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15 outubro 2024

Mundo moderno em uma tribo isolada da Amazônia

Os Marubo vivem às margens do rio Ituí, no Amazonas. Relativamente isolados do mundo, eles usam cabanas comunitárias, realizam cerimônias com ayahuasca e só começaram a usar roupas após o encontro com os seringueiros no século XIX. Vivem isolados do mundo, com uma cultura a preservar.

Então, alguém conseguiu acesso ao mundo através da Starlink. Com a internet, poderiam chegar educação, ajuda em casos de emergência e comunicação familiar. No entanto, uma reportagem do NY Times (via aqui) revelou que, apenas nove meses após a chegada da Starlink, a vida da tribo mudou: adolescentes fissurados no celular, grupos cheios de fofocas, redes sociais viciantes, videogames violentos, desinformação e pornografia. Se a tribo não aprova beijos em público, o compartilhamento de pornografia se torna ainda mais preocupante.

Se a internet pode trazer coisas boas, há os problemas também. 

Efeito Vênus da Vila

Para refletir


O "efeito Vênus da Vila" descreve a experiência de alguém vivendo em uma vila isolada e conhecendo a pessoa mais bonita do local. Como essa pessoa é a mais atraente que já viram, é fácil pensar que ninguém poderia ser mais bonita. No entanto, além da vila existe um mundo inteiro de pessoas, muitas das quais podem ser ainda mais belas.

O efeito Vênus da Vila pode nos lembrar que muitas vezes pensamos dentro de um contexto e de restrições, sem perceber ou considerar o que pode existir além deles. Dessa forma, ele pode nos incentivar a pensar de forma mais ampla ou olhar para fora da nossa esfera de familiaridade.

Viajar pode ser uma forma de evitar o efeito. Outra é ter acesso ao que se passa em outros lugares, através de jornais, livros, internet... Temos também o efeito Vênus da Vila em nossa área de conhecimento. Em muitos casos, podemos encontrar em outros ramos do conhecimento soluções para nosso problema. Atitudes corporativas tendem a provocar o efeito.

Rir é o melhor remédio

 

Apenas terminando meu livro.

Prêmio Jovem Cientista - Até 15/10

 


Se encerram hoje as inscrições para o Prêmio Jovem Cientista. 

Categorias "Estudante de Ensino Superior" e "Mestre e Doutor" 
1. Tecnologias alternativas para acesso à internet e inclusão digital para promoção da cidadania digital 
2. Ensino de computação desplugado e educação digital 
3. Formação, conhecimentos e competências digitais, conectividade e diversidade 
4. Ética digital, E-gov, governança digital e green digital 
5. Usabilidade, letramento digital para idosos e estratégias para acessibilidade universal 
6. Tecnologias assistivas na educação, conectividade para estudantes e professores 
7. Inclusão digital na internet das coisas, infraestrutura e equipamentos 
8. Divulgação científica, divulgadores e tecnologias educacionais 
9. Medicina de precisão e Inteligência Artificial 
10. Telessaúde, Saúde digital e Inteligência Artificial, e Telemedicina 
11. Inclusão digital e interseccionalidades, questões de raça/cor, gênero e orientação sexual no mundo digital 
12. Mulheres em atividade no campo digital, equidade de gênero e inclusão digital com equidade 

 Mais informações: aqui.

14 outubro 2024

Você pode deixar isso mais claro?

Sobre o uso da IA em ciência, achei o texto bastante ponderado, como usualmente é o caso dos textos da The Economist. A tradução foi feita pelo GPT: 

 Muitas pessoas estão ocupadas experimentando chatbots na esperança de que a inteligência artificial generativa (IA) possa melhorar suas vidas diárias. Cientistas, sendo inteligentes como são, estão vários passos à frente. Como relatamos, 10% ou mais dos resumos de artigos em revistas científicas agora parecem ser escritos, pelo menos em parte, por grandes modelos de linguagem. Em áreas como a ciência da computação, essa porcentagem sobe para 20%. Entre os cientistas da computação chineses, chega a um terço.

Alguns veem essa adoção entusiástica como um erro. Eles temem que grandes quantidades de artigos de baixa qualidade possam introduzir vieses, aumentar o plágio e sobrecarregar o sistema de publicação científica. Algumas revistas, incluindo a família Science, estão impondo exigências rigorosas de divulgação sobre o uso de grandes modelos de linguagem. Essas tentativas são fúteis e equivocadas. Não é fácil controlar o uso desses modelos. Mesmo que fosse possível, muitos cientistas descobrem que seu uso traz benefícios reais.


Os cientistas pesquisadores não estão apenas dedicados ao trabalho de laboratório ou a grandes reflexões. Eles enfrentam grandes demandas de tempo, desde escrever artigos e dar aulas até preencher infinitas solicitações de bolsas. Os grandes modelos de linguagem (LLMs) ajudam acelerando a redação de artigos, liberando tempo para que os cientistas desenvolvam novas ideias, colaborem ou verifiquem erros em seus trabalhos.

