Eis uma notícia importante sobre o uso do WhatsApp como forma de comunicação em uma empresa:
O Deutsche Bank vai reduzir o bónus aos funcionários que utilizaram o WhatsApp de forma indevida para comunicações relacionadas com o negócio da empresa.
A decisão do banco alemão surge depois de este, juntamente com outras entidades bancárias, ter chegado a acordo com os reguladores norte-americanos no âmbito de uma investigação ao setor da banca pelo uso indevido de plataformas de comunicação. Acordo este que custou milhões de dólares a várias instituições.
Desta forma, os funcionários do banco que foram apanhados a utilizar aplicações de mensagens não autorizadas vão ver uma "redução substancial" no pagamento, revelaram fontes conhecedoras do tema à Bloomberg. Estes cortes vão afetar remunerações referentes a 2022 que estão ainda por pagar.
"Dependendo da quantidade e da qualidade das violações isto irá também impactar a avaliação do desempenho, a compensação individual e a promoção e pode levar a medidas disciplinares", revelou o banco, num comunicado.
Medidas semelhantes foram tomadas pelo J.P Morgan e pelo Morgan Stanley, que já anunciaram a aplicação de multas a vários executivos. Também o Barclays, que faz parte do leque de instituições que chegou a acordo com os reguladores norte-americanos, fez saber na passada quinta-feira que reduziu o valor dos bónus de forma a punir os trabalhadores.
No final do ano passado, os reguladores norte-americanos anunciaram que chegaram a acordo com 16 entidades financeiras num caso que consistiu numa falha na monitorização do uso de aplicações não autorizadas por parte dos funcionários destas entidades. As empresas, entre as quais estão nomes como o Goldman Sachs e o Citigroup, acordaram pagar aos reguladores 1,11 mil milhões de dólares.
As regras do setor ditam que as entidades financeiras devem monitorizar e arquivar as comunicações relacionadas com o negócio de modo a que, se necessário, estas possam ser verificadas mais tarde. Contudo, este sistema tem visto cada vez mais desafios devido à crescente utilização de aplicações de mensagens e, sobretudo, com a implementação do teletrabalho devido à pandemia de covid-19.
Para o regulador, o uso do Whatsup torna muito mais difícil de rastrear as decisões que foram tomadas. Mas seria mais uma intromissão do regulador nos negócios de uma empresa? Talvez seja uma questão de controle interno também. A comunicação via e-mail é formalizada e fica "gravada" de forma permanente, enquanto as mensagens do aplicativo pode ser apagada regularmente.
Inicialmente quando li a notícia, pareceu razoável a solicitação do regulador. Mas depois, pensando melhor, creio que é possível monitorar o uso de aplicativos.
[Um parênteses aqui: na função de orientador, eu prefiro a comunicação via e-mail, talvez por este sentimento de ter o registro arquivado das conversas]