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17 março 2024

Aramco: lucro cai, mas ainda é maior que muita grande empresa

A empresa Saudi Aramco reportou ontem uma queda de 25% nos lucros, em razão da redução dos preços do petróleo. A empresa é controlada pelo governo da Arábia Saudita (95%) e teve um lucro de  $122 bilhões (recorde de $161 bilhões no ano passado — o maior já registrado por uma empresa com ações na bolsa). Esse valor, de 122 bilhões, é mais do que o triplo do que a gigante petrolífera americana ExxonMobil conseguiu.



A Aramco planeja distribuir cerca de $98 bilhões desse lucro em dividendos este ano, enriquecendo ainda mais os já abastados cofres do estado saudita. Além de investimentos em futebol, golfe, tênis e outros esportes globais, o país também está investindo em projetos de desenvolvimento extremamente ambiciosos como parte do plano Visão 2030, que busca diversificar a economia do país para além dos combustíveis fósseis.

O projeto mais notável entre esses é THE LINE: a construção em andamento na Arábia Saudita de uma cidade futurista (ou distópica, dependendo do ponto de vista) que se estende por 170 quilômetros. Estima-se que o custo dessa construção ambiciosa esteja entre $100-200 bilhões, mas alguns especialistas sugerem que possa chegar a $1 trilhão. 

Aversão ao risco e filmes

 

O gráfico mostra os dez filmes com maiores bilheterias por ano. Em 1995 o campeão foi Toy Story. No ano passado, Barbie. O tamanho do ponto indica o valor das receitas. Veja que Avatar é um destaque na metade da figura. 

As cores indicam que filmes são títulos com números ou dois pontos, indicando que se trata de uma sequência. Os filmes que não era uma sequência está em azul; laranja são os filmes que originam de um outro filme, como Avatar de 2022. É possível notar que com o passar do tempo, o número de filmes com a cor laranja tem aumentado na figura. Entre 1995 a 2000 foram 7 filmes; de 2018 a 2023 a soma é de 29 filmes. Isso corresponde a quase a metade dos filmes seis anos. 

As sequências possuem vantagens importantes para que produz: geralmente não dependem de direitos autorais complicados e possuem um público cativo. Em outras palavras, a continuação é uma forma confiável de não perder dinheiro. Mais tecnicamente, é uma escolha baseada na aversão ao risco. 

Novo nome para carro elétrico

 A BYD, empresa que tem impulsionado a indústria de veículos elétricos nos últimos anos com seus carros de baixo custo e números crescentes de vendas/produção, revelou seu modelo mais caro até agora: um supercarro totalmente elétrico de $233 mil para rivalizar com opções "devoradoras de gasolina" de marcas estabelecidas como Ferrari e Lamborghini.


A montadora chinesa, apoiada por Buffett, começou a aceitar pedidos para o Yangwang U9 após lançar o supercarro em um evento em Xangai ontem, relatando que o novo veículo marca “o início de uma nova era em que supercarros totalmente elétricos se tornam uma opção”.

Tem sido alguns anos movimentados para a BYD, tendo destronado a VW como a principal empresa automobilística da China em abril e desbancado a Tesla do topo do gráfico global de vendas de VE no último trimestre do ano, à medida que a empresa continua sua ascensão meteórica.

Fonte: aqui

Revisitando o desastroso acordo da HP

Nas últimas três décadas, a Hewlett-Packard realizou alguns dos acordos mais desastrosos do Vale do Silício. Um deles — a aquisição da Autonomy por 11 bilhões de dólares em 2011 — será foco na segunda-feira, dia 18 de março, quando o julgamento por fraude criminal de Mike Lynch, fundador da empresa britânica de software, está previsto para começar.


A HP declarou que registrou uma baixa contábil no acordo de 8,8 bilhões de dólares devido a fraude. Mas, como escreve Michael de la Merced do DealBook, a defesa de Lynch dependerá de reverter a sabedoria comum de que a Autonomy enganou a HP.

Muitos se lembram da Autonomy como um capítulo embaraçoso para a HP. O acordo foi orquestrado por Léo Apotheker, que como CEO da HP buscou transformá-la em uma empresa de software de ponta. Um ponto chave desse plano era comprar a Autonomy, que se concentrava em análise de dados.

Mas Wall Street se revoltou logo após o anúncio do acordo, e um mês depois Apotheker foi demitido. (James Stewart do The New York Times uma vez o chamou de um candidato ao pior CEO de tecnologia da história.) Lynch foi demitido em maio de 2012. Em novembro daquele ano, a HP registrou uma despesa contábil de 8,8 bilhões de dólares relacionada à Autonomy, citando "impropriedades contábeis" como a retrodatação de contratos e a caracterização inadequada de vendas de hardware para inflar receita.

Lynch buscou oferecer uma narrativa alternativa. Ele culpou executivos seniores que entraram em conflito com ele — incluindo Meg Whitman, que substituiu Apotheker como CEO da HP — pela desintegração da Autonomy. Seus advogados argumentaram que executivos da HP, por exemplo, sabiam sobre as vendas de hardware e não as haviam levantado como um problema.

