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10 outubro 2024

Impacto Pós-Pandemia: A Queda no Valor de Mercado das Empresas Farmacêuticas

 

A pandemia gerou riqueza para os acionistas de algumas empresas farmacêuticas, como mostra o gráfico acima. No entanto, três anos depois, as ações dessas empresas caíram. Veja o caso da Pfizer, que desenvolveu a primeira vacina aprovada e utilizada globalmente. Desde então, o preço das ações despencou, impactando seu valor de mercado. Em agosto de 2021, a BioNTech tinha um valor de mercado próximo a 100 bilhões de dólares. Hoje, esse valor está em torno de 30 bilhões de dólares.

Dinheiro para acadêmicos defenderem os monopólios


O novo responsável pelos casos de monopólio na maior economia do mundo expôs o papel de acadêmicos na defesa de empresas gigantes. Esses acadêmicos aceitaram subornos e receberam dinheiro para testemunhar que os monopólios são bons e eficientes. Essa estratégia foi utilizada nos anos cinquenta e nas décadas seguintes pelas empresas de cigarro, que contrataram médicos e estatísticos — inclusive o mais famoso deles, Fisher — para tentar desacreditar a ligação entre o produto e o câncer.

Repetidas vezes, grandes empresas usaram ataques à epistemologia para fornecer cobertura a crimes impensáveis. Isso gerou a crise epistemológica atual, na qual não apenas discordamos sobre o que é verdade, mas (muito mais importante) discordamos sobre como a verdade pode ser conhecida.

Em uma palestra, Jonathan Kanter, da Divisão Antitruste do Departamento de Justiça, recentemente nomeado por Biden, apresentou alguns casos, todos relacionados à Universidade George Mason (GMU). Um fiscal internacional participou de um seminário de treinamento acreditando que o evento estava vinculado ao governo dos Estados Unidos. No entanto, o seminário foi patrocinado por empresas e contou com uma série de especialistas defendendo essas corporações. Um acadêmico defendeu as empresas na OCDE, mesmo tendo recebido dinheiro da indústria de tecnologia, omitindo essa informação. Joshua Wright, da GMU, fez um estudo defendendo a Qualcomm, recebendo dinheiro da empresa, mas também sem revelar suas fontes de financiamento.

Recentemente, o renomado economista Paul Milgrom foi apresentado como testemunha de defesa do Google, em um processo movido pelo DOJ.

09 outubro 2024

Teoria da precificação por inteligência artificial

Apresentamos a teoria de precificação por inteligência artificial (AIPT). Diferentemente da hipótese da APT, que assume uma estrutura de fatores de baixa dimensão nos retornos, a AIPT sugere que os retornos são influenciados por um grande número de fatores. Verificamos essa hipótese empiricamente e mostramos que modelos não lineares com muitos fatores (mais do que o número de observações ou ativos-base) são melhores em descrever o comportamento dos retornos fora da amostra do que modelos simples. A teoria da AIPT explica esses resultados, enquanto a hipótese da APT é contradita pelos dados.

O texto está aqui, que fala na virtude da complexidade.

Climate Scanner

O Climate Scanner é uma ferramenta que permitirá a órgãos de controle internacionais fazerem o monitoramento e a avaliação de políticas públicas sobre mudanças climáticas em diferentes regiões do mundo. O projeto foi desenvolvido pela Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai, que reúne 195 órgãos de controle do mundo e é presidida atualmente pelo Brasil, via Tribunal de Contas da União), com apoio do Pnud e de outros parceiros multilaterais. A iniciativa recebeu um aporte financeiro de US$ 1 milhão do BNDES.

“A ideia da plataforma, ao fornecer informações, é permitir que grandes instituições multilaterais direcionem seus esforços com mais precisão”, disse Dantas, sobre as iniciativas de enfrentamento à crise climática.

A ferramenta permite que 19 Instituições Superiores de Controle (ISCs) em diferentes países do mundo avaliem as ações governamentais de combate à mudança climática. A metodologia é organizada sobre três eixos: governança, financiamento climático e políticas públicas. O projeto, lançado em novembro passado em Dubai, durante a COP28, terá os primeiros resultados apresentados durante a COP29, que acontece em novembro deste ano, no Azerbaijão.


O texto é da Istoé Dinheiro. Há uma página no site do TCU sobre a ferramenta.  A metodologia, em inglês, pode ser encontrada aqui

Estratégia de investimento por geração

Este gráfico (via aqui) ilustra como cada geração utiliza diferentes estratégias de investimento:

- Comprar e manter: Compram ações e mantêm a longo prazo.
- Investimento em crescimento: Focam em empresas com crescimento acima da média.
- Investimento em ações fracionadas: Compram partes de ações caras.
- Negociação de curto prazo: Compram e vendem rapidamente.
- Indexação direta: Compram ações de um índice diretamente.
- Investimento socialmente responsável: Focam em critérios éticos.
- Robo-consultores: Usam serviços automatizados.
- Investimento temático: Investem em tendências específicas.


 

Falta de rigor em pesquisa científica


Parece piada, mas não é. Um artigo científico sobre a importância do rigor científico foi publicado na Nature Human Behavior. O artigo defendia o rigor científico, o que incluía o registro prévio da pesquisa - para evitar manipulação dos resultados, o uso de grandes amostras e a transparência metodológica. 

Depois de sua publicação, o texto foi retirado por críticas relacionadas com a falta de rigor científico do artigo. Os autores admitiram os erros e irão submeter uma nova versão revisada.

Private Equity e empresas de contabilidade

Da Forbes:

A profissão contábil, uma das mais confiáveis, está atraída pelos fundos de private equity, pois estes oferecem benefícios de liquidez evidentes e promessas de crescimento a longo prazo. O setor de contabilidade fragmentado, com seus fundadores envelhecendo e abundante fluxo de caixa, representa um alvo atraente. No entanto, alguns temem que a vasta propriedade de PE possa gerar conflitos de interesse, minando a independência que os CPAs devem manter ao auditar empresas públicas.

(...) O número de Contadores Públicos Certificados (CPAs) disponíveis está diminuindo, à medida que a geração Baby Boomer (e em breve a geração X também) se aposenta. Segundo o relatório 2023 Trends da American Institute of Certified Public Accountants, 65.305 diplomas de bacharelado e mestrado foram concedidos em contabilidade no ano letivo de 2021-2022, uma queda de 18% em comparação com seis anos antes. No mesmo período, o número de candidatos que passaram nos quatro exames necessários para obter a licença de CPA caiu ainda mais drasticamente — apenas 18.847 completaram com sucesso o teste em 2022, uma queda de 32% desde 2016.

(...) A tecnologia, particularmente a inteligência artificial, pode fornecer algum alívio, lidando com tarefas repetitivas que novos contadores anteriormente fariam, como entrada de dados e revisões financeiras rotineiras. Isso libera a equipe para trabalhos mais interessantes, incluindo serviços de consultoria empresarial de rápido crescimento. Mas adotar novas tecnologias custa dinheiro. (...)


Até agora, o private equity não conseguiu entrar nas “Big 4”, das maiores empresas do país. Em 2022, a Ernst & Young rejeitou uma proposta da TPG que envolveria a separação da empresa, com o investimento de PE indo apenas para o lado não relacionado à auditoria.

Leia mais em: https://forbes.com.br/forbes-money/2024/09/por-que-o-private-equity-esta-correndo-para-comprar-empresas-de-contabilidade/