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26 julho 2023

Último entre os pares na transição para os elétricos

Qual a razão do Brasil estar demorando tanto tempo em adotar carros elétricos? Eis uma possível resposta: 


Uma mistura única de gasolina e biocombustíveis à base de cana-de-açúcar, que historicamente colocou o Brasil à frente de muitos países em termos de emissões de veículos, agora está impedindo a transição do país para os veículos elétricos. Os veículos de "combustível flexível" fabricados localmente são baratos e populares e, como resultado, o Brasil "será o último entre seus pares a mudar para os elétricos", informou a Bloomberg. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está lutando mais contra o desmatamento e outros problemas climáticos do que seus antecessores, até agora não definiu uma meta ambiciosa para a adoção de veículos elétricos, sob pressão do poderoso lobby do açúcar no país.

Morte ao ESG?

Controverso, mas vale uma passada de olhos no texto de Lance Roberts, do Zero Hedge. Eis o resumo do ChatGPT: 

O texto aborda a controvérsia em torno do escore e mandatos ESG (Ambiental, Social e Governança) que surgiram em 2020. O "ativismo acordado" das empresas para cumprir padrões nebulosos ou artificiais levou a resultados negativos. ESG se refere aos riscos ambientais, sociais e de governança teoricamente embutidos em um negócio, mas essas questões não estão refletidas no balanço patrimonial ou demonstrações de resultados de uma empresa, o que cria problemas intrínsecos.


O ESG se tornou um grande negócio, com fundos rotulados ESG nos EUA superando US$ 16 trilhões em 2020, projetando alcançar US$ 50 trilhões até 2025. No entanto, houve uma saída significativa de fundos ESG em 2022. Isso ocorreu porque os fundos ESG têm um desempenho financeiro pobre e não oferecem melhores resultados em termos de ESG. Os investidores perceberam que priorizam o desempenho e os retornos acima do impacto ESG.

Além disso, muitas empresas estão fornecendo informações enganosas sobre suas iniciativas ESG, e o foco excessivo no ESG pode distorcer as decisões empresariais, levando a investimentos em empresas financeiramente subdesempenho.

O texto destaca a interferência da gigante gestora de ativos Blackrock, que pressiona empresas a abraçarem a agenda ESG, causando atritos e questionamentos sobre suas verdadeiras intenções. Os investidores estão começando a perceber as limitações e problemas inerentes ao ESG, e muitos estão retirando fundos ou evitando investir em produtos relacionados à ESG.

Consequentemente, a falta de desempenho e os problemas de aplicação prática do ESG estão levando ao seu declínio inevitável.

IFRS S2 versusTCFD

Os requisitos no IFRS S2 (Normas Internacionais de Relato Financeiro, Seção 2) de Divulgações Relacionadas ao Clima, emitidos pelo Conselho Internacional de Normas de Sustentabilidade (ISSB), integram e são consistentes com as quatro principais recomendações e onze divulgações recomendadas publicadas pelo Grupo de Trabalho sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD).

As áreas em que o IFRS S2 difere das recomendações do TCFD refletem diferenças entre o IFRS S2 e as orientações do TCFD, não as principais recomendações ou divulgações recomendadas pelo TCFD.

Esta é a introdução de um documento preparado pela Fundação IFRS, que pode ser acessado aqui

Bankman-Fried: ordem de silêncio em meio a acusações de fraude

Sam Bankman-Fried, o ex-fundador da FTX, a empresa de cripto que faliu recentemente, está enfrentando acusações criminais de fraude. Ele concordou com uma ordem de silêncio que, em grande parte, o impedirá de discutir publicamente seu caso. Os promotores acusaram Bankman-Fried de tentar desacreditar uma ex-associada, Caroline Ellison (foto abaixo, direita, junto com SBF, esquerda), que havia vivido e trabalhado com ele nas Bahamas.

O Juiz Distrital dos Estados Unidos, Lewis A. Kaplan, expressou preocupações sobre a adequação e continuação das condições de fiança de Bankman-Fried, o que pode colocar em risco sua prisão domiciliar atual, enquanto aguarda o julgamento. O juiz já havia advertido Bankman-Fried sobre o uso de aplicativos de mensagens criptografadas e programas de VPN.



A ordem de silêncio, protocolada na segunda-feira, proíbe Bankman-Fried e outras pessoas de discutir qualquer coisa com a imprensa que possa interferir em um julgamento justo, incluindo a credibilidade das testemunhas, informações inadmissíveis e qualquer coisa que possa influenciar a opinião pública sobre o caso.

