Translate

12 dezembro 2024

Por que nenhuma empresa trilionária está sendo criada na Europa?

do Marginal Revolution


Segundo um artigo recente de Olivier Coste e Yann Coatanlem, dois investidores franceses, essas respostas perdem o ponto central: o motivo pelo qual mais capital não é direcionado para ideias de alto risco na Europa é que o custo do fracasso é alto demais.

Coste estima que, para uma grande empresa, realizar uma reestruturação significativa nos EUA custa à companhia aproximadamente dois a quatro meses de salário por trabalhador. Na França, esse custo médio é de cerca de 24 meses de salário. Na Alemanha, 30 meses. No total, Coste e Coatanlem estimam que os custos de reestruturação sejam aproximadamente dez vezes maiores na Europa Ocidental do que nos Estados Unidos.

Considere um exemplo simples. Duas grandes empresas estão avaliando se devem ou não buscar uma inovação de alto risco. A probabilidade de sucesso é estimada em uma chance em cinco. Se tiverem sucesso, elas obtêm um lucro de $100 milhões, e o investimento custa $15 milhões.

Uma das empresas está na Califórnia, onde, se a inovação fracassar, o custo da reestruturação é de $1 milhão. A outra empresa está na Alemanha, onde a reestruturação é 10 vezes mais cara, custando $10 milhões (uma estimativa conservadora).

O valor esperado desse investimento na Califórnia é um lucro de $5 milhões. Na Alemanha, o valor esperado é um prejuízo de $3 milhões.

Gukesh é o novo campeão mundial de xadrez

Como alguém que adora assistir a partidas de xadrez ao vivo, acompanhei ao longo das últimas semanas a disputa entre Ding e Gukesh pelo título mundial de xadrez. Talvez meu entusiasmo não tenha sido tão intenso desta vez, em razão da ausência do melhor jogador de todos os tempos, o norueguês Magnus Carlsen. Diante da falta de um concorrente à sua altura, do cansaço representado pela preparação para um título e de seu maior interesse por outras atividades, incluindo o xadrez rápido, Carlsen simplesmente deixou a disputa de lado há dois anos. Isso levou o título a ser decidido entre o chinês Ding e o russo Nepomniachtchi, com vitória de Ding.

Agora, Ding estava colocando o título novamente em disputa. No torneio de candidatos, fortes desafiantes se enfrentaram, mas o favorito Caruana, o segundo melhor do mundo, e Nakamura, o terceiro, não venceram. O resultado coube ao jovem indiano Gukesh, de apenas 18 anos. Na verdade, há tempos o xadrez mundial tem sido dominado pelo país asiático. Jogadores de alto nível não faltam para dar continuidade à herança de Anand, ex-campeão mundial, que ainda hoje compete, ocupando um honroso 10º lugar entre os melhores do mundo. Anand preparou seus sucessores, como Erigaisi (21 anos, atualmente 4º no ranking mundial), Pragga (17 anos, 14º no mundo, com um futuro brilhante), Aravindh (23º), e Vidit (24º). Assim, a Índia conta com seis jogadores entre os 25 melhores do mundo.


Entre o torneio de candidatos e a disputa pelo título passaram-se alguns meses. O desempenho de Ding nesse período não foi muito bom, e alguns chegaram a apontar Gukesh como amplo favorito. Ding iniciou o confronto com 2728 de rating, contra 2783 de Gukesh, uma diferença de 55 pontos — comparável à diferença entre Gukesh e Carlsen (2783 contra 2831). Contudo, logo na primeira partida, Ding venceu. O empate veio na terceira, com uma vitória do indiano. Na 11ª partida, Gukesh tomou a liderança, mas na seguinte o chinês venceu, deixando o confronto empatado novamente.

Na manhã de hoje, tivemos a 14ª partida, com o placar ainda igualado. Essa seria a última partida disputada no formato clássico. Caso permanecesse empatada, partidas rápidas seriam jogadas no dia seguinte até que houvesse um vencedor. Ding é considerado um jogador de rápidas superior a Gukesh, o que tornava a disputa ligeiramente favorável ao chinês.


A partida estava no 55º lance, em equilíbrio, quando Ding ofereceu a troca de torres, prontamente aceita pelo indiano. Com um peão a mais e bispos de mesma cor no tabuleiro, a análise feita pelos computadores indicou que o equilíbrio da posição, antes avaliado em -0,5, desapareceu. A nova análise mostrava uma vantagem de -3,37 para as pretas, o que equivale a uma vantagem de mais de três peões — algo enorme em partidas de alto nível. Após a troca de torres, três lances depois, Ding reconheceu a derrota.

