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25 agosto 2022

Fair Play Financeiro volta a ser notícia na Europa

Depois de ameaçar punir o City e o PSG - e não aconteceu nada - a entidade que gerencia o futebol europeu voltou a tratar do fair play financeiro.

 

A UEFA continua a apertar o cerco a clubes que não cumpram as regras do fair play financeiro. Para isso, conta com uma lista de vinte clubes que terão incumprido as normativas, de acordo com a informação avançada pelo diário britânico “The Times”.

Entre os clubes que fazem parte da lista estão vários que jogam nos maiores campeonatos, como são os casos do Arsenal, Barcelona, Juventus ou da AS Roma, agora treinada por José Mourinho.

Em causa estão eventuais castigos relativos a irregularidades financeiras ocorridas na temporada 2020/21, a primeira jogada inteiramente com restrições relacionadas com a pandemia.

De referir que a UEFA sancionou recentemente o PSG e o Marselha, clubes franceses que terão infringido as regras relativas ao fair play financeiro. O clube parisiense vai ser obrigado a pagar um valor próximo dos 20 milhões de euros.

Até à época passada, as regras ditavam que cada clube não podia gastar um valor superior ao dinheiro que encaixava em receitas.

Eis que a China volta a ser notícia

Que acreditava que 2020 recebemos um produto chinês indesejado, eis que uma notícia não muito boa: 


As baixas chuvas e o calor recorde em grande parte da China estão tendo impactos generalizados nas pessoas, na indústria e na agricultura. Os níveis de rios e reservatórios caíram, as fábricas fecharam por causa da escassez de eletricidade e grandes áreas de cultivo foram danificadas. A situação pode ter repercussões em todo o mundo, causando mais interrupções nas cadeias de suprimentos e exacerbando a crise global de alimentos.

Pessoas em grande parte da China estão passando por dois meses de calor extremo. Centenas de lugares relataram temperaturas superiores a 40 ° C (104 ° F) e muitos recordes foram quebrados. As estações de metrô criaram áreas de descanso onde as pessoas podem se recuperar do calor.

É impressionante a frase de um historiador de tempo, Maximiliamo Herrera, 

Não existe nada na história do clima que seja minimamente comparável com o que está ocorrendo na China

Enquanto isto, a Europa está tendo a pior seca em 500 anos. 

Gênero, Confiança e Habilidade na publicação científica

Em um experimento, dois pesquisadores do Wellesley College estudaram a reação de homens e mulheres às decisões editoriais. Eles leram uma suposta carta de um editor sobre a decisão de publicar ou não um artigo. 

Eis o abstract:

We design an experiment to study gender differences in reactions to editorial decisions on submissions to top economics journals. Respondents read a hypothetical editor’s letter where the decision (e.g., revise and resubmit) is randomized across participants. Relative to an R&R, female assistant professors who receive a rejection perceive a significantly lower likelihood of subsequently publishing the paper in any leading journal than comparable male assistant professors. We do not find this gender difference among tenured professors. We consider several mechanisms, pointing to gender differences in attribution of negative feedback to ability and confidence under time constraints as likely explanations. 

Via aqui.

Isto faz lembrar uma pesquisa com motorista do Uber realizada há poucos anos. Foi constatada diferença nos ganhos salariais entre os gêneros em razão da forma como comportavam no trânsito. 

Rir é o melhor remédio

Na internet você nunca estará sozinho
 

24 agosto 2022

Ainda questão ambiental

O título do texto da seguir, no original, é "Chegou a hora de desmistificar o ESG". Acho que não é bem isto, mas

 


Responsabilidade social corporativa. Esse conceito, aplicado desde 2005, acabou virando o “grande hype” dos últimos três anos em todo o mundo. A sigla ESG, advindo do inglês environmental, social and corporate, trata de um conceito que visa avaliar as atuações de empresas e corporações em prol de ativações sociais, ambientais e corporativas, sempre dentro de regras rígidas de compliance.

