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11 maio 2024

Convergência e a literatura acadêmica

Objetivo da pesquisa: Identificar e organizar as diversas posições, que podem ser observadas na área acadêmica, em relação à convergência das normas contábeis aplicáveis ao setor público (IPSAS). Enquadramento teórico: Este trabalho realiza uma revisão sistemática da literatura sobre as IPSAS, não estando relacionado a uma teoria específica.

Metodologia: Para alcançar o objetivo proposto foi realizada uma revisão sistemática, da literatura sobre convergência e IPSAS, nas bases Web of Science, Scopus e Scielo Citation Index, no período de 2005 a 2023. A seleção dos artigos utilizou o método ProKnow-C e o protocolo Prisma 2020 para organizar e apresentar os resultados.  

Resultados: Os resultados foram agrupados, conforme posicionamento dos autores em relação à convergência às IPSAS, onde foram identificadas três posições predominantes. Os trabalhos com posição neutra abordaram a convergência sem realizar uma crítica ou defesa das IPSAS. Os de posição favorável enfatizaram que as normas IPSAS permitem elevar a transparência, responsabilização e reduzir os níveis de corrupção, enquanto os de posições críticas questionaram a efetiva harmonização contábil, visto que muitos países não utilizam as IPSAS de forma inalterada, discutiram a influência e interesses de organismos internacionais e afirmaram que as IPSAS ferem a soberania nacional e provocam alteração na racionalidade dos governos, segundo princípios neoliberais de mercado.  

Originalidade: O trabalho sistematizou a posição adotada por trabalhos acadêmicos em relação às normas IPSAS.

 

Contribuições teóricas e práticas: Os achados suscitam o desenvolvimento de uma agenda de pesquisa, a fim de melhor compreender algumas questões como, por exemplo, a relação entre organismos financeiros internacionais e a disseminação das normas IPSAS, o papel das grandes empresas de auditoria, das organizações contábeis e da academia, assim como, a utilidade das normas IPSAS no processo de tomada de decisão.

Dois breves comentários

1. Agrupar em três posições não deixa de ser interessante, mas é controverso, dado que a "neutralidade" de um texto é sempre difícil. 

2. Foram 23 artigos analisados, a grande maioria com abordagem qualitativa.  

Para os interessados em discutir o assunto, pode ser um bom ponto de partida. Imagem do ChatGPT

Análise de sobrevivência e Lei de Acesso a Informação

O estudo "Da origem ao desfecho da solicitação: análise de sobrevivência aplicada ao contexto de acesso à informação pública" apresenta uma abordagem inovadora ao examinar a eficácia dos diferentes canais de comunicação usados para solicitar informações dos órgãos públicos no Brasil. Com uma equipe de pesquisa composta por Vitor Hideo Nasu, Breno Gabriel da Silva, Yana Miranda Borges e Brian Alvarez Ribeiro de Melo, o estudo utilizou uma ampla base de dados da plataforma Fala.BR, que contém 147.201 observações ao longo de um ano. A metodologia principal, a análise de sobrevivência, foi escolhida por sua adequação ao objetivo de medir o tempo até um evento específico: a resposta aos pedidos de informação. 

Os resultados do estudo indicam que a probabilidade de receber uma resposta diminui com o tempo, uma descoberta esperada, porém relevante. Interessantemente, foi observada uma variação significativa entre os canais de comunicação; por exemplo, os pedidos feitos pela Internet apresentaram um tempo de resposta mediano 45% maior em comparação aos pedidos presenciais. Contudo, é importante notar que a quantidade de casos presenciais analisados na pesquisa é relativamente pequena, o que poderia influenciar essa conclusão. 

O estudo sugere que os solicitantes devem cobrar respostas logo após o vencimento do prazo legal, considerando que a probabilidade de resposta diminui significativamente com o passar do tempo. Esta pesquisa é não só original como também interessante. No entanto, destaco aqui que tive dificuldade ao acessar o artigo: o texto deveria estar em PDF, o que não ocorreu, dificultando a leitura.

08 maio 2024

Rir é o melhor remédio

Hoje não é sobre rir, mas sobre as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Deixamos na seção do Rir para honrar a iniciativa de quem geralmente se propõe a nos fazer sorrir e que agora está na linha de frente, estimulando a participação de todos neste momento de apoio e reconstrução.

