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12 maio 2024

Chatgpt é aprovado no Exame de suficiência

A partir de um artigo publicado recentemente, perguntei ao ChatGPT sobre o significado dele ter um desempenho melhor do que o ser humano em teste para habilitar a exercer uma profissão. Sua resposta foi: 

Quando se diz que o ChatGPT ou qualquer outro modelo de linguagem artificial teve um desempenho melhor do que estudantes em um exame para se qualificarem para exercer uma profissão, isso geralmente indica que o modelo de inteligência artificial (IA) foi capaz de responder às questões do exame com maior precisão ou eficácia em comparação aos humanos que também realizaram o teste. Isso pode ter várias implicações e considerações importantes:

1. **Capacidades do Modelo de IA**: Isso demonstra as fortes capacidades de processamento de informação e compreensão de linguagem natural que o modelo de IA, como o ChatGPT, possui. Ele pode analisar e processar grandes quantidades de dados rapidamente e fornecer respostas baseadas nesse conhecimento acumulado.

2. **Especificidade do Exame**: Os exames para qualificações profissionais frequentemente testam conhecimento específico e a capacidade de aplicar esse conhecimento de maneira prática. O sucesso de uma IA nesse tipo de exame sugere que ela pode ser treinada ou programada para entender e processar informações específicas da área em questão com alta eficiência.

3. **Limitações Humanas vs. IA**: Enquanto os seres humanos podem ser influenciados por uma variedade de fatores externos (como pressão do tempo, nervosismo, fadiga), um modelo de IA opera sem essas limitações, permitindo, potencialmente, uma performance mais consistente e focada.

4. **Implicações Éticas e Profissionais**: Embora um modelo de IA possa superar humanos em testes padronizados, isso não necessariamente se traduz em habilidade para praticar uma profissão com eficácia. As profissões frequentemente requerem julgamento humano, ética, empatia e habilidades interpessoais, que são áreas onde as IAs ainda não conseguem replicar completamente a complexidade das interações humanas.

5. **Futuro do Trabalho e Educação**: Esses resultados podem influenciar como as profissões são vistas em termos de qualificação e treinamento. Podem surgir discussões sobre a integração da IA em práticas profissionais, tanto como uma ferramenta de apoio quanto, potencialmente, substituindo certas funções, especialmente aquelas que são altamente técnica e repetitivas.

Em resumo, o ChatGPT ou outras IAs apresentarem um desempenho superior em exames profissionais destaca tanto as oportunidades quanto os desafios da crescente integração de tecnologias de inteligência artificial no ambiente de trabalho e educação. Contudo, a aplicabilidade prática dessas tecnologias em contextos reais de trabalho ainda requer uma análise cuidadosa e consideração das habilidades exclusivamente humanas que são essenciais para a maioria das profissões.

Bom, o artigo de Marcelo Machado de Freitas (UFSC), Jonatas Dutra Sallaberry (Universidade do Contestado), Thiago Bruno de Jesus Silva (Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia) e Fabrícia Silva da Rosa (UFSC) promove o debate. 

Eis o resumo:

No contexto dos problemas e tarefas do profissional contábil que podem ser otimizados com aplicações de Inteligência Artificial, a pesquisa teve por objetivo identificar e avaliar o desempenho da ferramenta ChatGPT, modelo GPT-4, na resolução de questões do Exame de Suficiência em Contabilidade, como proxy de problemas na atividade contábil. Para essa verificação aplicamos as questões de quatro edições do Exame no ChatGPT 4. Os resultados indicam aprovação nas quatro edições em que apenas 20 a 23% dos candidatos foram aprovados, enquanto o desempenho detalhado apontou 71% de acertos do ChatGPT frente a 44% dos candidatos.

A seguir o resultado por área: 

 

 

Os primeiros vencedores da corrida da IA

A grande aposta da Amazon de que a inteligência artificial poderia ser a base para sua próxima era de crescimento parece estar dando resultados: as ações da gigante da tecnologia estão em alta no pregão pré-mercado hoje, após seu lucro trimestral superar as expectativas dos analistas. Grande parte de seu crescimento veio de seu negócio de computação em nuvem, que potencializa o uso corporativo de IA.

Os resultados robustos, juntamente com os da semana passada de Microsoft e Alphabet, mostram que os investidores estão dispostos a tolerar grandes gastos com IA — pelo menos por empresas que fornecem as ferramentas e a infraestrutura para construí-la.

