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15 dezembro 2024

Humildade do cientista e confiança na ciência

Eis a tradução do resumo (feita pelo GPT):

A confiança pública nos cientistas é crucial para a nossa capacidade de enfrentar ameaças à sociedade. Aqui, em cinco estudos pré-registrados (N = 2.034), avaliamos se as percepções sobre a humildade intelectual dos cientistas afetam a confiabilidade percebida dos cientistas e de suas pesquisas. No estudo 1, descobrimos que considerar os cientistas como mais humildes intelectualmente estava associado a uma maior percepção de confiabilidade nos cientistas e a um maior apoio a crenças baseadas na ciência. Em seguida, demonstramos que descrever um cientista como tendo alta (versus baixa) humildade intelectual aumentava a percepção de confiabilidade do cientista (estudos 2–4), a crença em suas pesquisas (estudos 2–4), as intenções de seguir suas recomendações baseadas em pesquisa (estudo 3) e o comportamento de busca por informações (estudo 4). Também demonstramos que esses efeitos não foram moderados pelo gênero (estudo 3) ou pela raça/etnia do cientista (estudo 4). No estudo 5, testamos experimentalmente abordagens de comunicação que os cientistas podem usar para transmitir humildade intelectual. Esses estudos revelam os benefícios de se perceber os cientistas como intelectualmente humildes em tópicos de ciência médica, psicológica e climática.

14 dezembro 2024

Em defesa das revisões sistemáticas

Na área de contabilidade, há uma excessiva valorização de "novas" pesquisas, enquanto revisões sistemáticas são frequentemente deixadas de lado ou subvalorizadas. Periódicos e congressos aceitam facilmente "novas" pesquisas sobre temas já conhecidos, mas com mudanças sutis na amostra ou nos modelos estatísticos. Em contrapartida, as revisões sistemáticas tendem a ser recusadas, com argumentos como "falta de profundidade", "falta de criatividade" e "pouca contribuição". Talvez isso realmente ocorra com alguns estudos.


No entanto, a revisão sistemática na contabilidade é muito mais útil do que se acredita. Veja um exemplo: um regulador deseja alterar uma norma contábil. Um resumo crítico que reúna todas as pesquisas relevantes realizadas pode destacar os principais problemas que precisam ser considerados na norma. Essa abordagem é tão evidente que alguns reguladores já adotaram a prática de realizar revisões sistemáticas antes de começar a discutir uma nova norma.

Essa ideia tem sua origem em Archie Cochrane, epidemiologista e médico britânico (1909-1988), que defendia a saúde baseada em evidências, com o uso de ensaios clínicos randomizados para determinar a eficácia de tratamentos médicos. Seu trabalho inspirou a criação da Cochrane Collaboration, em 1993, cuja finalidade é realizar revisões sistemáticas na área de saúde. Uma das consequências das revisões é que pesquisas individuais inconclusivas podem ser sintetizadas, resultando em conclusões definitivas. No entanto, esse processo não é simples.

A Cochrane Library contém mais de 9.000 revisões sistemáticas na área de medicina. Muitas dessas revisões derrubam mitos ou ajudam a construir verdades. Em contraste, áreas como a educação recebem menos atenção nesse sentido, conforme destaca Tim Harford. A Campbell Collaboration, uma organização similar na área de educação, conta com apenas 231 revisões sistemáticas.

Na contabilidade, a situação parece ser ainda mais desafiadora. As revisões sistemáticas existentes não estão reunidas em um único lugar e, frequentemente, resultam de esforços individuais. Considere uma questão relativamente simples: há benefícios na adoção de normas internacionais por parte de um país? Existem revisões sistemáticas que abordam esse tema, mas a ausência de uma organização como a Cochrane Collaboration na área contábil impede que uma pergunta tão relevante tenha uma resposta abrangente e de alta qualidade.

13 dezembro 2024

NudgeRio

A NudgeRio é a primeira unidade governamental de ciência comportamental do Brasil. E seria mais uma entre as 200 existentes no mundo, sendo 50 baseadas no governo local, segundo dados da OCDE. A entidade deseja melhorar a vida dos cidadãos do Rio de Janeiro usando os conhecimentos do empurrão (nudge) para desenvolver soluções. 

