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25 julho 2023

Lembranças do Google Reader

Em março de 2013, a internet ficou pior: a empresa Google, que hospeda este blog, retirou do ar o Google Reader. Era um grande fã do Reader e considerava-o um instrumento muito poderoso de produtividade e uma maneira de ler o que me interessava, ou melhor, filtrar.

Por esse motivo, li com muita atenção o texto do The Verge sobre a morte do Google Reader. David Pierce conta não somente a razão pela qual o Reader foi descontinuado pelo Google, como também mostra o nascimento desta ferramenta, em 2006. O Reader não era um sucesso da internet, pois tinha somente algumas dezenas de milhões de usuários, mas funcionava muito bem.

Com tantas notícias surgindo a todo momento, o Reader aparece quando o usuário era obrigado a digitar seus sites favoritos e a todo momento fazer atualização da página para saber se tinha algum conteúdo novo. Wetherell, um funcionário do Google, criou um programa que pudesse ler os feeds dos sites e centralizar em um único aplicativo. Ele percebeu que o Reader poderia centralizar todas as atualizações dos sites previamente cadastrados. Na cabeça da equipe que ajudou no desenvolvimento, o Reader seria uma rede social.

Mas 30 milhões de usuários não são muitos para que o Reader pudesse ser um concorrente do Facebook, que surgia então. Só que o Facebook, assim como o Instagram ou o TikTok, tem como foco os algoritmos centralizados nas pessoas. O Reader tinha o foco no conteúdo.

No lugar dele, apareceu o Old Reader, que não vingou. Nos dias atuais, eu uso muito, mas muito mesmo, o Feedly, que tem um pouco da herança do Reader. Minhas postagens neste blog são possíveis graças ao Feedly, mas no passado era a função do Reader.


Empresa de mídia deixou de controlar a tecnologia e hoje perde negócios

Em "7 Razões pelas quais a mídia não é um bom negócio" encontro este gráfico:


No vermelho, as verbas de publicidade para internet. As mídias tradicionais, especialmente os jornais, perderam muito com a internet. Afinal, a circulação dos jornais só faz cair:



Arte da Avaliação na Contabilidade

No texto "A arte da Contabilidade", Edward Mendlowitz aborda a importância das avaliações empresariais em várias situações, como fins tributários, empresariais, separação conjugal ou fins forenses. Esses relatórios podem variar de 30 a mais de 100 páginas e conter diversas análises.

O autor menciona um caso específico envolvendo o patrimônio de Michael Jackson após sua morte em 2009. No seu inventário, a imagem e a semelhança do artista foram inicialmente avaliadas em US$2.105, e posteriormente aumentadas para $3 milhões pelos executores. Além disso, duas outras propriedades do artista foram avaliadas: sua propriedade parcial da Sony/ATV Music Publishing, que incluía os direitos de 175 músicas dos Beatles, e o catálogo Mijac, que continha músicas escritas por Jackson, avaliados em $2.2 milhões.


No entanto, a Receita Federal dos EUA (IRS) após uma auditoria, avaliou a imagem e a semelhança de Jackson em $161.3 milhões e os interesses do catálogo em $320.6 milhões. O caso foi levado ao Tribunal Fiscal, que determinou que a imagem e semelhança de Jackson valessem $4.15 milhões e os interesses do catálogo US$107.35 milhões.

Essas diferentes avaliações ilustram como determinar avaliações empresariais é uma arte, ao invés de uma ciência exata, e podem variar consideravelmente. A discrepância entre as avaliações dos executores, do IRS e do Tribunal Fiscal foi significativa, com diferenças de centenas de milhões de dólares. O autor também destaca que cada avaliador, apesar de ser um especialista, teve avaliações diferentes.

Consequentemente, o texto enfatiza que as avaliações não devem ser consideradas commodities, buscando apenas o menor custo, mas sim como um serviço personalizado, que exige habilidade, experiência e compreensão adequada das circunstâncias. O autor defende que os contadores devem comunicar o verdadeiro valor de seus serviços e evitar competir apenas por preço, usando casos como esse para ilustrar a complexidade e importância das avaliações empresariais.

