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18 setembro 2024

Congresso da UnB irá acontecer na próxima semana

Neste ano, o Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de Brasília (CCA/UnB) promoverá a 10ª edição do Accounting and Governance Conference (10th UnBAGC) e a 7ª edição do Congresso de Iniciação Científica (7th UnBAGCSI.

O UnBAGC é um congresso internacional realizado em Brasília, que conta com a presença de alunos e professores da graduação, especialização, mestrados e doutorados da área contábil. Participam do evento professores internacionais e respeitados nomes da área profissional, sejam como palestrantes ou congressistas. Ou seja, é uma ocasião perfeita para troca de ideias, networking, aprendizado e integração da área acadêmica e profissional.

O evento acontecerá nos dias 25 a 27 de Setembro, na Finatec, onde serão apresentados e discutidos 70 artigos científicos, 11 projetos de tese, no Consórcio Doutoral, além de dois painéis temáticos e um workshop.

As sessões plenárias contarão com a presença de:

Palestra Magna (Palestra Internacional)

Tema: Accounting for the circular economy
Palestrante: Cristiana Parisi (Copenhagen Business ;
Mediadoras: Profa. Patrícia Guarnieri (ADM/UnB) e Profa. Beatriz Fátima Morgan (CCA/UnB) 


Plenária 1 (Palestra Internacional)
Tema: Corporate externalities transactions and reporting model
Painelista: Piotr Staszkiewicz (Collegium of Business Administration, Warsaw School of Economics)
Mediador: Prof. Roberto Carlos Klann (FURB) e Prof. Paulo Roberto Barbosa Lustosa (CCA/UnB)


Plenária 2 (Palestra Internacional)
Tema: CPA – Exame de Suficiência
Palestrantes: Joseph Ugrin (Head of the Accounting Department – University of Northern Iowa) e Gabriel Dickey (University of Northern Iowa)
Mediadora: Profa. Mariana Guerra (CCA/UnB)


Plenária 3 (Palestra Internacional)
Tema: Can the Stock Market Capitalize R&D Expenditures? (when firms aren’t mandated to)
Painelista: Paul Zarowin - New York university
Mediador: Amaro Luiz de Oliveira Gomes (Former IFRS Member) e Prof. Jorge Katsumi Niyama (CCA/UnB)



Plenária 4 (Palestra Internacional – simultâneo: Setor Público)
Tema: Public sector accounting and accountability: a public value(s) perspective
Palestrante: Enrico Bracci - University of Ferrara
Mediadores: Prof. Henrique Portulhak (UFPR) e Profa. Araceli Cristina de Sousa Ferreira (UFRJ)

Para mais informações sobre o evento, acessar os trabalhos que serão apresentados, bem como das edições anteriores, acesse nosso site:  <unbagc.unb.br>

Estamos bastante animados com a organização comemorativa dessa 10ª edição e esperamos contar com vossas presenças, para enriquecer ainda mais nosso ambiente de discussões.

17 setembro 2024

Falência da Companhia de Lucros Reaes - Parte 4

 Depois de divulgar o balanço e a proposta de liquidação da empresa, a diretoria convocou uma assembleia geral extraordinária. Não teve sucesso na primeira vez, nem na segunda, conforme o texto do Correio Paulistano da época:

A terceiro convocação chegou logo depois:

No dia 8 de maio, há uma pequena nota informando que terrenos da empresa estavam sendo vendidos para uma oficina Tramway da Cantareira. 

Aqui fazemos um longo salto temporal: de 1893 para 1897. A empresa ainda estava em liquidação:

Outro anúncio, ano depois, similar a este:

Também este:

Fim melancólico da empresa que queria ter lucros reais.






Falência da Companhia de Lucros Reaes - Parte 3

 Eis o parecer do Conselho Fiscal: 



Falência da Companhia de Lucros Reaes - Parte 2

 Sobre a Companhia de Lucros Reaes, eis o ativo da empresa:

Lembrando que a ordem do balanço na época era inversa, começando pelos terrenos. É possível notar o baixo montante de caixa e o grande valor da construção em andamento. A empresa não tinha um grande volume de dívidas, como é possível perceber no passivo: 



Falência da Companhia de Lucros Reaes

Em 1892, o Brasil estava no início da República. O império havia sido derrubado há três anos, e o presidencialismo buscava a estabilidade política e uma significativa mudança econômica. Se o imperador tinha poderes absolutos e promoveu o retrocesso econômico, o novo regime ainda se apoiava na base agrícola, especialmente no café, produzido em São Paulo e Minas Gerais.

O ministro da Fazenda, Rui Barbosa, implementou uma política ousada, até hoje controversa, que provocou uma expansão das empresas e resultou em um grande número de falências. Foi nesse contexto que surgiu a Companhia de Lucros Reaes. O nome chamou minha atenção enquanto eu pesquisava os arquivos do Correio Paulistano. Afinal, espera-se que todas as empresas tenham lucros reais. No entanto, essa empresa apareceu e desapareceu rapidamente nesse curto período de tempo. Em 1891, no final do ano, sendo uma empresa que alegava apresentar resultados concretos, convocou uma assembleia para "demonstrar, por meio de provas, o estado próspero da Companhia".

Quase um ano depois, Vautier divulga, no mesmo jornal, na edição 10.935, os balanços da empresa, referentes ao ano de 1892. No entanto, o mais surpreendente é a proposta de liquidação da empresa. A companhia informa que não pode apresentar um resultado satisfatório por diversas razões. No texto que acompanha as informações contábeis, a diretoria esclarece que havia planos de investimentos em máquinas e utensílios, mas a ausência de capital — ou, mais precisamente, a aparente recusa dos investidores em aportar recursos na empresa — acabou interrompendo o planejamento.

A diretoria pensou em fazer um empréstimo para obter os recursos. Mas recua, diante dos prováveis elevados encargos. Na parte final do documento, o anúncio, com adaptações para o português atual:

Não podendo, portanto, a Companhia prosseguir sem o capital necessário para os seus edifícios e máquinas e também o funcionamento das oficinas provisórias (...) a diretoria entende que a Companhia deve ser dissolvida e nomeada uma comissão liquidante. 

Parece que os lucros não eram tão reais assim...