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13 setembro 2022

Moral tributária, Multinacionais e Big Four

Uma pesquisa da OCDE indicou que as autoridades fiscais possuem uma percepção negativa das empresas multinacionais quando se trata de impostos.  Esta percepção também alcança as chamadas Big Four, quatro grandes empresas de auditoria (Deloitte, EY, KPMG e PwC) quando se trata de confiança e impostos. Mas o estudo diz que há opiniões positivas sobre a Big Four em termos de seguir a letra da lei e apresentar conformidade formal. 

O destaque do relatório parece ser a falta de comunicação e de confiança dos funcionários fiscais com as multinacionais e as Big Four. O resultado variou conforme o local da pesquisa, sendo que o menor índice foi obtido no Caribe e na América Latina. 

É importante notar que o foco do relatório foi a moral tributária e as empresas multinacionais. A questão da moral tributária não tem sido objeto de atenção, mas o relatório reconhece que há uma mudança em razão da crescente importância para os investidores e para as multinacionais do tema ESG. 

O relatório reconhece que o tema "moral tributária" é importante para os países em desenvolvimento. E existem poucas pesquisas:

Embora exista um interesse crescente no moral tributário das EMN (multinacionais), há pesquisas relativamente limitadas sobre o tema. Embora o corpo de pesquisas sobre moral tributária tenha aumentado nos últimos anos, muito disso se concentrou em indivíduos, em vez de tentar entender quais fatores podem influenciar o moral tributário das empresas, especialmente EMNs, como o moral tributário pode variar entre países e regiões, e como isso pode ser aprimorado.


IFAC e o combate a corrupção e ao crime econômico

 O IFAC emitiu um documento com um plano de ação para combater a corrupção e o crime econômico. Trata de uma estrutura para "aprimorar o papel da profissão contábil no combate à corrupção e ao crime econômico". São cinco pilares e mais de trinta ações: 


A base foi o código de ética (IESBA)

Criação do Comitê Consultivo de Sustentabilidade por parte da Fundação IFRS


A Fundação IFRS anunciou a criação de um comitê, chamado Comitê Consultivo de Sustentabilidade (SCC). A finalidade é "identificar, informar e aconselhar" o ISSB, o International Sustainability Standards Board, sobre quais as questões que são relevantes para a sustentabilidade. Parece que seria um órgão de aconselhamento.

O SCC terá quatro entidades permanentes: o Fundo Monetário Internacional, a OCDE, as Nações Unidas e o Banco Mundial. Duas destas entidades são tipicamente "financeiras" ou "bancárias". Além destas entidades, foram divulgados outros nomes, que não possuem assento permanente: CDP, TCFC, GSG, GRI, JSE (bolsa de Johannesburg), UNEP e WBCSD. (Veja que interessante, nenhum nome brasileiro.) (Tiveram uma preocupação com a diversidade de gênero, nomeado uma maioria de mulheres) 

A primeira reunião do SCC será agora, nesta semana. 

Entendo que além de ser uma entidade consultiva, o SCC irá garantir uma maior legitimidade as decisões do ISSB. Foi realmente uma decisão positiva da Fundação, uma vez que suas normas serão fatalmente questionadas. 

Foto: Avel Chuklanov

Fasb e Criptomoedas

Ainda sobre a decisão do Fasb de estudar criptomoedas, a entidade que regula a contabilidade dos Estados Unidos não usou o termo "meio de troca"; a entidade entende que isto não ajudaria na definição. É interesse esta posição, pois trata-se de uma moeda no seu nome, mas que não tem seu uso como tal. Isto estaria em uma posição contrária ao entendimento da receita daquele país. 

Aglomeração de cientistas compensa?

 Que a aglomeração ajuda na pesquisa científica já sabíamos. O estudo comparou o ganho na produtividade da pesquisa versus o custo de morar em cidades com muitos cientistas:


Cities with a larger concentration of scientists have been shown to be more productive places for additional scientists to do Research and Development. At the same time, these urban areas tend to be associated with higher costs of doing research, in terms of both wages and land. While the literature on the benefits of agglomeration economies is extensive, it offers no direct evidence of how productivity gains from agglomeration compare with higher costs of production. This paper aims to shed light on the balance between local productivity and local costs in science. Using a novel dataset, we estimate place-based costs of carrying out R&D in each US metro area and assess how these place-based costs vary with the density of scientists in each area. We then compare these costs with estimates of the corresponding productivity benefits of more scientist density from Moretti (2021). Adding more scientists to a city increases both productivity and production costs, but the rise in productivity is larger than the rise in production costs. In particular, each 10% rise in the stock of scientists is associated with a 0.11% rise in costs and a 0.67% rise in productivity. This implies that firms moving from cities with a small agglomeration of scientists to cities with a large agglomeration of scientists experience productivity gains that are 6 times larger than the increase in production costs. This finding is consistent with the increased concentration of R&D activity observed over the past 30 years. However, while the productivity estimate has only modest non-linearities, the cost estimates suggest much larger non-linearities as the concentration of scientists increases. For the most concentrated R&D cities, the difference between productivity gains and cost increases is close to zero.

Os autores usaram dados de vários pesquisadores e o local onde trabalharam. Com os dados do custo de vida local, eles puderam verificar se residir em cidades caras compensava. A resposta para pergunta do título é sim. 

Rir é o melhor remédio