Translate

01 novembro 2023

Um cartoon que vale 175 mil dólares

5 de julho de 1993 foi um período mais simples, uma década antes do Facebook e 17 anos antes do Instagram. A maioria dos computadores ainda acessava a Internet via dial-up, e a forma mais rápida de comunicação para a maioria das pessoas era o fax. O iPhone nem sequer brilhava nos olhos de Steve Jobs.

E, no entanto, o cartunista Peter Steiner, na edição da semana New Yorker, de alguma forma foi capaz de destilar uma verdade essencial da Internet então protegida em uma história em quadrinhos agora amada. Nele, um cachorro senta-se em uma mesa com um computador, olhando alegremente para outro canino, dizendo: "Na internet, ninguém sabe que você é um cachorro."


Essa história em quadrinhos, que passou a ser a mais reimpressa da história da revista, se mostra tão duradouramente popular que recentemente vendido em leilão por US $ 175.000, o preço mais alto de um único cartoon já registrado.

E enquanto o New York Times disse que a imagem “capturava o espírito da internet” e Bill Gates pagou US $ 200 para reimprimi-la em seu livro de 1995 A estrada à frente, sobre a revolução provocada por computadores pessoais, Steiner revelado aos Leilões do Patrimônio de Dallas, que lidaram com a venda, que sua intenção "não era sobre a internet. Era sobre o meu senso que estou me safando de algo.

"Percebi que o desenho animado é autobiográfico e que se trata de ser um impostor ou de um impostor", acrescentou Steiner. "Eu tive várias carreiras quadriculadas e, em todas, me senti um pouco fraudulenta. Quero dizer, acho que muitas pessoas têm essa síndrome, a sensação de que sim, todo mundo foi enganado: 'Eles acham que eu sei o que estou fazendo e acham que sou bom nisso. Então, para mim, nesta manhã, essa foi uma espécie de revelação interessante no final do jogo."

Como é o caminho, o desenho animado quase não deu um pontinho com sua publicação original. Mas causou uma impressão duradoura o suficiente de que, ao longo dos anos, sua popularidade cresceu. Foi impresso em canecas e camisetas e até inspirou uma peça de 1995.

Steiner já contribuiu com mais de 400 desenhos para a revista, além de outras publicações como Saturday Review e Lampoon Nacional. Ele passou a ter uma carreira de sucesso como pintor e autor de romances de espionagem. Mas é essa imagem que pode ser a que o define, para melhor ou para pior.

Fonte: aqui

e eu perguntaria para minha turma: cartoon pode ser um ativo? No futuro teremos memes também isso, não? 

Atualização sobre FTX


No final de 2022, a empresa de Sam Bankman-Fried (SBF), que comercializava títulos atrelados a criptomoeda, reconheceu que estava quebrada. Como o acontecido trouxe prejuízo para investidores do maior mercado de títulos do mundo, um processo foi aberto e encontra na sua fase inicial. Depoimentos estão sendo colhidos para permitir o julgamento dos executivos que comandavam a empresa. E detalhes do caso também surgem. O empresário SBF procura reverter a imagem de bandido, que comandou um grande desvio de dinheiro de investidores idiotas. 

Na sexta passada SBF, em depoimento ao juiz do caso, disse que dois meses antes da quebra já temia que sua equipe “não fosse excelente”. Ele afirmou que levou a preocupação para a CEO da empresa Alameda, a ex-namorada Caroline Ellison, que a empresa não tinha hedge para uma queda substancial no preço do bitcoin. Ellison pode ter feito um acordo com a justiça para contar o que sabe e reduzir sua pena, algo que SBF demorou entender. Muita roupa suja será divulgada 

CVM e sustentabilidade

Um texto da Capital Aberto traz considerações sobre a agenda ambiental da CVM e alguns aspectos contábeis. São advogados da empresa Vieira Rezende Advogados respondendo sobre o assunto e destaquei alguns pontos. A discussão começa com a recente Resolução 193, de outubro de 2023, sobre a adoção do International Sustainability Standards Board (ISSB). Os relatórios de sustentabilidade serão obrigatórios a partir de partir de 2027 para companhias das categorias A e B.


Ao adotarem uma linguagem comum para divulgar impactos, riscos e oportunidades relacionados ao clima, os padrões do ISSB, S1 e S2 ajudarão a melhorar a confiança nas divulgações das empresas sobre sustentabilidade.

O objetivo da Orientação [CPC 10 – Créditos de descarbonização]  é tratar dos requisitos básicos de reconhecimento, mensuração e evidenciação de créditos de descarbonização, a serem observados pelas entidades na originação [sic], negociação e aquisição para cumprimento de metas de descarbonização. Esta orientação abordará os créditos de descarbonização, incentivando investimentos em energias limpas. A relevância dessa iniciativa se dá em razão do crescente interesse dos atores privados em desenvolver projetos e soluções para desenvolvimento dos mercados voluntários de carbono.

