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20 junho 2023

Fundação IFRS na China

A Fundação IFRS expandiu sua rede internacional com a abertura de um escritório na China para promover os novos padrões de relatórios de sustentabilidade. O escritório em Pequim (foto) será a base chinesa do Conselho Internacional de Padrões de Sustentabilidade (ISSB), juntando-se aos escritórios já existentes em Frankfurt, Londres, Montreal, São Francisco e Tóquio. O primeiro conjunto de padrões internacionais de sustentabilidade deve ser publicado até o final de junho. O escritório servirá como base para o membro do ISSB, Bing Leng, e o vice-presidente do ISSB, Jingdong Hua, que supervisionará a capacitação e o envolvimento do ISSB em economias em desenvolvimento e emergentes, e visitará regularmente o escritório.


O escritório será dirigido pelo contador qualificado Zhengwei Zhang, que foi nomeado diretor do escritório em Pequim e conselheiro especial do presidente do ISSB, Emmanuel Faber. Zhang possui mais de 20 anos de experiência em liderança em cooperação econômica e financeira internacional, abrangendo desenvolvimento sustentável, estabilidade financeira e cooperação e integração econômica regional. Ele também possui ampla experiência em finanças de desenvolvimento, tendo trabalhado em diversas instituições de investimento.

O escritório sediará a primeira reunião do ISSB na China durante a semana que começa em 13 de novembro de 2023. Além disso, em 17 de novembro de 2023, a Fundação IFRS trabalhará em parceria com parceiros locais para hospedar sua primeira conferência focada em sustentabilidade na China. A abertura do escritório na China segue a assinatura de um memorando de entendimento entre a Fundação IFRS e o Ministério das Finanças da China em dezembro de 2022.

O escritório em Pequim trabalhará em conjunto com os outros escritórios da Fundação no apoio ao trabalho do ISSB. A equipe terá foco na liderança e execução da estratégia do ISSB para economias emergentes e em desenvolvimento, atuando como um centro de engajamento de partes interessadas na Ásia, facilitando uma cooperação mais profunda e envolvimento com as partes interessadas, e realizando atividades de capacitação para economias emergentes, países em desenvolvimento e pequenas e médias empresas.

A China é um importante ator na entrega de divulgações de sustentabilidade em nível global, dada sua posição como a segunda maior economia do mundo e um componente importante das cadeias de suprimentos globais.

Leia mais aqui e aqui .Foto: Unsplash+

Suíça adere ao imposto de 15%

Os eleitores suíços aprovaram a implementação de um imposto mínimo sobre os lucros das empresas. Isto faz parte de um movimento global para combater a evasão fiscal por empresas internacionais. E como a Suíça é conhecida por abrigar multinacionais que se beneficiam de baixas taxas de impostos, a aprovação adquire um elevado simbolismo. 


Um acordo tributário entre 35 nações estabelece que um país pode cobrar impostos sobre os lucros de uma empresa instalada em outro país se esta estiver sediada em uma jurisdição que não tribute pelo menos 15% dos lucros. Isto significa que o país que não implantar a media poderá perder receita. Os eleitores suíços decidiram que a cobrança desse imposto deve ser feita pelo próprio país, não por governos estrangeiros, para que toda a renda adicional permaneça na Suíça.

A OCDE estima que, com os países que já aderiram ao imposto mínimo, 90% dos negócios internacionais com lucros acima de 750 milhões de euros estarão sujeitos a ele até 2025. A implementação desse imposto pode aumentar as receitas fiscais dos governos em todo o mundo em US$ 200 bilhões anuais.

Como parte deste esforço, a Fundação IFRS já está mudando as normas contábeis para se adequar a esta nova situação. 

Baseado aqui. foto: Johannes Hofmann

Perda e Despesa

Pesquisando no ChatGPT a diferença entre despesa e perda:

Perda e despesa são termos contábeis que se referem a conceitos diferentes no contexto financeiro de uma empresa. Vou explicar cada um deles separadamente:

Perda: Uma perda é uma diminuição no valor de um ativo ou um aumento nas obrigações da empresa que ocorre de forma anormal e imprevista. Ela resulta de eventos ou transações que não estão relacionados diretamente com as operações normais do negócio e geralmente não são consideradas parte das atividades principais da empresa. As perdas são classificadas como despesas não operacionais e são registradas no demonstrativo de resultado (ou demonstrativo de perdas e ganhos) [1], afetando o lucro líquido da empresa. Exemplos de perdas incluem roubo, incêndio, desastres naturais, baixa no valor de estoque devido à obsolescência, entre outros.


Despesa: Uma despesa é um gasto incorrido durante o curso normal das operações de uma empresa. Ela representa a utilização de recursos financeiros [2] para gerar receitas ou manter as operações da empresa em andamento. As despesas estão diretamente relacionadas à produção e venda de bens ou serviços da empresa. Elas são consideradas parte das atividades operacionais da empresa e são registradas no demonstrativo de resultado. Exemplos de despesas comuns incluem salários e encargos trabalhistas, aluguel, energia elétrica, matérias-primas, despesas de vendas e marketing, entre outros.

