Objetivo da pesquisa: Identificar e organizar as diversas posições, que podem ser observadas na área acadêmica, em
relação à convergência das normas contábeis aplicáveis ao setor público (IPSAS).
Enquadramento teórico: Este trabalho realiza uma revisão sistemática da literatura sobre as IPSAS, não estando
relacionado a uma teoria específica.
Metodologia: Para alcançar o objetivo proposto foi realizada uma revisão sistemática, da literatura sobre convergência e IPSAS, nas bases Web of Science, Scopus e Scielo Citation Index, no período de 2005 a 2023. A seleção dos artigos utilizou o método ProKnow-C e o protocolo Prisma 2020 para organizar e apresentar os resultados.
Resultados: Os resultados foram agrupados, conforme posicionamento dos autores em relação à convergência às IPSAS,
onde foram identificadas três posições predominantes. Os trabalhos com posição neutra abordaram a convergência sem
realizar uma crítica ou defesa das IPSAS. Os de posição favorável enfatizaram que as normas IPSAS permitem elevar a
transparência, responsabilização e reduzir os níveis de corrupção, enquanto os de posições críticas questionaram a efetiva
harmonização contábil, visto que muitos países não utilizam as IPSAS de forma inalterada, discutiram a influência e
interesses de organismos internacionais e afirmaram que as IPSAS ferem a soberania nacional e provocam alteração na
racionalidade dos governos, segundo princípios neoliberais de mercado.
Originalidade: O trabalho sistematizou a posição adotada por trabalhos acadêmicos em relação às normas IPSAS.
Contribuições teóricas e práticas: Os achados suscitam o desenvolvimento de uma agenda de pesquisa, a fim de melhor
compreender algumas questões como, por exemplo, a relação entre organismos financeiros internacionais e a
disseminação das normas IPSAS, o papel das grandes empresas de auditoria, das organizações contábeis e da academia,
assim como, a utilidade das normas IPSAS no processo de tomada de decisão.
Dois breves comentários:
1. Agrupar em três posições não deixa de ser interessante, mas é controverso, dado que a "neutralidade" de um texto é sempre difícil.
2. Foram 23 artigos analisados, a grande maioria com abordagem qualitativa.
Para os interessados em discutir o assunto, pode ser um bom ponto de partida. Imagem do ChatGPT