Translate

29 dezembro 2023

Mudança regulatória na Austrália

O governo da Austrália decidiu juntar os três órgãos de normas contábeis do país - o Australian Accounting Standards Board, o Auditing and Assurance Standards Board e o Financial Reporting Council. Além da atribuição sobre contabilidade e auditoria, a nova entidade também irá ajudar na implementação de padrões relacionados com o clima. A previsão para inicio de funcionamento será 2026. 


Um dos benefícios é simplificar a regulação, reduzindo a burocracia e melhorando a consistência das normas. A medida é uma tentativa de reverter o escândalo da PwC e as lacunas regulatórias. 

É sintomático que o anúncio do governo tenha sido feito sem consultar os profissionais contábeis. 

Rir é o melhor remédio


 Poder de uma caminhada

Desviando dinheiro do Facebook

O tamanho da fraude não é tão expressivo assim: 4 milhões de dólares, para uma empresa cujos números estão na casa de bilhões. Mas usualmente sabemos pouco de fraude empresarial já que as empresas evitam divulgá-las. Afinal, não é bom parecer trouxa para o público em geral. A funcionária Barbara Furlow-Smiles participou de um golpe contra o Facebook. Ela usava o dinheiro desviado para suas despesas pessoais. 

O esquema era bem simples. Furlow-Smiles vinculava o cartão de crédito da empresa para pagar serviços que nunca eram executados. Quem recebia o dinheiro - amigos e parentes - repassavam parte para ela. É um esquema bem simples e já conhecido.


A acusada é também autora de livro infantil disponível no Kindle sobre uma viagem que ela e seu marido fazem à França. 

Uma consequência da IA

Um site se viu vítima de um novo esquema on-line pernicioso (...). O site em questão é o Exceljet, um hub de tudo o que você deve saber sobre o Microsoft Excel. Seu proprietário David Bruns começou a perceber uma queda no tráfego a partir do ano passado. Neste outono, ele descobriu o porquê. Alguém estava usando uma IA para imitar quase todos os artigos de seu site com cópias inferiores e muitas vezes cheias de erros, projetadas apenas para agradar os mecanismos de pesquisa, seqüestrando o tráfego da Exceljet.


"Uma coisa é ser superada por um artigo que é sem dúvida melhor do que o artigo que você escreveu, mas é outra coisa a ser superada por um artigo que foi escrito por uma máquina que nenhum humano jamais revisou", Bruns disse Business Insider .

O "assalto" prejudicou o site de Bruns. Mas também está prejudicando os leitores que precisam de informações reais. Por sua análise, Bruns descobriu que alguns dos artigos gerados por IA continham erros factuais flagrantes, em um caso explicando um recurso do Excel que não existia.

Fonte: aqui

Domínio público para obras famosas

 

A montagem acima mostra algumas das obras que entrarão em domínio público em alguns dias. No centro, Mickey Mouse. Mas há conteúdos melhores, como Orlando (Woolf), O Circo (Chaplin) e Façamos (Porter, na verdade Let's do It, mas o título aqui é a versão brasileira, cantada por Chico e Elza). 

No passado estas obras entrariam em domínio público nos anos 70. Mas um pressão de detentores dos direitos autorais fez com que a regra fosse postegada para os anos 90. Em 1998 o Congresso dos Estados Unidos novamente alongou o prazo. A Disney estava no centro da pressão e o motivo fica claro na figura acima. A empresa do ratinho distribuiu favores (e dinheiro) e obteve a alongamento dos direitos sobre o rato. 

A lei não foi novamente alongada e agora será de domínio público obras de Buster Keaton e canções com Armstrong. 

O link acima chama a atenção para o fato de que a extensão de 40 anos na lei provocou uma perda de obras. Vários registros de livros, filmes e músicas se perderam no período entre a primeira lei e o ano de 2024. Boa notícia já que isso permite que as obras possam ser recriadas nos tempos atuais. Como ocorreu com "Ursinho Pooh: Sangue e Mel", filme realizado a partir do momento que o ursinho tornou domínio público. 

Anteriormente comentamos sobre o assunto no blog. Veja aqui e aqui (cujo vídeo da postagem foi removido). 

27 dezembro 2023

Google Trends e a manipulação da receita

Usando os dados do Google Trends, um grupo de pesquisadores tentou verificar se as buscas na rede social pelo nome de uma empresa tinham relação com a receita reportada. Os pesquisadores utilizaram uma métrica denominada MUP, que corresponde ao gerenciamento de receita para cima. A cada trimestre, o volume de buscas no Google Trends era comparado com o setor em que a empresa atuava. Deveria existir uma relação entre o crescimento nas vendas e a popularidade nas pesquisas do Google, mas quando isso não ocorre, não seria um caso estranho?


As empresas que se enquadravam nesse caso - receita acima, mas índice de busca abaixo - tinham mais chances de refazer sua receita inicialmente divulgada. Esse grupo também apresentava uma tendência a aumentar os valores a receber e a reduzir os valores estimados de não recebimento dos clientes (as antigas PDDs).

O índice criado na pesquisa era mais eficaz nas empresas que dependiam das vendas ao consumidor. O período de análise foi de 2004 a dezembro de 2020, para empresas com ações na bolsa dos Estados Unidos. Uma vantagem da medida é que ela não depende dos mecanismos tradicionais de controle gerencial ou do auditor externo.

O MUP não apenas se baseia no fácil acesso a dados gratuitos, como os autores enfatizam seu charme como uma métrica externa que é abençoadamente desprovida de controle gerencial. Isso a torna uma nova ferramenta potencialmente importante para os auditores, que, sob a prática típica de auditoria, devem triangular diferentes tipos de dados que, de uma maneira ou de outra, dependem da divulgação da administração.

26 dezembro 2023

Pesquisa sobre implementação da IFRS 15

 O Efrag divulgou uma pesquisa sobre a implementação da IFRS 15 do Iasb. A pesquisa dividiu os respondentes em dois grupos: de usuários e de preparadores. A pesquisa pode ser obtida aqui (via aqui). 


De uma maneira geral, o relatório indica que a adoção da norma foi positiva para os usuários e que o objetivo proposto foi alcançado, que era aumentar a utilidade das demonstrações para decisões externas. O principal destaque foi a divulgação. Os preparadores destacaram as mudanças nos sistemas de controle e na tecnologia da informação, mas destacaram também a principal crítica recebida na fase de projeto, que seria o custo. 

O documento procurou responder três questões: 

Q1: Como as mudanças regulatórias impactam a elaboração de relatórios financeiros em termos de relevância e utilidade das informações produzidas para os usuários?

Q2: Até que ponto as MCS (sistema de controle gerencial) mudaram como resultado da implementação do IFRS e afetaram o processo de tomada de decisão das entidades?

Q3: Existem efeitos (não intencionais) das mudanças relacionadas ao IFRS nas MCS nos resultados/eficiência da empresa?

O tom geral do relatório é positivo. Serve como uma potencial referência. Mas é necessário ter cuidado com o viés do texto. Achei que não está muito claro os critérios de seleção da amostra e o Efrag não disponibiliza as respostas individualizadas.