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21 junho 2023

Salário do baixo escalão da contabilidade e qualidade dos relatórios financeiros

Um artigo de pesquisadores da Stanford Graduate School of Business e da University of Washington descobriu uma relação entre o salário dos contadores de baixo escalão e a qualidade do seu trabalho. Ao contrário das pesquisas anteriores, que geralmente se concentram nos executivos de alto escalão, esse estudo examinou os incentivos contratuais dos funcionários de nível inferior e sua influência no comportamento e nos relatórios financeiros das empresas.

Os pesquisadores descobriram que as empresas que pagam bem seus funcionários de contabilidade tendem a emitir relatórios financeiros de maior qualidade. E quando a remuneração desses funcionários é contingente, em vez de fixa, a qualidade dos relatórios tende a ser inferior. Além disso, essa relação é mais acentuada em empresas cujos executivos seniores têm mais incentivos para produzir relatório de maneira inadequada. Isso destaca a importância dos funcionários de contabilidade de baixo escalão, que têm acesso direto e maior envolvimento nos processos contábeis e de controle da empresa.


Os pesquisadores argumentam que são os funcionários de nível inferior que têm um papel mais direto na produção dos relatórios financeiros. Mesmo que os executivos tenham motivos para manipular os números, são os seus subordinados que executam as alterações necessárias para efetivar essa manipulação. No entanto, esses funcionários podem ter incentivos para tomar ações corretivas ou denunciar as irregularidades.

Os pesquisadores examinaram um conjunto de dados com a remuneração dos contadores de 384 empresas de capital aberto nos EUA entre 2000 e 2004. Eles descobriram uma relação positiva entre os incentivos contratuais dos contadores e a qualidade dos relatórios financeiros de suas empresas. 

O estudo também revelou que a Lei Sarbanes-Oxley (SOX) teve um efeito positivo nos salários dos contadores. As empresas que tiveram menor qualidade nos relatórios financeiros antes da implementação da SOX tiveram que gastar mais e aumentar a remuneração de seus contadores para cumprir as regulamentações. Essas empresas apresentaram melhorias significativas na qualidade dos relatórios financeiros após a implementação da lei.

O estudo está limitado ao mercado dos Estados Unidos, mas nada impede que o mesmo seja replicado no Brasil, para as empresas que divulgam o salário dos funcionários. 

Via Goingconcern

Carlos Ghosn tenta dar a volta por cima

O ex-chefe da Nissan Carlos Ghosn, de 69 anos, processa a montadora japonesa por demiti-lo em 2018 e por providenciarem sua prisão por suposta má conduta financeira. Ele pede mais de US$ 1 bilhão por “danos profundos” em suas finanças e reputação.



O ex-executivo, responsável pela aliança entre a montadora Nissan com a Renault e a Mitsubishi Motors, apresentou suas queixas ao promotor público no Tribunal de Cassação do Líbano, onde vive desde sua saída dramática do Japão no final de 2019 para fugir do julgamento. (...)

O processo reivindica US$ 588 milhões em compensações e custos perdidos e também US$ 500 milhões em medidas punitivas. Os acionistas da Nissan também sofreram perdas depois que a empresa desperdiçou sua vantagem de pioneirismo em relação aos veículos elétricos. O ex-executivo não faz mais parte do corpo de acionistas da empresa japonesa. (...)

Em 2020, um painel da Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu que a detenção de Ghosn em uma prisão japonesa por mais de 100 dias não era necessária e violava seus direitos. A decisão de prender Ghosn quatro vezes seguidas para estender sua detenção foi “fundamentalmente injusta”, de acordo com o Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. (...)

Fonte: Exame. Foto: John Cameron

Isabel condenada por desvio na Sanangol

A empresária Isabel dos Santos e alguns de seus colaboradores foram condenados pelo Tribunal de Recurso de Amsterdã, nos Países Baixos, pelos crimes de gestão danosa e falsificação de documentos. A condenação ocorreu devido ao desvio de 52,6 milhões de euros da Sonangol, a petrolífera estatal angolana. 


A queixa foi apresentada em novembro de 2022 pela Sonangol, por meio de sua subsidiária Esperaza. Segundo a investigação, Isabel dos Santos teria desviado esse valor da Esperaza, empresa controlada pela Sonangol em 60% e pela Exem Energy, pertencente a Isabel dos Santos e seu falecido marido, Sindika Dokolo, em 40%. A Esperaza detém 45% da Amorim Energia, a maior acionista da Galp Energia. 

