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23 março 2024

Por que voltar do sistema híbrido para o 100% presencial?

Fonte da imagem: Aqui

Recentemente troquei de emprego tendo como principal motivador a busca pelo sistema híbrido de trabalho, no qual é possível alternar entre o remoto e o presencial.  Reportagens que debatem este tema, têm me chamam especial atenção. Esta, da BBC, traz um trecho que, na minha opinião, sintetiza bem a situação atual: 

[...]um estudo realizado em 2023 por dois professores da Escola de Graduação em Negócios Katz da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Eles examinaram 137 anúncios diferentes de retorno ao escritório no ano passado. A pesquisa concluiu que os gerentes usam as exigências de retorno ao escritório "para reafirmar o controle sobre os funcionários e culpá-los como bodes expiatórios pelo mau desempenho das empresas". 

[...] Bloom prossegue: "No longo prazo, o desempenho melhora mantendo os funcionários felizes e reduzindo os custos de retenção e contratação. As pesquisas mostram com muita clareza que, para os profissionais e para os gerentes, o trabalho híbrido é lucrativo para as empresas." 

Ele acredita que as empresas que assumiram uma posição linha-dura quanto ao retorno ao escritório são exceções e que muitas das que se opuseram ao trabalho remoto irão mudar de posição em breve. 

"Acho que nenhuma empresa no mundo de hoje pode impor uma política contra os talentos", afirma Choudhury. "Simplesmente não vai funcionar. Você irá sentir a dor. Você irá ver algumas das suas melhores pessoas saírem. E, então, haverá uma correção de curso."

21 março 2024

Problema fundamental

Dado que há apenas uma linha de fundo, o problema fundamental da teoria da contabilidade financeira é como projetar e implementar conceitos e padrões que melhor combinem os papéis de informação do investidor e de avaliação do desempenho do gerente para informações contábeis. No futuro, nos referiremos à combinação desses dois papéis da prestação de contas financeira como o problema fundamental. (William Scott, Financial Accounting Theory, 2015, cap. 1)

O livro é de 2015 e parece que o problema fundamental tem adquirido uma conotação não binária nos dias atuais. Apareceu o usuário sociedade que parece estar interessada nas informações contábeis das empresas, especialmente as informações ESG. 


Mas poderia ser argumentado que as informações ESG são para atender aos investidores. Ou seja, o problema fundamental permanece como enunciado por Scott. 

(Imagem gerada a partir do texto acima, pelo ChatGPT)


Ausência de um lucro verdadeiro


Essa falta de um conceito teoricamente correto de lucro é o que torna a contabilidade ao mesmo tempo frustrante e fascinante. É frustrante por causa da dificuldade de concordar com políticas contábeis. Diferentes usuários geralmente desejarão diferentes trade-offs entre relevância e confiabilidade. Como resultado, muitas vezes há várias maneiras de contabilizar a mesma coisa. É fascinante porque a falta de um conceito bem definido de lucro líquido significa que uma grande quantidade de julgamento deve ser empregada no processo de avaliação de ativos e medição de lucro. É o julgamento que torna a contabilidade valiosa e, de fato, fornece a base para uma profissão.

William Scott, Financial Accounting Theory, cap 2, 2015. Imagem gerada pelo ChatGPT

20 março 2024

Índice do medo

 Avaliar a volatilidade esperada de um ativo ou mercado é parte importante do conjunto de fatores que compõem processos de investimentos. Em diversas bolsas, um índice em especial cumpre este papel, de forma preditiva, ou seja, mede a volatilidade esperada para os próximos 30 dias. É o chamado índice VIX, ou “índice do medo”, que utiliza metodologia do Cboe Volatility Index para prever a volatilidade do mercado acionário americano. O índice chega agora ao Brasil após uma parceria entre a B3 e a S&P Dow Jones Indices (S&P DJI).

O VIX, que começa a ser divulgado nesta terça-feira (19) durante o pregão na B3, segue a mesma metodologia utilizada no mercado americano, ou seja, é calculado com base no mercado de opções. “Nos últimos anos, o mercado de opções de Ibovespa teve um crescimento substancial e mais que dobrou os volumes negociados a partir de 2019. Os formadores de mercado tiveram um papel importante neste movimento”, comenta Henio Scheidt, gerente de Índices da B3, ao explicar a decisão de trazer o VIX ao mercado brasileiro. “O Brasil atingiu um novo patamar em termos de volume de negociações, o que permitiu o lançamento desse índice e possibilitou trazer para o mercado local uma metodologia que já é consolidada em outras partes do mundo.”

