A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (U.S. Securities and Exchange Commission), o principal órgão regulador financeiro do país, adotou uma nova regra para combater a "lavagem verde" por parte de fundos de investimento. Os fundos serão obrigados a garantir que 80% de sua carteira coincidam com o ativo anunciado pelo nome do fundo. Desde 2021, a SEC tem processado fundos que se promovem como investindo exclusivamente em títulos que obtêm pontuações elevadas em medições ambientais, sociais e de governança, mas que, na realidade, têm investimentos muito mais amplos. "É uma questão de verdade na publicidade", disse Gary Gensler, presidente da SEC.
A medida foi amplamente bem recebida por ativistas e ambientalistas, incluindo alguns que há muito consideravam as restrições frouxas enganosas ou até predatórias para os investidores de varejo. "Essas regras ajudarão a reduzir a lavagem verde e o marketing enganoso, para que milhões de investidores dos EUA garantam que o dinheiro deles está sendo investido de acordo com seus interesses e valores", disse um estrategista do Sierra Club, uma organização de defesa do meio ambiente. "A ação da SEC hoje é um passo vital", escreveu o Environmental Defense Fund.
Apesar de um declínio do mercado em 2022 - durante o qual os fundos tradicionais sofreram saques de bilhões de dólares - os investidores continuaram a migrar para fundos ESG, elevando seus ativos sob gestão para um recorde de US$ 2,8 trilhões no ano passado. A demanda foi impulsionada em grande parte pela Europa, que representou 89% dos ativos dos fundos sustentáveis. No entanto, após anos de desempenho superior aos fundos tradicionais, os retornos dos fundos sustentáveis ficaram abaixo dos dos fundos tradicionais no ano passado, de acordo com pesquisas do Morgan Stanley.
A União Europeia também está combatendo a lavagem verde. A partir de 2026, as empresas que não conseguirem comprovar a precisão de produtos comercializados como "climaticamente neutros", "ecológicos" ou outras alegações ambientais amplas serão proibidas. A nova regra, pela qual ONGs climáticas há muito tempo têm pressionado, tornará a UE a região mais rigorosa do mundo em termos de alegações verdes feitas ao público, informou o Financial Times. "As alegações de neutralidade de carbono são lavagem verde", disse o chefe de uma associação de consumidores europeia. "A verdade é que essas alegações são cientificamente incorretas e nunca deveriam ser usadas."
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