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03 dezembro 2022

Ernesto Rubens Gelbcke

Faleceu Ernesto Rubens Gelbcke, o co-autor do famoso "Manual da Fipecafi", talvez a obra de contabilidade mais influente das últimas décadas. A primeira edição do Manual foi escrita logo após a promulgação da Lei das SA de 1976 e naquele período e na década seguinte era comum encontrar Gelbcke em cursos técnicos sobre contabilidade societária. 

Além da co-autoria, Gelbcke era presidente da Directa Auditores, que depois foi encampada pela BDO. Antes disto, entre 1965 a 1976, foi funcionário da Arthur Andersen. Em 1990 foi da comissão do Programa Nacional de Desestatização. Também participou do CPC, no processo de convergência das normas de contabilidade do Brasil, como representante da Fipecafi, entre 2006 a 2016. 

Frase

 

Conselho para um pesquisador,

02 dezembro 2022

EY irá pagar uma multa de US$ 100 milhões por trapaça no exame profissional

Quando a notícia surgiu, o primeiro pensamento era: não é possível que uma empresa deste porte, que tem o nome como seu principal ativo, tenha feito esta besteira. Foi o que ocorreu com a Ernst Young, onde alguns dos auditores trapacearam nos exames de certificação profissional.  A empresa admitiu a culpa e concordou em pagar à SEC, a entidade reguladora do mercado de capitais, uma elevada multa. 



Além disto, a EY deve adotar medidas corretivas. Segundo a investigação da SEC, foram 49 profissionais que obtiveram ou distribuíram gabaritos do exame de CPA. O valor da multa: 100 milhões de dólares. 

Foto: Nguyen Dang Hoang Nhu

CVM deseja regular cripomoedas

Conforme divulgamos, nesta semana tivemos a aprovação de normatização sobre as criptomoedas. O projeto ainda aguarda a assinatura do presidente de república. 

Na quarta, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou que pode ser a entidade responsável pela regulação das criptomoedas. O projeto aprovado não determina a responsabilidade pelo assunto e no Brasil, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos, a entidade saiu na frente. 

O projeto de lei 4401/2021 aprovado esta semana traz em em seu artigo 1º uma disposição que retira da alçada da CVM a atribuição de regular quaisquer criptoativos ao postular que “o disposto nesta lei não se aplica aos ativos representativos de valores mobiliários sujeitos ao regime da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e não altera nenhuma competência da Comissão de Valores Mobiliários."


O teor da nota divulgada deixa subentendido que o órgão pode sugerir ao presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) que vete o referido artigo. Nesse caso, caberia à CVM assumir a responsabilidade pela regulação dos criptoativos qualificados como valores mobiliários e ao Banco Central àqueles que possam ser enquadrados como commodities:

"A CVM está atenta à sua zona de competência e, nos limites do Mercado de Capitais, quando cabível, trabalhará em uma regulação adequada e não invasiva do assunto, com o objetivo de garantir maior previsibilidade e segurança, a fim de fomentar ambiente favorável ao desenvolvimento dos criptoativos, com integridade e com aderência a princípios constitucionais e legais relevantes."

Foto: Guillermo Latorre

Isabel dos Santos é caçada pela Interpol

A empresário angolana Isabel dos Santos já esteve em várias postagens aqui no blog. Nascida em 1973, a filha do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, chegou a ser listada como a mulher africana mais rica do mundo. Seu pai foi presidente durante longos anos, entre 1979 a 2017 e isto certamente ajudou em obter uma fortuna acima de 2 bilhões de dólares. 

Mas desde que seu pai perdeu o poder - recentemente faleceu - a empresária também começou a ter dificuldades em manter sua riqueza. Em janeiro de 2021 sua riqueza em Angola, Portugal e Holanda foram confiscadas. 

O governo de Angola tenta cercar Isabel dos Santos, sob acusação de corrupção. Atualmente a empresária deve estar residindo nos Emirados Árabes Unidos. Não sabemos ao certo, já que a há uma solicitação de prisão e a Interpol confirmou na quarta que estaria buscando sua captura. Na verdade, tecnicamente, a Interpol emitiu um aviso vermelho, o que não corresponde a um mandado de prisão, mas a uma aplicação da lei em todo o mundo para" localizar e prender provisoriamente uma pessoa pendente de extradição, rendição ou ação legal semelhante”. Entre os crimes temos peculato, fraude, tráfico de influência e branqueamento de capitais.

