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23 junho 2024

Mapas

 

 O site de David Rumsey é um paraíso para quem gosta de história e mapas. Para se ter uma ideia, digitando Brazil aparece 1370 resultados, desde o descobrimento até os dias atuais.

Métricas de avaliação em pesquisa

A newsletter do Zeppelini Editorial, de 8 de fevereiro, trouxe uma discussão importante sobre métricas de impacto em artigos científicos. Eis o texto a seguir: 

Métricas de impacto na avaliação de artigos científicos, um processo a ser repensado

Avaliar pesquisas científicas é uma prática essencial para garantir a qualidade e a relevância dos avanços no conhecimento humano. No entanto, a maneira como este processo é conduzido tem sido objeto de intenso debate na comunidade acadêmica. Entretanto, as [métricas] desempenham um papel significativo, mas nem sempre positivo, no processo de avaliação de pesquisas.

O fator de impacto, uma das métricas mais amplamente utilizadas, foi originalmente concebido para avaliar a importância relativa dos periódicos científicos com base no número médio de citações que seus artigos recebem.

Porém, ao longo do tempo, o fator de impacto tornou-se um indicador de prestígio e status, influenciando não apenas o comportamento dos pesquisadores, mas também as políticas editoriais e as decisões de financiamento das pesquisas.

Um dos principais problemas associados ao uso desta ferramenta na avaliação das pesquisas é sua tendência em favorecer determinadas áreas do conhecimento em detrimento de outras. Ele é calculado com base no número de citações recebidas por uma revista em um determinado período, e as áreas que tradicionalmente geram mais publicações e citações tendem a ser beneficiadas, enquanto campos emergentes ou menos populares são marginalizados.

Além disso, o fator de impacto muitas vezes não leva em consideração a qualidade intrínseca dos artigos publicados em uma revista. Um artigo altamente citado não necessariamente indica que ele é de alta qualidade ou relevante para a comunidade científica. Isso levanta preocupações sobre a validade do fator de impacto como um indicador confiável da excelência da pesquisa.

Outro efeito prejudicial é a existência de pressão sobre os pesquisadores para publicar em revistas com alto fator de impacto. Esta “cultura” pode levar a uma homogeneização da pesquisa, com os autores preferindo temas e abordagens mais propensos a atrair citações, em vez de seguir suas próprias intuições científicas.

As métricas de impacto também têm sido criticadas por sua influência sobre o financiamento das pesquisas. Agências de fomento e instituições acadêmicas frequentemente usam este aspecto como um dos critérios para distribuir recursos, o que pode levar a uma alocação desigual de financiamento e reforçar as disparidades existentes entre diferentes áreas do conhecimento.


Diante desses desafios, é essencial explorar opções mais abrangentes e justas para medir a qualidade e a relevância dos artigos científicos. Uma abordagem promissora é a adoção de métricas alternativas, a exemplo do Altmetrics, que levam em consideração uma gama mais ampla de indicadores, incluindo menções em mídias sociais, downloads e visualizações online, entre outros.

É ainda fundamental promover uma cultura de avaliação mais qualitativa, que considere não somente o número de citações, mas também a originalidade, o rigor metodológico e o impacto social e prático da pesquisa. Contudo, tamanha transformação requer uma mudança na mentalidade de autores, editores e publishers e das instituições acadêmicas e agências de fomento.

Uma alternativa interessante é o movimento em direção ao acesso aberto e à transparência na comunicação científica. Ao tornar os resultados livremente disponíveis para todos, ampliam-se o alcance e o impacto da pesquisa, permitindo que ela seja avaliada com base em critérios mais amplos e democráticos. (...)

Foto: Detroit evening times., September 23, 1945.

18 junho 2024

Rir é o melhor remédio

Uma empresa de contadores queriam envolver seus funcionários em um esforço de eficiência para que todos entendessem a necessidade de ter cuidado com o dinheiro da empresa.
 

Ela introduziu um mecanismo de sugestão e prometeram um prêmio de 100 euros para a melhor sugestão a cada mês - em termos de uma medida simples de implementar a poupança de dinheiro.
 

O prêmio de 100 euros só foi concedido uma vez.
 

Ele foi para um funcionário que sugeriu reduzir o prêmio mensal para 50 euros.

(Baseado aqui)

Simulando trabalho

A notícia:


 O Wells Fargo demitiu mais de uma dúzia de funcionários no mês passado após investigar alegações de que eles estavam falsificando trabalho.

Os funcionários, todos da unidade de gestão de patrimônio e investimentos da empresa, foram “dispensados após uma revisão de alegações envolvendo simulação de atividade de teclado criando impressão de trabalho ativo”, de acordo com divulgações apresentadas à Autoridade Reguladora do Setor Financeiro (Finra).

Em complemento:

os dispositivos para jigging o mouse do seu computador explodiram durante a pandemia, quando dezenas de funcionários anteriormente não remotos de repente se viram trabalhando em casa. Embora certamente não tenha sido o caso de todos os trabalhadores de laptops por aí, muitos desses trabalhadores se viram com muito mais tempo em suas mãos do que anteriormente. Assim, várias ferramentas surgiram como um meio para algumas dessas pessoas para se certificar de que parecia que eles estavam trabalhando em dias inteiros.

17 junho 2024

Indexação de informações complexas

Demonstramos que as restrições cognitivos produzem injustiça na sua forma mais paradigmática: veredictos incorretos em julgamentos judiciais. Respondendo a um pedido de ajuda, realizámos um estudo de campo nos tribunais do trabalho mexicanos, no qual a pressão do tempo sobre os juízes os leva a cometer erros, muitos dos quais são objeto de recurso. Tudo o que fizemos foi indexar páginas a arquivos de casos aleatórios para ajudar os juízes a encontrar rapidamente informações relevantes. Não fizemos nenhuma outra alteração. Nosso tratamento reduziu muito os recursos bem-sucedidos, totalmente 50% em casos complexos, e resultou em opiniões judiciais mais curtas e mais pontuais. Estas conclusões já informaram reformas recentes nos procedimentos judiciais do trabalho no México e têm uma aplicabilidade mais ampla.

O texto completo está aqui. Será que o mesmo poderia acontecer com a justiça empresarial? 

Um caso de falência e o preço do ativo

A notícia é bem interessante:

Em maio os advogados responsáveis pela falência da FTX apresentaram um plano de reorganização que reembolsaria quase todos os clientes da corretora e também pagaria 18% de juros pelo período em que seus investimentos ficaram presos. Se a maioria dos credores e o juiz da falência concordassem, os cheques seriam emitidos dentro de dois meses.

Pelos padrões típicos de falência, esse é um ótimo acordo. Raramente todos os credores recebem em dinheiro, e alguns podem esperar anos para recuperar apenas uma fração de suas reivindicações. Mas nem todos os credores estão comemorando. Alguns estão insatisfeitos porque não receberão suas criptomoedas de volta.

Em vez disso, os ex-clientes serão reembolsados em dólares com base no valor de suas participações na época do pedido de falência da FTX em novembro de 2022, quando as criptomoedas estavam desvalorizadas pela crise da indústria que levou a empresa à ruína.

Desde então, o valor do bitcoin quase quadruplicou, assim como o de muitos outros tokens, cujos preços bateram recordes. Essa oportunidade foi perdida pelos investidores cujas criptomoedas ficaram presas na corretora.

A falência é sempre um caso atípico e no caso em questão os ativos foram pagos pelo preço histórico mais uma percentagem adicional. Mas os ativos se valorizaram e o preço atual é maior que o histórico. E se tivesse ocorrido o contrário? Provavelmente não haveria o pagamento, nem a reclamação.