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14 junho 2023

Beleza e gestão de fundos de investimento

A beleza tem seus privilégios. Estudos consistentemente mostram que os mais fisicamente atraentes entre nós tendem a receber mais atenção dos pais, obter melhores notas na escola, ganhar mais dinheiro no trabalho e ter mais satisfação na vida. Um estudo publicado em janeiro no Journal of Economics and Business descobriu que CEOs bancários com boa aparência recebem, em média, mais de US$ 1 milhão em compensação total do que seus pares menos atraentes. "A boa aparência compensa", escrevem os autores.


Novas pesquisas do Shanghai Advanced Institute of Finance também descobriram que gestores bonitos de fundos mútuos atraem mais investimentos e desfrutam de mais promoções do que seus colegas menos atraentes, mesmo que seus fundos não apresentem um desempenho tão bom. Os pesquisadores sugerem que essa diferença de desempenho pode ser porque os gestores bonitos abordam o risco com níveis excessivos de confiança arrogante.

Via aqui. Foto: Sofia

Rir é o melhor remédio

 

Por que eu quero este emprego? Dinheiro

13 junho 2023

Americanas, novela continua - 3

O presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Aécio Prado Dantas Junior, compareceu a uma audiência pública na Câmara dos Deputados, a convite da CPI das Americanas, para prestar esclarecimentos sobre o processo de fiscalização relacionado às supostas inconsistências contábeis da empresa Americanas S.A. Ele explicou que, após a detecção das inconsistências, o Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro instaurou um processo administrativo para apurar a conduta dos profissionais envolvidos.


Dantas destacou que, como entidade fiscalizadora da profissão contábil no Brasil, o CFC está seguindo o devido processo legal, garantindo o direito ao contraditório e à ampla defesa dos profissionais e empresas envolvidos. Ele ressaltou que, caso sejam comprovadas infrações, serão aplicadas penalidades que variam desde advertência e multa até a cassação do registro profissional.

Baseado CFC. Foto: Priscilla Du Preez

Americanas, novela continua - 2

A Americanas entregou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 13, documentos com trocas de e-mails que indicam que a diretoria tinha uma versão falsa do balanço da empresa para ser apresentada ao Conselho de Administração e ao mercado. As mensagens também trazem indícios de participação das empresas de auditoria PriceWaterhouseCoopers (PwC) e KPMG na elaboração de documentos com redações favoráveis à empresa.

Os bancos Itaú e Santander são apontados como responsáveis por suavizar o texto das cartas de circularização, usadas como parte da auditoria, em relação aos financiamentos para o pagamento de fornecedores conhecidos como “risco sacado”.

O CEO da varejista, Leonardo Coelho, citou à CPI trocas de e-mails entre os auditores da KPMG e a diretoria da Americanas nas quais a intenção era amenizar os termos da carta da auditoria sobre os resultados da companhia. O texto, que originalmente continha a expressão “deficiências significativas” foi depois entregue com o termo “recomendações que merecem a atenção da administração”. Coelho explicou que a troca foi estratégica: a primeira versão precisaria ser comunicada ao Conselho de Administração; a segunda não necessariamente traria essa exigência.

Sobre outra troca de e-mails, desta vez entre a PwC e a diretoria da Americanas, Coelho diz que o documento carece de contexto, mas que pode indicar que a auditoria teria sugerido como redigir questões ligadas a operações de risco sacado de forma que as operações não ficassem tão claras. Nas imagens apresentadas, é possível ver a sugestão de uma funcionária da auditoria para mudanças na redação da empresa.

O texto inicialmente dizia: “Confirmamos que não temos, junto aos bancos com os quais temos relação, operações contratadas de antecipação de fornecedores nas quais é oferecido risco de crédito da companhia, operações denominadas ‘forfeit’, ‘confirming’, ‘risco sacado’ ou ‘securitização de contas a pagar’”.


Com a sugestão, a versão ficou: “Informamos que não temos conhecimento de que as operações de cessão de crédito realizadas a pedido de fornecedores informadas por certos bancos com os quais a companhia opera possuem qualquer anuência da companhia ou envolva a assunção de risco de crédito por parte da companhia”.

