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02 janeiro 2024

Regulamentação das Bets

Depois de muito tempo, o Brasil possui uma lei que regulamenta o setor de apostas esportivas. E, mais importante para governo, que taxa os ganhos. Com isso as "bets" estão reguladas e os ganhadores pagam 15% de imposto de renda. 


A legislação determina a taxação de 12% sobre as empresas do ramo de apostas esportivas e cobrança de 15% do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) sobre o valor líquido dos prêmios obtidos com bets, de forma que “a sanção presidencial é importante porque atende ao objetivo do governo brasileiro de ampliar a arrecadação… contribuindo para a meta de déficit zero”, disse o Planalto em nota neste domingo.

Entre os trechos vetados por Lula está o que previa que a cobrança dos impostos sobre os lucros das apostas incidiria somente sobre os prêmios que excedessem o valor da primeira faixa da tabela progressiva anual do IR – o equivalente a R$ 2.112.

Leia mais aqui. Foto: Unsplash+

Sons de floresta

Um site está disponibilizando o som de florestas em todo o mundo:

Basta clicar no local e abre um pequeno áudio. Se você gosta de som da natureza... É um áudio bem tranquilizante. 

Redução de morte: benefício do Uber e outras empresas

A existência de empresas do tipo Uber reduz substancialmente o número de mortes no trânsito. Um artigo fez um levantamento nos Estados Unidos e concluiu que há uma redução de mortes de 5,4%. Como há uma forma de calcular o valor da vida perdida no trânsito, essa redução significa, para os autores, um benefício anual de quase 7 bilhões de dólares, somente naquele país. 


O resumo paper apareceu em uma postagem do Marginal Revolution. Tabarrock lembra que em 30% dos acidentes fatais de automóveis existe a presença de álcool. E que o Uber reduz o número de pessoas embrigadas ao volante. Mas vejo que há também o ganho de se ter um profissional no trânsito, que deve ter melhores habilidades que um motorista comum. 

Eis o resumo:

Abstract: Previous studies of the effect of ridesharing on traffic fatalities have yielded inconsistent, often contradictory conclusions. In this paper we revisit this question using proprietary data from Uber measuring monthly rideshare activity at the Census tract level. Using these more detailed data, we find a consistent negative effect of ridesharing on traffic fatalities. Impacts concentrate during nights and weekends and are robust across a range of alternative specifications. Overall, our results imply that ridesharing has decreased U.S. traffic fatalities by 5.4% in areas where it operates. Based on conventional estimates of the value of statistical life the annual life-saving benefits are $6.8 billion. Back-of-the-envelope calculations suggest that these benefits are of similar magnitude to producer surplus captured by Uber shareholders or consumer surplus captured by Uber riders.

Foto: Dan Gold

01 janeiro 2024

Custo e o lançamento espacial

 A trajetória da Virgin Galactic mostra um grande começo, com um valor de mercado chegando a 14 bilhões, mas uma trajetória de queda, a partir de 2021. 

No final de 2023, o empresário Branson anunciou que o seu grupo não iria mais investir na Virgin Galactic. Isso não alterou substancialmente o valor de mercado da empresa, que estava abaixo de 1 bilhão. Pouco diante de dois concorrentes de peso: a empresa da Amazon e do grupo Tesla. Ou seja, Blue versus SpaceX ou Bezos versus Musk. 

Parece que viagem espacial é cara e não devemos ter muitos vencedores. Na situação atual, a Space X (leia-se Tesla ou Musk) está em vantagem. De 2000 até o momento, a empresa 281 lançamentos comerciais, versus 17 da Blue e 14 da Galactic. 

O valor da SpaceX deve estar em torno de 175 bilhões de dólares. Sua grande vantagem é o foguete Falcon 9, que pode levar 1 kg de carga por cerca de 1.500 dólares. Quando compara com o custo de dez anos atrás, isto representa uma redução de 10 a 20 vezes. E o milagre é a reutilização de parte do foguete. Traduzindo: custo é importante agora. 

Felicidade no mundo

 O índice que mede a felicidade entre os países indica que os finlandeses - um povo conhecido por não sorrir - ocupa a primeira posição. É possível acreditar no índice? Parece que a metodologia tende a pesar aspectos financeiros - onde o dinheiro compraria a felicidade. No gráfico abaixo, a relação entre felicidade e renda é nítida.

Por sinal, o Brasil está em 49o. no ranking da felicidade. O relatório pode ser obtido aqui. Outra pesquisa descobriu que em um período entre 2011 a 2021 os fatores mais importantes para a felicidade eram saúde física e bem-estar, condições de vida e, é claro, amigos e família. 