Gukesh chorou ao conquistar o título. Há um vídeo na internet em que um garoto indiano, o próprio Gukesh, diz que gostaria de ser o mais jovem campeão mundial de xadrez. Alguns anos depois, o sonho do garoto tornou-se realidade. Parabéns ao novo campeão mundial!

Os intangíveis na contabilidade

A questão dos intangíveis ainda permanece como um problema para a contabilidade financeira moderna. A frustração leva-nos a pensar, como alardeia Baruch Lev, que estamos vivendo o fim da contabilidade, que não consegue registrar esse ativo tão importante. Ao mesmo tempo, observamos uma paralisia nos reguladores, que sequer conseguem decidir se os intangíveis devem ou não ser amortizados.


O resultado é que o tratamento contábil atual para os intangíveis é muito limitado. Geralmente, reconhecemos os desembolsos com uma máquina, mas não fazemos o mesmo com a construção de uma marca. Observe que, quando há uma aquisição de uma empresa, podemos ativar a diferença entre o valor pago e o contábil. Já quando a empresa investe na construção de sua marca, isso é levado diretamente ao resultado. Para piorar, os ágios pagos nas aquisições são registrados em datas distintas.

É importante notar que a questão dos intangíveis é uma questão de mensuração. Há muito tempo sabemos de sua existência, mas temos dificuldade em medi-los.

Um relatório do IVSC, uma entidade preocupada com a mensuração, trouxe uma reflexão sobre a necessidade de ajustar os padrões contábeis para tornar os ativos intangíveis mais tangíveis. O relatório, denominado Perspective Paper, apresenta as principais descobertas sobre os intangíveis, classificando-os em quatro tipos: capital humano, valor de marca, tecnologia e dados.

É importante salientar que o documento defende não somente que valores sejam reconhecidos no balanço, mas também que exista um mecanismo para transferir ao resultado os valores que não irão mais gerar riqueza futura para a entidade, através do processo de amortização.

Entretanto, apesar de o documento citar algumas possibilidades para diferentes situações, a impressão que temos após sua leitura é que ainda não há um método eficaz para promover a ativação de itens relacionados aos principais intangíveis. Ou seja, a promessa de tornar o intangível mais tangível parece bastante distante. É cansativo ler que um dos pontos levantados seja o tradicional “precisamos de mais informações”. Acredito que já temos informações demais. Talvez devêssemos começar sugerindo a capitalização das despesas com publicidade ou, então, a amortização dos ágios. O que talvez não seja viável é esperar enquanto presenciamos o fim da contabilidade.

Chat GPT no judiciário argentino

Em Buenos Aires, o Ministério Público adotou o ChatGPT para redigir sentenças em casos administrativos e tributários, substituindo o sistema PROMETEA, lançado em 2017. O PROMETEA era um sistema de IA que previa sentenças padronizadas com 90% de precisão, aumentando a produtividade em até 300%. No entanto, exigia constantes treinamentos para novas categorias de crimes, o que tornou seu uso menos viável a longo prazo. 


Com o ChatGPT, o tempo para redigir sentenças foi reduzido de uma hora para cerca de 10 minutos. Desde maio, foram redigidas 20 sentenças, todas revisadas por advogados. A nova ferramenta tem democratizado o acesso à IA generativa, mas também gerado preocupações sobre privacidade de dados, possíveis vieses e "alucinações" do modelo, que podem levar a informações falsas em cerca de 17% dos casos.

Especialistas destacam a necessidade de maior alfabetização digital para o uso responsável da IA. O Ministério Público está desenvolvendo processos de anonimização para proteger dados sensíveis e considera manter o PROMETEA em casos críticos, como violência doméstica e questões de gênero, devido à sua menor margem de erro. Para muitos, a transição representa um avanço global, mas traz desafios éticos e técnicos que exigem atenção contínua.

Rir é o melhor remédio


 quando você precisa do emprego...

Os cassinos e o ambiente controlado

Na internet, os sites de compras são cuidadosamente projetados para estimular o consumo. No entanto, estratégias como essa já eram utilizadas nos cassinos, onde o ambiente é meticulosamente preparado para maximizar os gastos dos jogadores.


Uma das estratégias adotadas pelos cassinos é a ausência de janelas e relógios. O objetivo é fazer com que os jogadores percam a noção do tempo, incentivando-os a permanecer mais tempo jogando.

Embora pareça estranho, já que muitas pessoas possuem relógios em seus celulares ou dispositivos eletrônicos, há indivíduos que não utilizam relógios ou os deixam inacessíveis. Para esses casos, a ausência de luz natural e de referências externas ajuda a criar uma ilusão temporal. Além disso, outros elementos trabalham em conjunto com essa estratégia, como cores cuidadosamente escolhidas, a disposição dos serviços e o barulho constante das máquinas.