 2013

Custo dos Estádios

Segundo o Valor Econômico:

No ranking de 19 estádios (Brasil, África do Sul, Coreia/Japão e Alemanha) construídos ou reformados, o Mané Garrincha, em Brasília, tem o custo por assento de US$ 8.830. É o quarto estádio de custo mais elevado, sendo ultrapassado pelo Saporo Dome (Japão/US$ 10.373), o Cape Town Stadium (África do Sul/US$ 10.041) e o Nissan Stadium (Japão/US$ 8.846).

Os estádios brasileiros Fonte Nova (custo de US$ 5.639), Arena Pernambuco (US$ 5.518) e Mineirão (US$ 5.512) estão abaixo da média geral, de US$ 6.429 por assento das arenas construídas ou submetidas a grandes reformas para as últimas quatro Copas do Mundo.


Estes valores são diferentes daqueles que encontramos aqui no Blog em 2012, onde o custo por assento era de 7 mil dólares.Além disto, o texto do Valor Econômico deixa de considerar a construção dos estádios da Eurocopa.

10 agosto 2022

Faz sentido?

Algumas NFTs estão sendo vendidas por um valor acima do bem físico que representam. Parece ilógico e os exemplos da figura são de automóveis:

Uma NFT de um Nissan GTR foi leiloada por 2,3 milhões ou 10 vezes o valor do carro real. Outro exemplo: DuLoren tem uma NFT que foi comprada por 183 mil dólares, enquanto o automóvel vale 50 mil. 

Nem sempre o custo histórico é uma boa opção de avaliação. 

Para finalizar, eis um dado interessante: onde vivem os usuários dos NFTs? Eis a resposta:


11 abril 2019

Mais sobre a esposa do Ghosn

Via G1:

Carole Ghosn, mulher de Carlos Ghosn, está de volta ao Japão, onde deve ser ouvida pela Justiça na investigação sobre as suspeitas de fraudes que teriam sido cometidas pelo ex-presidente da aliança Nissan-Renault-Mitsubishi - informou seu advogado, François Zimeray, nesta quarta-feira (10).

Ela havia deixado o Japão no último fim de semana, depois da recente detenção do marido, afirmando que "se sentiu em perigo". Segundo diferentes jornais japoneses, porém, a Justiça queria interrogá-la.
[...]

De acordo com a agência de notícias Kyodo, o escritório do promotor de Tóquio suspeita que somas de dinheiro desviado teriam passado por uma empresa administrada por ela.

Carlos Ghosn foi preso em 4 de abril em Tóquio por novas suspeitas de crimes financeiros, um mês depois de ser libertado sob fiança.

Sua mulher, que estava presente quando foi preso, disse que voltou para a França, apesar de seu passaporte libanês ter sido confiscado pela polícia japonesa. Carole disse que usou seu outro passaporte, americano.

23 dezembro 2011

Ganho no desastre

A Nissan ganhou uma grande propaganda com o tsunami japonês. Seu carro elétrico, Leaf, permaneceu intacto após o desastre em março, relatou o New York Times.

19 novembro 2008

Destruição de Capital

Segundo Will Wilkinson (Breathtaking Capital Destruction) na década de 1980 GM e Ford fizeram investimentos que destruiram em 465 bilhões o capital. Com este valor, GM e Ford poderiam fechar suas fábricas (deficitárias) e comprar as ações da Honda, Toyota, Nissan e Volks.

Em outra postagem (Making Sense on Detroit) Wilkinson lembra que um dólar investido em ações há 20 anos renderia três hoje; mas se investido na GM o seu valor seria 7 centavos.

08 janeiro 2009

O fato do dia: Enron da India

O fato do dia em contabilidade é um escândalo com a empresa Satyam, da Índia, que lembra um pouco o que ocorreu com a Enron, nos EUA. (grifo meu)

WSJ:Escándalo por fraude corporativo Satyam estremece a India
07/01/2008 - Dow Jones en Espanol - Por Nirah Sheth, Jackie Range y Romit Guha - THE WALL STREET JOURNAL

El presidente de la junta de una de las compañías de tecnologías de la información más grandes de India admitió que inventó resultados financieros clave, incluyendo un balance ficticio de efectivo de más de US$1.000 millones, una revelación que ha sacudido al mundo empresarial de la India y probablemente hará que los inversionistas cuestionen la validez de los resultados corporativos a medida que la otrora boyante economía se desacelere.

B. Ramalinga Raju, fundador y presidente de la junta de Satyam Computer Services Ltd. -"satyam" significa verdad en sánscrito- dijo en una carta de renuncia que también exageró las ganancias por los últimos años, exageró la cantidad de deuda que se le debía a la compañía y subestimó sus deudas. Finalmente, el engaño alcanzó "proporciones simplemente inmanejables" y quedó en una posición "como montando un tigre, sin saber como bajarse sin ser devorado".

La noticia desató temores sobre el gobierno corporativo y los estándares de contabilidad a lo largo de la industria india, especialmente dado que Satyam era auditado por PricewaterhouseCoopers y tenía directores independientes de alto perfil, incluyendo a un profesor de la Escuela de Negocios de Harvard, en su junta hasta hace poco.

PricewaterhouseCoopers dijo que está examinando la declaración de Raju y declinó hacer más comentarios. Inmediatamente se hicieron comparaciones a los problemas de gobierno y contabilidad corporativa que se generaron con la crisis de Enron.

(...) Entre sus clientes cuenta con gigantes como Nestlé SA, General Electric Co., Caterpillar Inc., Sony Corp. y Nissan Motor Corp.

(...) La debacle de Satyam llega en un momento difícil para las compañías tecnológicas líderes de India, que han pasado a simbolizar las aspiraciones del propio país de ser una superpotencia comercial y un gran actor en el negocio global de la subcontratación y la administración de datos. La industria, pese a que emplea directamente sólo cerca de dos millones de los 1.100 millones de habitantes de India, ayudó a forjar un próspero sector de servicios en grandes metrópolis como Bangalore, Mumbai, Delhi e Hyderabad. (...)

En su carta de confesión de cinco páginas a la junta de Satyam, Raju dijo que inicialmente la brecha entre las ganancias operativas reales de la empresa y las reflejadas en los libros había sido marginal. Pero a medida que Satyam creció y sus costos se incrementaron, también lo hizo el tamaño de la brecha. Raju temía que si la compañía parecía tener un pobre desempeño, podría motivar un intento de adquisición que expondría las discrepancias, así que forjó formas de esconderlo.

Públicamente, la compañía reportó cifras estelares. En el año que terminó el 31 de marzo de 2008, Satyam reportó US$2.100 millones en ventas y US$427,55 millones en ganancias. Eso representó un crecimiento de 48% en los ingresos y de 35,5% en ganancias frente al año anterior.

Sin embargo, el fraude se hizo cada vez más difícil de mantener a medida que la suerte de la compañía cambió para mal. Raju dijo en su carta que en el trimestre que terminó el 30 de septiembre las ventas reales de Satyam fueron de US$434 millones, mientras que reportó US$555 millones. Satyam reportó US$136 millones en ganancias, pese a que la cantidad real era de sólo US$12,5 millones. La compañía también reportó que tenía US$1.100 millones disponibles en efectivo. En realidad, sólo tenía US$66 millones, dijo Raju.