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07 setembro 2023

Deloitte obteve receita de 65 bilhões em 2022/2023

A empresa de auditoria Deloitte apresentou seus resultados mundiais. E os números impressionam. Talvez o mais expressivo seja a receita, um recorde para a empresa, de 65 bilhões de dólares, para o exercício encerrado em maio de 2023. O aumento da receita foi menor que o exercício anterior - de 19,6%, mas os 14,9% ainda são impressionantes. 

A taxa de crescimento maior ficou com a área de negócios Consultoria, com 19,1%, e a região geográfica de destaque foi as Américas. No relatório:

Consistente com a importância crítica para a sociedade do trabalho que realizamos em todas as nossas práticas, buscamos executar com a mais alta ética e integridade e estabelecer o padrão de qualidade em tudo o que fazemos.



Mais uma informação importante é o fato de que a quantidade de empregados aumentou de 412 mil para 457 mil funcionários. Apesar de outras três não terem seus números, dificilmente a Deloitte perderá o primeiro posto de maior empresa contábil mundial.

O relatório passado pode ser obtido aqui

O Papel Fundamental da Reputação na Contabilidade e na Avaliação de Filmes

Um relatório recente da revista New York Magazine, via aqui, foram reveladas práticas questionáveis no site de avaliação de filmes Rotten Tomatoes, que é propriedade da Fandango e da Warner Bros. O relatório expõe como estúdios de cinema e empresas de relações públicas estão manipulando as avaliações no Rotten Tomatoes. Eles contratam críticos desconhecidos para escrever críticas positivas, pagam por avaliações favoráveis e pressionam os críticos para não divulgarem críticas negativas em sites monitorados pelo Rotten Tomatoes. Um exemplo mencionado no relatório envolve a empresa de relações públicas Bunker 15, que conseguiu aumentar a pontuação de um filme chamado "Ophelia" ao convencer críticos a mudarem suas avaliações. A honestidade e a transparência do sistema de avaliação do Rotten Tomatoes foram questionadas, levando algumas pessoas a procurar alternativas, como o Letterboxd, para encontrar avaliações de filmes mais confiáveis.

O Rotten Tomatoes é uma das principais referências para avaliar a qualidade de filmes, ao lado do IMDb. Ambos estão associados a duas grandes empresas de mídia: a Warner, no caso do Rotten, e a Prime, no caso do IMDb.


O exemplo acima destaca a importância da reputação na contabilidade. As informações contábeis devem ser confiáveis para investidores, gestores e outros interessados. Uma boa reputação inspira confiança, o que influencia a atração de investimentos, o acesso a recursos humanos qualificados e a obtenção de outros recursos com custo-benefício favorável. Por exemplo, uma empresa com boa reputação contábil pode atrair fornecedores dispostos a negociar em condições vantajosas em comparação com uma empresa de reputação duvidosa. A reputação também afeta as condições para obtenção de financiamento, com empresas bem avaliadas recebendo empréstimos em termos mais favoráveis.

Além disso, na área de auditoria, uma boa reputação é crucial, pois indica qualidade no trabalho e maior confiabilidade nos relatórios. Para escritórios de contabilidade, construir uma boa reputação pode significar mais clientes e aumento futuro da receita.

Foto: Unsplash+

06 setembro 2023

Estudantes estão usando cada vez mais Inteligência Artificial - 2

Um adendo da pesquisa da KPMG do Canadá por parte deste blogueiro. Na minha atividade docente tenho solicitado trabalho escrito de pesquisa, mesmo na graduação. Apesar do esforço para corrigir os textos, da frustração de tempo dispendido, da irritação por descobrir plágios e textos realizados de qualquer forma, tenho persistido com esta opção.


No semestre passado, diante da realidade do chat, comentei em sala de aula sobre o assunto. Falei da impossibilidade de verificar quem usou ou não. E disse que considerava seu uso, de maneira adequada, poderia ser positivo para o estudante. O resultado foram trabalhos com melhor redação. Mas não percebi uma melhoria da qualidade. A minha percepção é que a escolha do tema, a forma de abordar, as referências usadas e a construção do texto ainda são mais relevantes. E deixar para fazer o trabalho para o prazo final. A mediana das notas ficou em 4 nesta minha turma, que deve ser a mediana histórica que atribuo aos alunos. 