Em resumo, a diferença fundamental [3] entre perda e despesa é que a perda é uma diminuição anormal e imprevista no valor de um ativo ou um aumento nas obrigações da empresa, enquanto a despesa é um gasto incorrido durante as operações normais da empresa. 

De uma maneira geral, o texto é adequado, mas há sutilezas aqui. 

[1] Considerar o nome de "demonstrativo de perdas e ganhos" é inadequado. Afinal é também o demonstrativo das receitas e das despesas. A própria ordem dos termos não é boa, já que inicialmente temos as receitas (e ganhos) e depois as despesas (e perdas). 

[2] Não somente recursos financeiros

[3] Esta diferença é válida para uma empresa dos Estados Unidos. Isto está correto para as normas do Fasb, mas não para as normas internacionais. Pelas normas do Iasb, não existiria esta diferença fundamental entre receitas e ganhos, assim como entre despesas e perdas. 

Esta pesquisa foi realizada a partir da dica de uma aluna, Wanessa Santos. 

Foto: Mike Cho

Codificação do Fasb e usuário das normas contábeis

Cada vez mais, eu acredito que o sistema de codificação de normas contábeis adotado pelo FASB é a grande inovação contábil dos últimos anos. Essa inovação torna muito mais fácil a consulta sobre uma norma.


A codificação tradicional numera as normas por ordem de emissão. Esse é o sistema adotado pelo IASB, pelo CPC e por quase todos os reguladores contábeis. Se quero consultar uma norma sobre o reconhecimento de uma receita, tenho apenas uma leve pista no nome da norma. Com sorte, talvez exista uma norma específica sobre esse assunto, mas nada me garante que minha dúvida será esclarecida nessa norma. Há outro problema: minha dúvida pode estar em mais de uma norma e a resposta pode variar dependendo da minha consulta. Afinal, o conjunto de normas está cada vez mais extenso e nem sempre os reguladores estão totalmente atentos para evitar esse conflito. E tudo isso se torna mais complicado quando adicionamos as interpretações e orientações das normas.

O processo tradicional de codificação é muito conveniente para os reguladores. Se há uma emissão de uma norma, deixa-se a critério do preparador e do auditor a localização nos casos particulares. Se houver conflito, isso se torna mais uma demanda para o regulador, que cria um mecanismo para valorizar sua relevância devido à sua incapacidade de organizar as normas.

A entidade que emite as normas contábeis para serem endossadas pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, o FASB, alterou essa forma de trabalhar. O Conselho de Normas de Contabilidade Financeira (FASB) facilitou a vida dos preparadores e outros usuários das normas ao mudar a classificação. Em vez de apenas numerar as normas pela ordem de emissão, o FASB separou os assuntos contábeis em grandes blocos e dentro deles há divisões padronizadas. Isso está explicado no livro "Teoria da Contabilidade", de Niyama e deste blogueiro.

Quando o FASB aprova uma norma que muda a definição de receitas e despesas, o texto dessa norma será alterado tanto no bloco que trata de receitas quanto no bloco que trata de despesas. Assim, só existirá uma definição de receita. Quando a mudança é no conceito de valor justo, isso irá alterar o bloco sobre mensuração.

Além dessa facilidade, os blocos receberam uma numeração que também facilita a vida do usuário das normas. Um item numerado como 116, por exemplo, é imediatamente identificado por um usuário, pois cada centena, dezena e unidade tem um significado. Isso naturalmente complica um pouco a vida do regulador, mas facilita a do usuário.

Há um risco aqui. Se no futuro for necessário criar um bloco adicional, a estrutura estará engessada. Mas certamente, até lá, o sistema do FASB já terá prestado um bom serviço ao usuário.

Uma pesquisa publicada recentemente no Journal of Accounting Research mostrou que este sistema realmente facilitou a vida dos preparadores e dos auditores. A influencia da codificação parece realmente ter ajudado estes dois usuários na localização das normas contábeis apropriadas para diferentes situações. 

Mas será que este sistema poderia ser adotado pelo Iasb? Eu vejo que há um grande problema: as normas internacionais emitidas pelo Iasb podem ou não serem adotadas por cada país. Criar um mecanismo como este poderia ser útil somente para os países que usam 100% das normas internacionais, o que não seria o caso do Brasil, por exemplo. Mas seria interessante uma análise mais profunda sobre o assunto. 

Did the FASB Codification Reduce the Complexity of Applying U.S. GAAP? - Oliver Binz, Robert Hills, Matthew Kubic - March 2023

Foto: Unsplash+

Rir é o melhor remédio

 


19 junho 2023

Efeito Beyonce

A passagem da cantora Beyonce pela Suécia, aonde começou a sua turnê mundial, pode ter afetado o índice de inflação do país. No mês de maio, a cantora fez shows em Estocolmo e também neste mês foi observado um aumento no preço dos hotéis e restaurantes. 


É bem verdade que isto é uma aumento transitório, que pode ser compensado pela taxa do mês de junho. E também estaria restrito ao setor de serviços. Veja que esta associação foi feita por um economista de um banco, mesmo quando a taxa reduziu em 10,5%, em abril, para 9,7%, em maio.