Translate

12 dezembro 2022

Cooperação ou captura?

 Do site da CVM:

O Colegiado aprovou, por unanimidade, a minuta do Acordo de Cooperação a ser celebrado entre a CVM e o Banco do Brasil S.A. (“BB”), tendo por objeto a cooperação para adoção das providências necessárias à futura realização de processo seletivo para movimentação temporária de empregados do BB para composição da força de trabalho na CVM, oportunizando a troca de experiências e o aprimoramento de capacitações técnicas, entre equipes de servidores da CVM e empregados do BB, nos termos do Decreto nº 10.835/2021 e da Portaria ME n° 282, de 24 de julho de 2020.


Grifo nosso. Duas questões: 

1. faz sentido o acordo onde o regulado irá aprender com o regulador? Isto lembra a questão da captura do regulador. 

2. Se o processo fosse entre a CVM e o Banco Bradesco, por exemplo, seria aprovado por unanimidade? Provavelmente o Bradesco teria interesse neste tipo de acordo, mas será que seria fácil de obter o acordo de cooperação? 

Foto: Cytonn Photography

Relatórios Sustentabilidade no Setor Público

Com base no forte apoio das partes interessadas, o definidor internacional de padrões do setor público [IPSASB] dá o próximo passo no avanço dos relatórios de sustentabilidade do setor público, aguardando a garantia dos recursos necessários para iniciar o desenvolvimento da orientação

As ameaças ao mundo e seus cidadãos das mudanças climáticas são bem conhecidas. No entanto, apesar da influência significativa do governo sobre a economia global, não há uma estrutura de relatórios do setor público, reconhecida internacionalmente, para orientar como os governos medem e relatam suas contribuições críticas para enfrentar a emergência climática global. Os relatórios sobre mudanças climáticas são uma das questões mais importantes nos relatórios de sustentabilidade, que também abrange questões ambientais, sociais e de governança.

Em sua reunião de dezembro, à luz da urgência desta questão, o Conselho Internacional de Normas Contábeis do Setor Público (IPSASB) decidiu iniciar o escopo de três projetos potenciais de relatórios de sustentabilidade específicos do setor público, pendentes de garantir os recursos necessários para iniciar o desenvolvimento de orientações. Essa decisão se baseia nos 25 anos de experiência em definição de padrões do setor público do IPSASB, bem como no forte apoio global das partes interessadas às propostas da minuta "Promoção de relatórios de sustentabilidade do setor público".


"As orientações para relatórios de sustentabilidade específicas do setor público incentivariam a transparência, permitindo que os governos fossem responsabilizados pelos impactos de longo prazo de suas intervenções e possibilitando uma tomada de decisão mais bem informada", disse Ian Carruthers, presidente da IPSASB. "O feedback que recebemos das partes interessadas em todo o mundo é claro: o setor público precisa de sua própria estrutura específica de relatórios de sustentabilidade e o IPSASB deve liderar seu desenvolvimento. Mas, além de nossa experiência existente, é fato que precisaremos de suporte adicional, financeiro e outros, da comunidade global antes que possamos assumir o desenvolvimento de orientações globais que equipariam o setor público com as ferramentas necessárias para relatar as mudanças climáticas e outras questões de sustentabilidade."


A ação imediata do IPSASB será estabelecer uma Força-Tarefa de Sustentabilidade para liderar esta primeira fase crítica da pesquisa e do escopo. Os tópicos de pesquisa priorizados da Diretoria são: requisitos gerais para divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade; divulgações relacionadas ao clima; e recursos naturais - divulgações não financeiras (paralelamente ao desenvolvimento das orientações de relatórios financeiros propostas em sua Documento de consulta, Recursos naturais).


São necessários recursos para apoiar o programa de atividades e o envolvimento das partes interessadas do IPSASB e iniciar o desenvolvimento de orientações. Para contribuir com apoio financeiro ou outro ao IPSASB para o desenvolvimento de orientações específicas para relatórios de sustentabilidade do setor público global, envie um email para Ross Smith, Programa IPSASB e Diretor Técnico (rosssmith@ipsasb.org) or James Gunn, Managing Director, Professional Standards (jamesgunn@profstds.org).