Estamos falando do perfil da Turma da Mônica, que publicou uma mensagem para incentivar as doações:


"A 1ª vez que o Cascão entrou na água foi em 1983 para ajudar vítimas das enchentes na região sul do país. Hoje ele volta à água para ajudar novamente”

"Em uma catástrofe como essa, toda ajuda é bem-vinda e até o Cascão sabe disso."

Há várias formas de doar e, para quem quiser sugestões, listamos algumas opções abaixo:


× A Força Aérea Brasileira (FAB) está recebendo donativos nas bases perto dos aeroportos: Galeão (RJ), Guarulhos (SP) e Brasília. Leia mais: aqui.

× O aeroporto de Porto Alegre está, neste momento (08/05), fechado. Todavia, as companhias aéreas Azul, Gol e Latam, que estão recebendo e transportando donativos, foram liberadas para utilizarem a base aérea da FAB em Canoas (RS). Leia mais: aqui.

× Há uma conta sendo divulgada pelo Governo do Rio Grande do Sul e, inclusive, foi a indicada pela Turma da Mônica. Conforme publicação do Governo do Estado do Rio Grande do Sul:
“A gestão e fiscalização dos recursos ficarão a cargo de um Comitê Gestor, presidido pela Secretaria da Casa Civil e composto por representantes de órgãos do governo e entidades sociais. Os recursos serão integralmente revertidos para o apoio humanitário às vítimas das enchentes e para a reconstrução da infraestrutura das cidades.”
 Leia mais aqui e aqui.

× Quanto a campanhas vinculadas a igrejas, há esta da católica Canção Nova e esta da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra Brasil).

× Uma manifestação que merece ser compartilhada é a do Ajuda – RS, que centralizou informações atualizadas sobre áreas afetadas e solicitações de socorro. No site há também indicações sobre o que e onde doar e, ainda, um cadastro para quem quiser se voluntariar.

07 maio 2024

Regras para Pagamento de Artigos Científicos


Para quem trabalha com artigos acadêmicos é relativamente comum receber e-mails convidando a publicar em um novo veículo. De vez em quando, após se sentir lisonjeado e controlar o entusiasmo inicial, passa-se a ler as letras miúdas e se deparar com o seguinte porém: custará uma bagatela de mil reais.

Agora, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (Capes), com a Portaria n° 120/2024, regulamentou um pouco a questão. A Capes irá custear essa taxa, desde que alguns requisitos sejam cumpridos. Dentre outros, apenas publicações em acesso aberto serão contempladas e os recursos serão transferidos diretamente, não passarão pelos pesquisadores.

O pagamento dessa Taxa de Processamento de Artigo (APC, em inglês), tem o propósito de promover o acesso à informação científica e tecnológica produzida no país e garantir a perpetuidade no acesso à produção científica e tecnológica nacional.

02 maio 2024

Relatório da Fundação IFRS 7

Em postagem anterior destacamos o aumento da receita. Em termos de contribuição, boa parte é originária das Américas (14 milhões de um total de 42, em 2023) e Europa (11,2, além de 5,8 do Reino Unido) e Ásia-Oceania (10,5). O interessante é que o ISSB passou a ser o grande atrativo, superando a arrecadação do Iasb. E ocorreu um grande salto na receita de licenciamento (quase 20 milhões ou 1/3 do total).


Relatório da Fundação IFRS 6

O Balanço da Fundação é composto de caixa (54% do ativo) e, ao contrário da DRE, não apresentou evolução.



Relatório da Fundação IFRS 5

No ano passado, a Fundação IFRS teve um desempenho - em termos de resultado - bem expressivo. Mas o lucro de 8.290 mil libras era decorrente do ganho da consolidação da Fundação VRF. No ano de 2023, a receita aumentou, de 48,7 milhões para 68,4 milhões ou 40%. Isso é bem expressivo e 10 milhões vieram de contribuições. 

Mas abrir tanto escritório em diversos locais e montar uma estrutura para o ISSB tem efeito nas despesas. As despesas operacionais também aumentaram de 48 milhões para 67,5, seguindo muito de perto a receita. 

Em outras palavras, a Fundação IFRS está bem próxima do lucro zero.

Eis a DRE da Fundação: