Translate

08 setembro 2024

Sobre o mercado editorial

Veja como funciona o mercado editorial no exterior. Pesquisadores realizam seus trabalhos originais, financiados por iniciativas privadas, dinheiro público, entre outros. Após concluírem seus estudos, enviam os artigos para periódicos acadêmicos, geralmente com fins lucrativos. Esses periódicos revisam os trabalhos utilizando mão de obra gratuita, ou seja, os próprios pesquisadores. Se o artigo é aceito, os autores precisam pagar uma taxa de publicação, que é ainda maior se quiserem que o artigo fique em "acesso aberto". Posteriormente, as universidades compram esses artigos por meio de assinaturas de periódicos. É um sistema injusto, no qual as editoras científicas são as grandes beneficiadas.




Apesar das falhas, esse ciclo é difícil de ser rompido. As editoras atuam de forma rigorosa contra qualquer tentativa de burlar o sistema. Para quem deseja mais detalhes, veja a história de Aaron Swartz

Defensor da cultura livre, Swartz contrapôs-se à prática adotada pelo repositório JSTOR, de remunerar as editoras e não remunerar os autores, cobrando pelo acesso aos artigos e limitando esse acesso à comunidade acadêmica. Em 2011, foi preso pela polícia do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT) sob acusações de invasão, depois de conectar seu computador à rede da universidade em um armário aberto e não sinalizado e configurá-lo para baixar sistematicamente artigos acadêmicos do repositório JSTOR, usando uma conta de usuário fornecida pelo próprio MIT para seu uso pessoal. Em seguida, promotores federais o acusaram de transmissão eletrónica para a prática de fraude, além de crime de invasão de computadores, sujeito a uma pena máxima acumulada de até 1 milhão de dólares em multas, 35 anos na prisão e confisco de bens.

Swartz rejeitou um acordo onde ele ficaria preso por seis meses em uma prisão federal. Dois dias depois da promotoria negar uma contraproposta feita por ele, foi encontrado enforcado em seu apartamento no Brooklyn, em um aparente suicídio. Após a sua morte, a promotoria federal de Boston retirou as acusações.

Uma reação ao controle das editoras surgiu com os sites de pré-impressão, onde os pesquisadores podem arquivar suas pesquisas antes de serem capturadas pelos periódicos. No entanto, as grandes editoras reagiram. A Elsevier, por exemplo, comprou a SSRN. Outro exemplo é o Sci-Hub, que disponibiliza artigos gratuitamente, ajudando cientistas a acessar textos de forma livre.
No passado, houve uma reação contra essa situação através de boicotes. A Universidade da Califórnia anunciou o corte de assinaturas da Elsevier  , seguido pelo MIT . Anos depois, ambas as instituições parecem não sentir falta do acesso a esses periódicos. Um relato recente mostra o caso do MIT. Como está a situação do MIT ?

Estão se saindo bem. Se alguém no MIT precisa de um artigo da Elsevier, geralmente pode consegui-lo pedindo diretamente ao pesquisador por e-mail, baixando de sites de pré-impressão ou até do site do próprio pesquisador. Quando isso não funciona, o empréstimo entre bibliotecas permite que outras instituições enviem os artigos em um ou dois dias. Para necessidades urgentes, a biblioteca compra o acesso a artigos individuais por meio de um serviço sob demanda.


E como isso afeta a pesquisa no Brasil? Algumas áreas acadêmicas brasileiras têm forte conexão com o exterior, o que faz com que o país pague altos valores para garantir que seus pesquisadores tenham acesso aos artigos internacionais. Embora o custo seja menor comparado a outros países, o Brasil, sendo mais pobre, continua favorecendo as grandes editoras.

Em algumas áreas, como a contabilidade, existe uma cultura de acesso aberto nos periódicos nacionais. No entanto, com a expansão da internet e a pressão por publicações, o número de periódicos aumentou excessivamente. Com o tempo, muitos passaram a atrasar suas publicações, e alguns até deixaram de operar. A Capes tem sido vista como vilã ao forçar a publicação em periódicos que seguem métricas estrangeiras. Para os periódicos locais, isso significa obter o “aval” de entidades que cobram taxas elevadas. Sem recursos, esses periódicos tendem a se concentrar em poucos títulos ou fechar. Já existem casos de periódicos comprados por entidades com fins lucrativos. Para sobreviver e serem citados, alguns exigem que os artigos sejam traduzidos para o inglês, com o custo arcado pelo pesquisador.
Além disso, a qualidade do atendimento aos autores tem piorado, e é cada vez mais comum um artigo demorar mais de um ano para obter resposta de um periódico nacional. Recentemente, tive um artigo que levou 500 dias e passou por cinco revisões antes de ser rejeitado. Esse prazo é muito longo no meio acadêmico, além de ser desrespeitoso para o pesquisador.

