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15 outubro 2022

Uma estátua segurando um salgadinho atrai a atenção no Canadá

O exemplo vem do Canadá. Uma pequena localidade no estado de Alberta, com uma população de 80 pessoas, recebeu um monumento que mostra uma mão segurando um Cheetos:

A pequena escultura tem os dedos tingidos da sujeira do produto, como geralmente ocorre quando comemos este junk food. A localidade chama-se Cheadle e seu nome, ao lembrar o produto, foi o motivo da escolha para o monumento. 

Para a comunidade, a estátua pode atrair a curiosidade das pessoas que passam por lá e isto significa turismo. Bons para os negócios. Para a empresa que produz o salgadinho, publicidade gratuita. Aqui também. 

Rir é o melhor remédio

Vídeo adulto x Jesus está vendo
Vidas que importam, mais que Italianos
Apontando...

Propagandas em locais errados. Mais aqui

14 outubro 2022

FSB e dois documentos relevantes sobre o clima com informações sobre o Brasil

O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) apresentou ontem dois relatórios sobre a questão do risco financeiro relacionado com o clima. O primeiro é um relatório sobre as abordagens regulatórias e de risco sobre o clima. O segundo é sobre o progresso na divulgação sobre o clima, que analisa o progresso do novo normatizador global, leia-se ISSB, e de outros normatizadores. 

No primeiro relatório, eis um trecho sobre o Brasil:

In Brazil, Banco Central do Brasil (BCB) has developed regulatory reporting for Social, Environmental and Climate risks (DRSAC) to be in effect in 2023. Large and medium-sized financial institutions will be required to send, on a semi-annually basis, qualitative and quantitative information related to the exposure of their loan book and securities to social, environmental and climate risks. The BCB will also require information on counterparties, such as economic sector, risk amplifiers and mitigators, geographical location of assets and net GHG emissions. This reporting aims to help the BCB in mapping exposures of the financial system to these risks, supporting the development of its micro and macroprudential actions.

Mais adiante:

Banco Central do Brazil also uses exposure analysis and maps banks’ loan exposures to emission-intensive sectors to identify sectors most vulnerable to transition risk. The top-down climate stress test of Banco de España groups individual banks’ loan exposures by economic sector and size of the counterparty, allowing for heterogeneities in their responses to transition risk

 No segundo, sobre a evidenciação

In Brazil, the Securities and Exchange Commission (CVM) is assessing the legal environment to determine whether any legal or regulatory adjustments will be needed for adoption of the ISSB standards.

E sobre a recente iniciativa do CFC - via CPC - de espelhar o ISSB:

In Brazil, the Foundation of the Brazilian Accounting Pronouncements Committee (CPC) has established a new standard-setting board, the Brazilian Sustainability Pronouncements Committee (CBPS), whose role will be to internalise the ISSB standards. CVM expects to endorse all sustainability disclosure standards issued by CBPS, using an endorsement process like the current one used to endorse accounting standards issued by CPC (as issued by IFRS).



O FSB é uma importante entidade relacionada com o mercado financeiro. Foto: Markus Spiske

Um ponto de dados pode vencer o big data

Um dos exemplos citados no livro "Todo mundo Mente" é sobre como o Google usou os dados de pesquisa sobre os sintomas da gripe para antecipar a doença. Stephens-Davidowitz mostra que baseado no que as pessoas inseriram na página do Google era possível prever um potencial surto de gripe. Esta pesquisa gerou muita controvérsia e posteriormente questionamento sobre a qualidade do modelo. Isto ocorreu em 2008, mas o caso está descrito no livro citado.

Em outro livro, lançado este ano, o pesquisador alemão Gigerenzer não somente questiona a pesquisa como propõe uma alternativa, baseada em uma informação somente. Antes de prosseguir é importante destacar que Gigerenzer (foto) é um dos mais conceituados pesquisadores na área comportamental. O alemão é diretor do Center for Adaptive Behavior and Cognition do Instituto Max Planck e diretor do Harding Center for Risk Literacy, todos em Berlim. 

Embora não seja tão conhecido como Kahneman, Gigerenzer tem estudos que rivalizam com o israelense. Seu foco são as heuríticas, ou regras práticas, que as pessoas usam. Em língua portuguesa o pesquisador tem publicado um livro, exatamente sobre o risco.
Agora ele lançou um novo livro, How to Stay Smart in a Smart World. E um dos capítulos do livro é sobre como um ponto de dados pode vencer o big data. Usando as informações da gripe, entre 2008 a 2013, Gigerenzer comparou o modelo do Google - um algoritmo baseado em dezenas de variáveis - com um modelo mais simples, com uma variável somente. Antes de mostrar o comparativo, a figura a seguir mostra que o modelo do Google estava cometendo erros.

