Translate

05 junho 2024

Mais venda de ações da Aramco

 Na semana passada, a gigante de energia da Arábia Saudita, Saudi Aramco (ARMCO), confirmou em um documento à Bolsa da Arábia Saudita planos de vender ações da empresa estatal de petróleo para ajudar o reino a financiar planos para diversificar a economia. Bem, a venda ocorreu no domingo e foi um sucesso retumbante, com a venda de ações de US $ 12 bilhões esgotada logo após a abertura do acordo. O acordo ofereceu 1,545 bilhão de euros a ações da Aramco, ou 0,64% da empresa, dentro da faixa de preço de 26,70 riais a 29 riais. Os compradores das ações procurarão lucrar com um pagamento anual de US $ 124 bilhões que a Bloomberg Intelligence estima que dará às ações um rendimento de dividendos suculento de 6,6%.


Embora os detalhes da divisão entre acionistas locais e estrangeiros ainda não tenham surgido, os especialistas da indústria, sem dúvida, estarão aguardando ansiosamente a liberação em uma tentativa de avaliar a participação estrangeira nos ativos da Aramco. Os investidores estrangeiros ficaram em grande parte de fora da oferta pública inicial (IPO) da empresa em 2019, com investidores preocupados com a avaliação acentuada das ações. As ações da ARMCO caíram 14% no acumulado do ano para dar à empresa uma avaliação de US $ 1,8 trilhão, com produção diária estimada em 9,3 milhões de barris de óleo equivalente (boe). Para alguma perspectiva, a maior empresa de energia dos Estados Unidos, a Exxon Mobil (NYSE: XOM), tem um valor de mercado apenas um quarto dos da Aramco (US $ 451 bilhões), apesar de sua produção diária chegar a mais de 40% do 3,8o milhão de Aramco por dia).

A venda de ações da Aramco ocorre em um momento em que os preços do petróleo permanecem deprimidos, principalmente devido a preocupações com a fraca demanda global. O petróleo Brent para entrega em julho foi cotado em US $ 77,50 por barril na sessão intradiária de terça-feira, um nível que eles afundaram pela última vez no início de fevereiro. A venda do preço do petróleo é um sério golpe para a Arábia Saudita, considerando que o FMI estima que Riad exige um preço médio do petróleo de US $ 96,20 por barril para equilibrar seu orçamento, assumindo que a produção de petróleo mantenha estável perto de 9,3 milhões de barris por dia este ano.

Continue lendo aqui

Teclado QWERTY e o domínio da língua inglesa

Você já pensou no fato milagroso de que, apesar das inúmeras diferenças entre idiomas, praticamente todo mundo usa os mesmos teclados QWERTY? Muitas línguas têm mais ou menos de 26 letras em seu alfabeto – ou nenhum “alfabeto”, como o chinês, que tem dezenas de milhares de caracteres. No entanto, de alguma forma, todo mundo usa o mesmo teclado para se comunicar. (...)


Simplificando, metade da população da Terra usa o teclado QWERTY de maneiras que o teclado QWERTY nunca foi destinado a ser usado, criando uma maneira radicalmente diferente de interagir com computadores. (...)

Esse design centrado em inglês profundamente enraizado é o motivo pelo qual os métodos de entrada mainstream nunca se desviam muito dos teclados que todos conhecemos e amamos / odiamos. No mundo de língua inglesa, houve inúmeras tentativas de reimaginar a forma como a entrada de texto funciona. 

Leia o texto completo aqui. Veja que mesmo dentro das língua latinas há problemas: alguns teclados tornam difícil o uso de "ç" ou dos acentos. 

Sobre a questão do teclado e a contabilidade? Eu gosto de usar do exemplo do teclado como uma situação onde a padronização privada aconteceu e foi útil. Há três modelos de privatização: o privado, do setor público (como CPC, por exemplo, que considero dessa forma) e do terceiro setor (caso da Fundação IFRS). 

Evidências das Expectativas de Crescimento do PIB Real e Retornos de Ações

 Eis o resumo

We find that procyclical stocks, whose returns comove with business cycles, earn higher average returns than countercyclical stocks. We use almost a three-quarter century of real GDP growth expectations from economists’ surveys to determine forecasted economic states. This approach largely avoids the confounding effects of econometric forecasting model error. The loading on the expected real GDP growth rate is a priced risk measure. A fully tradable, ex-ante portfolio formed on this loading generates a procyclicality premium that is statistically significant, economically large, long-lasting over a few years, and independent of the size, book-to-market, and momentum effects.

Avançando nas normas do Terceiro Setor

Conforme já comentamos aqui, a Chartered Institute of Public Finance and Accountancy (CIPFA) está desenvolvendo um Guia para entidades sem fins lucrativos. Agora a entidade soltou um documento bastante amplo, com mais de 200 páginas, abrangendo muitos aspectos da contabilidade voltada para o terceiro setor. Mas percebi duas notas logo no início do documento que deixa mais claro que a norma não está sendo preparada ou endossada pelo IPSASB e pelo IASB. Nos documentos anteriores parecia existir uma insinuação de que a norma estava sendo apoiada pelas entidades. Era como se estas entidades estivessem delegado para o CIPFA a emissão de norma para o terceiro setor. Bom, agora isso ficou mais claro. A CIPFA usa as normas das entidades, especialmente de pequenas empresas, para construir seu texto. Reconhece esse uso logo no início do documento.

Em razão de usar as normas de pequenas e médias empresa, o documento informa o seguinte: 

O projeto IFR4NPO buscou opiniões, através de um Documento de Consulta emitido em janeiro de 2021, sobre a proposta de que o IFRS para PMEs seja utilizado como base para um único conjunto de orientações autorizativas para ONGs.

Considerando o feedback da consulta, estão sendo propostas adaptações ao IFRS para PMEs para criar a Orientação Internacional de Contabilidade para Organizações Sem Fins Lucrativos (INPAG), como uma orientação específica para relatórios financeiros de ONGs.

O primeiro Rascunho de Exposição foi focado no quadro geral para relatórios financeiros de ONGs e foi emitido em novembro de 2022. O segundo Rascunho de Exposição foi focado em questões contábeis chave e, em particular, na contabilidade de subsídios e doações, e foi emitido em setembro de 2023. O Secretariado do INPAG está atualmente considerando o feedback fornecido pelos respondentes.

Este novo documento tem um foco mais específico: 


No ED3, o foco está na apresentação das informações financeiras. Ele inclui novas seções sobre contabilidade de fundos, classificação de despesas e custos de captação de recursos. Também inclui uma nova seção sobre informações suplementares que estão vinculadas a um documento complementar – o Guia de Práticas INPAG 1 – Declarações suplementares (Guia de Práticas), que também é emitido para comentários como parte do ED3. Este Guia de Práticas fornece propostas para declarações suplementares que apoiam os requisitos de relatórios de stakeholders individuais, incluindo doadores. Há também uma atualização importante no ED3 relacionada à definição de patrimônio, bem como propostas para a adoção inicial do INPAG. Assim como o ED2, o ED3 inclui várias Seções que são atualizadas para mudanças de terminologia ou alinhamento, mas não são atualizadas por outras razões.

Particularmente acho que a Fundação IFRS faria um bom serviço endossando o documento que está sendo preparado. Afinal, a terceirização do serviço de emissão de norma pode ser uma proposta interessante para uma entidade que, mesmo com o aumento da sua estrutura, não tem condições de abarca todas as demandas dos interessados por normas. E a contabilidade de entidades sem fins lucrativos é importante demais para esperar a boa vontade dos burocratas da Fundação decidir por trabalhar no assunto. 

EFRAG continua tratando de sustentabilidade

O EFRAG saiu na frente na normatização das questões ambientais. Mesmo depois da criação do ISSB, que herdou as duas normas emitidas, de entidades que foram incorporadas, a entidade da Europa continua progredindo nessa área. Apesar do extenso marketing que encontramos sobre a ISSB, é preciso prestar atenção no que o EFRAG está fazendo. Afinal, uma norma internacional de sustentabilidade, sem o apoio da Europa, certamente carecerá de legitimidade. Nesse momento, o EFRAG emitiu padrões sobre materialidade e outros assuntos. Veja o resumo a seguir: 

 EFRAG has published three non-authoritative implementation guidance documents on European Sustainability Reporting Standards (ESRS): EFRAG IG 1 ‘Materiality Assessment’, EFRAG IG 2 ‘Value Chain’ and EFRAG IG 3 ‘ESRS Datapoints’.

IG 1 Materiality Assessment Implementation Guidance provides an illustrative materiality assessment process for entities and develops the concept of impact and financial materiality on examples, including how these concepts interact. It also contains FAQs on the double materiality assessment to provide practical implementation guidance on disclosing material impacts, risks and opportunities.

IG 2 Value Chain Implementation Guidance outlines the reporting requirements for value chain information, including the materiality assessment, policies and actions, and metrics and targets. It illustrates the reporting boundary for a group for sustainability reporting, including the concept of operational control in environmental standards. The IG also includes FAQs for further information and a 'value chain map' summarising value chain implications for each disclosure requirement across all ESRS.