Outro documento apresentado por Coelho mostra o ex-diretor Timotheo Barros perguntando a um colega de diretoria: “Como estamos com bancos para retirar das cartas a informação das operações com fornecedores, vida/morte para nós?”

As trocas de e-mail também sinalizam mudanças no texto dos bancos em suas cartas de circularização, a pedido da empresa, para suavizar registros das operações de crédito que eram reportadas de forma errada pela companhia em seu balanço. São apresentadas versões de cartas do Itaú e do Santander. (...)

Em nota, a KPMG afirmou que “por motivos de cláusulas de sigilo e regras da profissão, está impedida de se manifestar sobre casos envolvendo clientes ou ex-clientes da firma”.

Também em nota, a PwC disse que “não comenta temas de clientes por questões de confidencialidade e regras de sigilo profissional”.

O Itaú Unibanco declarou que “as cartas de circularização, que são instrumento de apoio aos trabalhos de auditoria, até 2017, traziam o saldo integral das operações de antecipação contratadas por fornecedores, denominadas “risco sacado”. A partir de 2018, após discussões de mercado, a carta de circularização foi restringida para refletir apenas as operações contratadas diretamente pela Americanas, com a exclusão do saldo das operações de antecipação contratadas por fornecedores.

Por outro lado, como medida de transparência, foi adicionado o parágrafo que alertava para a realização de operações de antecipação de recebíveis emitidos contra a Americanas, permitindo que as empresas de auditoria conhecessem sua existência e questionassem sobre seu saldo, caso necessário.

“O Itaú reforça que a elaboração das demonstrações financeiras é responsabilidade exclusiva da companhia e de seus administradores. É leviano atribuir a terceiros a responsabilidade pela fraude, confessada pela companhia ao mercado no dia de hoje”, diz em nota.

O Santander disse que a própria Americanas ressaltou os “esforços da diretoria anterior para ocultar do mercado a real situação de resultado e patrimonial da companhia”.

“Isso, por si só, comprova taxativamente que a única e exclusiva responsabilidade pelas ‘inconsistências contábeis’ é da Americanas, por intermédio da sua antiga diretoria. O Santander acrescenta que as cartas de circularização são apenas uma entre muitas fontes de auditoria e que sempre informou integralmente todos os saldos das operações da companhia no Sistema Central de Risco, mantido pelo Banco Central, que inclusive poderia ser fonte de auditagem”, afirmou o banco.

Fonte: Estadão

Americanas, novela continua

A Americanas (AMER3) divulgou, em fato relevante publicado nesta terça-feira (13), que um relatório feito por assessores jurídicos da empresa aponta fraude no caso das inconsistências contábeis relatadas pela varejista em janeiro deste ano. A divulgação ainda trata os ajustes contábeis encontrados pela assessoria como preliminares.


“Os documentos analisados indicam que as demonstrações financeiras da Companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas”, diz o fato relevante entregue à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Segundo a empresa, os documentos que deram origem ao relatório (entregues pelo comitê de investigação independente) demonstram os esforços empreendidos pela diretoria anterior da Americanas para ocultar do Conselho de Administração e do mercado a real situação de resultado patrimonial da companhia.

No fato relevante, a Americanas diz que o relatório “indica, ainda, a participação na fraude do ex-CEO Miguel Gutierrez, dos ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, e dos ex-executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes”.

Fonte: Estadão

Vinte anos de mercado - 2

Usando os dados do mercado entre 2003 a 12 de junho de 2023, eu calculei o risco e o retorno. 

No período de 2003 a 2023 o índice teve uma varição diária de 0,058%. Mas o desvio padrão desta variações ficou em 0,0152. Há um índice na estatística, o Coeficiente de Variação, que relaciona a dispersão com a média, sendo uma forma fácil de verificar se a variação dos valores durante um período de tempo foi grande ou não. Geralmente os livros de estatísticas dizem que o CV devem ser de 0,3 ou menor. Dividindo 0,0152 por 0,00058 nós temos um valor de 26,25. Ou seja, a volatilidade do índice é muito, muito alta. 

