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14 dezembro 2023

Fraude e AI: auditoria

Nada contra, mas talvez fosse importante disfarçar melhor a propaganda. 

A EY implementou inteligência artificial (IA) em seus processos de auditoria [1], levando à detecção de atividades fraudulentas [2]. Das primeiras 10 empresas avaliadas por esse novo sistema, atividades suspeitas foram identificadas em duas, as quais foram posteriormente confirmadas como fraudes pelos clientes.

Kath Barrow, sócia-diretora de garantia da EY no Reino Unido e Irlanda, comentou sobre a eficácia do sistema [3], indicando que esses resultados iniciais demonstram sua utilidade potencial na auditoria.

Embora a EY tenha se recusado a revelar os detalhes de seu software [4] ou a natureza das fraudes descobertas, Barrow disse que os resultados sugeriam que a tecnologia tinha "potencial" para a auditoria.

A EY começou a experimentar com IA em auditoria em 2018 [5].

Naoto Ichihara, um sócio de garantia da Ernst & Young ShinNihon LLC no escritório de Tóquio, sempre teve paixão por programação. Sua expertise no desenvolvimento de modelos e sistemas para auditoria o levou a explorar a aplicação de aprendizado de máquina na análise de dados contábeis.

A extensa pesquisa de Naoto em artigos acadêmicos existentes [6] e algoritmos despertou sua percepção de que havia uma maneira melhor de detectar anomalias por meio de aprendizado de máquina.

Impulsionado por sua visão, Naoto codificou uma solução de IA que podia identificar entradas anômalas em grandes bancos de dados. Essa tecnologia se tornou pioneira no campo da auditoria e foi posteriormente patenteada [7].

Reconhecendo a necessidade de colaboração, Naoto formou uma equipe de auditores e desenvolvedores para testar e aprimorar o método de detecção da solução, que foi posteriormente chamada de EY Helix GL Anomaly Detector ou Helix GLAD [8].

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[1] Não deixa de ser uma ferramenta de marketing. 

[2] As empresas de auditoria gostam de afirmar que isso não é tarefa delas. Parece contraditório, exceto se olharmos sob a ótica de estratégia de marketing. 

[3] Falta um rigor aqui, não? Uma pessoa da própria empresa que está vendendo a solução confirma que funciona. 

[4] Se quiser saber, compre. 

[5] Aqui destaca que a empresa já está no ramo há tempos. 

[6] Pesquisei ele no Google Acadêmico, que é uma base democrática de artigos. Posso estar enganado, mas não achei nenhum artigo na área. 

[7] Se quiser usar, pague

[8] A solução paga

Lembrando o passado de emissão de CO2

No total, os seres humanos coletivamente emitiram 2.558 bilhões de toneladas de CO2 (GtCO2) na atmosfera desde 1850, o suficiente para aquecer o planeta em 1,15°C acima das temperaturas pré-industriais.

A questão é que a responsabilidade por essa emissão não é igualitária, no tempo, na distribuição geográfica e entre pessoas. Uma análise realizada com dados históricos mostra que os Estados Unidos foi o maior responsável pelo aquecimento global, com 21%. A China aparece depois, mas há um grande destaque para as antigas potências coloniais. 


Considerando a história da emissão, a responsabilidade da Comunidade Européia mais Reino Unido para o aquecimento é de 19%. 

Em termos temporais, países como Índia e Indonésia são mais relevantes na responsabilidade pela emissão nos anos mais recentes. Em termos mais antigos, o Reino Unido tem muita relevância, em razão da emissão não somente pela industrialização, mas também pelas colônias. 

Já em termos de pessoas, uma análise das emissões por pessoa mostra que os Países Baixos e Reino Unidos são os maiores emissores. Mais que Rússia e Canadá. Um holandês foi responsável por emitir 2.014t de CO2. Um russo responde por 1.922tCO2 e um canadense 1.524tCO2. Isso é muito mais que China (217tCO2 por pessoa) e a Índia (52tCO2). 

Essas descobertas reforçam a significativa responsabilidade histórica dos países desenvolvidos pelo aquecimento atual, especialmente as antigas potências coloniais na Europa.

Embora representem menos de 11% da população mundial hoje, juntos, os EUA, UE e Reino Unido são responsáveis por 39% das emissões históricas acumuladas e do aquecimento atual relacionado ao CO2.

Alguns dos países que historicamente foram grande emissores, agora apoiam uma resposta climática global. E isso inclui os países menos desenvolvidos. 

13 dezembro 2023

Sustentabilidade acima de qualquer suspeita

 Ironia. Mas a notícia é:

A B3 comunicou nesta terça-feira (5) que as ações da Braskem deixarão de integrar a carteira de seu Índice de Sustentabilidade Empresarial a partir de sexta-feira, em meio ao agravamento da situação envolvendo minas de extração de sal-gema da petroquímica na capital do Estado de Alagoas.

“Em função da situação de emergência decretada pela prefeitura de Maceió, envolvendo uma mina da Braskem, a B3 iniciou em 1 de dezembro o Plano de Resposta a Eventos ESG relacionados ao ISE B3”, afirmou a empresa de infraestrutura para o mercado financeiro.

Fazia sentido a Braskem estar no índice? 

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui
 

32 bi de amortização de marca

A British American Tobacco (BAT), dona da Souza Cruz, disse nesta quarta-feira (6) que vai fazer um baixa contábil de cerca de US$ 31,5 bilhões no valor de algumas de suas marcas de  cigarros nos Estados Unidos, reconhecendo que seu modelo tradicional de negócios enfrenta desafios a longo prazo.