A Amazon relatou seus melhores resultados do primeiro trimestre, com cerca de 143 bilhões de dólares em receita total e cerca de 10 bilhões de dólares em lucro. Mais importante é o que aconteceu em sua divisão de nuvem, Amazon Web Services, que representa cerca de um quinto da receita total: as vendas aumentaram 17%, para 25 bilhões de dólares, enquanto a receita operacional disparou impressionantes 84%, para 9,4 bilhões de dólares.

A empresa não divulgou quanto dessa receita veio da IA, mas os executivos notaram um aumento na disponibilidade de tais serviços. (A Amazon investiu bilhões na startup de IA Anthropic e está tornando o chatbot de IA Q mais amplamente disponível via AWS.)

Wall Street aprova alguns tipos de gastos com IA. As ações da Microsoft e da Alphabet saltaram após seus relatórios de ganhos na semana passada, mas as da Meta caíram — apesar de todas as três anunciarem que gastariam muito mais com a tecnologia. (Amazon também gastará: Brian Olsavsky, seu CFO, disse aos analistas ontem que os 14 bilhões de dólares que sua empresa gastou em despesas de capital e aluguéis neste trimestre seriam o ponto mais baixo do ano.)


Uma grande diferença: Alphabet, Amazon e especialmente Microsoft relataram ganhos em seus negócios de nuvem, provavelmente devido ao aumento da demanda corporativa pelos serviços de computação para suportar suas aplicações de IA. Meta, cujas aplicações de IA são mais focadas em serviços voltados para o consumidor, provavelmente levará mais tempo para ver seus enormes investimentos na tecnologia compensarem.

Outros no setor de tecnologia também estão olhando para a infraestrutura de IA em busca de oportunidades. Os data centers são uma área de interesse. O gigante de private equity Silver Lake liderou um investimento de 6,4 bilhões de dólares este ano em um grande provedor de data centers, enquanto Alphabet, Amazon, Microsoft e Meta também estão investindo pesadamente em seus próprios centros.

As demandas energéticas da indústria são outro foco: Sam Altman, CEO da OpenAI, apoiou uma startup de fusão nuclear para fornecer mais eletricidade para alimentar os centros de IA.

Fonte: DealBook. Tradução e Imagem: ChatGPT

Condenação de bilionário

A notícia:

O ex-CEO da Binance foi condenado a quatro meses de prisão. Changpeng Zhao, que se declarou culpado por violação das regras de combate à lavagem de dinheiro, recebeu uma pena menor que os três anos recomendados pelos promotores. Com uma fortuna estimada em 33 bilhões de dólares, ele pode ser o detento federal mais rico da história dos EUA.


Para quem não lembra, a Binance, uma das maiores plataformas de trocas de criptomoedas, esteve em um grande problema legal há pouco tempo. Apesar de ser uma empresa nova, foi fundada em 2017, a Binance não conseguiu impedir que grupos terroristas e países com sanções nos Estados Unidos fizessem operações no seu site.

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui
 

Narciso e Endividamento


 
O resumo:

O objetivo deste artigo é investigar a influência dos traços de personalidade narcisista dos CEOs no endividamento das empresas brasileiras não financeiras listadas na B3. Pesquisas sobre os traços narcisistas têm como temática principal o impacto na rentabilidade das organizações. Desse modo, este trabalho visa preencher a lacuna da compreensão das implicações dos traços narcisistas dos CEOs nas decisões de endividamento das empresas e dos seus determinantes ao inserir uma característica psicológica. Esta pesquisa se torna relevante pois ajuda acadêmicos, profissionais de negócios e formuladores de políticas a identificarem padrões e tendências que possam alertar para possíveis crises financeiras. O impacto causado por este artigo está relacionado às evidências acerca dos efeitos que a contratação de CEOs narcisistas ocasionam no endividamento, pois compreender a interação entre o perfil do CEO e as escolhas financeiras da empresa pode fornecer orientações práticas para a gestão de riscos e tomadas de decisão informadas, contribuindo assim para o campo da estratégia empresarial e finanças corporativas. Foi utilizada uma amostra de 299 empresas não financeiras, analisadas de 2011 a 2020, com dados da base da Economatica, Relatórios Anuais, Relatos Integrados, Relatórios de Sustentabilidade e Relatórios da Administração. Para mensurar os traços de personalidade narcisista utilizou-se duas proxies, baseadas na assinatura e na proeminência da fotografia do CEO. O endividamento foi medido pelos indicadores: endividamento oneroso, total, de curto e longo prazo. Os resultados apontam que quanto maior os traços narcisistas dos CEOs maior será o endividamento das organizações, contribuindo para compreensão aprofundada dos fatores que influenciam as decisões financeiras das empresas, uma vez que identificar os fatores que levam a decisões arriscadas de endividamento pode permitir a implementação de medidas preventivas e estratégias de gestão de risco mais eficazes.

