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01 novembro 2023

CVM e sustentabilidade

Um texto da Capital Aberto traz considerações sobre a agenda ambiental da CVM e alguns aspectos contábeis. São advogados da empresa Vieira Rezende Advogados respondendo sobre o assunto e destaquei alguns pontos. A discussão começa com a recente Resolução 193, de outubro de 2023, sobre a adoção do International Sustainability Standards Board (ISSB). Os relatórios de sustentabilidade serão obrigatórios a partir de partir de 2027 para companhias das categorias A e B.


Ao adotarem uma linguagem comum para divulgar impactos, riscos e oportunidades relacionados ao clima, os padrões do ISSB, S1 e S2 ajudarão a melhorar a confiança nas divulgações das empresas sobre sustentabilidade.

O objetivo da Orientação [CPC 10 – Créditos de descarbonização]  é tratar dos requisitos básicos de reconhecimento, mensuração e evidenciação de créditos de descarbonização, a serem observados pelas entidades na originação [sic], negociação e aquisição para cumprimento de metas de descarbonização. Esta orientação abordará os créditos de descarbonização, incentivando investimentos em energias limpas. A relevância dessa iniciativa se dá em razão do crescente interesse dos atores privados em desenvolver projetos e soluções para desenvolvimento dos mercados voluntários de carbono.

Um grande avanço nesse tópico foi alcançado pela Resolução 175/22, como a possibilidade dos Fundos de Investimento Financeiros (FIF) investirem em créditos de descarbonização (CBIO) e créditos de carbono, observados certos limites e requisitos, como o registro em sistema de liquidação financeira de ativos autorizados pelo Banco Central ou pela CVM ou negociados em mercado administrado por entidade administradora de mercado organizado autorizada pela CVM.

As normas do ISSB foram criadas para garantir que as empresas forneçam informações relacionadas à sustentabilidade juntamente com as demonstrações financeiras – no mesmo “pacote” de relatórios, evitando que as informações relacionadas à sustentabilidade venham apartadas, completamente desconectadas das informações financeiras das empresas.

O IFRS S1 trata de uma estrutura conceitual básica dos relatórios, contemplando requisitos gerais para divulgações de informações financeiras sobre sustentabilidade e o IFRS S2 às publicações relacionadas a questões temáticas como clima, poluição, emissão de gases de efeito estufa. Um importante aspecto é que o tema deverá necessariamente envolver a alta direção da companhia, inclusive o conselho de administração, ampliando o conceito de dever fiduciário.

31 outubro 2023

Direitos humanos sendo reconhecido pela contabilidade (?)

Muhammad Azizul Islam, professor de contabilidade e sustentabilidade, destaca a exploração e práticas injustas nas cadeias de suprimentos, especialmente em Bangladesh. Sua pesquisa revelou que 90% das marcas de moda no Reino Unido, União Europeia e América do Norte estavam envolvidas em práticas prejudiciais nas fábricas de roupas em Bangladesh, afetando fornecedores e trabalhadores. Ele enfatiza a necessidade de regulamentações mais rígidas e sugere que CFOs e líderes financeiros podem promover mudanças em suas organizações. Ele propõe três ações imediatas: transparência na localização de produção, auditorias sociais independentes e revisão de contratos. Ele argumenta que as empresas devem adotar uma abordagem de melhoria contínua e destaca a classificação por organizações da sociedade civil com base em condições de trabalho e transparência. O professor Islam sublinha a capacidade dos CFOs e CEOs de tomar decisões sobre pagamentos a fornecedores, enfatizando práticas justas de compra.


Eis um trecho da reportagem que achei interessante: 

Se você não cuida da sua cadeia de suprimentos, é muito mais fácil para funcionários descontentes ou jornalistas disfarçados gravar vídeos e compartilhar nos canais de mídia social. É aqui que entra o valor de um auditor social independente.

Do ponto de vista implacável das finanças, a melhor maneira de considerar a inclusão dos direitos humanos no balanço é por meio de uma análise de custo-benefício. Há um custo associado à adoção das melhores práticas - seu fluxo de caixa será impactado negativamente, uma vez que você pagará fornecedores mais rapidamente, e o custo por unidade pode ser ligeiramente maior. No entanto, o benefício é a mitigação de riscos.

E gostei do seguinte comentário de um leitor:

Os direitos humanos são um ativo ou um passivo da empresa? Qual é o registro?

Mais um ranking: melhor lugar para fazer um curso superior

Eis o resumo:


Os estudantes na Polônia têm a melhor vantagem global devido aos preços baixos, considerável apoio do governo e boas perspectivas após a formatura.

Um diploma aumenta os ganhos dos graduados americanos mais do que em qualquer outro lugar. Em média, graduados americanos com idades entre 45 e 54 anos ganham o dobro da renda média do país.

Onze países têm as mensalidades mais baixas no estudo, porque oferecem educação superior gratuitamente, mas o Reino Unido não está entre eles. Os estudantes britânicos estão sujeitos às educações universitárias mais caras em geral, com um diploma custando em média $12,255 por ano.

A vida estudantil é mais acessível no México, onde o índice de custo de vida é apenas 25 em 100.

O governo da Noruega contribui mais para o ensino superior do que qualquer outro país, com 92,2% de seu orçamento de educação terciária financiado por fontes públicas.

O sucesso pós-graduação é maior na Lituânia, onde os estudantes universitários podem esperar boas perspectivas de carreira e salários elevados após a educação superior.

Há problemas aqui: a amostra são dos 30 países da OCDE; o uso do custo de vida como uma aproximação do custo de vida do estudante pode ser questionável; o acesso ao ensino pode ser inviável para quem deseja aproveitar o ranking, entre outros. Mas é interessante.  

Rir é o melhor remédio

 


Fonte: aqui

Novamente o escopo do auditor

Nos Estados Unidos, a supervisão do trabalho dos auditores é realizado pelo PCAOB, uma entidade criada após o escândalo da Enron. O Conselho está agora avançando para um campo polêmico de aumentar a responsabilidade dos auditores em situação que existe o não cumprimento de leis e regulamentos por parte dos seus clientes. Ou seja, mais deveres para os auditores, basicamente a capacidade de detectar atos ilegais. 

A proposta já tem a oposição das empresas de contabilidade, talvez pelo modelo não ter sido projetado para atender a proposta. E desafiam as práticas existentes de auditoria. E tornaria a defesa do profissional, em casos de processos, mais complicada. 

Aqui um texto crítico sobre o assunto. 

Empresas que mais adicionaram valor ao acionista: de 1926 até hoje

 

Uma análise feita com 28 mi empresas dos Estados Unidos, entre 1926 até hoje, o quadro acima mostra as 25 melhores ações em termos de adicionar valor aos acionistas. O retorno proporcionado ao acionista foi comparado com o título do tesouro. A descrição existente aqui não fornece muitos detalhes, mas parece ser razoável. 

Nos primeiros lugares, as empresas de tecnologia. Uma lista como essa termina por penalizar empresas mais antigas, dado a questão da sobrevivência. Empresas antigas, como a Coca Cola, merecem destaque por conseguir permanecer atrativas mesmo depois de quase um século de negociação.