Também fiz o modelo para os índices DowJones, o câmbio (euro e real) e as cotações de quatro empresas (Vale, Petrobrás, Ambev e Eletrobras). 

O aspecto que gostaria de destacar aqui é a relação entre as médias e o desvio. Há um mantra em finanças que relaciona o risco e o retorno. Quanto maior o risco, maior o retorn. Se o desvio é uma medida de risco, pois expressa a volatilidade, a média seria a medida do retorno a longo prazo. Veja que a primeira linha mostra o câmbio, com uma média de 0,01% e um desvio de 0,010. A última linha tem a ação da Vale, com média muito maior, de 0,06%, e desvio de 0,026, também maior. Maior risco, maior retorno. 

Vinte anos de mercado

Há vinte anos ocorreu um troca de governo no Brasil. Eu coletei os dados do mercado acionário brasileiro durante este período e estou compartilhando algumas observações sobre o mesmo aqui. Os dados que analisei começam no dia primeiro de janeiro de 2003 e terminam no dia 12 de junho de 2023. Neste período, o Ibovespa aumentou 941,32%. Isto corresponde a 12,43% de crescimento anual. Parece muito, mas é bom lembrar que este percentual está em termos nominais. Mas quando consideramos que neste período o IPCA sofreu uma variação de 219%, o crescimento real do Ibovespa foi 6,1%. Nada mal. Veja no gráfico a seguir a evolução nominal do Ibovespa e percebam uma grande evolução nos primeiros anos da série (leia-se, entre 2003 a 2008), depois entre 2016 e março de 2020.

Tudo bem que a Selic do período, em termos nominais, rendeu 785%. Ou seja, a bolsa trouxe um rendimento, acima da Selic, de 18%, em vinte anos. 

O interessante da pesquisa é quando olhamos a variação diária do Ibovespa. Veja o gráfico abaixo, onde os valores do índice Bovespa estão em termos diários. Este gráfico permite notar os momentos de nervosismo do mercado. Ou seja, quando há intensas variações no Ibovespa. Eu destaquei três destes momentos aqui no gráfico. O primeiro foi durante a crise financeira mundial, de 2008, quando a bolsa brasileira também sofreu com a incerteza mundial. O segundo momento que destaquei no gráfico foi um momento até isolado, um fato político interno: a descoberta das conversas do então presidente Temer com os executivos da JBS. O terceiro momento, com uma incerteza próxima da crise de 2008, foi a pandemia de 2020. 

Nada parece ao acaso aqui. Há outras incertezas neste período, mas estes três momentos se destacam. Se olharmos o que ocorreu no mercado acionário no exterior, dois destes três momentos também estarão presentes. Eis a variação diária do DowJones:

A instabilidade de 2008 e 2020 torna-se marcante na série. Eu também fiz a série histórica total do índice DowJones, de 1921 até os dias atuais, e o resultado foi o seguinte:

É lógico que irá aparecer a crise de 1929. Também é possível destacar a crise de 1987. Depois dela, as grandes variações do gráfico são 2008 e 2020. Assim como ocorreu no Brasil.

Esta movimentação no mercado acionário também ocorreu em outros ativos. Usando os dados da cotação do Euro, em relação ao Real, encontramos o seguinte:

Veja que 2008 está presente, mas aqui temos as manifestações populares de setembro de 2015 e maio de 2017. 

Para finalizar, eu tomei quatro empresas que tiveram ações negociadas na bolsa brasileira no período de 2003 a 2023. 


Há diferenças no comportamento entre elas. Por exemplo, no caso da Vale, além da crise de 2008 e de 2020 há uma grande variação nos dois acidentes com as barragens da empresa. Na Eletrobras, o anúncio da privatização por parte do governo fez com que as ações tivessem uma grande variação no período. 

Mas temos aqui um grande resumo do período: em vinte anos de mercado, a crise de 2008 e de 2020 foram os grandes destaques.