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11 junho 2023

10 maiores empresas do mundo, segundo da Forbes



A revista Forbes apresenta a relação das maiores empresas do mundo. A publicação faz algo que geralmente um analista evita: não evita fazer comparação entre o setor financeiro e o não financeiro. A relação das 10 maiores é a seguintes:

1. JPMorgan Chase

Origem: Estados Unidos

Vendas: US$ 179,9 bilhões

Lucro: US$ 41,8 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 3,7 trilhões

Valor de mercado: US$ 399,5 bilhões

2. Saudi Aramco

Origem: Arábia Saudita

Vendas: US$ 589,7 bilhões

Lucro: US$ 156,3 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 653,8 bilhões

Valor de mercado: US$ 2,05 trilhões

3. ICBC

Origem: China

Vendas: US$ 216,7 bilhões

Lucro: US$ 52,4 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 6,1 trilhões

Valor de mercado: US$ 203,1 bilhões

4. China Construction Bank

Origem: China

Vendas: US$ 203 bilhões

Lucro: US$ 48,2 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 4,9 trilhões

Valor de mercado: US$ 172,9 bilhões

5. Agricultural Bank of China

Origem: China

Vendas: US$ 186,1 bilhões

Lucro: US$ 37,9 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 5,3 trilhões

Valor de mercado: US$ 141,2 bilhões

6. Bank of America

Origem: Estados Unidos

Vendas: US$ 133,8 bilhões

Lucro: US$ 28,6 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 3,1 trilhões

Valor de mercado: US$ 220,8 bilhões

. Alphabet

Origem: Estados Unidos

Vendas: US$ 282,8 bilhões

Lucro: US$ 58,5 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 369,4 bilhões

Valor de mercado: US$ 1,3 trilhão

8. ExxonMobil

Origem: Estados Unidos

Vendas: US$ 393,1 bilhões

Lucro: US$ 61,6 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 369,3 bilhões

Valor de mercado: US$ 439,3 bilhões

9. Microsoft

Origem: Estados Unidos

Vendas: US$ 207,5 bilhões

Lucro: US$ 69 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 380 bilhões

Valor de mercado: US$ 2,3 bilhões

10. Apple

Origem: Estados Unidos

Vendas: US$ 385,1 bilhões

Lucro: US$ 94,3 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 332,1 bilhões

Valor de mercado: US$ 2,7 trilhões

Fonte: Forbes

10 junho 2023

Corretor de estatística de tese

Statcheck é um pacote em R projetado para detectar erros estatísticos em artigos de psicologia revisados por pares, buscando resultados estatísticos nos artigos, refazendo os cálculos descritos em cada artigo e comparando os dois valores para ver se correspondem. Sua base é a apresentação dos resultados conforme as normas da American Psychological Association (APA). Por este motivo, uma das limitações do Statcheck é só ser capaz de detectar resultados relatados de acordo com as diretrizes da APA. Também não consegue verificar as estatísticas que estejam incluídas em tabelas no artigo. Finalmente, o Statcheck não consegue lidar com correções estatísticas nos testes.


O Statcheck foi criado em 2015 e estudos usando o Statcheck mostraram que muitos artigos de psicologia continham erros no relatório estatístico. Alguns periódicos usam o software como parte de seu processo de revisão por pares.

Um estudo de 2017 mostrou que o Statcheck identificava com precisão mais de 95% dos erros estatísticos. Mas uma análise posterior mostrou que o programa estava identificando apenas 60,4% dos testes. Descobriu-se também que o Statcheck tinha com um viés conservador, não sinalizando muitos testes inconsistentes. 

Um dos criadores da ferramenta, Nuijten, analisou sete mil artigos publicados desde 2003 e descobriu que os artigos possuíam 4,5% menos de erros depois que os periódicos começaram a usar o software. Dois outros periódicos, que não usam a ferramenta, tiveram uma redução de 1% somente. 

A ferramente está disponível como plug-in para o Word. 

Foto: Nathan Dumlao

09 junho 2023

IX Congresso UnB


O Congresso da UnB, que irá ser realizado em novembro deste ano, contará com uma palestra de Patricia Dechow. Graças a persistência da professora Beatriz Morgan, uma das mais citadas pesquisadoras da área contábil - mais de 30 mil citações - aceitou falar no congresso. Em razão dos compromissos acadêmicos na sua universidade, Dechow não poderá estar presencialmente no Congresso. (Mesmo assim, ainda temos esperança que isto possa ocorrer)

Outro palestrante confirmado é Jacob Soll. 

Fasb expande sua estrutura conceitual com a questão da entidade

O Financial Accounting Standards Board (FASB), órgão responsável por estabelecer as normas contábeis nos Estados Unidos, expandiu seu "framework" conceitual com informações relacionadas à entidade de relatórios. 