Moda passou?

Um número recorde de fundos de investimento ambiental, social e de governança (ESG) foi encerrado até agora em 2023 — com o JP Morgan se tornando o mais recente gestor de fundos a anunciar o fechamento de dois desses fundos — à medida que os investidores continuam a se afastar de investimentos sustentáveis.


Comparado aos dias agitados de 2021, quando os investidores despejavam dezenas de bilhões a cada trimestre em fundos que abordavam questões como energia limpa e emissões, o interesse em investimentos sustentáveis diminuiu. De fato, segundo dados do Morningstar Direct via WSJ, os investidores retiraram mais de US$ 14 bilhões de fundos sustentáveis desde o final de 2022.

Greenwashing

É fácil entender por que o investimento sustentável acumulou tanto impulso nos últimos anos, explorando a premissa fundamental de que os investidores poderiam ganhar dinheiro enquanto faziam algo bom para o mundo.

As críticas ao investimento sustentável, que vão desde chamá-lo de "greenwashing" até "capitalismo consciente", não são novas. No entanto, uma maior escrutínio sobre medidas ambientais vagas, aliado ao aumento das taxas de juros afetando duramente a energia limpa e outros setores sustentáveis, diminuiu a demanda, à medida que as menções a ESG em teleconferências de resultados atingiram uma baixa de três anos.

Melhor buscador da internet é ...

No final de 2023, tentei utilizar o Google para realizar uma verificação tradicional de plágio entre os trabalhos que recebi dos alunos. O Google costumava ser bastante útil para detectar a origem de vários trabalhos, mas percebi que algumas consultas não estavam retornando resultados, mesmo quando a frase pesquisada, proveniente do trabalho, era relativamente comum. A impressão era de que, como resultado, o desempenho do Google havia piorado.

Gabriel Ferreira enviou um link de um extenso texto sobre pesquisas realizadas entre diferentes ferramentas e ele também começava com a mesma percepção: os resultados da pesquisa no Google nos dias atuais são muito piores do que há dez anos. O texto é de um especialista e o autor considera que essa percepção dos usuários ocorre devido às pessoas se acostumarem a trabalhar com produtos ruins e não experimentarem. Uma possível razão é que os mecanismos de pesquisa são baseados em ranqueamento, onde os cliques dos usuários correspondem aos melhores resultados.

Aqui vai um parêntese. A tecnologia usada é denominada MDS (escalonamento multidimensional) e recentemente postei neste blog um uso dela para a classificação de músicos. Fechando o parêntese aqui.

Um dos problemas é que, se os usuários humanos forem bons, as melhores páginas serão colocadas em primeiro lugar. Mas, se forem inexperientes, páginas inúteis aparecerão nos resultados da pesquisa. Outro problema é que os sites querem gerar receita e, por isso, colocam os anúncios patrocinados em primeiro lugar. Um usuário comum da internet muitas vezes não consegue fazer essa distinção, e a qualidade do resultado cai.

Se você quiser testar a qualidade do resultado do seu buscador, digite "automóvel" ou "celular" e veja a quantidade de anúncios, intercalados por uma página da Wikipedia. (A seguir, os três primeiros resultados quando digitei celular no Google)



Com base nisso, o link fez seis consultas em seis instrumentos de pesquisa. As perguntas foram: como baixar um vídeo do YouTube, como bloquear anúncios, como baixar o Firefox, qual a razão dos pneus mais largos terem melhor aderência, qual a razão da redução dos transmissores de CPU e qual a previsão de neve em Vancouver. As perguntas não foram exatamente essas, e estavam em língua inglesa.

Para as respostas, foram utilizados cinco buscadores tradicionais (Google, Bing, Kagi, Mwmbl e Marginalia), além do ChatGPT. O teste também incluiu o DDG (DuckDuckGo, que eventualmente utilizo nas pesquisas, além do Google) e alguns outros, mas que não foram incluídos seja por apresentarem resultados similares ou por um problema técnico.

Como diz o autor da postagem, é óbvio que não se trata de um artigo avaliado por pares ou que esgota o assunto, mas a conclusão é bastante interessante. Portanto, os resultados estão apresentados a seguir, e o vencedor é...


O Marginalia, que é construído e mantido por uma pessoa. Isso é uma grande surpresa, já que o código é aberto. O resultado é melhor que o famoso ChatGPT. No texto que cito aqui, há um detalhamento dos resultados da pesquisa e a razão de cada classificação apresentada acima.