De acordo com dados do Statista’s Market Insights: Media & Advertising, a penetração dos e-books ainda está atrás da dos livros impressos na grande maioria dos países ao redor do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que 20 por cento da população comprou um e-book no ano passado, comparado a 30 por cento que compraram um livro impresso. A China é o único país dos estudados que viu a tendência oposta, com apenas 24 por cento das pessoas tendo comprado um livro impresso nos 12 meses anteriores à pesquisa, enquanto cerca de 27 por cento das pessoas compraram um e-book nesse período.
Fonte: aqui26 abril 2024
Etiqueta nutricional para periódicos
Um grupo de pesquisadores deseja que as editoras científicas exibam uma "etiqueta nutricional" nos artigos que inclua informações sobre o periódico (taxa de aceitação, por exemplo) e sobre o artigo (como o número de revisores e os interesses conflitantes dos autores).
Quase três quartos dos leitores que votaram em nossa pesquisa acharam que essas "etiquetas nutricionais" seriam úteis. Em termos do que deveria ser incluído, "o índice de citação é complicado, mas há alguma correlação com a qualidade geral do periódico", diz o biólogo molecular Simon Goodman.
As etiquetas poderiam ser expandidas para além dos dados que já estão disponíveis publicamente. "Eu quero algum tipo de métrica que capture se os revisores apenas disseram 'Sim, parece bom' ou se eles forneceram um feedback detalhado para um artigo", diz o economista Alexander Smith. "Eu só quero saber se um artigo foi tratado de forma indiferente ou não."
Houve algumas preocupações de que os periódicos tentariam manipular o sistema para fazer seus números parecerem melhores ou que as etiquetas desfavoreceriam injustamente novos periódicos que ainda não possuem certas estatísticas.
Outros acharam que tais etiquetas seriam desnecessárias. "Não porque essa informação não seja útil", diz a pesquisadora em educação Pilar Gema Rodríguez Ortega, mas porque isso implica que os pesquisadores não são capazes de tomar suas próprias decisões informadas sobre a qualidade de um artigo.
Fonte: newsletter Nature. Realmente parece muito estranho. Que tal a proposta para a contabilidade?
25 abril 2024
CVM e a fraude das Americanas
Dois Processos Administrativos Sancionadores (PAS) relacionados à fraude contábil na Americanas foram abertos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com desfechos distintos: um progrediu para julgamento e outro foi encerrado pelo aceite de um termo de compromisso. O processo direcionado ao julgamento envolve Sérgio Rial e João Guerra Duarte Neto, que ocuparam os cargos executivos na empresa. Eles enfrentam acusações sérias, incluindo a violação de deveres de lealdade e sigilo, além de divulgar informações incompletas em uma teleconferência que não estava acessível a todos os investidores. O PAS que envolve Rial e Duarte foi considerado muito grave para ser resolvido por um termo de compromisso, levando à decisão de levar o caso a julgamento.
Por outro lado, um termo de compromisso foi aceito no caso de Camille Loyo Faria, outra executiva da Americanas, encerrando seu processo com um pagamento de 2,4 milhões de reais à CVM. Ela foi acusada de não divulgar tempestivamente um fato relevante relacionado a uma proposta de aumento de capital.
Esses eventos são parte de uma investigação maior que inclui outros inquéritos e processos administrativos sobre irregularidades na Americanas, demonstrando a complexidade e a seriedade das questões de governança corporativa e transparência no mercado de capitais brasileiro.
Baseado na notícia de Capital Aberto. Imagem: GPT
24 abril 2024
Música para os ouvidos dos investidores: Spotify dá lucro
A maior plataforma de streaming de música do mundo divulgou ontem um dos seus melhores trimestres financeiros de sempre: o lucro bruto do Spotify atingiu €1 bilhão (~$1,08 bilhão) pela primeira vez nos 18 anos de história da empresa, à medida que as receitas aumentaram 20% e a empresa reportou mais de €800 milhões em fluxo de caixa livre nos últimos 12 meses.
Esses números principais fizeram as ações subirem mais de 11% e impressionaram os investidores do Spotify — que já estavam se cansando da longa luta da empresa para gerar lucro — mas, nem tudo no relatório foi música para os seus ouvidos. Por exemplo, o número de usuários não aumentou tanto quanto o esperado, mesmo com os ativos mensais crescendo 19% ano a ano e os assinantes pagos subindo mais moderadamente, 14% no mesmo período.
Deixe a música falar
O cofundador e CEO Daniel Ek foi rápido em apontar o impacto que os cortes de pessoal em dezembro, que resultaram na perda de empregos de cerca de 1.500 trabalhadores, tiveram, dizendo aos investidores que as demissões perturbaram as operações diárias "mais do que [eles] anteciparam". No entanto, uma nova rodada proposta de aumentos de preços poderia ajudar a manter os lucros saudáveis, com as assinaturas premium previstas para aumentar de $1 a $2 em vários mercados este mês, e nos EUA, mais tarde este ano.
Se todos os 239 milhões de assinantes pagos do Spotify continuarão por perto durante o aumento, o segundo em tantos anos, é outra questão inteiramente. Ek e outros executivos estarão esperando que a contínua expansão global da oferta de audiolivros do streamer, bem como sua crescente gama de recursos de IA, sejam suficientes para aplacar os reclamantes focados em custos.