O VIX acrescenta ao portfólio de produtos da B3 um indicador de volatilidade que pode ser usado por investidores como referência para medir a percepção do risco. No mundo, o indicador é conhecido por “índice do medo” exatamente por refletir momentos de piora na percepção de risco do investidor. Como o mercado de opções tem por característica embutir uma visão mais negativa ou otimista nos prêmios pagos na compra de opções de venda ou compra de um ativo em uma data futura, o VIX usa como base para ser calculado este segmento do mercado.


“A S&P Dow Jones Indices em parceria com a B3 faz este importante lançamento no Brasil que expande ainda mais o uso de instrumentos de referência baseados em volatilidade, não apenas nos EUA, mas em mercados fundamentais de todo o mundo”, disse Tim Brennan, diretor de Mercados de Capital da S&P Dow Jones Indices, acrescentando que o VIX está presente em várias bolsas do mundo como Canadá, Austrália e Hong Kong.

Assim como no mercado americano, na B3 o índice VIX irá produzir uma medida da volatilidade constante prevista para 30 dias, com base nos preços médios em tempo real das opções de compra e venda do Ibovespa. Dessa forma, mede em tempo real o sentimento dos investidores e a volatilidade do mercado.

A B3 estuda, no futuro, lançar produto atrelados ao VIX, mas ainda sem data definida. “Podemos ter diferentes produtos ligados ao índice, pode ser um ETF, notas estruturadas ou fundos, mas só em um segundo momento. Primeiro queremos entender como o índice de volatilidade implícita irá se comportar”, comenta Scheidt.

Fonte: Capital Aberto

OPA da Britannica

O célebre editora por trás do dicionário Merriam-Webster, Encyclopedia Britannica, está buscando uma avaliação de $1 bilhões em sua oferta pública inicial (IPO), relata a Bloomberg.

A empresa com sede em Chicago poderá abrir o capital já em junho deste ano. Pessoas próximas ao assunto disseram à Bloomberg que as discussões sobre o preço e o momento do IPO ainda estão em andamento. A Encyclopedia Britannica não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

No início deste ano, a empresa anunciado em um comunicado de imprensa que apresentou uma declaração de registro aos EUA. Comissão Valores Mobiliários. A editora tem sido buscando abrir o capital desde pelo menos 2022.

A Encyclopædia Britannica foi publicada pela primeira vez há mais de 255 anos na Escócia, tornando-a a enciclopédia geral mais antiga em língua inglesa.

Fundada em 1768, a editora foi vendida ao investidor Jacob E. Safra em 1996. As marcas da empresa agora também incluem o dicionário Merriam-Webster, o plataforma de recursos educacionais Educação Britânica e o Empresa de software de IA Melingo. Coletivamente, todas as suas marcas tiveram mais de 7 bilhões de visualizações de páginas anualmente, por 150 milhões de estudantes em 150 países.

Em 2022, o CEO Jorge Cauz disse que a receita da empresa naquele ano estava na vizinhança de $100 milhões.

Fonte: Aqui

No Brasil, a marca Barsa, muito conhecida no passado, é de propriedade da Britannica. 

19 março 2024

Clube do Livro

O Clube do Livro é um projeto que visa fomentar o engajamento de docentes e de discentes (graduação e pós-graduação) junto às temáticas abordadas no âmbito do UnB Accounting and Governance Conference (UnBAGC). Tal congresso ocorre anualmente, com a presença de renomados palestrantes internacionais. A cada edição do UnBAGC, ter-se-ão novas edições do Clube do Livro, tratando-se, portanto, de um projeto que poderá ser reeditado a cada ano.

Dentre os palestrantes internacionais já convidados e com presença confirmada no 10th UnBAGC, destaca-se a renomada professora Patricia M. Dechow. Suas pesquisas tratam de acréscimos contábeis, qualidade e confiabilidade dos lucros, no uso de informações sobre lucros na previsão dos retornos das ações e no efeito das previsões dos analistas nas percepções dos investidores sobre o valor da empresa. Para tanto, toma como base os conteúdos pertinentes à Teoria da Contabilidade Financeira.

Um livro de referência para tal conteúdo é do prof. W. R. Scott, que fornece uma apresentação completa das teorias da contabilidade financeira. Em sua 7ª edição, o livro inclui uma cobertura considerável das normas contábeis orientadas para as normas do IASB, bem como das principais normas contábeis dos EUA. Embora a discussão do texto se concentre em relacionar os padrões com a estrutura teórica do livro, a cobertura proporciona aos alunos a exposição ao conteúdo dos próprios padrões. O livro é apropriado para cursos de Teoria da Contabilidade Financeira tanto nos níveis de graduação quanto de mestrado profissional. 