Foto: Marie-Hélène LACHAUD

Rir é o melhor remédio

 


24 julho 2023

Penguin Random House


A Penguin Random House, uma das principais editoras em língua inglesa no mundo, vem anunciando uma reorganização, resultando em diversos cortes e demissões.

Saiu na Publisher Weekly que a editora, em movimentos para gerenciamento de custos, demitiu cerca de 60 funcionários esta semana - dentre eles, o editor da Knopf, Daniel Halpem. Aparentemente houve um pacote de demissões voluntárias e muitos dos nomes que aceitaram são conhecidos no mercado.

Em um comunicado aos funcionários afirmou-se que, embora o mercado de livros tenha crescido, principalmente nos últimos anos, houve também aumento significativo de custos em todas as áreas e espera-se que esses aumentos, assim como a inflação, continuem. 

Uma movimentação assim em uma empresa tão proeminente pode significar ventos não muito favoráveis às editoras do restante do mundo. Felizmente, segundo o Painel de Varejo de Livros no Brasil, o setor nacional vem crescendo em comparação ao ano anterior.



Empresas mais inovadoras

Todos os anos, o Boston Consulting Group (BCG) lança o seu Classificação das empresas mais inovadoras. Com base em uma pesquisa com mais de 1.000 executivos de inovação pesquisados em dezembro. 2022 e janeiro. 2023, o BCG avaliou o desempenho de uma empresa em quatro dimensões :

Partilha global: o número de votos recebidos de todos os executivos globais de inovação

Visão por pares da indústria : o número de votos recebidos de executivos do próprio setor de uma empresa

Interrupção do setor : o Índice de Diversidade (Herfindahl-Hirschman) de votos em todos os setores

Criação de valor: retorno total dos acionistas, incluindo recompras de ações, durante o período de três anos a partir de janeiro. 2020 a dezembro. 2022.

Eis as 10 mais:




Difusão do conhecimento e serendipidade nos Congressos

Esta semana teremos o que talvez seja o congresso mais importante da nossa área: o Congresso USP. Ao mesmo tempo, desde o início deste ano, estou no cargo de diretor geral do congresso mais simpático da nossa área: o Congresso da UnB. Bom, uma leitura estimulante do LSE mostra que um encontro acadêmico, como um congresso, é muito importante para a difusão do conhecimento e a serendipidade. Este último termo, um palavrão, é a capacidade de descobrir coisas ao acaso. 


Pois bem, os congressos acadêmicos possuem a capacidade de difundir conhecimento e proporciona, para as pessoas, a chance de descobrir coisas ao acaso. A troca acadêmica ajuda no nosso aprendizado permanente. A leitura apresenta que apesar de um congresso ser "caro", os benefícios parecem superar os custos. 

Usando pesquisas já realizadas (por exemplo aqui) é possível indicar que os congressos apresentam realmente uma troca de conhecimento. Isto é importante, pois muitas pessoas acreditam que os encontros científicos possuem uma função de disseminação de conhecimento. Mas não é só isto, pois também ajuda na aprendizagem das pessoas e nos encontros "fortuitos" e "discussões espontâneas" entre as pessoas que participam. É a famosa hora do cafezinho nos congressos, que geralmente não temos nos congressos virtuais e subavaliamos quando pagamos nossa inscrição nos encontros. 

As colaborações formadas durante esses eventos demonstram uma influência significativa em projetos de pesquisa subsequentes, como evidenciado pelo aumento das redes de coautoria e citações. Isso sugere que as conferências não apenas facilitam a troca de conhecimentos durante o evento, mas também fomentam conexões acadêmicas duradouras que moldam a trajetória da pesquisa além do término da conferência.

As implicações dessa pesquisa são substanciais para os organizadores de conferências, participantes e a comunidade acadêmica em geral. Não podemos, então, negligenciar a serendipidade e difusão do conhecimento.