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21 setembro 2022

Contabilidade ambiental: novo livro

 


Na atualidade, as alterações climáticas estão causando impactos significativos na vida das pessoas e no meio ambiente, e isso tem movimentado os agentes econômicos em busca de soluções efetivas. Nesse sentido, busca-se compreender como as ações sociais, ambientais e a estrutura de governança de uma organização contribuem para a criação de valor aos stakeholders.

Desse modo, as organizações precisam considerar, em suas ações operacionais, os riscos financeiros provenientes das mudanças climáticas. A gravidade dos riscos climáticos e a falta de gerenciamento dos fatores ambiental, social e governança (ASG, que deriva de ESG, acrônimo do inglês Environmental, Social and Governance) representam um desafio sem precedentes à governança dos sistemas socioeconômicos globais, o que coloca em xeque os ecossistemas e o desenvolvimento sustentável.

Esta obra apresenta os assuntos mais relevantes sobre a contabilidade socioambiental, como responsabilidade socioambiental e desenvolvimento sustentável, evidenciação ambiental, social e de governança, indicadores e índices socioambientais, contabilidade gerencial ambiental, métodos de valoração econômica de ativos culturais e ambientais, accountability e sustentabilidade, auditoria e sustentabilidade, contabilidade e sustentabilidade no setor público.

Assim, este livro pode ser usado como texto básico nas disciplinas de contabilidade ambiental, controladoria ambiental, engenharia ambiental, responsabilidade social corporativa, auditoria de relatório de sustentabilidade, contabilidade para sustentabilidade no setor público e contabilidade financeira.

Normas Internacionais de Contabilidade para o Terceiro Setor

Uma iniciativa do CIPFA, uma entidade contábil britânica, está sendo desenvolvida o primeiro conjunto de normas contábeis internacionais para o terceiro setor. Isto é bastante importante, já que o terceiro setor é uma espécie de patinho feio das normas internacionais. Enquanto a Fundação IFRS cuida das normas do segundo setor - entidades com fins lucrativos, o IFAC faz a adaptação para o setor público. Mas o terceiro setor ficou à margem deste processo. 


A iniciativa irá criar um Relatório Financeiro Internacional para as Entidades sem Fins Lucrativos e recebeu a sigla de IFR4NPO. É um projeto de cinco anos, tendo a liderança da Humentum e o CIPFA. Segundo o site, o IFR4NPO tem por objetivo trazer clareza e consistência para as entidades sem fins lucrativos através das informações contábeis. Estas devem ser consistentes e de alta qualidade. 

Como não existem padrões internacionais para este setor, um documento de consulta foi realizado anteriormente. O relatório final foi apresentado no início deste ano. Segundo informações do site do IFR4NPO já existem 157 jurisdições interessadas. Ontem foi anunciado o nome oficial do Guia que está sendo desenvolvido: INPAG. 

É um desenvolvimento interessante para o terceiro setor. 

Patagonia: empresa ativista ou ...

A empresa Patagonia foi fundada em 1973 por Yvon Chouinard. A empresa tem uma receita anual de US$1,5 bilhão e possui um valor estimado de US$ 3 bilhões. A Patagonia vende roupas relacionadas com esportes, além de equipamentos esportivos, mochilas, sacos de dormir, entre outros produtos.


A empresa se considera uma “empresa ativista”. Sua política de licença familiar e maternidade é elogiada. Há um compromisso de destinar 1% das vendas para os grupos ambientais desde 1985 e um compromisso de tornar neutro em carbono até 2025. Em 2020 suspendeu sua publicidade no grupo Meta por considerar que a empresa do Facebook não estava tomando medidas necessárias para reduzir o ódio nas mídias sociais.

A notícia recente é que o fundador da empresa anunciou que a empresa seria doada para garantir que os lucros fossem usados para a questão ambiental. Este notícia teve uma boa repercussão. Segundo a Exame, o bilionário excêntrico e ambientalista estaria doando a empresa para “caridade”.

A partir de agora, todo o lucro da companhia (algo como US$ 100 milhões por ano), será destinado à causa ambiental por meio do Holdfast Collective, uma ONG dedicada à preservação do meio ambiente — e para a qual os Chouinard também doaram 98% do capital social da empresa.

"Esperamos que isso influencie uma nova forma de capitalismo que não acabe com algumas pessoas ricas e um monte de pessoas pobres", disse Chouinard em entrevista ao portal americano.“Vamos doar o máximo de dinheiro para as pessoas que estão trabalhando ativamente para salvar este planeta.”

