Rede global que atende multinacionais

Do Financial Times:

[O novo líder da KPMG] foi forçado a admitir que os auditores da KPMG enganaram os reguladores que inspecionaram a qualidade de seu trabalho na Carillion. A empresa foi multada em um valor recorde de £21 milhões pelo Financial Reporting Council (FRC), o órgão regulador de contabilidade do Reino Unido, devido a "falhas exemplares" em sua auditoria. Separadamente, a KPMG foi multada em £14,4 milhões por ter deliberadamente enganado o FRC e também resolveu um processo de £1,3 bilhão movido pelos liquidatários da Carillion por uma quantia não divulgada.

Sobre isso, Francine McKenna lembra que quando uma empresa Big 4 falha, é usado um argumento que o braço da firma de auditoria em  um país é independente dos demais. Mas, segundo ela: 

Eles ignoram que as firmas-membro das Big 4 em centros econômicos são parte inextricável de uma rede global que atende multinacionais. As firmas nacionais não operam em um vácuo local.

No dia seguinte, acordamos com a notícia de que um contador da Macy's supostamente escondeu quase US$150 milhões em despesas de entrega ao longo de um período de três anos.

O auditor da Macy's? KPMG, desde 1988.

Transferências especiais: “PIX” para quem?

No início de dezembro, foi divulgado o resultado do 29º Prêmio Tesouro de Finanças Públicas.

Entre os laureados, destacamos com grande alegria o nosso estimado amigo e leitor assíduo do blog, Glauber Barbosa, a quem estendemos nossas calorosas congratulações.

O artigo premiado de Barbosa, intitulado "Transferências Especiais: “PIX” para quem?", pode ser acessado na íntegra: aqui.

Segue o resumo:

O estudo teve o objetivo de analisar os repasses da União para os demais entes federativos por meio das transferências especiais no período de 2020 a 2023. A pesquisa aborda o funcionamento dessas transferências, conhecidas como "Emendas PIX", desde sua criação até sua operacionalização, discutindo aspectos de accountability e transparência. A metodologia incluiu uma análise descritiva com abordagem qualitativa e quantitativa, com base em informações disponíveis nos portais de informações públicas do Governo Federal. Os resultados revelaram que essas transferências totalizaram R$ 13,06 bilhões, beneficiando estados e municípios de todas as unidades da federação, com maior prevalência nas regiões Nordeste e Sudeste. O estudo observou uma expansão do uso das transferências especiais, em termos de valores e beneficiários, reforçando a tese de utilização para exercer influência política. Além disso, identificou-se ineficiências em accountability e transparência, confirmando os conflitos previstos pela Teoria da Agência. O Congresso Nacional e o Tribunal de Contas da União implementaram medidas para aprimorar a prestação de contas e facilitar a fiscalização, promovendo maior controle social.

O que o GPT sabe sobre o blog? - 2

O professor César perguntou ao ChatGPT: "O que o GPT sabe sobre o blog?" e a resposta esta nesta postagem: aqui. 

Fiz a mesma pergunta e recebi duas possíveis versões: 

 Resposta 1: O "Contabilidade Financeira" é um blog brasileiro dedicado a discutir temas relacionados à contabilidade, finanças e economia. Fundado em 2006, o blog aborda uma variedade de assuntos, incluindo análises de séries históricas, discussões sobre normas contábeis, fraudes, história da contabilidade e finanças pessoais. 

O blog é mantido por César Tibúrcio, professor da Universidade de Brasília (UnB), e conta com a colaboração de outros autores. Além do conteúdo principal, o "Contabilidade Financeira" possui perfis em redes sociais, como o Facebook e o Threads, ampliando o alcance de suas publicações. 

 Recentemente, o blog publicou um artigo intitulado "O que o GPT sabe sobre o blog?", explorando o conhecimento de modelos de linguagem sobre seu próprio conteúdo. 

Com uma abordagem abrangente e atualizada, o "Contabilidade Financeira" se consolidou como uma fonte relevante de informações para profissionais e estudantes da área contábil e financeira no Brasil. 

Resposta 2: O "Contabilidade Financeira" é um blog brasileiro dedicado a temas de contabilidade, finanças e áreas correlatas. Fundado pelo professor César Augusto Tibúrcio Silva, o blog oferece análises, notícias e discussões relevantes para profissionais, estudantes e interessados no campo contábil.

O blog aborda uma variedade de tópicos, incluindo:

Análises de Séries Históricas: Apresenta estudos sobre indicadores econômicos ao longo do tempo, como a diferença entre taxas de juros e crescimento econômico desde o século XVI.

Ciência Comportamental: Discute iniciativas como a NudgeRio, a primeira unidade governamental de ciência comportamental do Brasil, que busca melhorar a vida dos cidadãos por meio de soluções baseadas em "nudges".

Paradoxo de Jevons: Explora como avanços tecnológicos, embora destinados a aumentar a eficiência, podem levar ao aumento no consumo de recursos e na carga de trabalho, aplicando o conceito ao contexto contábil.

Além do conteúdo informativo, o blog promove a integração da comunidade contábil por meio de iniciativas como o "Amigo Secreto dos Blogs de Contabilidade", que reúne blogueiros da área para troca de experiências e fortalecimento de laços profissionais.

O "Contabilidade Financeira" é reconhecido por sua contribuição significativa ao debate contábil no Brasil, oferecendo conteúdo atualizado e relevante para a comunidade.

Além do professor César Tibúrcio, o blog conta com a colaboração de outros autores, como Isabel Sales e Pedro Correia, que contribuem regularmente com conteúdos diversos.