Na parte de cima da figura é possível perceber que o modelo do Google teve um desempenho pior que o modelo de Gigerenzer ("recency heuristic" na figura). Em 2009, por exemplo, o Google Flu Trends, como foi denominado, errou para menos, pois subestimou a gripe suína. 

Alguns podem encolher os ombros e dizer: sim, já ouvimos isso antes, mas isso foi em 2015; os algoritmos de hoje são infinitamente maiores e melhores. Mas meu argumento não é o sucesso ou fracasso de um algoritmo específico desenvolvido pela empresa Google. O cerne é que o princípio do mundo estável se aplica todos algoritmos que usam o passado para prever um futuro indeterminável. Antes do fracasso da análise de big data do Google, sua reivindicação à fama foi tomada como prova de que o método e a teoria científicos estavam prestes a se tornar obsoletos. A pesquisa cega e rápida através de terabytes de dados seria suficiente para prever epidemias. Reivindicações semelhantes foram feitas por outros por desvendar os segredos do genoma humano, do câncer e do diabetes. Esqueça a ciência; basta aumentar o volume, a velocidade e a variedade e medir o que se correlaciona com o quê. Chris Anderson, editor-chefe da Wireless, afirmou: “A correlação substitui a causa, e a ciência pode avançar mesmo sem modelos coerentes... É hora de perguntar: o que a ciência pode aprender com o Google?"

Vamos agora falar sobre o modelo de Gigerenzer. Usando um conceito de 1838, formulado por Thomas Brown, no século XIX. A lei da recência diz que experiências recentes vêm à mente de maneira mais rápida que as experiências de um passado mais distante. E estas experiências "recentes" são mais relevantes para a decisão humana. 

Usando isto, Gigerenzer elaborou o seguinte modelo: o número de pessoas que irão consultar um médico em uma semana é igual ao número da semana passada. O modelo é muito simples. Mas é melhor que o do Google? Em termos de erro a resposta é sim:

O teste foi realizado entre 2007 a 2015. O erro médio absoluto para o modelo usando a lei da recência foi de 0,20, versus um erro médio de 0,38 para o modelo do Google. 

Rir é o melhor remédio

 

Quase sexta, 13

13 outubro 2022

Criptoativos e a posição da CVM

 Se ontem o Fasb mudou sua posição sobre a mensuração das criptomoedas, admitindo agora o uso do valor justo, a CVM também divulgou sua posição. 

A Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM) divulgou, nos últimos dias, um Parecer de Orientação sobre criptoativos e o mercado de valores mobiliários. De número 40, o documento ressalta uma abordagem amigável da autarquia para o setor e as novas tecnologias, com recomendações que buscam garantir a previsibilidade e segurança do mercado.

"O parecer tem caráter de recomendação e orientação ao mercado, com o objetivo de garantir maior previsibilidade e segurança para todos, além de contribuir em direção à proteção do investidor e da poupança popular, bem como de fomentar ambiente favorável ao desenvolvimento da cripto economia, com integridade e com aderência a princípios constitucionais e legais relevantes", afirmou João Pedro Nascimento, presidente da CVM no documento.

Orientações - As orientações do Parecer 40 abordam seis áreas diferentes: tokenização, caracterização de tokens como valores mobiliários, enquadramento, transparência de informações, mercado marginal e tecnologia.

De acordo com o documento, a tokenização em si não está sujeita à prévia aprovação ou registro perante a CVM.

No entanto, emissores e a oferta pública destes tokens estarão sujeitos à regulamentação aplicável, assim como a administração de mercado organizado para emissão e negociação dos tokens que sejam valores mobiliários, bem como para os serviços de intermediação, escrituração, custódia, depósito centralizado, registro, compensação e liquidação de operações que envolvam valores mobiliários.

"CVM nos parece indicar direções para buscar viabilizar a oferta pública e negociação de tokens que sejam valores mobiliários dentro do conjunto de regras existentes, com a possibilidade de sua flexibilização, desde que, evidentemente, sejam apresentadas salvaguardas que a justifiquem", comentou Erik Oioli, da VBSO Advogados.

"Isto denota, também, a importância da estruturação adequada e idônea dos projetos de tokenização, para construção de casos de uso que realmente tragam benefícios para o mercado, sem prejuízo do grau de proteção dos investidores", disse.

Caracterização - Caracterizando os criptoativos como “ativos representados digitalmente, protegidos por criptografia, que podem ser objeto de transações executadas e armazenadas por meio de tecnologias de registro distribuído”, o documento busca se equiparar a outros países, que buscam entender e regular o setor de criptoativos,

“Tendo em vista o cenário global, debates sobre a regulação desses ativos estão cada vez maiores e em diversos países, com o reconhecimento de que este é um desafio transfronteiriço e que demanda orientações. Diante disso, o Parecer de Orientação vai ao encontro desse propósito, a fim de trazer orientações com relação ao mercado de capitais brasileiro”, afirma o documento.