Foto: Unsplash+

Estudantes estão usando cada vez mais Inteligência Artificial - 1


À medida que os estudantes em todo o Canadá se preparam para voltar às aulas, muitos deles estarão usando inteligência artificial generativa (IA) em suas pesquisas, trabalhos acadêmicos e até mesmo em exames, o que gera dilemas éticos, preocupações com a privacidade e oportunidades tanto para educadores quanto para os estudantes, de acordo com uma pesquisa recente da KPMG no Canadá.

Mais da metade (52%) dos estudantes canadenses com idade acima de 18 anos, entrevistados pela KPMG, estão usando IA generativa para auxiliá-los em seus estudos, apesar de 60% deles considerarem isso uma forma de trapaça, revelam os resultados.

Quase nove em cada dez afirmam que viram a qualidade de seus trabalhos escolares melhorar após o uso da IA generativa, e quase 70% relatam que suas notas também melhoraram. Quatro em cada cinco (81%) acreditam que o uso de ferramentas de IA generativa se tornará uma habilidade fundamental para o futuro, assim como a programação se tornou, e 72% desejam cursos sobre como utilizar essas ferramentas de forma mais eficaz.

"A crescente popularidade dessas ferramentas coloca muita pressão sobre os educadores e as instituições de ensino para desenvolverem e comunicarem rapidamente princípios orientadores e diretrizes sobre como elas devem ser usadas. Mas o dilema é: onde traçar a linha?", diz C.J. James, Sócio e Líder da Prática Nacional de Educação da KPMG no Canadá. "Com tantos estudantes sentindo que estão trapaceando ao reivindicar conteúdo gerado por IA como trabalho original deles, isso é um grande problema. Os educadores precisarão se tornar alfabetizados em IA, e os estudantes precisam saber o que se espera deles."

Com a demanda clara dos estudantes para aprender as melhores práticas em torno da IA generativa, educadores e instituições de ensino têm a oportunidade de expandir seu currículo acadêmico oferecendo cursos, incluindo ética em IA, afirma a Sra. James.

"Se os educadores puderem oferecer mais cursos sobre IA generativa, isso ajudará os estudantes a desenvolver as habilidades necessárias para usá-la de maneira adequada, responsável e eficaz, tanto na escola quanto em suas carreiras", diz ela.

Principais descobertas da pesquisa:

52% dos estudantes canadenses estão usando IA generativa para ajudá-los em seus estudos.

60% dos estudantes que usam IA generativa em seus estudos acreditam que isso constitui trapaça.

Quase nove em cada dez (87%) afirmam que a IA generativa melhorou a qualidade de seus trabalhos escolares.

68% relatam que suas notas melhoraram após o uso de IA generativa.

81% acreditam que todos os estudantes deveriam aprender a usar ferramentas de IA generativa da mesma forma que a programação se tornou uma habilidade crucial.

72% desejam mais cursos sobre como usar a IA generativa, e a mesma porcentagem (72%) quer que seus educadores utilizem a IA generativa na sala de aula para aprimorar o processo educacional.

76% afirmam que quanto mais usam IA generativa, mais empolgados ficam com seu potencial.

65% afirmam que quanto mais usam IA generativa, mais preocupados ficam com suas capacidades.

Apenas 14% concordam fortemente que seus educadores estão usando IA generativa na sala de aula (por exemplo, para criar novos materiais de ensino, gerar perguntas ou planos de estudo personalizados, criar jogos e simulações, fornecer feedback personalizado em tempo real, etc.).

Removendo as ambiguidades: Os estudantes usam principalmente IA generativa para geração de ideias (70%), pesquisa (55%) e redação de ensaios ou relatórios (39%). Quatorze por cento dizem que usam essas ferramentas em testes ou exames. Quase 70% admitem sempre ou às vezes reivindicar conteúdo gerado por IA como trabalho original deles. E eles não validam consistentemente a precisão desse conteúdo, com apenas 37% dizendo que sempre fazem verificações de fatos.

"Apenas um terço (36%) dos estudantes informa aos seus educadores que estão usando ferramentas de IA generativa, e a maioria não sabe quais são as políticas de sua escola ou se há repercussões para o uso delas", diz a Sra. James. "As instituições de ensino precisam ter políticas claras sobre IA responsável que estabeleçam o que é uso aceitável e o que não é. Isso eliminará a área cinzenta para os estudantes sobre como ou se podem usar IA generativa em seus trabalhos escolares."