Um grande avanço nesse tópico foi alcançado pela Resolução 175/22, como a possibilidade dos Fundos de Investimento Financeiros (FIF) investirem em créditos de descarbonização (CBIO) e créditos de carbono, observados certos limites e requisitos, como o registro em sistema de liquidação financeira de ativos autorizados pelo Banco Central ou pela CVM ou negociados em mercado administrado por entidade administradora de mercado organizado autorizada pela CVM.

As normas do ISSB foram criadas para garantir que as empresas forneçam informações relacionadas à sustentabilidade juntamente com as demonstrações financeiras – no mesmo “pacote” de relatórios, evitando que as informações relacionadas à sustentabilidade venham apartadas, completamente desconectadas das informações financeiras das empresas.

O IFRS S1 trata de uma estrutura conceitual básica dos relatórios, contemplando requisitos gerais para divulgações de informações financeiras sobre sustentabilidade e o IFRS S2 às publicações relacionadas a questões temáticas como clima, poluição, emissão de gases de efeito estufa. Um importante aspecto é que o tema deverá necessariamente envolver a alta direção da companhia, inclusive o conselho de administração, ampliando o conceito de dever fiduciário.

31 outubro 2023

Direitos humanos sendo reconhecido pela contabilidade (?)

Muhammad Azizul Islam, professor de contabilidade e sustentabilidade, destaca a exploração e práticas injustas nas cadeias de suprimentos, especialmente em Bangladesh. Sua pesquisa revelou que 90% das marcas de moda no Reino Unido, União Europeia e América do Norte estavam envolvidas em práticas prejudiciais nas fábricas de roupas em Bangladesh, afetando fornecedores e trabalhadores. Ele enfatiza a necessidade de regulamentações mais rígidas e sugere que CFOs e líderes financeiros podem promover mudanças em suas organizações. Ele propõe três ações imediatas: transparência na localização de produção, auditorias sociais independentes e revisão de contratos. Ele argumenta que as empresas devem adotar uma abordagem de melhoria contínua e destaca a classificação por organizações da sociedade civil com base em condições de trabalho e transparência. O professor Islam sublinha a capacidade dos CFOs e CEOs de tomar decisões sobre pagamentos a fornecedores, enfatizando práticas justas de compra.


Eis um trecho da reportagem que achei interessante: 

Se você não cuida da sua cadeia de suprimentos, é muito mais fácil para funcionários descontentes ou jornalistas disfarçados gravar vídeos e compartilhar nos canais de mídia social. É aqui que entra o valor de um auditor social independente.

Do ponto de vista implacável das finanças, a melhor maneira de considerar a inclusão dos direitos humanos no balanço é por meio de uma análise de custo-benefício. Há um custo associado à adoção das melhores práticas - seu fluxo de caixa será impactado negativamente, uma vez que você pagará fornecedores mais rapidamente, e o custo por unidade pode ser ligeiramente maior. No entanto, o benefício é a mitigação de riscos.

E gostei do seguinte comentário de um leitor:

Os direitos humanos são um ativo ou um passivo da empresa? Qual é o registro?

Mais um ranking: melhor lugar para fazer um curso superior

Eis o resumo:


Os estudantes na Polônia têm a melhor vantagem global devido aos preços baixos, considerável apoio do governo e boas perspectivas após a formatura.

Um diploma aumenta os ganhos dos graduados americanos mais do que em qualquer outro lugar. Em média, graduados americanos com idades entre 45 e 54 anos ganham o dobro da renda média do país.

Onze países têm as mensalidades mais baixas no estudo, porque oferecem educação superior gratuitamente, mas o Reino Unido não está entre eles. Os estudantes britânicos estão sujeitos às educações universitárias mais caras em geral, com um diploma custando em média $12,255 por ano.

A vida estudantil é mais acessível no México, onde o índice de custo de vida é apenas 25 em 100.

O governo da Noruega contribui mais para o ensino superior do que qualquer outro país, com 92,2% de seu orçamento de educação terciária financiado por fontes públicas.

O sucesso pós-graduação é maior na Lituânia, onde os estudantes universitários podem esperar boas perspectivas de carreira e salários elevados após a educação superior.

Há problemas aqui: a amostra são dos 30 países da OCDE; o uso do custo de vida como uma aproximação do custo de vida do estudante pode ser questionável; o acesso ao ensino pode ser inviável para quem deseja aproveitar o ranking, entre outros. Mas é interessante.  

Rir é o melhor remédio

 


Fonte: aqui

Novamente o escopo do auditor

Nos Estados Unidos, a supervisão do trabalho dos auditores é realizado pelo PCAOB, uma entidade criada após o escândalo da Enron. O Conselho está agora avançando para um campo polêmico de aumentar a responsabilidade dos auditores em situação que existe o não cumprimento de leis e regulamentos por parte dos seus clientes. Ou seja, mais deveres para os auditores, basicamente a capacidade de detectar atos ilegais. 

A proposta já tem a oposição das empresas de contabilidade, talvez pelo modelo não ter sido projetado para atender a proposta. E desafiam as práticas existentes de auditoria. E tornaria a defesa do profissional, em casos de processos, mais complicada. 

Aqui um texto crítico sobre o assunto.