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07 outubro 2024

Receita nominal e receita real na Levi Strauss

A empresa Levi Strauss, fabricante do legendário jeans, não tem apresentado um volume de vendas razoável nos últimos anos. Veja o gráfico abaixo:

 

Se a empresa tivesse mantido as vendas de 1996, em termos reais, as receitas da Levi Strauss hoje seriam de 14 bilhões. No entanto, as demonstrações financeiras da empresa mostram um valor de 6 bilhões, que está abaixo do valor de 1996, mesmo em termos nominais. A meta da empresa era atingir entre 9 e 10 bilhões até 2027, mas a nova CEO, Michelle Gass, já afirmou que isso provavelmente não acontecerá.

A concorrência e a redução das margens de lucro, atualmente em 6%, são problemas.

Caroline Ellison, da FTX, é condenada a dois anos de prisão

A fraude da FTX tornou-se bastante conhecida por envolver política, tecnologia e contabilidade. A empresa foi criada para atuar no mercado de criptomoedas, mas acabou sendo um fiasco. A principal figura da empresa, Sam Bankman-Fried, era o queridinho da mídia e de alguns políticos democratas. Filho de professores universitários, Sam foi apontado como o grande responsável pelo escândalo.

Agora, a principal testemunha de acusação, Caroline Ellison, ex-executiva da empresa e também ex-namorada de Sam, foi condenada a dois anos de prisão. Apesar de colaborar com a justiça, o juiz entendeu que ela também deveria cumprir uma pena de prisão.

04 outubro 2024

Vorfreude

A palavra alemã refere-se ao prazer da antecipação. Vor quer dizer antes e freude é felicidade. Ou seja, é o prazer que temos antes de algo ocorrer. Não é algo novo, mas em Dinheiro Feliz já tem uma dica sobre como usar isso em nosso favor. Veja a figura:

A compra de uma passagem para férias na praia traz felicidade a partir do momento que clicamos confirmar no site da empresa aérea. A figura está na chuva, mas sonha com o sol da praia. 

Uma consequência do Vorfreude é que pode reduzir nossas memórias negativas. Mas é importante lembrar que Vorfreude não se aplica somente a grandes eventos, mas também a festas, encontros com os amigos, a possibilidade de deliciar com uma nova iguaria, o próximo jogo de futebol, a próxima postagem do blog (não resisti), entre outras coisas.


Responsabilidade limitada, má conduta profissional e transparência


A profissão contábil é regulada pelos próprios profissionais. Será que isso é o mais adequado e consegue evitar que pessoas ruins estejam na profissão. As pesquisas em outras áreas sugere  que não. O exemplo pode ser obtido aqui.

Eis a tradução do resumo do artigo:

A teoria existente sugere que os profissionais são ineficazes em regular o trabalho de seus colegas, especialmente quando se trata de disciplinar má conduta, devido às normas profissionais de coleguismo. Em resposta, medidas de transparência foram implementadas ao longo dos anos para aumentar a responsabilidade em relação a públicos externos importantes, como o público em geral, e garantir que os profissionais responsabilizem seus pares culpados por má conduta. Poucos estudos, no entanto, investigaram suficientemente como os profissionais disciplinam a má conduta de colegas diante de medidas de transparência. Obtivemos acesso às deliberações internas de um conselho médico estadual sobre como disciplinar médicos culpados de prescrição excessiva de opioides, colocando a saúde pública em risco. Descobrimos que, mesmo nos casos mais graves, o conselho predominantemente evitou implementar ações disciplinares rigorosas, apesar das amplas medidas de transparência. Nossos dados nos permitiram teorizar o que chamamos de "responsabilidade limitada", que se refere a indivíduos encarregados de responsabilizar atores culpados por sua má conduta, instituindo apenas uma disciplina limitada. Encontramos quatro mecanismos que restringiram o exercício da responsabilização: assimetrias de informação entre órgãos reguladores, ineficiências burocráticas do aparato disciplinar, crenças profissionais compartilhadas entre os tomadores de decisão e emoções interpessoais entre os tomadores de decisão e os profissionais culpados, que são responsáveis por disciplinar. Descobrimos que esses mecanismos operam nos níveis de campo, ocupacional, organizacional e interpessoal, respectivamente. Utilizando um contexto de estudo altamente relevante, nossos achados sugerem que, quando a má conduta profissional é disciplinada por membros da mesma ocupação, a responsabilidade limitada é o resultado mais provável, mesmo com amplas medidas de transparência em vigor.