Ellison, uma testemunha-chave no caso, que namorou Bankman-Fried e estava associada à Alameda Research, já se declarou culpada de fraude. Na semana passada, uma matéria no The New York Times revelou detalhes do diário de Ellison, levantando questões sobre seu papel na Alameda e seu relacionamento com Bankman-Fried. Os promotores alegaram que Bankman-Fried vazou o material para retratar Ellison de forma negativa e favorecer sua defesa através da imprensa.

Os advogados de Bankman-Fried afirmaram que ele compartilhou documentos para apresentar seu lado da história sobre tópicos que já haviam sido reportados pela mídia. 

25 julho 2023

Lembranças do Google Reader

Em março de 2013, a internet ficou pior: a empresa Google, que hospeda este blog, retirou do ar o Google Reader. Era um grande fã do Reader e considerava-o um instrumento muito poderoso de produtividade e uma maneira de ler o que me interessava, ou melhor, filtrar.

Por esse motivo, li com muita atenção o texto do The Verge sobre a morte do Google Reader. David Pierce conta não somente a razão pela qual o Reader foi descontinuado pelo Google, como também mostra o nascimento desta ferramenta, em 2006. O Reader não era um sucesso da internet, pois tinha somente algumas dezenas de milhões de usuários, mas funcionava muito bem.

Com tantas notícias surgindo a todo momento, o Reader aparece quando o usuário era obrigado a digitar seus sites favoritos e a todo momento fazer atualização da página para saber se tinha algum conteúdo novo. Wetherell, um funcionário do Google, criou um programa que pudesse ler os feeds dos sites e centralizar em um único aplicativo. Ele percebeu que o Reader poderia centralizar todas as atualizações dos sites previamente cadastrados. Na cabeça da equipe que ajudou no desenvolvimento, o Reader seria uma rede social.

Mas 30 milhões de usuários não são muitos para que o Reader pudesse ser um concorrente do Facebook, que surgia então. Só que o Facebook, assim como o Instagram ou o TikTok, tem como foco os algoritmos centralizados nas pessoas. O Reader tinha o foco no conteúdo.

No lugar dele, apareceu o Old Reader, que não vingou. Nos dias atuais, eu uso muito, mas muito mesmo, o Feedly, que tem um pouco da herança do Reader. Minhas postagens neste blog são possíveis graças ao Feedly, mas no passado era a função do Reader.


Empresa de mídia deixou de controlar a tecnologia e hoje perde negócios

Em "7 Razões pelas quais a mídia não é um bom negócio" encontro este gráfico:


No vermelho, as verbas de publicidade para internet. As mídias tradicionais, especialmente os jornais, perderam muito com a internet. Afinal, a circulação dos jornais só faz cair:



Arte da Avaliação na Contabilidade

No texto "A arte da Contabilidade", Edward Mendlowitz aborda a importância das avaliações empresariais em várias situações, como fins tributários, empresariais, separação conjugal ou fins forenses. Esses relatórios podem variar de 30 a mais de 100 páginas e conter diversas análises.

O autor menciona um caso específico envolvendo o patrimônio de Michael Jackson após sua morte em 2009. No seu inventário, a imagem e a semelhança do artista foram inicialmente avaliadas em US$2.105, e posteriormente aumentadas para $3 milhões pelos executores. Além disso, duas outras propriedades do artista foram avaliadas: sua propriedade parcial da Sony/ATV Music Publishing, que incluía os direitos de 175 músicas dos Beatles, e o catálogo Mijac, que continha músicas escritas por Jackson, avaliados em $2.2 milhões.


No entanto, a Receita Federal dos EUA (IRS) após uma auditoria, avaliou a imagem e a semelhança de Jackson em $161.3 milhões e os interesses do catálogo em $320.6 milhões. O caso foi levado ao Tribunal Fiscal, que determinou que a imagem e semelhança de Jackson valessem $4.15 milhões e os interesses do catálogo US$107.35 milhões.

Essas diferentes avaliações ilustram como determinar avaliações empresariais é uma arte, ao invés de uma ciência exata, e podem variar consideravelmente. A discrepância entre as avaliações dos executores, do IRS e do Tribunal Fiscal foi significativa, com diferenças de centenas de milhões de dólares. O autor também destaca que cada avaliador, apesar de ser um especialista, teve avaliações diferentes.

Consequentemente, o texto enfatiza que as avaliações não devem ser consideradas commodities, buscando apenas o menor custo, mas sim como um serviço personalizado, que exige habilidade, experiência e compreensão adequada das circunstâncias. O autor defende que os contadores devem comunicar o verdadeiro valor de seus serviços e evitar competir apenas por preço, usando casos como esse para ilustrar a complexidade e importância das avaliações empresariais.

Foto: Marie-Hélène LACHAUD