Eles apontaram para emails internos mostrando cálculos variáveis do valor da Autonomy, que em um momento avaliaram seu valor em mais de 11 bilhões de dólares.

O acordo com a Autonomy teve consequências duradouras. Foi um grande golpe para a HP, que desde então foi ofuscada por empresas como Alphabet e Meta.

E Lynch, uma vez referido como o Bill Gates da Grã-Bretanha, foi repetidamente derrotado em batalhas judiciais ao longo dos anos. Caso ele perca o julgamento criminal nos EUA, ele enfrenta até 20 anos de prisão.

Se o leitor pesquisar poderá encontrar um grande número de postagens do blog sobre o assunto. Muitos anos depois, a impressão que ficou é que nenhum dos dois lados é santo: se Lynch enganou a HP, os executivos não foram céticos o suficiente (para não dizer que foram estúpidos). (Imagem gerada pelo ChatGPT a partir do texto acima)

Fluxo de Caixa Descontado na Apuração de Haveres

O contexto é o seguinte: Em abril de 2021, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, no Acórdão REsp 1.877.331, que o método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD) não é aplicável para a Apuração de Haveres de sócio retirante, a menos que haja previsão expressa no Contrato Social. Os ministros que apoiaram essa decisão argumentaram que o FCD baseia-se em previsões de fluxos de caixa futuros e incertos, representando uma especulação sobre o desempenho futuro da empresa, o que não é justo para o sócio que está se desligando, pois ele não participará dos riscos ou benefícios futuros do negócio. Por isso, concluíram que o critério patrimonial, refletido no Balanço de Determinação, deve ser o utilizado para essa finalidade.

Um artigo recentemente discutiu este ponto. Eis o resumo: 


O objetivo deste ensaio teórico é discutir, à luz da teoria contábil e de finanças, sobre o Acórdão - REsp 1.877.331 da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que decidiu, para efeitos de Apuração de Haveres de sócio retirante, salvo determinação contida no Contrato Social, que o método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD) não é pertinente. Como fundamento para a argumentação deste ensaio, foram incorporados os conceitos de ativo e a sua característica de geração de benefícios econômicos futuros. Para o ensaísta, essa característica é balizadora não só para a mensuração de ativos, como também para a mensuração do valor de uma empresa que é formada por um conjunto de ativos tangíveis e intangíveis. O Fluxo de Caixa Descontado é considerado um dos principais métodos de avaliação de empresas, sendo essencialmente financeiro, derivado da capacidade de geração de benefícios futuros que são projetados, descontados a valor presente, acrescentando ainda o valor da perpetuidade. A mensuração por este método pode considerar a empresa na situação em que se encontra, não sendo necessário projeções de crescimento, fatores macroeconômicos futuros, já que a jurisprudência considera que o futuro não pertence ao sócio retirante. Não obstante, não se pode desconsiderar a capacidade de geração destes benefícios econômicos, o que pode propiciar uma avaliação desprovida do valor justo, prejudicando assim uma das partes no litígio. Embasado nesses aspectos discutidos no ensaio, considera-se assim, a pertinência do uso do Fluxo de Caixa Descontado em processos de Apuração de Haveres.

Considerações sobre o método do fluxo de caixa descontado na apuração de haveres - Claudio Roberto Carissimo. Publicado na Revista Catarinense da Ciência Contábil, v. 23, 1-15, e3433, 2024. (Imagem criada pelo GPT a partir do resumo)

Rir é o melhor remédio


 

Fada do Dente

A tradição da Fada do Dente é parte da cultura ocidental. Basicamente, quando uma criança perde um dos dentes de leite, ela deve colocá-lo embaixo do travesseiro antes de dormir. Durante a noite, a "fada do dente" visita a criança enquanto ela dorme e substitui o dente por uma pequena quantia em dinheiro.

Existem várias explicações para essa tradição, que incluem até o incentivo para que as crianças mantenham boa higiene bucal. O valor deixado pode variar conforme a família e a região, assim como as condições econômicas, as tradições e outras variáveis. Em alguns casos, a "fada" deixa bilhetes para as crianças.

Sua origem parece ser antiga, originária de uma tradição em que uma criança é recompensada pela perda do dente de leite. Uma entidade relacionada à higiene bucal realiza uma pesquisa anual para determinar a média de dinheiro deixada para cada criança. O gráfico a seguir mostra a evolução do valor, em dólar, desde 2013. Atualmente, o valor médio é de 5,84 dólares, mas já foi maior.

Vamos agora considerar como contabilizar o dente e seu valor deixado no travesseiro. Imagine que exista uma entidade gigante, chamada Fada do Dente, que deixa 5,84 dólares por cada dente. Considerando que cada criança perde 20 dentes, podemos calcular o valor da despesa dessa entidade Fada do Dente como sendo 5,84 dólares vezes o número de dentes perdidos por ano vezes o número de crianças. Mas isso seria uma conta de despesa; se não existirem receitas para financiar essa entidade, ela será altamente deficitária..