Diante desse cenário, publicar no exterior acaba sendo uma opção mais atraente, mesmo que custe mais de mil dólares para publicar um artigo.

Como medir o impacto líquido de um bilionário?

De um comentário sobre o livro Billionaire Nerd Savior King:

Bill Gates tem mais de 200 funcionários que gerenciam as casas de sua família, fazendas de cavalos, refeições, segurança, jatos e viagens. Outros 150 estão focados em gerenciar sua fortuna pessoal, juntamente com os ativos de sua fundação. Mas esse não é o único tipo de ajuda que ele tem à sua disposição: ao longo do livro, Das faz referência às dezenas de profissionais de relações públicas, especialistas em criação de conteúdo e consultores de estilo que trabalham em sua equipe pessoal, na fundação ou em outros lugares do reino de Gateshood – todos os quais estão no negócio de nos fazer perceber Gates e os tópicos que o cercam, da maneira que ele deseja. 


Ou seja, a reputação é um bem comprável. Se você tem um sentimento geralmente caloroso e confuso sobre Bill Gates e seu trabalho de filantropia, vale a pena examinar de onde vem esse sentimento. Foi a partir de um artigo de notícias? Um publicitário provavelmente agendou a entrevista com um jornalista amigável. Foi um post no blog que ele escreveu? Gates tem escritores e editores fantasmas à mão para polir aqueles para ele. Um vídeo do YouTube? Editado. Um podcast? Preparado com treinamento de mídia e entrevistas simuladas. Esta não é uma prática nefasta, mas é industrial. E é algo que precisamos considerar sempre que calculamos quem era Gates. Ele é um produto de mídia, afinal – não apenas uma pessoa. 

Recomendo a leitura do texto para responder a pergunta do título do post. Mas certamente a mensuração do impacto líquido será influenciada por este grande número de funcionários que Gates tem a disposição. 

05 setembro 2024

Os melhores episódios de séries

A revista Rolling Stones divulgou a relação dos melhores episódios de séries de todos os tempos. São 100 episódios, mas a presença do The Office americano (mas não o inglês) e a ausência de Narcos pode levantar suspeita da qualidade. Você pode conferir no link. Mas o episódio de melhor qualidade é ...


O poder da televisão dramática, plenamente realizado. A maior vantagem desse meio sobre o cinema é a quantidade de tempo que temos para passar com os personagens e suas histórias, episódio após episódio, ano após ano. Muitos dos episódios desta lista têm tanto impacto justamente por conhecermos tão bem os personagens e os conflitos naquele ponto. Nenhum é tão devastador, ou tão meticulosamente preparado, quanto "Ozymandias", a hora em que todas as coisas terríveis que Walter White (Bryan Cranston) fez ao longo de mais de cinco temporadas finalmente explodem em seu rosto. Tio Jack (Michael Bowen) e sua gangue de neonazistas matam Hank (Dean Norris) e roubam o dinheiro de Walt. Skyler (Anna Gunn) e Flynn (RJ Mitte) se recusam a fugir com Walt, e quando ele vê o terror nos olhos deles diante do monstro em que se tornou — vê a verdade fria e cruel da sua situação, em vez da mentira que tem contado a si mesmo sobre ter feito todas essas coisas terríveis por sua família — ele sequestra a bebê Holly e foge. Até mesmo uma trama há muito adormecida — Jesse (Aaron Paul) descobriria que Walt foi responsável pela morte de Jane, e se sim, como reagiria? — tem um desfecho incrível quando Walt casualmente conta a Jesse sobre isso, apenas para torcer ainda mais a faca antes de deixar seu ex-parceiro para ser morto (ou assim ele pensa) pelos capangas de Jack. "Ozymandias" (escrito por Moira Walley-Beckett e dirigido por Rian Johnson) lidera nossa lista não só por como constrói em cima do que veio antes, mas por ser uma hora de narrativa perfeita por si só, repleta de momentos inesquecíveis: Hank dizendo a Walt que Jack decidiu matá-lo 10 minutos atrás; as calças perdidas de Walt do episódio piloto reaparecendo no momento mais baixo de seu dono; uma Skyler desesperada gritando na rua após Walt roubar sua filha; e tantos outros. O melhor de todos os tempos. —A.S.

