Investir, sob um certo ponto de vista, nada mais é do que avaliar todas as incertezas no horizonte. Que hoje em dia não são poucas: as eleições presidenciais no Brasil, a guerra da Rússia com a Ucrânia, a pandemia, a escalada global da inflação, o risco de recessões mundo afora e por aí vai.
O que muita gente esquece é que, na hora de investir, as certezas também precisam ser levadas em conta – por mais incertas que sejam. E uma das certezas que impactam diretamente a economia é essa: a expectativa de vida das pessoas está aumentando.
O que é longevidade financeira?
Daí o sucesso, cada vez maior, da chamada longevidade financeira. Já ouviu falar? Nada mais é do que a capacidade de se contar com renda suficiente para envelhecer com equilíbrio financeiro, independente dos percalços pelo caminho.
O aumento da expectativa de vida demanda atenção muito maior nas finanças – e cada vez mais cedo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a turma que nasceu na década de 1940 tinha expectativa de viver até os 45 anos, mais ou menos – sim, muito quarentão já podia ser chamado de “senhorzinho”. Em 2019, antes da pandemia virar o mundo do avesso, a previsão aumentou para 76 anos.
No ano passado, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, conduzida pelo IBGE, 14,7% da população brasileira era formada por idosos. De um total de 212 milhões de pessoas, 31,2 milhões estavam acima dos 60 anos. Em 2100, estima o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 40,3% da população terá mais do que 60 anos.
Tudo isso para falar que o Instituto de Longevidade MAG, cujo nome já diz a que veio, acaba de lançar um guia sobre o assunto. Com dicas práticas de especialistas, te ajuda a fazer com que seu dinheiro também viva por mais tempo.
Para atingir esse objetivo, vale dizer, é necessário cuidar também da saúde, do trabalho, da aposentadoria e de diversos outros aspectos que impactam a qualidade de vida.
“Poupar é um dos pilares necessários para garantir longevidade financeira, mas não basta apenas poupar”, diz o educador financeiro Thiago Martello, que contribuiu com a elaboração desse guia. “É preciso investir bem o dinheiro para fazer com que ele trabalhe por você.”
Deixar o dinheiro na poupança, todo mundo sabe, é uma das piores decisões. “Os juros sobre juros são uma das grandes forças do universo”, diz o especialista. “Podemos usá-los para o nosso bem, quando se tratam de rendimentos de investimentos, ou para o mal, quando entramos em dívidas.”
Guia de como fazer o dinheiro render (e durar)
O acesso ao guia do Instituto de Longevidade MAG é gratuito (basta acessar o site https://institutodelongevidademag.org/ e fazer um cadastro). “O guia traz orientações que têm como base cinco pilares: gastar bem, poupar certo, ganhar mais, investir melhor e proteger capital”, resume Arnaldo Lima, o diretor do instituto.
“Pense que você viverá pelo menos 100 anos e a única certeza é que estará consumindo recursos financeiros durante todo esse tempo", aconselha Thiago Lauria, especialista em planejamento financeiro. Muito provavelmente, acrescenta ele, você não estará produzindo o montante suficiente para garantir a sua sustentabilidade financeira.
Ele recomenda que você pare de estabelecer objetivos de curto, médio e longo prazo. “Você tem apenas um objetivo: viver bem até o último dia da sua vida de forma sustentável, patrimonial e financeiramente”, defende.
Segundo o especialista, é preciso levar em conta, em primeiro lugar, as inevitáveis transições ao longo do anos, que envolvem carreira/negócios, filhos, moradia e casamento. Todas as decisões relacionadas a esses tópicos, obviamente, vão impactar no seu patrimônio lá na frente.
Depois é preciso ter em mente o estilo de vida que você persegue. Suas preferências, afinal, estão diretamente ligadas ao tamanho do patrimônio que precisa ser construído. “Cada família deve ter o seu mapa, que contemple a jornada de onde está, os pontos de parada, e o ponto de chegada”, recomenda Lauria. É uma das bases para a longevidade financeira.
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