Recentemente, um grupo de bilionários decidiu realizar uma viagem para observar o Titanic. Esses empresários embarcaram em um submersível chamado Titan (foto), que acabou implodindo com cinco pessoas a bordo, resultando em suas mortes. Uma questão que me intrigou foi a operação de resgate e busca do submersível, e como isso poderia afetar os gastos públicos. Essa dúvida foi esclarecida em um breve texto publicado no jornal "O Estado de S. Paulo", escrito pela jornalista Christine Chung.
As estimativas são de que as despesas desse resgate foram bastante grandes, mas não está claro ainda se os contribuintes dos países envolvidos, em última instância, serão obrigados a pagá-las — nem quanto vai dar a conta. Os passageiros do submarino pagaram US$ 250 mil cada um pela experiência de mergulhar rumo ao Titanic.
“Essas pessoas pagaram muito dinheiro para fazer algo extraordinariamente arriscado e difícil de se recuperar”, disse Chris Boyer, diretor executivo da Associação Nacional de Busca e Resgate, uma organização sem fins lucrativos que se concentra em resgates na natureza. A missão de resgate, disse ele, “provavelmente custou milhões”.
Nos EUA, os esforços de busca e resgate – quem os conduz e quem paga por eles – dependem de onde ocorrem, disse Boyer. Alguns Estados, como New Hampshire, cobram de indivíduos por resgates se as pessoas forem consideradas imprudentes.
Cynthia Hernandez, porta-voz do National Park Service, disse em comunicado que a agência não cobra pelas operações de busca e resgate que ocorrem em seus parques porque as considera um serviço público. O serviço do parque realizou 3.428 buscas e resgates no ano passado.Mas, segundo ela, quando o custo dos esforços de busca e resgate “passa de um certo limite, os fundos podem ser desviados de fundos do parque para outros tipos de programas ou projetos”.
Não se sabe se a OceanGate Expeditions, a empresa que forneceu a excursão às ruínas do Titanic, exigia que seus participantes contratassem algum seguro de viagem.
Os organizadores de expedições arriscadas e aventureiras, incluindo operadoras como Abercrombie & Kent e Black Tomato, disseram que exigem extensas apólices de seguro.
Peter Anderson, diretor administrativo do serviço de concierge de luxo Knightsbridge Circle, disse que a empresa trabalha com serviços como a Covac Global, que pode “retirar e repatriar seus membros para emergências médicas”. Mas mesmo a apólice mínima, de US$ 100 mil, não chegaria nem perto de pagar pelos esforços atuais.
Resumindo: tudo leva a crer que será o contribuinte.