Com a chegada da pandemia e, logo em seguida, com a deflagração de uma guerra na Ucrânia, as discussões sobre crises energéticas e impactos ambientais aumentaram. Porém, ainda assim, existem empresas e gestores que ficam reticentes sobre investir em iniciativas de ESG.

De acordo com um estudo divulgado pela consultoria McKinsey Co., (Does ESG really matter — and why? ou "O ESG realmente importa — e por quê?"), os investimentos destinados a ações sustentáveis somam, atualmente, US$ 2,5 trilhões, representando queda de 13% em relação ao dado do fim do primeiro trimestre do ano passado.

Tais dados apontam que há desconfiança, mas que estudar melhor o ESG e aplicar ativações efetivas é um caminho sem volta. De acordo com a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que regula os mercados de capitais americano, mais de 90% das companhias que compõem a bolsa de Nova York e 70% das que estão presentes na bolsa de Londres já divulgam quais são suas ativações e investimentos em ESG. Esse movimento corrobora o quanto os stakeholders, e até mesmo a sociedade, cobra por respaldo das empresas nesse sentido.

No Brasil, um bom exemplo de estudos constantes e aplicações viáveis de ESG, demonstrando que há um caminho interessante para as empresas nacionais, é a Natura. O gigante dos cosméticos aposta em ativações para promover a proteção da Amazônia, defesa dos direitos humanos e economia circular.

Como disse no início deste texto, ainda há uma parcela das empresas que é resistente a tais mudanças. Para ter uma ideia, hoje no Brasil, mais de 40% dos resíduos são destinados de forma incorreta e apenas 3% são reciclados ou reaproveitados. Um dos principais fatores para esse cenário é a dificuldade da indústria de fazer o controle e gestão desses resíduos.

Além disso, muitas dessas empresas apresentam dificuldades com o compliance referente a essa legislação. A boa notícia é que por meio de IA e blockchain, boa parte desse processo consegue ser facilmente solucionado, ajudando no reporte dos principais índices de ESG. Processos manuais e informações descentralizadas também estão entre as principais dores da indústria no Brasil nesse sentido.

Para finalizar, afirmo que nem tudo são más notícias.

Outro recorte interessante que podemos traçar é sobre quais são os setores da indústria que mais têm apostado em plataformas para uma gestão de resíduos eficiente. Segmentos de alto impacto econômico, como os de automóveis, mineração e alimentícia, já são usuários assíduos das práticas de ESG. E, para comemorarmos, temos visto as áreas de alimentação, varejo e moda também amplamente preocupados em entender como podem aplicar tais iniciativas.

Vamos ficar de olho nas novidades e promover, cada vez mais, discussões relevantes sobre ESG e desenvolvimento sustentádos negócios em nosso país

A questão ambiental: outra visão


Se você leu sobre os bancos brasileiros e a questão ambiental, além da leitura postada ontem, eis outra visão sobre o ponto:

O processo de avaliação ESG é arbitrário, opaco e centralizado, deixando espaço significativo para corrupção. Também é suspeito que um dos principais defensores da ESG seja o CEO da BlackRock, Larry Fink. A BlackRock é o maior gerente de ativos do mundo, gerenciando mais de US $ 10 trilhões, e o Sr. "O estilo de vida" Fink reflete isso. Ele gosta de voar em jato particular para Davos, relaxando em sua mansão Aspen e dizendo para você reduzir sua pegada de carbono.

Aprofundar o ESG revela um plano mais sinistro. Embora desejemos ser bons administradores do planeta, aprendemos rapidamente que a proposta dos globalistas para fazê-lo é bastante ameaçadora e também ilegítima. O ESG é um componente vital da agenda para consolidar capital e planejar centralmente a alocação de recursos, destruindo os restos do livre mercado no processo. Vamos cavar um pouco mais fundo.