A medida da BAT ocorre em um momento em que a regulamentação cada vez mais rígida e a crescente conscientização sobre os riscos à saúde gerados pelo fumo pressionam os negócios tradicionais de empresas de tabaco, provocando quedas nos volumes de vendas.

A fabricante dos cigarros Lucky Strike e Dunhill também apontou para os desafios econômicos nos EUA, onde alguns consumidores estão migrando para marcas mais baratas e o aumento de vapes descartáveis pressionam sua divisão de cigarros no país.

A BAT disse que esses fatores, combinados com o afastamento mais amplo do fumo, significam que a empresa terá de ajustar a forma como algumas de suas marcas norte-americanas são tratadas em seu balanço, mudando o valor para uma vida útil finita de 30 anos.

Isso resultará em um encargo de redução de valor recuperável de cerca de 25 bilhões de libras (US$ 31,5 bilhões), disse a BAT. As marcas Newport, Camel, Pall Mall e Natural American Spirit foram afetadas, acrescentou um porta-voz.

O presidente-executivo da BAT, Tadeu Marroco, descreveu a medida como “a contabilidade se aproximando da realidade”.

Embora não acredite que os cigarros desapareçam em 30 anos, o executivo disse que não é mais possível justificar um valor indefinido para essas marcas, que equivalem a cerca de US$ 80 bilhões no balanço patrimonial da BAT.

A BAT acrescentou que começará a amortizar o valor remanescente de suas marcas nos EUA em 2024, tornando-se a primeira das principais fabricantes de cigarros a reconhecer que o valor de suas marcas de tabaco tem uma data de validade.

As ações da BAT despencaram mais de 8% no início do pregão nesta quarta-feira, atingindo mínimas de quatro anos e meio, e eliminando cerca de 4 bilhões de libras do valor da empresa. As ações da rival Imperial Brands caíram mais de 2%.

Assim como seus rivais, a BAT vem investindo pesadamente em alternativas ao fumo, como os vapes.

Nesta quarta-feira, a companhia acrescentou uma nova ambição de gerar 50% de suas receitas a partir de produtos sem combustão até 2025 e disse que agora espera que seus negócios com essas “novas categorias” atinjam o ponto de equilíbrio em 2023, um ano antes da projeção atual.

James Edwardes Jones, analista da RBC Capital Markets, elogiou a meta da empresa, embora tenha se surpreendido com o valor da baixa contábil nos EUA e a perspectiva “sombria” da BAT.

“Meu Deus, esse é um número grande”, disse ele sobre a redução no valor dos ativos, acrescentando que exemplifica os “perigos do setor” e envia sinais menos confiantes sobre as perspectivas para os cigarros.

A BAT disse que o crescimento da receita para o ano provavelmente ficará na extremidade inferior de uma faixa de 3% a 5%. A companhia também espera um crescimento baixo de um dígito na receita e no lucro ajustado das operações em 2024.

Fonte: Reuters. Não deixe de ler sobre a lucratividade da BAT

Páginas mais visitadas da Wikipedia 2023

 Eis os campeões:

A premier League da Índia foi bastante visitada, já que a enciclopédia teve 8,5 bilhões de acesso no país asiático (versus 33 bilhões nos Estados Unidos e 9 bilhões no Reino Unido). A estatística contou somente com a versão em língua inglesa (tentei achar a estatística em língua portuguesa e não consegui). E foram eliminados os acessos por bots

Sonoridade de linguagem e Temperatura

Quando o estereótipo tem uma explicação científica: 

Todos nós ouvimos esses estereótipos retratando pessoas que falam idiomas latinos, sejam espanhóis, franceses ou italianos, soando mais "apaixonadas" ou até "em voz alta".


Acontece que o estereótipo pode resultar de alguma verdade, pois um novo estudo publicado na quinta-feira (5 de dezembro) sugeriu que as temperaturas influenciam a maneira como falamos.

Dr. Søren Wichmann, linguista da Universidade de Kiel, na Alemanha, juntamente com colegas da China, demonstrou no estudo publicado na revista online Nexo PNAS que a temperatura ambiente média influenciou a sonoridade de certos sons de fala.

Os idiomas nas regiões mais quentes são mais altos que os das regiões mais frias, segundo um estudo de linguística

Søren explicou: “De um modo geral, os idiomas nas regiões mais quentes são mais altos que os das regiões mais frias."

Para resumir o estudo, estamos cercados pelo ar quando falamos e ouvimos; portanto, as palavras faladas são transmitidas pelo ar como ondas sonoras, conforme Phys Org Como resultado, as propriedades físicas do ar influenciam a facilidade de produzir e ouvir a fala.

Søren explicou: “Por um lado, a secura do ar frio representa um desafio para a produção de sons sonoros, que requerem vibração das cordas vocais. Por outro lado, o ar quente tende a limitar sons não dublados, absorvendo sua energia de alta frequência."

Esses fatores poderiam favorecer um volume maior de certos sons de fala em climas mais quentes, conhecidos como sonoridade em termos científicos.

O linguista dinamarquês e seus colegas usaram o banco de dados do Programa de Julgamento de Similaridade Automatizada (ASJP) para testar se esses fatores realmente tiveram efeito no desenvolvimento de idiomas.

Estamos cercados pelo ar quando falamos e ouvimos. Portanto, as palavras faladas são transmitidas pelo ar como ondas sonoras.