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16 outubro 2009

Vale e o Governo

Talvez a notícia econômica do dia seja a operação que o Governo Federal está fazendo para "cercar" a Vale. Eliane Cantanhêde, da Folha de São Paulo (Boa coisa não sai daí, 16/10/2009) diz que a operação está sendo feita em conjunto com o empresário Eike Batista e a Previ de Sérgio Rosa.

Cantanhêde lembra que a Vale aumentou o valor de mercado - o principal indicador de saúde financeira - de 8 bilhões, em 1997, para 125 bilhões. E o número de empregos, de 10 mil para 60 mil. A Vale irá pagar 2 bilhões de reais em dividendos, conforme notícia do Brasil Econômico (Vale paga mais R$ 2,5 bilhões para acionista, Gustavo Kahil)

Em outro texto do mesmo jornal (Lula desiste de tirar Agnelli, mas quer influir, 16/10/2009, Kennedy Alencar) informa que o presidente da República desistiu de brigar contra o Bradesco para derrubar o presidente da Vale. Agnelli, presidente da Vale, foi indicado pelo Bradesco por um acordo de acionistas.

Neste sentido, a proposta de taxação das exportações de minérios (Nova ameaça à Vale, O Globo, 16/10/2009, Eliane Oliveira e Gustavo Paul) é uma ameaça no jogo político.

Multa por falar demais

O empresário Eike Batista assinou um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pagará R$100 mil para encerrar um processo administrativo que corria no órgão. Ele respondia por ter dado entrevistas durante o processo de abertura de capital da sua empresa OGX Petróleo, em junho do ano passado. Nessa fase, do “período de silêncio”, os envolvidos na operação não podem se manifestar publicamente, até a divulgação do anúncio de encerramento, para não inflar os preços das ações e garantir que todos os investidores tenham igual acesso às informações. Se o processo fosse levado até o fim e Eike fosse condenado, poderia ter de pagar multa de até R$3,35 bilhões.

Eike, que tem uma fortuna avaliada em US$7,5 bilhões (R$12,75 bilhões) pela revista americana Forbes, não respeitou a norma da CVM sobre ofertas públicas e deu entrevista ao jornal “Valor Econômico”, publicada em 4 de abril de 2008, quando o empresário já estava tratando da abertura de capital com os bancos de investimento.

Na época, ele recebeu um alerta da CVM e se comprometeu a incluir a reportagem no prospecto da oferta, documento com mais de 500 páginas sobre a empresa, o que não foi feito. Para agravar a situação, no dia do lançamento das ações, Eike deu entrevista coletiva. (...)

Para se livrar de multa de R$3 bi por falar demais, Eike paga R$100 mil à CVM
O Globo - 16/10/2009 - 28
Henrique Gomes Batistae & Felipe Frisch

15 outubro 2009

Rir é o melhor remédio


Adaptado: Daqui

Teste #157

Este país adota uma medida interessante para cálculo das reservas dos bancos. Entretanto, suas instituições financeiras atualmente passam por problemas financeiros. Qual será este país?

Espanha
Islândia
Lituânia
Noruega

Resposta do Anterior: A ordem que foi apresentado. O Kama Sutra é o mais pirateado. Fonte: aqui

Links

Injustiça na distribuição do Nobel

Fotos do espaço do Google Earth

Economistas e o Prêmio Nobel de Economia: Ostrom não é o primeiro caso

AB Inbev continua fazendo caixa: venda de ativos na Europa Central

Imposto de Renda

Duas notícias sobre o imposto de renda. A primeira, que dois ministros cairam na malha fina:

Dilma e Mantega na malha fina
O Estado de São Paulo - 15/10/2009

Os ministros da Casa Civil, Dilma Roussef, e da Fazenda, Guido Mantega, admitiram ontem que foram apanhados na malha fina do Imposto de Renda. (...)

“No meu caso específico, são duas as observações da Receita. A primeira observação é sobre o fato de que eu declarei que recebi uma renda e paguei o imposto devido, mas a pessoa que me pagou não declarou.” Quanto à segunda observação da Receita, Dilma disse que cometeu um erro técnico. “Preenchi incorretamente no campo, mas corretamente o valor. São duas observações de natureza laterais. Não devo imposto nenhum."(...)


A outra, o governo decidiu recuar e irá pagar a restituição do IR ainda este ano:

Governo recua e pagará restituição do IR este ano
O Globo - 15/10/2009
Martha Beck

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ordenou à Receita Federal que pague as restituições do Imposto de Renda (IR) de 2009 dos contribuintes até o fim do ano. A decisão foi tomada após o governo ter sido fortemente criticado, na semana passada, ao admitir que estava represando as restituições de pessoas físicas para cumprir as metas fiscais. Como a arrecadação está em queda há dez meses consecutivos, o Tesouro tinha a intenção de usar cerca de R$1,5 bilhão dos recursos destinados à devolução de impostos aos contribuintes para fazer o superávit fiscal primário (economia de dinheiro para o pagamento de juros da dívida pública). (...)

Bônus

Bancos nos EUA voltam a pagar bônus
O Globo - 15/10/2009

NOVA YORK. Levantamento realizado pelo jornal “Wall Street Journal” com 23 instituições financeiras americanas revelou que os maiores bancos, fundos e corretoras americanas devem destinar US$140 bilhões este ano em compensações financeiras. A pesquisa mostra que a prática voltou, apesar das pressões da Casa Branca e da crise financeira global que abalou os mercados.

Só o JPMorgan, por exemplo, pretende pagar US$29 bilhões em compensações financeiras e benefícios a seus empregados, o equivalente a 28% da receita prevista para o ano. O banco separou US$8,79 bilhões para pagamento de salários e benefícios nos primeiros nove meses do ano, o equivalente a 38% da receita no período. Já o Morgan Stanley deve destinar 70% da receita para este fim no mesmo período.

O “Journal” também revelou que nove ex-diretores da filial europeia do banco americano Lehman Brothers — que quebrou no ano passado, levando ao agravamento da crise financeira global — estão exigindo o pagamento de mais de US$100 milhões, que estaria estipulado em seus contratos. No grupo, estão os co-diretores das atividades do banco na Europa e Oriente Médio, Riccardo Banchetti e Christian Meissner, que reclamam respectivamente US$26,04 milhões e US$17,3 milhões. Eles argumentam que receberam a promessa de remunerações diferenciadas ou a opção por ações, em alguns casos cinco anos antes da falência do banco.

O “Financial Times” afirmou, citando um relatório do governo americano divulgado ontem, que até uma assistente de cozinha da AIG recebeu o chamado “bônus de retenção” de US$7.700 em março deste ano. A seguradora argumenta que o pagamento de bônus são necessários para reter empregados na empresa.