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15 abril 2024

Ainda Trump e sua contabilidade

Um julgamento contra o ex-presidente Donald Trump começa hoje em Manhattan, com os promotores acusando-o de falsificar registros de negócios durante o suposto pagamento de dinheiro secreto à ex-estrela de filmes adultos Stephanie Clifford, também conhecida como Stormy Daniels, e a uma outra mulher. Trump negou as alegações desde que elas vieram à tona pela primeira vez em 2018. 

O caso está centrado em um pagamento de US$ 130 mil feito a Daniels pelo ex-advogado pessoal de Trump, Michael Cohen, em 2016, em troca de Daniels manter silêncio sobre um suposto caso extraconjugal com Trump em 2006. Os promotores alegam que Trump listou um pagamento de reembolso a Cohen como uma despesa legal [das suas empresas] em um esforço para ocultar sua finalidade. 

A defesa de Trump apresentou Cohen - a principal testemunha do Estado, que se declarou culpado de acusações de fraude em 2018 - como tendo uma vingança contra Trump. Os promotores classificaram os pagamentos como parte de um esquema mais amplo de "pegar e matar" dos aliados do ex-presidente. 

Segundo consta, Trump terá de comparecer a todos os dias do processo, que deverá durar cerca de seis semanas. 

Traduzido pelo DeepL.com. Fonte 1440 Newsletter

14 abril 2024

Aula de Comércio

Sobre a Aula de Comércio, curso instituído por Marquês de Pombal: 

As disciplinas lecionadas eram segundo Gonçalves (2017, p.49): “ (1) a aritmética e as suas aplicações comerciais (pesos, medidas, câmbios, seguros, fretamentos, comissões); e (2) escrituração (contabilidade) pelo método da partida dobrada”.

Para se poder ingressar na Aula do Comércio os alunos deveriam ter no mínimo 14 anos, saber ler, escrever e contar, sendo que era dada preferência a filhos ou netos dos homens de negócio se estes estivessem em situações semelhantes aos demais (Rodrigues, et al., 2003). O número máximo de alunos que poderiam assistir às aulas era de vinte, contudo em alguns casos, era admissível a presença de mais trinta alunos dado que cada lente não deveria ter mais de cinquenta alunos (Gonçalves, 2011b)

A Aula primeiramente tinha uma duração de quatro horas, funcionando no período da manhã no Inverno (Outubro a Março) das oito horas até ao meio dia e no Verão (Abril a Setembro) das sete horas às onze horas, sendo que posteriormente a aula passou a funcionar de manhã e de tarde (Rodrigues, et al., 2003; Gonçalves, 2017b). A primeira parte da Aula seria para o lente fazer a revisão da matéria já dada e seguidamente continuava a lecionar matéria nova (Rodrigues, et al., 2003).

O primeiro professor de contabilidade seria 

João Henrique de Sousa (1720-1788) era natural de Setúbal, tendo a sua educação entre os sete e dozes anos de idade ficado a cargo do francês Michel Leboutex (Rodrigues e Craig, 2010). Aos doze anos, após a morte do seu pai, foi trabalhar para uma casa comercial italiana em Lisboa, onde trabalhou durante nove anos, posteriormente João Henrique Sousa viajou pela Argentina e pelo Brasil, antes de regressar novamente a Portugal onde foi eleito para lente da Aula do Comércio de Lisboa, começando a lecionar a partir do dia 1 de Setembro de 1759 (Rodrigues e Craig, 2010; Gonçalves, 2017b). Contudo, devido às suas elevadas aptidões foi nomeado pelo Marquês de Pombal para escrivão do Real Erário Régio a 29 de Dezembro de 1761, tendo tomado posse a 11 Janeiro de 1762 concluindo-se que este não terá acabado o primeiro curso, consequentemente não terá ficado encarregue pelos respetivos exames (Gonçalves, 2017b).

Devido á saída de João Henrique de Sousa para o Erário Régio, foi nomeado a 16 de Janeiro de 1762 o suíço Alberto Jaquéri de Sales (1731-1791) para lente da Aula do Comércio (Rodrigues e Craig, 2010). Alberto Jaquéri de Sales nasceu em Champvent a 27 de Agosto de 1731, tendo posteriormente emigrado para Londres, ganhando aí a aptidão para negociar, tendo posteriormente seguido para Cádis onde trabalhou para a empresa de Robert Mayne (Rodrigues e Craig, 2010; Gonçalves, 2017b). Depois de viver e trabalhar em Cádis, Sales vem para Portugal possivelmente em 1755, naturalizando-se português em 1759, começando a dar aulas na Aula do Comércio em 1762 (...)

(Fonte: aqui)

Sobre a adoção tardia das partidas dobradas em Portugal e domínios

As partidas dobradas foi, historicamente, um método que só apareceu em Portugal e domínios muitos séculos depois da sua criação. Se considerarmos que o método foi criado antes de 1.300 em alguma cidade da atual Itália, o seu uso em Portugal aconteceu 434 anos depois, segundo o trecho a seguir: 

No ano de 1734 ocorreu a inauguração da Companhia da Fábrica das Sedas, uma empresa de tecidos com a sua sede em Lisboa, tendo o francês Robert Godin criado duas petições, para conseguir a criação da Companhia (Carvalho, Cochicho, Rodrigues e Paixão, 2016). Esta foi a primeira organização a utilizar a contabilidade por partidas dobradas em Portugal no período de 1745-1747 (Carvalho et al., 2016), no qual o guarda-livros recebia na altura cinquenta mil reis por trimestre (Rodrigues, 2016).