A posição de Chouinard foi comemorada como um exemplo a ser seguido. Os textos com a notícia reforçaram a imagem de um ativista humilde e que luta contra o governo pela causa ambiental. Em outro texto da Exame temos

O incômodo se tornou gritante nos últimos dois anos, quando Chouinard passou a buscar por alternativas para diluir seu patrimônio líquido. Em última instância, ele havia considerado até mesmo vender a empresa. Abrir o capital, porém, nunca foi uma opção.

O executivo não acreditava que a companhia seria capaz de cumprir com as diretrizes ambientais e sociais como uma companhia pública. "Eu não respeito o mercado de ações", disse ao NYT. “Uma vez que você se torna público, você perde o controle sobre a empresa e precisa maximizar os lucros para o acionista, e então se torna uma dessas empresas irresponsáveis.”


Há duas questões importantes aqui que a imprensa parece não ter explorado adequadamente. A primeira é a postura ambiental da Patagonia. E a segunda refere-se ao pagamento de impostos com a operação de doação. Vamos começar pela primeira.

Em um texto para New Republic, Rachel Donald mostra que esta história de empresa ativista deve ser vista com cautela. Na própria Wikipedia há uma breve nota que a empresa sofreu uma queixa crime por uso de trabalho forçado em Uigur. Mas a denúncia de Rachel Donald vai além. Donald informa que uma rede de organizações da indústria de moda estava usando dados falsos para promover materiais baseados em combustíveis fósseis (leia-se petróleo) como sendo sustentável. A Sustainable Apparel Coalition criou o Higg Materials Sustainability Index (MSI de Higg). Este índice considera o poliéster como sendo a fibra mais “sustentável de todas as fibras”. Mas o poliéster é originário do petróleo. Coincidentemente, também é a fibra mais barata de todas. A Patagonia teve um papel de liderança neste processo.

O que a imprensa fez é elogiar o bilionário como um ativista, embora sua empresa defenda o poliéster. É parecido com os elogios à Bill Gates, muito embora use jatinhos nas suas viagens.

A mensagem que esse tipo de relatório envia é que os bilionários poderiam nos salvar de nós mesmos se apenas mais deles [mais bilionários] tivessem o espírito da Patagônia. No entanto, dados brutos sobre as emissões de bilionários, fica claro que muito mais pessoas precisam ser salvas dos bilionários que são salvos por eles.

Foto acima: Malik Skydsgaard

A segunda questão é a tributária. No ZeroHedge destaca esta questão, apesar da escassez das informações sobre como o processo irá ocorrer. A escolha de Chouinard significa que o bilionário irá deixar de pagar US$700 milhões em impostos. Aparentemente, a doação permitira que Chouinard e sua família mantenham o controle da empresa. Usando uma legislação tributária dos Estados Unidos,

"Chouinard não terá que pagar os impostos federais sobre ganhos de capital que ele teria devido se tivesse vendido a empresa", diz o relatório. Isso teria sido cerca de US $ 700 milhões em uma venda de US $ 3 bilhões. Além disso, ele também evita o imposto sobre imóveis e presentes nos EUA, o que teria sido um pedaço de 40% de mudança quando sua empresa foi transferida para seus herdeiros.

Será que existe almoço de graça? E doação de graça?

Mercado global de preço de transferência

 

Um estudo acadêmico realizado por Rasmus Corlin Christensen, economista político da Copenhagen Business School, argumentou que as maiores empresas de auditoria e consultoria, Deloitte, EY, KPMG e PwC, dominam a economia global devido à sua experiência transnacional.

Uma das áreas críticas é a influência sobre os preços de transferência, que controla a tributação de diferentes subsidiárias globais e transações entre empresas.

Christensen argumenta que os quatro grandes podem controlar os 'caminhos e experiências cruciais de especialistas necessários para atores e práticas reconhecidas de preços de transferência, que fornecem poder distinto para as empresas'.

Esses poderes incluem a definição de regras comerciais para criar um mercado global de serviços de contabilidade e auditoria e o enfraquecimento de novas regulamentações tributárias globais destinadas aos clientes.

Apenas cinco empresas globais de serviços profissionais - Deloitte, EY, KPMG, PwC, escritório de advocacia Baker McKenzie e dos ex-funcionários da extinta Arthur Andersen - representam quase quatro em cada 10 (37%) anos de carreira de profissionais de preços de transferência.