No que recomenda a CVM, os agentes de mercado devem analisar as características de cada criptoativo, com o objetivo de determinar se é valor mobiliário, o que ocorre quando:

• é a representação digital de algum dos valores mobiliários previstos taxativamente nos incisos I a VIII do art. 2º da Lei 6.385 e/ou previstos na Lei 14.430 (i.e., certificados de recebíveis em geral); ou

• se enquadra no conceito aberto de valor mobiliário do inciso IX do art. 2º da Lei 6.385, na medida em que seja contrato de investimento coletivo.

Transparência - “A abordagem inicial da CVM com relação aos criptoativos que forem considerados valores mobiliários estará em linha com o princípio da ampla e adequada divulgação (full and fair disclousure)”, explica o parecer.

“A concentração inicial da Autarquia é no sentido de prestigiar a transparência em relação aos criptoativos e valorizar o regime de divulgação de informações, sem prejuízo da avaliação quanto à necessidade de complementar posteriormente a atuação da CVM com outras medidas a serem conjugadas a esta abordagem”, acrescenta o documento.

Enquadramento - A Comissão de Valores Mobiliários enquadra os tokens em três diferentes tipos:

• Token de Pagamento (cryptocurrency ou payment token): busca replicar as funções de moeda, notadamente de unidade de conta, meio de troca e reserva de valor;

• Token de Utilidade (utility token): utilizado para adquirir ou acessar determinados produtos ou serviços; e

• Token referenciado a Ativo (asset-backed token): representa um ou mais ativos, tangíveis ou intangíveis. São exemplos os “security tokens”, as stablecoins, os non-fungible tokens (NFTs) e os demais ativos objeto de operações de “tokenização”.

Segundo o documento, a CVM entende que um token referenciado a ativo pode ou não ser um valor mobiliário. Além disso, um único criptoativo pode se enquadrar em uma ou mais categorias, a depender das funções que desempenha e dos direitos a ele associados.

Tecnologia - Na última década, o mercado de criptoativos se multiplicou e agora é avaliado em US$ 926 bilhões, segundo dados do CoinMarketCap. Boa parte do que causou este movimento foi a tecnologia e a prova de que moedas, serviços financeiros, entre outros, poderiam ser nativos da internet.

Com isso, grandes empresas e instituições passaram a reconhecer que o assunto não poderia mais ser ignorado, passando a realizar pesquisas e desenvolver iniciativas no setor. Uma delas é o Sandbox Regulatório da CVM, que gerou a joint venture Vórtx QR Tokenizadora.

Mencionando o projeto, a Comissão de Valores Mobiliários reiterou que é receptiva às novas tecnologias e que continuará aprofundado o seu estudo e análise.

“A CVM reitera que é receptiva às novas tecnologias que contribuem e influenciam positivamente a evolução do mercado de valores mobiliários. A Autarquia entende que adoção de tecnologias deve ser feita como uma forma de ampliação de horizontes e, não, uma limitação da extensão com que direitos podem ser exercidos”, afirma o documento.

“Neste sentido, a CVM continuará aprofundando o estudo e a análise do tema e de sua aplicação ao mercado de capitais, podendo, caso necessário e cabível, regular esse novo mercado, inclusive à luz de sua experiência com o Sandbox Regulatório”, conclui.

Cripto ativos e o valor justo

 Segundo o FASB, os criptos ativos devem ser mensurados a valor justo:


The Financial Accounting Standards Board on Wednesday said companies should use fair-value accounting for measuring bitcoin and other crypto assets, moving a step closer to a standard that could clear up uncertainty over reporting how much such holdings are worth.

There are currently no specific accounting or disclosure rules for cryptocurrency assets, so businesses classify them as indefinite-lived intangible assets similar to intellectual property such as trademarks. Companies must review the value of such assets at least once a year and write it down if it drops below the purchase price. If the value rises, companies can only record a gain when they sell the asset, not if they continue holding it.


Companies and accountants want the FASB to adopt fair-value accounting instead, which would allow them to recognize losses and gains immediately and treat digital assets as financial assets.

The FASB on Wednesday said fair-value accounting best captures the economics of crypto assets and determined the method would be a requirement rather than an option for companies. “We’ve heard from investors that they want transparency through disclosure, and the only way to get to that is fair value,” board member Gary Buesser said.

[...]


The FASB in August detailed criteria for assets it will include in its cryptocurrency project, leaving out nonfungible tokens and certain stablecoins. The board will next consider what will have to be included in disclosures about the assets and how companies should inform investors.