A empresária defende das acusações, mas é difícil imaginar que seja inocente. Este é um daqueles casos onde uma pessoa toma conta de recursos que deveriam ser da sociedade por ter ligações políticas com os poderosos. 

Sobre o papel da revisão de livros

Sobre o papel da revisão de livros ao longo do tempo: 

estudei vários milhares de resenhas de livros do século XX.  (...) Os resultados da minha pesquisa, cobrindo o período entre 1900 e 1940, foram publicados recentemente; outro artigo próximo (em co-autoria com Kim Hajek e Herman Paul) abordará o período pós-guerra. Ambos os artigos sublinham que o valor e o impacto da revisão acadêmica de livros foram muito maiores do que se costuma perceber: as resenhas de livros realmente tiveram um papel importante na formação do conhecimento, comunicação e avaliação, não apenas nas ciências sociais, mas também nas ciências humanas e até nas ciências naturais, muito menos orientadas para livros. As revisões de livros também foram de vital importância nos processos sociais de guardião disciplinar e construção de comunidades, bem como na avaliação pessoal dos pesquisadores. Os revisores de livros não apenas articularam o tipo de conhecimento que estava sendo valorizado em sua disciplina; eles também deixaram claro que tipo de pessoas consideravam capazes de obter esse conhecimento.



Esse foco no pessoal era visível em todo o espectro acadêmico. Por exemplo, historiadores americanos do início do século XX e físicos consideraram as qualidades pessoais dos autores dos livros uma questão relevante. Ao revisar livros, eles aplicaram categorias como "paciência", "honestidade" e "objetividade" como normas para avaliar pessoalmente os autores. Eles elogiavam alguns autores - especialmente colegas do sexo masculino - por exibirem essas qualidades, enquanto cobravam outros - especialmente pesquisadores do sexo feminino e estrangeiro, além de não acadêmicos - por mostrar a falta deles.  (...)

Como leitor, sempre considero a revisão um ponto importante na decisão de compra de um livro. Dos três últimos que acabei de comprar, dois deles foram frutos de comentários em artigos que li ou de revisão de livro. 

No passado, as editoras encaminhavam exemplares para revisores famosos, na esperança que dedicassem algumas linhas de comentário sobre o assunto. 

Pintura: Georges Lemmen, Retrato de Jan Toorop (domínio público)

Finanças pessoais: divórcio de celebridades

O divórcio do rapper Kanye West com a empresária Kim Kardashian chegou ao fim nesta semana. Por determinação do Tribunal Superior de Los Angeles, nos Estados Unidos, o músico deverá pagar uma pensão alimentícia de US$ 200 mil, cerca de R$ 1 milhão, para pagar as despesas dos quatro filhos do casal.

Em comum acordo, West e Kardashian vão manter a custódia conjunta de seus quatro filhos e vão dividir igualmente o custo da escola particular, da educação universitária e as despesas com segurança privada.

Em relação aos bens do casal, ficou decidido que todas as propriedades serão divididas com base no acordo pré-nupcial assinado na época da união.

Fortuna de U$ 2,1 bilhões

O divórcio do casal começou no início de 2021, depois de sete anos de casamento. Na época, o casal tinha uma fortuna acumulada em U$ 2,1 bilhões, cerca de R$10,5 bilhões.

Kanye West era o mais rico dos dois, com um patrimônio líquido de US$ 1,3 bilhão, enquanto Kardashian tinha um patrimônio líquido de US$ 780 milhões.


Desde então, ambos viram suas fortunas mudarem dramaticamente.

Com a KKW Beauty e a empresa de modeladores Skims, Kim Kardashian se tornou bilionária em abril de 2021. De acordo com a Forbes, seu patrimônio líquido atual é de US $ 1,8 bilhão.

Kanye West, que se envolveu em várias controvérsias nos últimos meses, perdeu seu status de bilionário no mês passado, depois que a gigante de roupas esportivas Adidas cortou relações com o rapper. O patrimônio líquido atual de West é de US$ 400 milhões.

Em fevereiro do ano passado, West e Kardashian detinham US$ 70 milhões em ativos conjuntos, incluindo várias casas, obras de arte, veículos, joias e até gado. O status desses ativos não é claro.

Fonte: Exame. Foto: Jens Lelie