(...) Embora as empresas multinacionais sejam responsáveis pelas decisões de preços de transferência, poucas empresas globais têm experiência interna em preços de transferência e contam com consultores externos. O mercado global de serviços profissionais de preços de transferência é estimado em 25 bilhões de euros (21 bilhões de libras) anualmente.

Funcionários fiscais em todo o mundo (mas especialmente aqueles de baixa renda, países de menor capacidade) expressam ceticismo generalizado sobre a abordagem agressiva dos quatro grandes ao planejamento de impostos e preços de transferência, com uma parcela significativa percebendo os quatro grandes como falta de transparência, ilegítimo no uso do poder, e uma fonte problemática de funcionários drenam das autoridades fiscais, encontrou a OCDE em um relatório recente sobre o poder dos quatro grandes.

Os participantes do estudo enfatizaram a importância de treinamentos transnacionais específicos e experiências de carreira, oferecidos pelos quatro grandes em particular. A formação profissional em preços de transferência, que geralmente não é oferecida na universidade, é dominada pelas maiores empresas.

Os Big Four costumam empregar a experiência necessária para praticar os preços de transferência com autoridade, recrutando e desenvolvendo conhecimento em contabilidade, direito e economia e alimentando conexões estreitas com atores globais no campo de preços de transferência.

Mais de dois terços (68%) dos profissionais de preços de transferência que trabalham em empresas multinacionais haviam trabalhado em uma empresa global de serviços profissionais antes de se mudar para o setor corporativo.


De acordo com Christensen, isso é frequentemente descrito como os quatro grandes exercendo poder 'infiltrando' clientes e reguladores corporativos por meio de 'portas giratórias', o que os ajuda a vender seus serviços.

Eles fornecem a orientação, cultura e treinamento que oferecem um 'passe de entrada' na prática de preços de transferência, dando acesso privilegiado a posições em outras organizações no campo.

Christensen diz: ‘Compreender o poder transnacional das empresas de serviços profissionais é importante porque tem implicações econômicas e políticas substanciais para os sistemas tributários contemporâneos. Especificamente, permite que as empresas de serviços profissionais obtenham resultados favoráveis em termos de onde e - crucialmente - quanto seus clientes corporativos pagam em impostos.

No nível macro, isso contribui para o desalinhamento dos lucros das empresas, o que, por sua vez, distorce indicadores críticos da atividade econômica.'

Christensen conduziu mais de 157 horas de pesquisa em nove preços globais de transferência e eventos fiscais, incluindo 66 entrevistas.

Para mais informações, o relatório pode ser acessado aqui.

Fonte: aqui (Tradução Vivaldi Translate)

Sobre a finanças do Rei Charles

Eis um resumo

Aos 73 anos, Carlos III se tornou a pessoa mais velha a assumir o trono. A propriedade de Charles, o Ducado da Cornualha, é administrada por um grande grupo de profissionais, que aumentaram seu valor e lucros em quase 50% na última década. Inclui um portfólio imobiliário que é aproximadamente do tamanho de Chicago. Sua propriedade vale cerca de US $ 1,4 bilhão. Em comparação, o portfólio da rainha vale US $ 949 milhões e o valor geral da Família Real é de cerca de US $ 28 bilhões, mas definitivamente há mais segredos.


Detalhes principais

No ano passado, o salário de Charles era de US $ 1,1 milhão e ele obteve US $ 28 milhões em sua propriedade.

O portfólio imobiliário, estimado em cerca de 130.000 acres, inclui o The Oval, um estádio de críquete no sul de Londres, terras agrícolas, aluguel de temporada à beira-mar e depósitos de supermercados suburbanos. A renda do aluguel é superior a um milhão de dólares por ano.

Charles estava com problemas financeiros, o The Sunday Times informou que ele recebeu 1 milhão de euros em dinheiro de um ex-primeiro-ministro do Catar, e seu nome também apareceu nos Paradise Papers.

Rir é o melhor remédio

 

Viés da confirmação e ciência

20 setembro 2022

Mude a alimentação e ajude na pegada de carbono


 O gráfico da Nature mostra que mudar a alimentação pode ajudar a emissão de carbono. De um lado o valor nutricional relativo e de outro a emissão. Enquanto a carne vermelha tem um grau elevado de emissão (beef no gráfico), alguns peixes possuem um valor nutricional acima da média, mas sendo mais amigável com o ambiente. Crustáceos capturados na natureza não são recomendados. 

Os dados não incluem as emissões após a "produção", como refrigeração e transporte.