Fonte: KPMG

Rir é o melhor remédio

Risco, falha e demissão
 

05 setembro 2023

Relatório da CPI das Americanas

Juntamente com o relatório final da CPI da Americanas (AMER3), o relator, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), apresentou sugestões de quatro projetos de lei para melhorar a governança corporativa e combater a corrupção nas empresas privadas, de modo a evitar que fraudes como a da Americanas voltem a se repetir.


O relatório, entretanto, não apresenta nenhuma conclusão quanto a possíveis responsáveis pela fraude das Americanas. Carlos Chiodini argumenta que os inquéritos policiais estão em curso e ainda não há elementos suficientes para incriminar ninguém. O relator considera que seria imprudente fazer acusações sem provas conclusivas.

A CPI, instalada em 17 maio, quatro meses após o anúncio da fraude, não terá prorrogação. O texto será votado na próxima semana, segundo o relator. Devemos lembrar que a CPI é muitas vezes um palanque para os políticos divagarem sobre um assunto. Entretanto, pode resultar em medidas efetivas.

No caso desta CPI, os projetos de melhoria na governança das empresas poderia ser uma possibilidade. Mas há propostas para reparação contra auditores independentes por falha no trabalho apresentado. 

Mas gostei muito deste trecho:

Outra medida apresentada tipifica o crime de “infidelidade patrimonial”. Pelo texto, o delito consiste em abusar do poder de administração do patrimônio alheio para tirar vantagem. A punição proposta para o crime é reclusão de um a cinco anos e multa.

Ex-CEO das Americanas comenta a crise da empresa - 2

Sobre os comentários do ex-CEO das Americanas, a empresa divulgou o seguinte:

“A Americanas refuta veementemente as argumentações apresentadas pelo senhor Miguel Gutierrez à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na véspera da apresentação do relatório final. A companhia reitera que o ex-dirigente da Americanas não contestou em nenhum momento os documentos e fatos apresentados à Comissão no dia 13 de junho, que demonstram a sua participação na fraude.


A Americanas reitera que o relatório apresentado na Comissão Parlamentar de Inquérito em 13/06, baseado em documentos levantados pelo Comitê de Investigação Independente, além de documentos complementares identificados pela Administração e seus assessores jurídicos, indica que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas, capitaneada pelo senhor Miguel Gutierrez.

A Americanas confia na competência de todas as autoridades envolvidas nas apurações e investigações, reforça que é a maior interessada no esclarecimento dos fatos e irá responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.”

De quem é a culpa? Provavelmente não existe santo aqui. A empresa, na gestão atual, indica que aquele que a comandou por 20 anos é o vilão. Este mesmo executivo que foi colocado pelos controladores, que posteriormente substituíram por outro executivo. 

Sérgio Rial:

“Não há comentários a serem feitos por Sergio Rial à carta do senhor Miguel Gutierrez. O economista, que agiu como denunciante de boa-fé ao comunicar as inconsistências contábeis da Americanas em 11 de janeiro de 2023, aguarda as providências cabíveis para a responsabilização dos autores da fraude bilionária a partir das delações já homologadas e da continuidade das investigações em curso.”

Continuo cético em imaginar que Rial não soubesse de nada. 

LTS Investments:

“As palavras assinadas pelo Sr. Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, proferidas quase oito meses após a divulgação do fato relevante que informava as inconsistências contábeis na Americanas SA (11/1) e depois de divulgado relatório da CPI sobre o caso na Câmara dos Deputados, não trazem qualquer prova de suas alegações nem refutam evidências de sua participação na fraude.

As ilações de uma pessoa que deixou o país depois de ter tido um requerimento de participação à CPI aprovado não têm coerência com os fatos até agora expostos pelas autoridades, tampouco nenhuma prova apresentada pela companhia há três meses foi questionada até o presente momento.

Os acionistas de referência sempre atuaram com o máximo de zelo e ética sobre a companhia, observando rigorosamente as normas e a legislação aplicável. Ainda assim, todos os acionistas da Americanas foram enganados por uma fraude ardilosa cujos malfeitores serão responsabilizados pelas autoridades competentes.”