A proposta do Clube do Livro, portanto, nesta sua segunda edição e acoplada ao 10th UnBAGC, é estudar com profundidade a obra citada, promovendo engajamento dos envolvidos no projeto do Clube do Livro e possibilitando uma participação mais efetiva dos pesquisadores no referido evento.

Local:

Os encontros ocorrerão de forma presencial, na Sala de Reuniões - Prédio da FACE/UnB, e virtualmente, pela Plataforma Microsoft Teams. Os links serão disponibilizados, a cada encontro, pelo Instagram.

Cronograma:

Encontro 1 - Introdução e Accounting under Ideal Conditions - Responsável: Mariana Guerra - cap. 1 e 2 - 21/mar

Encontro 2 - The Decision Usefulness Approach to Financial Reporting - Fernanda e Juliana - cap. 3 - 28/mar

Encontro 3 - Efficient Securities Markets - Responsável: Sérgio Nazaré - cap. 4 - 11/abr

Encontro 4 - The Value Relevance of Accounting Information - Responsável: Francisca - cap. 5 - 25/abr

Encontro 5 - The Measurement Approach to Decision Usefulness - Responsável: Paulo Mendes - cap. 6 - 16/maio

Encontro 6 - The Efficient Contracting Approach to Decision Usefulness. Responsável: César - cap. 8 - 23/maio

Encontro 7 - An Analysis of Conflict - Responsável: Tiago Mota - cap. 9 - 13/jun

Encontro 8 - Earnings Management - Responsável: Rodrigo Gonçalves - cap 11 - 27/jun

Fonte: aqui

PwC Internacional assume o controle da PwC Austrália

A chocante revelação de que a PwC Internacional assumiu o controle jurídico da PwC Austrália no ano passado enfureceu os três principais senadores que estão examinando o escândalo dos vazamentos de impostos. Os senadores dizem que foram levados a acreditar anteriormente que o ramo local estava operando de forma independente.

A rede global enviou uma carta jurídica para a PwC Austrália em junho passado, declarando que era uma "firma inadimplente" sob suas regulamentações e ordenou que o ramo local "tomasse todas as medidas necessárias" para nomear o sócio global Kevin Burrowes como diretor executivo interino.

Embora Burrowes relate ao conselho de sócios da PwC Austrália e não diretamente à PwC Internacional, a firma local permanece sob a "remediação supervisionada" da firma global.

Um sinal disso é que membros da equipe jurídica da PwC Internacional e um advogado externo local representando a organização global permanecem estacionados no escritório da firma em Sydney. Outros figurões internacionais da firma também visitam regularmente para verificar as coisas.

Os senadores agora querem convocar executivos da PwC Internacional perante o parlamento para explicar por que a empresa está retendo um relatório sobre aspectos internacionais do escândalo de vazamentos de impostos da firma. (Embora os senadores tenham o poder de compelir testemunhas na Austrália a comparecer, isso não alcança indivíduos baseados no exterior.) 

'Firmas Inadimplentes'

O senador liberal Richard Colbeck, presidente da investigação do Senado sobre consultoria, disse que agora está claro que a organização global estava retendo o relatório, da firma de advocacia Linklaters, para impedir que o assunto dos vazamentos de impostos fosse investigado por autoridades estrangeiras.

Por sua parte, a PwC Austrália acredita que não há nada para ver aqui. O presidente da PwC Austrália, Justin Carroll, disse que era "totalmente apropriado" que a firma local trabalhasse com a PwC Internacional para reformar suas operações.

A carta de "remediação supervisionada" e Os Regulamentos da PricewaterhouseCoopers International Limited são documentos estritamente confidenciais que a maioria dos sócios nunca chega a ver. Não é difícil entender o porquê.

Os regulamentos mostram que a PwC Internacional é toda-poderosa quando se trata de "firmas inadimplentes".

Suas regras de rede dão à PwC Internacional amplos poderes para substituir líderes em firmas membros por uma ampla gama de violações que incluem violar "qualquer um dos padrões da rede, políticas [ou] os documentos organizacionais da empresa".

Como parte desse processo, a PwC Internacional "pode impor qualquer ação corretiva que considere adequada a uma firma inadimplente".

Do Australian Financial Review.

Um comentário: é interessante que muitos escândalos internacionais da Big Four, a empresa mãe tenta deixar claro a autonomia existente, tomando distância do escândalo. Neste caso, a matriz procura evitar que informações que foram repassadas para empresas multinacionais saiam do escopo do Austrália e chegue em outras jurisdições.