O "framework" conceitual ou estrutura conceitual é um conjunto de conceitos fundamentais que orientam a elaboração e a apresentação das demonstrações financeiras. A expansão do "framework" busca fornecer diretrizes mais claras sobre como identificar e avaliar a entidade de relatórios, incluindo a determinação de quais entidades devem ser consideradas separadamente ou em conjunto para fins de relatórios financeiros. 

Essa atualização é vista como uma forma de melhorar a qualidade e a consistência das informações contábeis e ajudar os usuários das demonstrações financeiras a tomar decisões mais informadas.

É importante notar que desde o término do projeto conjunto Iasb-Fasb, a entidade internacional paralisou novas atualizações da sua estrutura conceitual. O Fasb, pelo contrário, continuou na expansão da sua estrutura, já tendo importantes alterações nas definições de ativo, passivo e outros elementos patrimoniais, além da reintrodução dos termos ganhos e perdas na demonstração do resultado. Isto fez aumentar a distância entre as duas estruturas conceituais. 

Foto: Ashkan Forouzani

Clima não parece ser um consenso entre os executivos

Através de um texto do Mises (via aqui), vi um link para uma pesquisa da CNBC, de setembro de 2022, sobre o apoio dos executivos para agenda ambiental. Basicamente as empresas adotam "publicamente" políticas ambientais, sociais e de governança, mas nos bastidores este apoio é bem menor. 

O resultado de destaque indica que um quarto dos executivos financeiros pesquisados apoiam propostas de evidenciação sobre o clima. Mas não dizem que apoiam medidas contra os fundos de investimento que usam fatores ESG na sua política de alocação de recursos. Afinal, mais da metade (55%) dos CFOs se opõe à regra climática da SEC e 35% dizem que "se opõem fortemente" a ela.


Um ponto muito relevante no resultado: a pesquisa procurou as maiores empresas e obteve somente 21 respostas. Ou seja, é difícil fazer uma generalização do resultado. Mas o texto da CNBC afirma:

Uma questão crítica para os CFOs com a nova divulgação climática da SEC é a falta de uma correlação clara entre os dados climáticos e as demonstrações financeiras.

O maior gestor de investimento do mundo, a BlackRock, parece que recuou na posição favorável ao clima. E isto pode ser um sinal de que há uma reação a preocupação climática dos últimos anos. 

Foto: Markus Spiske

Muito além do ChatGPT

 

Do excelente texto da revista Piaui

Fazendo coisas estúpidas

Qual a razão de uma pessoa inteligente fazer algo estúpido? Não há uma resposta, mas Stumbling and Mumbling tem uma boa discussão para isto. 


Em primeiro lugar, a arrogância impede que pessoas inteligentes ignorem os conselhos. Grandes colapsos financeiros geralmente são frutos desta arrogância. Aqueles que acreditam que são líderes tendem a acreditar demais na sua capacidade intelectual e na possibilidade de exercer controle dos eventos. Mas há imprevisibilidade demais no mundo e o ambiente é complexo demais para imaginar que saberemos como o mundo irá mudar no próximo dia. Kahneman chamava isto de ilusão de controle. 

Esta ilusão ocorre na política, na economia, em finanças e nas nossas decisões pessoais. Muitos de nós achamos que temos capacidade de exercer o controle sobre o resultado de uma empresa da qual compramos uma ação, achando que é uma barganha.

Stumbling and mumbling lembra o termo Fronese. Ou seja, não basta ter o intelecto. É necessário aplicar esse intelecto no contexto adequado. Fronese pode ser traduzido para sabedoria prática. E isto falta as pessoas "inteligentes". 

Entre os anos 60 a 90, os economistas mais inteligentes que foram produzidos pela academia brasileira serviram ao governo. Isto incluía Roberto Campos, Simonsen, Delfim Neto, Langoni entre outros. Mas o resultado desta inteligência foi a produção de uma série de medidas econômicas estúpidas, que conduziram nosso país para uma hiperinflação. A esperteza política de Sarney e a grande arrogância de Collor também não foi suficiente para resolver este problema. Foi necessário um presidente considerado bronco por muitos para termos um plano que finalmente foi um sucesso.   

Há uma frase bastante adequada, atribuída a George Orwell: algumas ideias são tão estúpidas que apenas os intelectuais acreditam nelas. 

Além da ilusão do controle, há outro elemento importante que leva a decisão estúpida por parte de pessoas inteligentes. A nossa visão de mundo tende a distorcer nossas percepções. Os acadêmicos tendem a acreditar que somente um governo de ilustres seria eficiente. A história brasileira mostra justamente o contrário. Os advogados tendem a valorizar o papel do estado de direito e da mudança legal na transformação da sociedade. Os economistas acreditam que os incentivos são suficientes para que tudo funcione de forma adequada. Os políticos acham que somente através do processo político, da discussão entre seus pares, é que um país irá seguir adiante. 

Foto: Michal Matlon