No ano de 1755, através do alvará de 6 Junho 1755, que aprovou e confirmou os estatutos da Companhia, Marquês de Pombal funda a primeira companhia monopolista de comércio, a Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão, sendo esta composta por um provedor, oito deputados e um secretário. A Companhia era privilegiada pela exclusividade da navegação, comércio por grosso e de escravatura com as capitanias do Grão-Pará e Maranhão, tendo o período da exclusividade do comércio tido a duração de 20 anos (Dias, 1968). A prestação de contas era segundo o método por partidas dobradas, que estavam previstos nos estatutos da lei, imposta por Marques de Pombal (Gonçalves, 2017b), sendo o guarda-livros desta companhia um francês, que posteriormente veio a ensinar contabilidade por partidas dobradas aos indivíduos que o sucederam (Rodrigues e Gomes, 2002). 

(...) No ano de 1759 fundou-se a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba pela mão de Marquês de Pombal (Lima, 2011; Gonçalves, 2017b), onde a contabilidade por partidas dobradas era obrigatória (Gonçalves et al., 2013; Gonçalves, 2017b). A Companhia atuava principalmente na atividade açucareira, não sendo a sua sua única atividade, pois para estimular a produção açucareira a companhia envolveu-se no tráfico de escravos, deixando espelhado uma vergonha nacional pois promoviam a escravidão (Lima, 2011). 

O atraso encontra justificativa na política dos reis portugueses, que controlavam a impressão dos livros e adotaram políticas retrogradas. 

(Imagem: ChatGPT)

A citação é de um artigo publicado agora (Brazilian Journal of Business, Curitiba, v. 6, n. 1, p. 479-494, 2024) denominado "História da profissão contabilística em Portugal: o século XVIII", de Bruno Lobo e Miguel Gonçalves. 

Dia Mundial do Café

 

Há dias para tudo. Mas, para quem gosta, é merecido ter o Dia Mundial do Café. Enquanto escrevo, tenho uma xícara ao lado, já vazia. Saudações aos apreciadores.

Drones da Amazon e uma aposta questionável

O CEO da Amazon, Andy Jassy, divulgou sua carta anual aos acionistas nesta manhã. Ele registrou modestas 5.448 palavras — essencialmente um livro infantil em comparação com o tomo de 28.000 palavras de Jamie Dimon, mas ainda cerca de cinco vezes mais longo do que o boletim informativo comum da Bloomberg Opinion. “Quando feita corretamente, uma carta aos acionistas permite que a personalidade de um CEO brilhe — de uma maneira altamente jurídica e editada”, escreve Beth Kowitt. Mas no caso de Jassy, ele pode acabar parecendo um tolo.


Uma de suas grandes apostas em 2024 é o “Prime Air”, o novo serviço de entrega por drones da Amazon, que ele diz que eventualmente permitirá que a empresa de comércio eletrônico entregue pacotes aos clientes em menos de uma hora. Embora haja certamente uma necessidade a ser atendida aqui — a preguiça humana não tem limites! — Leticia Miranda diz que há alguns problemas com a metodologia:

Os drones da Amazon só podem carregar pedidos que pesem até cinco libras, e os itens não podem ser muito frágeis porque precisam sobreviver a uma queda de 12 pés... Um estudo de 2023 da McKinsey estima que uma entrega de drone de um único pacote custa à empresa cerca de $13,50, o que é mais caro do que a entrega via veículo elétrico ou a gás fazendo apenas uma entrega. Para que os drones deem lucro à empresa, um único operador terá que gerenciar até 20 drones ao mesmo tempo.

Vinte drones!!! Considere, por um momento, o que isso pode significar para sua cidade. (...)

Sem mencionar que os drones são barulhentos! Este estudo de 2021 os descreveu como sendo “substancialmente mais irritantes” do que um avião comum ou um congestionamento. No futuro, ainda precisaremos de muitos e muitos humanos para entregar coisas. (...)

Fonte: Bloomberg

13 abril 2024

Pena de Morte por Fraude

Eis a notícia:

A magnata do setor imobiliário Truong My Lan foi condenada à morte ontem por desviar 12,5 bilhões de dólares do Saigon Joint Stock Commercial Bank. É o maior caso de fraude na história do Vietnã e ocorre no meio de uma repressão governamental contra a corrupção.


Lan, de 68 anos, é a presidente do Van Thinh Phat Holdings Group, uma empresa imobiliária ligada a propriedades de alto padrão. De 2011 a 2022, Lan usou empresas-fantasma e intermediários para ganhar controle de mais de 90% do SCB. Ela então obteve aprovações de empréstimos para empresas fantasmas, acessando o SCB para obter dinheiro e roubando o equivalente a mais de 3% do produto interno bruto do Vietnã. Seus empréstimos representaram 93% do total de empréstimos do SCB. Lan e co-conspiradores também foram condenados por subornar autoridades com 5,2 milhões de dólares para ignorar violações.

O julgamento ocorre enquanto o Partido Comunista do Vietnã participa de "forno ardente", uma campanha para combater a corrupção em meio ao esforço para atrair investimento estrangeiro. O Vietnã permite a pena de morte para crimes violentos e de colarinho branco e acredita-se que seja o terceiro maior executor do mundo, atrás da China e do Irã.

Tradução a partir da newletter 1440

Frase


Se o Brasil não é para iniciantes, a política brasileira é apenas para os verdadeiramente talentosos.

Juan Pablo Spinetto, sobre a briga de Elon Musk com o ministro do STF