As maiores empresas do mundo por empregados (e do Brasil também)

As maiores empresas do mundo por empregados:


1. Walmart - 2.100 mil

2. Amazon - 1.525

3. Foxconn (Taiwan) - 826,6

4. Accenture - 750

5. Volkswagem - 656,1

6. Tata Consultancy Services - 601,5

7. DHL Group (Deutsche Post) - 594,9

8. BYD - 570,1

9. Compass Group (Reino Unido) - 550

10. Jingdong Mall (China) - 517,1

E agora a relação do Brasil:

62. JBS - 270 mil

265. BRF - 100 mil

327. Banco do Brasil - 86 mil

355. Assai - 80 mil

392. Banco Bradesco - 74,2

408. Multiplan - 70,4

444. Hapvida - 66

513. Raia Drogasil - 57,3

531. Santander - 55,2

563. Simpar - 51 mil

(Bem interessante a presença de algumas empresas na lista acima)

As maiores empresas do mundo em Receita (e do Brasil também)

As maiores empresas do mundo em volume de receita:


1. Walmart - 657,33 bilhões

2. Amazon - 604,33

3. Saudi Aramco - 495,35

4. Sinopec (China) - 473,53

5. PetroChina - 430,65

6. Berkshire Hathaway - 402,87

7. Apple - 385,60

8. UnitedHealth - 381,25

9. CVS Health (EUA) - 363,24

10.  Volkswagen - 350,67

E as brasileiras são:

18. JBS - 281,46

122. Petrobras - 78,37

260. Vale - 42,05

375. Itau Unibanco - 30,42

386. Banco do Brasil - 29,78

464. Ultrapar Participações - 25,17

538. Atacadão - 22,0

597. Banco Bradesco - 19,77

746. Ambev - 15,77

850. Braskem - 13,73

As maiores empresas do mundo em lucro (e do Brasil também)

A relação das maiores empresas do mundo em termos de lucro é a seguinte:


1. Saudi Aramco - 228,37 bilhões de dólares

2. Apple - 121,62 bilhões

3. Microsoft - 107,78

4. Alphabet (Google) - 101,82 

5. Berkshire Hathaway - 88,9 

6. JP Morgan Chase - 68,78

7. Meta - 60,64

8. ICBC (China) - 58,25

9. Amazon - 56,85

10. China Construction Bank - 53,91

Isto totaliza um lucro somado de 947 bilhões de dólares.Eis a relação das empresas brasileiras:

48. Petrobras - 19,22

93. Vale - 12,74

124. Banco do Brasil - 9,93

146. Itau Unibanco - 8,78

469. Ambev - 3,28

502. BTG Pactual - 3,12

509. Itausa - 3,09

513. Banco Santander Brasil - 3,05

662. Nu Holdings - 2,27

721. Rede D'Or São Luiz - 2,06

As maiores empresas do mundo em valor de mercado (e as dez maiores do Brasil)

 

A imagem mostra a relação das dez maiores empresas por valor de mercado. As cinco primeiras são da área de tecnologia e dos Estados Unidos. Somam 18 trilhões de dólares de valor de mercado. A primeira empresa da América do Sul é a Mercado Libre, com 102 bilhões de valor de mercado. A empresa argentina está na posição 156. A Petrobras está logo abaixo, com valor de mercado de 93 bilhões de dólares, na posição 181. A seguir, na ordem, temos:

276. Nu Holdings - 68 bilhões

307. Itau Unibanco - 61 bilhões

426. Vale - 45,87

484. WEG - 40,64

546. Ambev - 36,96

652. BTG Pactual - 30,38

663. Banco do Brasil - 29,91

693. Banco Bradesco - 28,68

908. Banco Santander Brasil - 21,18

A soma das empresas brasileiras corresponde a 455 bilhões de dólares de valor de mercado. Um pouco acima da Mastercard (valor de mercado de 441 bilhões e 19a. posição). Nas dez maiores, seis são do setor financeiro. Isto não deveria ser normal.