Durante o período do G20, que ocorreu no Rio de Janeiro, a Nudge Rio organizou a Conferência Latino-Americana sobre Ciência Comportamental. O evento reuniu pesquisadores, profissionais e tomadores de decisão locais. 

Um pequeno relato foi feito no Behavioral Scientist. 

R-g entre 1500 a 2023

A diferença de r-g é relevante para as decisões de investimento e para o estudo da economia de uma maneira geral. O "r" corresponde a taxa de juros, enquanto o "g" seria o crescimento. Um estudo coletou uma série histórica do r-g entre 1500 e os anos atuais. O gráfico é um resumo visual do resultado:

Eis o resumo da pesquisa:

Apresentamos novas séries de longo prazo de r-g ao longo de séculos para as principais economias do sistema financeiro internacional. Por meio de uma ampla variedade de abordagens econométricas, incluindo construções ajustadas por duração, demonstramos evidências sólidas de estacionariedade de tendência nessas séries. Embora confirmemos a estacionariedade de tendência, encontramos evidências robustas de uma grande ruptura estrutural no primeiro terço do século XX.

Uma tendência secular de queda em r-g parece ter se estabilizado por volta de 1930, e, desde então, r-g tem mostrado alta volatilidade acompanhada por uma clara pressão de alta: notavelmente, embora as taxas de juros reais ainda possam parecer favoravelmente baixas, as taxas de crescimento agregado estão em declínio nas economias avançadas desde o período entre guerras, criando pressões seculares sobre r-g e a sustentabilidade da dívida.

Nossos resultados contrastam com grande parte da literatura recente e sugerem a necessidade de muito mais cautela ao assumir tendências benignas na sustentabilidade da dívida pública global. Ao mesmo tempo, ao incluir elementos mais arriscados dos retornos de capital, os dados sustentam o aumento estrutural da "eficiência dinâmica".

Associamos a principal inflexão da década de 1930 ao estabelecimento e crescimento dos estados de bem-estar social nas economias avançadas, bem como ao aumento expressivo dos gastos não relacionados à defesa e aos juros.

O texto completo está aqui

Paradoxo de Jevons

Um artigo, "Tech on the Treadmill: Jevons Paradox and the Rise of Accounting" chama a atenção para o fato de que os avanços tecnológicos, embora destinados a aumentar a eficiência do trabalho, o que inclui a contabilidade, podem levar a um aumento no consumo de recursos e na carga de trabalho. Isso ocorre devido ao Paradoxo de Jevons, que sugere que melhorias na eficiência de uso de um recurso podem resultar em maior consumo desse recurso. 


Jevons percebeu, no século XIX, que isso ocorria com o carvão. Na situação contábil, com as recentes inovações tecnológicas, ao invés de existir uma redução no trabalho, pode aumentar a quantidade de tarefas a serem realizadas. 

Rir é o melhor remédio

 

Síria. Fonte: aqui

12 dezembro 2024

Por que nenhuma empresa trilionária está sendo criada na Europa?

do Marginal Revolution


Segundo um artigo recente de Olivier Coste e Yann Coatanlem, dois investidores franceses, essas respostas perdem o ponto central: o motivo pelo qual mais capital não é direcionado para ideias de alto risco na Europa é que o custo do fracasso é alto demais.

Coste estima que, para uma grande empresa, realizar uma reestruturação significativa nos EUA custa à companhia aproximadamente dois a quatro meses de salário por trabalhador. Na França, esse custo médio é de cerca de 24 meses de salário. Na Alemanha, 30 meses. No total, Coste e Coatanlem estimam que os custos de reestruturação sejam aproximadamente dez vezes maiores na Europa Ocidental do que nos Estados Unidos.

Considere um exemplo simples. Duas grandes empresas estão avaliando se devem ou não buscar uma inovação de alto risco. A probabilidade de sucesso é estimada em uma chance em cinco. Se tiverem sucesso, elas obtêm um lucro de $100 milhões, e o investimento custa $15 milhões.

Uma das empresas está na Califórnia, onde, se a inovação fracassar, o custo da reestruturação é de $1 milhão. A outra empresa está na Alemanha, onde a reestruturação é 10 vezes mais cara, custando $10 milhões (uma estimativa conservadora).

O valor esperado desse investimento na Califórnia é um lucro de $5 milhões. Na Alemanha, o valor esperado é um prejuízo de $3 milhões.