Fonte: aqui
Avanço da Inteligência Artificial e o desafio de dados de alta qualidade para treinamento
À medida que a IA se tornou comum, as empresas não têm se acanhado em implementar a tecnologia — aplicando-a a tarefas manuais e repetitivas e até mesmo citando-a como razão para demissões em massa.
Mas como a IA se compara aos humanos em tarefas técnicas? Um novo relatório, o Índice de IA de 2024 da Universidade Stanford, resume onde a tecnologia emergente está.
A manchete é que avanços recentes anunciaram uma melhoria sem precedentes no desempenho dos modelos de IA em testes de referência. Por muito tempo, a IA tem sido capaz de identificar o que está em uma imagem, mesmo enquanto sites nos pedem para provar incessantemente que não somos robôs, clicando em imagens de semáforos ou placas de parada.
Mas agora, a IA está realizando raciocínio visual e matemática — matemática seriamente difícil.
De fato, o Índice de IA de 2024 relata que os modelos passaram de pontuar menos de 10% do desempenho relativo dos humanos para mais de 90% em apenas 2 anos em matemática de nível competitivo. Em tarefas mais simples, os modelos de IA avaliados já superam os benchmarks humanos relevantes.
A boa notícia para quem está preocupado em perder o emprego é que os pesquisadores de IA estão cada vez mais preocupados com a falta de dados de alta qualidade para treinar seus modelos, com alguns prevendo que o fornecimento disponível será esgotado até 2026. Essa escassez pode forçar os desenvolvedores a depender cada vez mais de dados gerados por IA, ou 'sintéticos', para treinar novos modelos. A solução da Adobe? Pagar às pessoas US$ 3 por minuto por vídeos delas tocando coisas.
(Grifo meu). Fonte: aqui
23 abril 2024
Disponível e volatilidade do caixa
O meu breve estudo sobre o disponível das empresas de capital aberto no Brasil focou na dispersão do caixa e na relação entre o caixa e o ativo. Usando os dados de junho de 2019 a dezembro de 2023, calculei a dispersão, medida pelo coeficiente de variação, para cada empresa. Na média, os valores ficaram em 66%, mas algumas empresas apresentaram um valor bastante reduzido, de 7,2% (Bic Monark) até mais de 300% (Celgpar, que passou no crivo inicial de excluir as participações por meio do setor outros). Detalharei essa estatística a seguir.
Para fins de comparação, considerei a relação do disponível pelo ativo de dezembro de 2023. Será que a dispersão do disponível nos períodos anteriores afetou a propensão das empresas a criar maiores reservas? Eu esperaria que sim, já que quando o disponível é muito volátil, as empresas tendem a ser mais conservadoras na criação de reservas financeiras. Ou seja, quanto maior o índice de CV, maior também deveria ser o índice de disponível por ativo. Isso parece fazer sentido. Se isso fosse verdadeiro, o gráfico deveria mostrar uma relação direta entre as variáveis. Plotei os resultados no gráfico e a figura a seguir mostra que a relação é contrária ao esperado.
Calculei a correlação e o resultado foi de -0,30, o que é significativo. O gráfico esclarece um pouco o que ocorreu: algumas empresas, com elevada dispersão e baixa relação entre caixa e ativo, puxaram o resultado. Fiz diversas tentativas de excluir esses casos atípicos, mas o resultado persistiu. Tenho uma possível explicação para isso, que não cheguei a testar: talvez a sazonalidade seja responsável pelo resultado. Empresas com maior sazonalidade podem ter uma grande dispersão e o final do ano pode ser um momento de pagamentos, como o décimo terceiro. Mas isso seria apenas uma especulação.
Concluindo, a relação entre a volatilidade dos recursos disponíveis e a propensão das empresas a manterem reservas financeiras parece ser intrigrante. Apesar de uma expectativa inicial de que maior volatilidade levaria a maiores reservas, os dados mostram o oposto, com uma correlação negativa significativa entre estas variáveis. Essa descoberta sugere que outros fatores, como a sazonalidade dos negócios, podem influenciar as decisões financeiras das empresas de maneira mais complexa do que o previsto.
Volume de caixa
A tabela a seguir mostra as cinco maiores empresas brasileiras por volume de caixa e equivalentes. Os valores estão em bilhões de reais e é possível notar que a empresa de petróleo Petrobras foi a maior entre as empresas brasileiras no volume de caixa, exceto durante o auge da pandemia, quando o posto foi ocupado pela Vale. Além dessas duas empresas, a Ambev sempre esteve presente na relação. Ao longo do tempo, as demais posições foram ocupadas por diversas empresas.
O problema dessa informação é que os dados estão em valores nominais. Para ter uma melhor dimensão ao longo do tempo, fiz a correção dos valores usando o INPC do IBGE. Na nova tabela, todos os valores estão a preços de dezembro de 2023 e é possível perceber melhor que a Petrobras chegou a ter um disponível de quase 150 bilhões, a preços de dezembro de 2023, no final de 2015. Nos anos seguintes, a gestão da empresa reduziu o volume de recursos para menos da metade. Um caso interessante é o da Vale, que em 2020 tinha 86 bilhões disponíveis e terminou 2023 com 17 bilhões. É bom lembrar que a empresa estava preparando as reparações do desastre ambiental e tinha cortado, um ano antes, o pagamento de dividendos.