IG 3 List of ESRS Datapoints includes all requirements in the complete first set of ESRS in an Excel format. The file contains additional information, such as the types of requirement (for example, quantitative or qualitative) or whether these are subject to transitional provisions. IG 3 has been published together with an explanatory note.

The EFRAG Secretariat has also published feedback statements that illustrate how the feedback received during the consultation period has been reflected in the final documents.

04 junho 2024

O Efeito da depreciação acelerada

Com objetivo de induzir a modernização do setor industrial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei que concede incentivo tributário para a troca de máquinas e equipamentos de empresas de determinados setores da economia. Segundo o Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o programa deve destinar R$ 3,4 bilhões em créditos financeiros para a renovação do parque fabril.

A legislação autoriza empresas a deduzirem do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) 50% do valor do equipamento adquirido no ano em que ele for instalado ou entrar em operação, e 50% no ano seguinte. Essa regra é definida como depreciação acelerada e só poderá ser aplicada para bens relacionados à produção ou comercialização de bens e serviços. (...)

(Fonte: aqui

Mas efetivamente, como a depreciação acelerada ajuda? O texto não esclarece. Basicamente, ao permitir a depreciação acelerada para fins tributários, a empresa poderá alocar até 50% do valor investido na máquina na demonstração que irá apurar o imposto de renda. Em lugar de depreciar por dez anos, o valor vai reduzir o tributo em dois anos apenas. Nos anos seguintes, não há valor a depreciar, indicando que o imposto será pago a mais. 

Veja um exemplo simples: 

 

Explicando os cálculos: Redução do imposto com DA = 34% x 1000 / 2

Redução de imposto sem DA = 34% x (1000/10) 

A redução do imposto de renda, com e sem Depreciação Acelerada é a mesma ao longo da vida útil do equipamento. O que muda é que a empresa paga menos imposto hoje com o incentivo. Geralmente nos primeiros anos de troca do equipamento, a redução no tributo pode ser um alívio para o caixa da empresa que fez o investimento. Mas o efeito ao longo de toda vida é o mesmo. 

E quanto maior a carga tributária efetiva da empresa, mais interessante será o benefício. Além disso, quanto maior o custo de oportunidade do dinheiro investido, mais atrativo é a medida. 

IA pode matar línguas regionais e dialetos locais

Eis que interessante. Um efeito inesperado da Inteligência Artificial pode ser matar as línguas regionais e os dialetos locais. 

A Indonésia tem mais de 700 línguas regionais e quase 800 dialetos em todo o seu vasto arquipélago. Mas mais de 400 dialetos estão em risco de extinguir-se no final do século 21, de acordo com pesquisadores. O governo recorreu à inteligência artificial para ajudar a preservar as línguas e torná-las mais acessíveis à população.


Modelos populares de grandes idiomas (LLMs), como o GPT da OpenAI, o Gemini do Google e o Llama da Meta são amplamente treinados em inglês, excluindo bilhões de pessoas que falam idiomas que não são comumente encontrados online. Os países que não falam inglês estão a tentar colmatar a lacuna através da construção dos seus próprios LLMs multilingues linguagens de baixo recurso — que são amplamente falados, mas não possuem muitos dados na internet —, bem como idiomas ameaçados de extinção.

“Estamos caminhando para o monolinguismo devido à globalização e à modernização, disse ao Ministério da Educação e Cultura Endang Aminudin Aziz, chefe da agência de desenvolvimento linguístico do Ministério da Educação e Cultura Resto do Mundo. . . “Estados trabalhando na revitalização das línguas para mantê-las longe da extinção. Tecnologia de IA e LLMs, eu acho, ajudarão.”

Para treinar LLMs, são necessárias grandes quantidades de dados de alta qualidade, incluindo livros, mídia e artigos acadêmicos, bem como repositórios de código público, como GitHub, e outros conjuntos de dados. Como estes são escassos nas línguas regionais, há preocupações sobre se os dados disponíveis representam melhor as culturas, disse Nuurrianti Jalli, professor assistente da escola de mídia da Universidade Estadual de Oklahoma Resto do Mundo. . . “Você tem que perguntar: De onde vem os dados? Quem está por trás dele?”

Isto é ainda mais importante num país onde a censura é galopante e a informação é rigidamente controlada pelo governo. Uma gama diversificada de fontes de dados é necessária para garantir que a saída LLMs’ seja inclusiva e imparcial, disse Jalli.