ESG é mais do que uma abordagem para avaliar investimentos; é um sistema de crédito social semelhante ao existente no Partido Comunista Chinês. Semelhante a uma pontuação de crédito que determina a elegibilidade de empréstimos com base em sua capacidade passada de pagar dívidas, um sistema de crédito social é uma análise mais invasiva e determina o acesso não apenas a serviços financeiros, mas também a serviços públicos, como transporte público ou supermercados. Por exemplo, o sistema de crédito social da China procura compilar registros digitais do comportamento social e financeiro dos cidadãos para calcular uma classificação pessoal que determina quais serviços eles têm direito. (...)

a ESG determina a capacidade de uma corporação acessar capital. Por fim, em vez de uma empresa fornecer um produto ou serviço exigido pelo mercado, as empresas obtêm sucesso com base em sua capacidade de comprometer valores e incorporar uma agenda ESG. Em um padrão ESG, o sucesso não se baseia mais na entrega de produtos e serviços ao mercado, mas na lealdade à classe dominante. O ESG é um retorno ao modelo monárquico, permitindo que poucos da elite alocem capital a causas que os enriquecem ainda mais em nome do “bem social."

O sistema ESG não apenas consolida capital para a classe dominante, mas também é eficaz na destruição da riqueza em escala nacional. Por exemplo, a pontuação ESG do Sri Lanka foi 98,1 antes do colapso. Pesquisa da World Economic explica a pontuação. Um alto índice (próximo a 100) indica um baixo impacto ambiental para o país. O Índice de Emissões é baseado na ponderação igual das emissões de carbono e metano.

O colapso do Sri Lanka deve-se, em parte, à decisão do governo de forçar os agricultores a mudar de fertilizantes químicos, que usam gás natural como insumo essencial, para fertilizantes orgânicos em abril de 2021. Esse mandato reduziu o rendimento das culturas e levou a menos alimentos, resultando no Sri Lanka esgotando suas reservas em moeda estrangeira para importar alimentos. Em dois anos, as reservas em moeda estrangeira do Sri Lanka foram esgotados de US $ 7,6 bilhões em 2019 para US $ 50 milhões até o final de 2020, uma queda de aproximadamente 99%. O tempo todo, o país tinha US $ 81 bilhões em dívidas e os preços dos alimentos quase dobrou.

De qualquer forma, a pontuação do ESG nos ensina que pode ser um contra-indicador para a saúde econômica de um país, indicando falta de comida e energia confiável. Outro desenvolvimento recente do ESG foi o recente governo holandês anúncio de seus planos de reduzir as emissões de nitrogênio em 50% até 2030 e no Canadá proposta para cortar fertilizantes emissões em 30%. Na Holanda, o bode expiatório é o gado e uma redução no tamanho do rebanho tornará muitos agricultores falidos, aumentando a insegurança alimentar globalmente e tornando a carne artificialmente escassa. Ao sucumbir às pressões do ESG, empresas e países não prosperam, eles desmoronam. Em vez de levantar todas as marés, afundam todos os navios.

(...)

Bancos brasileiros e a questão ambiental


Do Estadão (Via aqui

Os bancos brasileiros vão entrar em dezembro numa nova era sobre como medir os impactos das mudanças climáticas para seus negócios. O Banco Central (BC) começará a cobrar a inclusão de riscos climáticos no gerenciamento de risco e capital, além de uma política de responsabilidade social, ambiental e climática e de um relatório anual com informações padronizadas sobre o tema.

Na América Latina, o Brasil está na vanguarda desse processo, que começou a ser tateado pelas principais economias do globo. Em outubro, o BC deve apresentar no Relatório de Estabilidade Financeira (REF) algumas referências para as instituições seguirem na elaboração de suas estimativas.No documento, devem vir, por exemplo, detalhes sobre como as instituições terão de calcular reflexos de uma seca extrema sobre seus serviços e ativos, além de um estudo sobre riscos de transição.

Como se trata de um aprendizado para todos, o BC promete não ser tão exigente no início desses trabalhos. Já avisou que não necessariamente os bancos devem seguir esse modelo, embora vá monitorar os preparativos para cumprir as novas normas em sua agenda de supervisão para o semestre.