Fonte: aqui. Foto: Casey Horner

O documento que deu origem a discussão reconhece algumas limitações do ISSB na emissão de normas. O próprio ISSB (ou a IFRS) não encaminharam nenhuma carta de comentário para o documento, o que pode sugerir um distanciamento entre as normas internacionais do IFRS e o IFAC sobre este assunto. Outro aspecto é que apesar de ser um assunto "relevante", o projeto está condicionado aos recursos que possam ser direcionados para o mesmo (vide último parágrafo). 

Economias hiperinflacionárias

A aplicação do IAS 29, sobre economias hiperinflacionárias, apresenta um conjunto de "pistas" para esta classificação. Na prática utiliza-se um critério objetivo: 100% de taxa acumulada em três anos. Convencionalmente, a listagem de economias com hiperinflação é feita pelo Centro de Qualidade de Auditoria, CAQ, que no final de cada ano apresenta sua lista para fins de aplicação da norma. 

Eis a listagem deste ano: 

Países com taxas de inflação acumuladas em três anos superiores a 100% : Argentina, Etiópia, Irã, Líbano, Sudão do Sul, Sudão, Suriname, Peru, Venezuela, Iêmen e Zimbábue. 

Países com taxas de inflação acumuladas projetadas em três anos entre 70% e 100% ou com um aumento significativo (25% ou mais) da inflação durante o período atual: Angola, Gana, Haiti, Moldávia, Serra Leoa, Sri Lanka e Ucrânia.

Há alguns países com problemas nos dados e que poderiam estar na lista. Isto inclui o Afeganistão e a Síria.


Dois comentários. O primeiro é que o número de países aumentou em relação à lista anterior. Isto ocorreu por diversos motivos. O Sri Lanka adotou uma política ambientalista desastrosa, que resultou no colapso do governo. A Ucrânia possui problemas externos com a Rússia. Confesso surpreso com a presença do Peru (não sabia da sua situação econômica) e a ausência da Turquia. 

Foto: Ricardo IV Tamayo

Rir é o melhor remédio

 

Café e cérebro. New Yorker, via aqui

11 dezembro 2022

Mapas

Uma coleção de mapas. Iniciando, onde estão as pessoas mais bonitas, segundo cada país europeu. Itália ganha da competição. 

Que país já guerreou com a Rússia. 

O esporte mais popular do mundo é o Futebol
Diferença entre América e outros termos. 
Onde fica o Irã? Eis as respostas de algumas pessoas.


Crise no mercado imobiliário comercial

Uma das consequências da pandemia foi levar parte do trabalho de escritório para as residências das pessoas. Isto fez com que os escritórios e outros endereços comerciais ficassem vazios. Em termos de negócios, os imóveis comerciais apresentaram uma queda brutal no valor, em razão da ociosidade. 

O relato sintético a seguir mostra este efeito nos Estados Unidos, onde um estudo completo foi publicado recentemente pelo NBER:


Antes da pandemia de Covid-19, aproximadamente 95% do espaço comercial de escritório estava ocupado nos Estados Unidos, de acordo com o NBER - uma organização sem fins lucrativos e não governamental. Em março de 2020, ocupação despencou para 10%, e só se recuperou para 47%, de acordo com um novo relatório do NBER, que alega US $ 453 bilhões em valor imobiliário comercial de escritório foram aniquilados neste apocalipse imobiliário."

Nos EUA, isso resultou em uma redução de 17,5% na receita de aluguel entre janeiro de 2020 e maio de 2022, e não apenas porque menos escritórios estavam sendo ocupados, mas também porque aqueles que estão sendo alugados estão com preços mais baixos por mês e é necessário muito menos espaço, pois os funcionários são informados de que podem trabalhar em casa durante a maior parte ou a semana toda.

Antes da pandemia, 253 milhões de pés quadrados foram alugados por ano; em maio de 2022, apenas 59 milhões de pés quadrados haviam sido alugados, indicam os dados do NBER.  (...)

Além do mais, enquanto as taxas de vacância atingiram uma alta de 30 anos, 61,7% dos aluguéis comerciais em vigor não foram renovados desde a pandemia - o que significa que "os aluguéis podem ainda não ter atingido o fundo do poço." (...)

Rir é o melhor remédio

 

Do vida de suporte, para alguém que reclama da falta de bons funcionários. Será que podemos substituir por "bons alunos" e "maus professores"?