Um relatório preliminar constatou que as deliberações relacionadas ao suposto desvio foram baseadas em datas falsas e foram consideradas nulas, uma vez que foram tomadas após a destituição de Isabel dos Santos da presidência da Sonangol. Além disso, a investigação concluiu que Isabel dos Santos agiu em conflito de interesses, realizando atos jurídicos em nome da Sonangol que beneficiaram suas próprias empresas.

Fonte: aqui. Leia mais aqui. Foto: Jorge Sá Pinheiro

Fundos Anti-ESG

Assim como existe os fundos voltados para os investimentos em práticas ambientais, sociais e de governança de qualidade, o mercado de capitais mundial criou os chamados fundos contrários. Estes fundos anti-ESG tiveram uma popularidade grande no terceiro trimestre de 2022, com depósitos adicionais de 377 milhões de dólares somente nos Estados Unidos. 

Mas parece que o interesse por estes fundos está diminuindo, já que no primeiro trimestre de 2023 o acréscimo nos investimentos ficou em 188 milhões. Isto é muito pouco em comparação com os fundos ESG. 

Os fundos anti-ESG foram criados pelos críticos dos investimento nas práticas ESG. Apesar da redução do interesse, os ativos totais dos fundos chegaram a 2,1 bilhões no final do primeiro trimestre. Um ano antes, esse valor era de aproximadamente US$ 282 milhões. Todos os dados são válidos para o mercado dos Estados Unidos. 

Acredita-se que os fundos anti-ESG continuarão a existir devido à polarização mais profunda da população em alguns países. Já se observou que a oposição republicana tem enfraquecido propostas de acionistas voltadas para práticas ESG.

Hunter Biden, filho do presidente dos EUA, admite sonegação fiscal

Hunter Biden (foto) é um advogado e empresário americano, filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Ele ganhou destaque na mídia devido a problemas relacionados aos impostos.

Em outubro de 2020, pouco antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, surgiram relatos sobre a investigação federal em andamento sobre as finanças de Hunter Biden. De acordo com esses relatos, Hunter estava sob investigação sobre possíveis irregularidades fiscais, lavagem de dinheiro e negócios internacionais suspeitos.

A investigação concentrou-se principalmente em suas atividades financeiras no exterior, especialmente na Ucrânia e na China. Hunter Biden era membro do conselho de uma empresa de energia ucraniana chamada Burisma Holdings, o que levantou questões sobre conflito de interesses devido à posição política de seu pai, na época em que era vice-presidente dos Estados Unidos.



Além disso, surgiram alegações de que Hunter Biden recebeu grandes somas de dinheiro de empresas e indivíduos estrangeiros, o que levantou preocupações sobre possíveis influências indevidas em relação às políticas dos Estados Unidos.

Ontem foi notícia que Hunter fez acordo com Departamento de Justiça para se declarar culpado de acusações envolvendo sonegação de imposto de renda e admitir formalmente que comprou ilegalmente uma arma de fogo, segundo documentos divulgados nesta terça-feira.

As acusações foram resultado de uma investigação liderada por David Weiss, procurador dos EUA em Delaware, estado natal do presidente. Espera-se que o Departamento de Justiça recomende a liberdade condicional para as acusações fiscais, o que significa que Hunter Biden não enfrentará uma pena de prisão efetiva.

As acusações afirmam que Hunter não apresentou suas declarações de imposto no prazo estabelecido, referentes a ganhos superiores a 1,5 milhão de dólares em 2017 e 2018. Durante esses dois anos, ele acumulou uma dívida de mais de 100.000 dólares em imposto de renda.

Mais aqui. Foto: aqui

Vale a pena investir em uma empresa "verde"? Não ...

Pode parecer contraditório, mas existe uma resposta não tão óbvia para a pergunta: é válido investir em uma empresa verde?


Se você pensou em responder "sim", talvez essa não seja a resposta correta, de acordo com alguns especialistas. Afinal, as empresas verdes são, em sua maioria, empresas de serviços, como o Spotify ou o Itaú. O Itaú, por exemplo, é considerado uma empresa verde por ser um banco, e espera-se que um banco não seja uma fonte de poluição. No entanto, é importante notar que uma empresa verde que tem acesso fácil a capital provavelmente não terá muito incentivo para mudar seu status atual.

E quanto às empresas poluidoras? Se o investimento for direcionado para essas empresas, o investidor pode ter a oportunidade de atuar dentro da empresa e influenciar uma mudança de direção. Além disso, ao fornecer capital para essas empresas, pode-se criar uma fonte de recursos necessários para projetos que possam alterar a forma de funcionamento dessas empresas.

Foto: Greg Rosenke. Leia mais aqui