"Em geral, visões agregadas apresentam simplificações, pois é necessário adequar o estudo à disponibilidade de dados e informações de diferentes tipos de instituição. Se o risco for relevante para uma dada instituição, essa deve desenvolver uma técnica mais aprimorada para avaliar o risco", ressaltou o órgão.

Antecipando-se às regras

Sem um padrão definido pelo BC sobre como contabilizar em seus balanços os riscos climáticos, as instituições financeiras no Brasil buscam apoio de especialistas para seguir as novas regras do regulador, que devem ser conhecidas em dois meses. Consultorias têm sido procuradas para tirar dúvidas sobre o tema, e a tendência é de que todos "entreguem a prova", mas algumas casas devem se aprofundar mais no tema e ser mais agressivas do que outras.

"As maiores acabam ficando na vanguarda, pois índices e investidores externos geram pressão. Não está todo mundo na mesma página. Mas a regulação trouxe a urgência do tema, não é mais uma questão voluntária", disse a coordenadora para América Latina e Caribe da iniciativa para o setor financeiro do programa das Nações Unidas (ONU), Maria Eugenia Sosa Taborda.

O BC destaca que não há metodologia ou técnica de elaboração prescrita para os testes de estresse, a partir das estabelecidas pela regulação: análise de sensibilidade; análise de cenários; e teste de estresse reverso. "A escolha de qual metodologia e da complexidade da técnica aplicada deve ser adequada ao risco incorrido em cada instituição", argumenta o BC, reforçando que vem se posicionado sobre o tema no Relatório de Estabilidade Financeira (REF).

No mercado, o diretor de Sustentabilidade da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Amaury Oliva, afirmou que, apesar de o BC não ter definido metodologia ou cenários específicos para os testes de estresse, criou requisitos importantes, como a análise temporal, geográfica, setorial e o alinhamento a aspectos já considerados no gerenciamento de risco.

"Temos um diálogo respeitoso e construtivo com o BC, que tem expectativa de agenda evolutiva. Não é para ter punição, é para avançar como setor bancário."

Segundo Oliva, a Febraban já desenvolveu, com a Coppe/UFRJ e a empresa WayCarbon, cenários climáticos "tropicalizados" para setores-chave da economia brasileira, que podem ser subsídios para análises e testes de estresse dos bancos. Segundo relatório de 2021, com base em dados do BC e em um estudo desenvolvido pela Febraban, a exposição da carteira de crédito para empresas ao risco ambiental era de 43,60% no fim de 2020.

Já a exposição moderada ou alta às mudanças climáticas era de 53,29%.Além disso, a federação criou um grupo específico para implementar as novas regras do BC, com encontros mensais para tirar dúvidas e orientar sobre bases de dados e procedimentos. Conforme Oliva, os associados, que já seguem uma autorregulação sobre o tema desde 2014, estão trabalhando "sem parar" para estar de acordo com as novas regras em dezembro. "Colocamos a régua lá em cima, queremos que os bancos alinhem seus portfólios ao Acordo de Paris, ajudando os clientes nessa transição", diz Sosa Taborda.

Estabelecer padrão para o setor bancário é um dos desafios

Como não há um padrão internacional até o momento e muitos acreditam que dificilmente será feito um, algumas instituições financeiras passaram a criar seus próprios requisitos básicos para avançar em serviços e transparência em relação às mudanças climáticas.O que o mundo todo se pergunta é: como ajustar um só padrão para todos os tipos de itens e negociações que faça sentido para um mercado específico e, ao mesmo tempo, sirva de referência para operações com outros agentes e países?

Da mesma forma que não se pretende engessar demasiadamente um mercado que está apenas engatinhando, temem-se os riscos que possam vir dele, principalmente o chamado greenwashing, que é a prática de classificar ativos como verdes quando, na realidade, não são.Para se ter uma ideia, as três maiores agências de classificação de risco do mundo também criaram suas próprias referências. Apesar de ser do mesmo setor e buscar o mesmo objetivo de medir a saúde financeira de um papel, empresa ou governo, têm réguas distintas para as variáveis relacionadas às questões climáticas.

Veja que já apareceram os consultores para "ajudar".