A tecnologia também pode ajudar a equilibrar um campo de jogo inclinado a favor dos falantes nativos de inglês, já que muitas das revistas prestigiadas estão nessa língua. Os LLMs podem ajudar aqueles que não falam bem o idioma a traduzir e editar seus textos. Graças aos LLMs, cientistas em todo o mundo devem ser capazes de disseminar suas descobertas mais facilmente e serem julgados pelo brilhantismo de suas ideias e engenhosidade de sua pesquisa, em vez de por sua habilidade em evitar erros gramaticais sutis. 

Como ocorre com qualquer tecnologia, há preocupações. Como os grandes modelos de linguagem (LLMs) facilitam a produção de textos com aparência profissional, eles também facilitam a geração de artigos científicos fraudulentos. A revista Science recebeu 10.444 submissões no ano passado, das quais 83% foram rejeitadas antes da revisão por pares. Alguns desses certamente foram fantasias geradas por IA.

Os LLMs também podem exportar, por meio de suas palavras, o ambiente cultural em que foram treinados. Sua falta de imaginação pode estimular plágio inadvertido, no qual copiam diretamente trabalhos anteriores feitos por humanos. "Alucinações" que são obviamente erradas para especialistas, mas muito convincentes para o público geral, também podem aparecer no texto. E o mais preocupante de tudo: escrever pode ser uma parte essencial do processo de pesquisa, ajudando os pesquisadores a esclarecer e formular suas próprias ideias. Um excesso de dependência dos LLMs, portanto, pode empobrecer a ciência.

Tentar restringir o uso de grandes modelos de linguagem (LLMs) não é a maneira correta de lidar com esses problemas. No futuro, eles rapidamente se tornarão mais comuns e poderosos. Eles já estão integrados em processadores de texto e outros softwares, e em breve serão tão comuns quanto os corretores ortográficos. Pesquisas com pesquisadores indicam que eles veem os benefícios da IA generativa não apenas para escrever artigos, mas também para codificar e realizar tarefas administrativas. E, crucialmente, seu uso não pode ser facilmente detectado. Embora as revistas possam impor todas as exigências rigorosas de divulgação que desejarem, isso não adiantaria, pois elas não conseguem identificar quando suas regras foram violadas. Revistas como a Science deveriam abandonar exigências detalhadas de divulgação para o uso de LLMs como ferramenta de escrita, além de um simples reconhecimento.

A ciência já possui muitas defesas contra a fabricação e o plágio. Em um mundo onde o custo de produzir palavras cai para praticamente nada, essas defesas precisam se fortalecer ainda mais. A revisão por pares, por exemplo, se tornará ainda mais importante em um mundo com IA generativa. Ela deve ser reforçada de acordo, talvez pagando aos revisores pelo tempo que sacrificam para examinar os artigos. Também devem haver mais incentivos para que pesquisadores repliquem experimentos. Comissões de contratação e promoção em universidades devem garantir que os cientistas sejam recompensados com base na qualidade de seu trabalho e na quantidade de novos insights que geram. Controlando o potencial de uso indevido, os cientistas têm muito a ganhar com seus auxiliares LLMs.

(Uma observação: vou evitar usar a palavra crucial)

Santa Casa da Misericórdia e o negócio com a Máfia

A MCE, empresa na qual a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa detém uma participação de 55%, terá contas em seis banco brasileiros que não estavam identificadas na contabilidade da empresa e onde não existe informação sobre os movimentos, apurou uma auditoria forense, avança este domingo o Observador.

A mesma publicação acrescenta que apesar da auditoria realizada pela BDO, terem começado em setembro de 2023, só em 2024, e através de um relatório do Banco Central do Brasil foi possível identificar pelo menos seis contas associadas à MCE.



Em junho o Expresso, numa investigação conjunta com a revista brasileira Piauí, tinha avançado que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa teria feito negócios com a máfia do Brasil, e teria mesmo uma dívida de 40 mil euros, ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que é considerada a maior organização criminosa brasileira.

A investigação do Expresso e Piauí referiu que um gestor da MCE, empresa que foi comprada pela Santa Casa, teria revelado, em novembro de 2023, essa dívida da empresa ao PCC.

A notícia é de junho, mas é interessante quando uma entidade do terceiro setor se envolve com uma organização criminosa. Observe que a Santa Casa foi fundada dois anos antes do descobrimento

Filmes Polêmicos

Quais os filmes mais polêmicos? Uma pesquisa usou as notas dadas para vários filmes e cálculo a dispersão. Os filmes mais polêmicos tinham maior dispersão nas notas. Bastante simples e lógico. A lista final é a seguinte:

O filme mais polêmico da história é Plan 9. O filme possui erros óbvios de continuidade, efeitos especiais ruins e pouco convincentes, sets falsos, incluindo um de papelão, que oscilou durante a filmagem, conforme consta no link acima. Lógico que nunca vi este filme, mas reconheci o nome do seu diretor: Ed Wood.Sua vida já foi tema de um filme, com o nome do personagem, dirigido pelo conhecido diretor Tim Burton (de Beetlejuice, Edward Mão de Tesoura, Batman (1989), entre outros) , com Johnny Deep no papel principal.