11 maio 2024

Convergência e a literatura acadêmica

Objetivo da pesquisa: Identificar e organizar as diversas posições, que podem ser observadas na área acadêmica, em relação à convergência das normas contábeis aplicáveis ao setor público (IPSAS). Enquadramento teórico: Este trabalho realiza uma revisão sistemática da literatura sobre as IPSAS, não estando relacionado a uma teoria específica.

Metodologia: Para alcançar o objetivo proposto foi realizada uma revisão sistemática, da literatura sobre convergência e IPSAS, nas bases Web of Science, Scopus e Scielo Citation Index, no período de 2005 a 2023. A seleção dos artigos utilizou o método ProKnow-C e o protocolo Prisma 2020 para organizar e apresentar os resultados.  

Resultados: Os resultados foram agrupados, conforme posicionamento dos autores em relação à convergência às IPSAS, onde foram identificadas três posições predominantes. Os trabalhos com posição neutra abordaram a convergência sem realizar uma crítica ou defesa das IPSAS. Os de posição favorável enfatizaram que as normas IPSAS permitem elevar a transparência, responsabilização e reduzir os níveis de corrupção, enquanto os de posições críticas questionaram a efetiva harmonização contábil, visto que muitos países não utilizam as IPSAS de forma inalterada, discutiram a influência e interesses de organismos internacionais e afirmaram que as IPSAS ferem a soberania nacional e provocam alteração na racionalidade dos governos, segundo princípios neoliberais de mercado.  

Originalidade: O trabalho sistematizou a posição adotada por trabalhos acadêmicos em relação às normas IPSAS.

 

Contribuições teóricas e práticas: Os achados suscitam o desenvolvimento de uma agenda de pesquisa, a fim de melhor compreender algumas questões como, por exemplo, a relação entre organismos financeiros internacionais e a disseminação das normas IPSAS, o papel das grandes empresas de auditoria, das organizações contábeis e da academia, assim como, a utilidade das normas IPSAS no processo de tomada de decisão.

Dois breves comentários

1. Agrupar em três posições não deixa de ser interessante, mas é controverso, dado que a "neutralidade" de um texto é sempre difícil. 

2. Foram 23 artigos analisados, a grande maioria com abordagem qualitativa.  

Para os interessados em discutir o assunto, pode ser um bom ponto de partida. Imagem do ChatGPT

Análise de sobrevivência e Lei de Acesso a Informação

O estudo "Da origem ao desfecho da solicitação: análise de sobrevivência aplicada ao contexto de acesso à informação pública" apresenta uma abordagem inovadora ao examinar a eficácia dos diferentes canais de comunicação usados para solicitar informações dos órgãos públicos no Brasil. Com uma equipe de pesquisa composta por Vitor Hideo Nasu, Breno Gabriel da Silva, Yana Miranda Borges e Brian Alvarez Ribeiro de Melo, o estudo utilizou uma ampla base de dados da plataforma Fala.BR, que contém 147.201 observações ao longo de um ano. A metodologia principal, a análise de sobrevivência, foi escolhida por sua adequação ao objetivo de medir o tempo até um evento específico: a resposta aos pedidos de informação. 

Os resultados do estudo indicam que a probabilidade de receber uma resposta diminui com o tempo, uma descoberta esperada, porém relevante. Interessantemente, foi observada uma variação significativa entre os canais de comunicação; por exemplo, os pedidos feitos pela Internet apresentaram um tempo de resposta mediano 45% maior em comparação aos pedidos presenciais. Contudo, é importante notar que a quantidade de casos presenciais analisados na pesquisa é relativamente pequena, o que poderia influenciar essa conclusão. 

O estudo sugere que os solicitantes devem cobrar respostas logo após o vencimento do prazo legal, considerando que a probabilidade de resposta diminui significativamente com o passar do tempo. Esta pesquisa é não só original como também interessante. No entanto, destaco aqui que tive dificuldade ao acessar o artigo: o texto deveria estar em PDF, o que não ocorreu, dificultando a leitura.