O blog também mantém presença em redes sociais, como o Facebook e o Threads, ampliando seu alcance e interação com o público.


A própria ferramenta já se ajustou conforme as observações da postagem anterior.

Curadores usaram recurso para comprar Rolex

Uma instituição de caridade britânica, chamada Muffin Pug Rescue, operava com o objetivo de cuidar de cães da raça Pug, recebendo doações para isso. Contudo, uma investigação revelou que a entidade deixou de apresentar suas contas desde 2016. O órgão regulador abriu uma apuração formal em 2022 e encontrou várias irregularidades.

Os curadores da instituição, Kristine Lovelady e Declan Poole, foram desqualificados e proibidos de assumir qualquer cargo em instituições de caridade. Algumas das revelações feitas na investigação confirmaram a aplicação inadequada dos recursos da instituição.

Em janeiro de 2021, Lovelady e Poole chegaram a contratar uma empresa de contabilidade. No entanto, a firma rescindiu o contrato em agosto de 2022, alegando que a instituição não forneceu informações corretas. Um mês depois, outra empresa foi nomeada e conseguiu identificar erros graves nas informações financeiras entre 2017 e 2022. Além de uma dívida com a Receita Federal Britânica, foi descoberto que os antigos gestores utilizaram recursos da instituição para comprar um Rolex de 7 mil libras, além de realizarem outras compras em lojas de roupas e restaurantes. Vale lembrar que se trata de uma instituição cujo propósito é cuidar de cães da raça Pug. A notícia da compra do Rolex ganhou destaque na imprensa britânica.

Os antigos curadores alegaram que haviam feito empréstimos à instituição, mas não há provas que sustentem essa afirmação. Por outro lado, foi constatado que Lovelady utilizou recursos da instituição para importar cães da China e para alugar uma casa familiar por 2 mil libras mensais, onde alguns cães eram alojados, assim como os próprios curadores. O pai de Poole também morava na residência e recebia pagamentos por “serviços de motorista”.

Apesar das investigações, a instituição continua em operação. Houve uma mudança no nome — agora chamada de Pug Life Rescue — e a administração foi transferida para novos curadores.

Fonte aqui

Austrália exige a divulgação completa de relatórios país a país

Do blog de Richard Murphy

A Austrália tornou-se o primeiro país do mundo a exigir a divulgação pública completa de relatórios país a país.

Os relatórios país a país para empresas multinacionais revelam como essas empresas podem estar utilizando e abusando de paraísos fiscais, transferindo seus lucros para esses locais e, assim, evitando o pagamento de impostos.

Por que isso é relevante para mim? Porque fui eu [Richard Murphy] quem criou o conceito de relatório país a país em 2003.

Também fui um dos principais autores da versão deste padrão para a Global Reporting Initiative, que serve de base para a exigência de divulgação na Austrália.

O comentário australiano sobre a legislação está disponível aqui, e

CFC e sua participação nos comitês internacionais de contabilidade

Do site do CFC:

A entidade participa de uma série de comitês, compostos por profissionais da contabilidade especializados, indicados pela entidade, que analisam documentos e desenvolvem os conteúdos das contribuições.

Quando as consultas são provenientes do International Accounting Standards Board (Iasb), o CFC participa da construção das sugestões por meio do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) do qual participa por meio de representantes. Somente de fevereiro a novembro de 2024, o grupo desenvolveu e enviou dez conteúdos. Essas contribuições podem ser conferidas aqui. 

Para os documentos disponibilizados pelo International Sustainability Standards Board (ISSB) e outras entidades relacionadas à sustentabilidade, o Conselho participa com comentários por meio de dois representantes no Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS). Para acessar as contribuições enviadas, clique aqui.    

A autarquia também trabalha para desenvolver cartas técnicas voltadas para a área pública. Dessa forma, para as normas internacionais de contabilidade aplicada ao setor público, o CFC elabora respostas para o International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB). Isso é feito por meio do Comitê Permanente para Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CP CASP). Veja os documentos aqui.

Leitor não especializado prefere poesia gerada pela IA

Uma pesquisa mostrou que a Inteligência Artificial está fazendo poemas que foram avaliados, por leitores não especializados, mais favoravelmente em termos de ritmo e beleza. Eis o resumo:

À medida que os textos gerados por IA continuam a evoluir, torna-se cada vez mais difícil distingui-los dos conteúdos escritos por humanos. Este estudo examinou se leitores não especializados poderiam diferenciar de forma confiável entre poemas gerados por IA e aqueles escritos por poetas humanos renomados. Realizamos dois experimentos com leitores de poesia não especializados e descobrimos que os participantes tiveram um desempenho abaixo do nível de chance ao identificar poemas gerados por IA (46,6% de precisão, χ²(1, N = 16.340) = 75,13, p < 0,0001). Notavelmente, os participantes eram mais propensos a julgar poemas gerados por IA como sendo escritos por humanos do que os poemas realmente escritos por humanos (χ²(2, N = 16.340) = 247,04, p < 0,0001). Descobrimos que os poemas gerados por IA foram avaliados mais favoravelmente em qualidades como ritmo e beleza, o que contribuiu para que fossem erroneamente identificados como de autoria humana. Nossos achados sugerem que os participantes utilizaram heurísticas compartilhadas, mas falhas, para diferenciar poesia de IA da humana: a simplicidade dos poemas gerados por IA pode ser mais fácil de entender para não especialistas, levando-os a preferir poesia gerada por IA e a interpretar erroneamente a complexidade dos poemas humanos como incoerência produzida por IA.