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30 dezembro 2023

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7 Duolingo em Ação

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5 IFRS S2

4 Chat GPT – 1

3 Vencedores e Perdedores

2 Gráficos

1 Chat GPT e a Contabilidade

Persuadir, Influenciar, Conquistar

Eu terminei de ler esse livro há dois meses e agora estou escrevendo a resenha com minha opinião sobre seu conteúdo. É uma obra que eu terminei a leitura o que significa uma leitura agradável. Mas há algo que incomodou desde que acabei de ler: eu sei que é um livro sobre influência, mas termino sem saber direito o conteúdo mesmo. Agora, ao olhar minhas marcações, eu vejo pouca coisa realmente interessante. Há uma história de Neil Gaiman e Neil Armstrong, quase no final, e algumas poucas ensinamentos que retiro do livro. Fico pensando o que aconteceu para que eu tenha tido essa incapacidade de absorver mais o conteúdo da obra. Talvez tenha sido o momento da minha leitura. Mas algo que parte do problema esta na exposição da autora. 

Conforme a página de fundo do livro, são apresentadas técnicas para alcançar os objetivos de influenciar as pessoas e que pequenas mudanças podem trazer grandes resultados. Mas não fiquei convencido disso, tanto que não lembro, francamente, das técnicas ensinadas. Creio que há muita coisa sendo apresentada e de uma forma inadequada. 

Um último ponto é que muitos autores gostam de apresentar na sua obra o fato de serem “especialistas” na área. A impressão que fiquei é que isso aparece no livro de maneira artificial. 

Preparados para o risco

O livro Preparados para o Risco foi escrito em 2014. Gerd Gigerenzer é um dos grandes nomes na área comportamental e isso aparece claramente na obra. Unindo o seu conhecimento médico, com uma análise estatística e uma sagacidade lógica, Gigerenzer derruba alguns mitos na obra. Apesar de escrito em 2014 e publicado no Brasil em 2022, vale a pena ler o livro. O cientista alemão trabalha com muita informação dos Estados Unidos e da Alemanha para analisar a heurística e a tomada de decisão. Há diversos ensinamentos na obra mas irei limitar em três deles. 


Primeiro, acredite nas regras simples. O livro traduziu o termo para regras de polegar, que são aquelas regras de decisão usadas em situações complexas do tipo não faça investimento naquilo que você não conseguiu entender. A regra, “não invista do que não entende”, para simples demais para ser usada, mas para Gigerenzer, regras simples funcionam na maioria dos casos. É obvio que não existe uma regra que seja infalível e no final da obra Gigerenzer sente esse peso ao propor uma regra: “quanto mais noticiada uma doença, menor o risco para a saúde”. Ele falava da vaca louca, mas seis anos depois a grande notícia da imprensa provou ser muito letal. Nesse ponto, a leiturra da obra A Navalha de Ockham, de McFadden, pode ajudar a entender a posição do autor. 

A segunda regra é “não pergunte ao médico o que ele recomenda, mas o que ele faria se estivesse em seu lugar”. Nesse ponto, a obra traz ensinamentos valiosas sobre saúde, derrubando alguns mitos e apresentando pontos instigantes. De uma maneira geral, médicos não compreendem estatística e são perigosos na gestão de risco. Há uma citação no livro em que é dito se um avião fosse administrado como um hospital, cairia 1 ou 2 aeronaves por dia. Na área de saúde a ausência de seguir um checklist é muito danoso para as pessoas. Tendo uma grande experiência com saúde e risco, Gigerenzer afirma que você deveria pensar duas vezes antes de fazer um exame de prostrata (regra simples: não faça) ou uma tomografia (idem, o risco de contrair cancer é muito elevado e isso não é informado). Uma regra similar que ele anuncia no livro é não pergunte ao garçom o que tem de bom, mas o que ele comeria. 

A terceira regra é semelhante ao que li em um artigo de Tim Harford: se tiver dúvida, jogue uma moeda para decidir. Particularmente eu uso essa regra para decidir qual os livros que adquiri na minha estante eu devo ler. É uma regra simples, mas eu entendo que se comprei o livro é que deve ter algum valor. Então a decisão de leitura por um número aleatório pode ser um critério válido na minha próxima leitura. Espero que essa seja sua próxima leitura, pois você certamente aprenderá algumas coisas interessantes. 

Espero que outros livros do autor sejam traduzidos para língua portuguesa, para que os ensinamentos apresentados possam alcançar um público mais amplo. 

29 dezembro 2023

Chipre, PwC, Angola, Portugal ...

O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos anunciou o vazamento de 3,6 milhões de documentos do Chipre. Na revelação, a acusação que o braço cipriota da PwC trabalhou no sentido de ajudar oligarcas russos de serem punidos, logo após a invasão da Ucrânia. 


Apesar da PwC ter cortado vínculos com o escritório russo logo após o início da guerra com a Ucrânia, o escritório do Chipre trabalhou muito para ajudar os amigos com dinheiro. Isso incluiu transferência de recursos. Em um dos casos, a PwC ajudou Alexey Mordashov (foto)de retirar 1,4 bilhão de dólares de seu nome. 

Ao mesmo tempo, a polícia de Portugal visitou os escritórios da PwC em Lisboa. O motivo foi a ajuda que a empresa deu para Isabel dos Santos, filha do ex-presidente de Angola, no desvio de recursos públicos. 

Mudança regulatória na Austrália

O governo da Austrália decidiu juntar os três órgãos de normas contábeis do país - o Australian Accounting Standards Board, o Auditing and Assurance Standards Board e o Financial Reporting Council. Além da atribuição sobre contabilidade e auditoria, a nova entidade também irá ajudar na implementação de padrões relacionados com o clima. A previsão para inicio de funcionamento será 2026. 


Um dos benefícios é simplificar a regulação, reduzindo a burocracia e melhorando a consistência das normas. A medida é uma tentativa de reverter o escândalo da PwC e as lacunas regulatórias. 

É sintomático que o anúncio do governo tenha sido feito sem consultar os profissionais contábeis. 

Rir é o melhor remédio


 Poder de uma caminhada

Desviando dinheiro do Facebook

O tamanho da fraude não é tão expressivo assim: 4 milhões de dólares, para uma empresa cujos números estão na casa de bilhões. Mas usualmente sabemos pouco de fraude empresarial já que as empresas evitam divulgá-las. Afinal, não é bom parecer trouxa para o público em geral. A funcionária Barbara Furlow-Smiles participou de um golpe contra o Facebook. Ela usava o dinheiro desviado para suas despesas pessoais. 

O esquema era bem simples. Furlow-Smiles vinculava o cartão de crédito da empresa para pagar serviços que nunca eram executados. Quem recebia o dinheiro - amigos e parentes - repassavam parte para ela. É um esquema bem simples e já conhecido.


A acusada é também autora de livro infantil disponível no Kindle sobre uma viagem que ela e seu marido fazem à França.