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19 agosto 2022

Supersônico, a preocupação ambiental e o ponto de equilíbrio

A Boom Supersonic anunciou o jato supersônico Overture, com uma grande preocupação ecológica. O jato parece com o antigo Concorde, mas há diferenças em termos de tecnologia e especificações. Talvez o avião comece a operar em 2029. 


[o jato] utiliza diferentes tipos de resíduos, tais como óleo de cozinha usado para gordura animal, para oferecer o mesmo desempenho que o combustível de avião convencional - apenas com uma (alegada) redução da pegada de carbono.


"O desempenho ambiental está sendo considerado em todos os aspectos do Overture, desde o projeto e produção até o vôo e a reciclagem em fim de vida útil", lê-se no site da Boom.
 

Sendo um jato supersônico, uma viagem entre Nova York e Londres, atualmente com uma duração de 7 horas, seria reduzida pela metade. 

Uma questão contábil: o ponto de equilíbrio. Com uma capacidade de somente 65 a 80 assentos, a redução da quantidade de horas de viagem poderá ser compensada em termos do aumento do preço. Mas o valor pode ser muito elevado. 

Na Wikipedia há uma afirmação que os custos operacionais poderão ser menores que um jato comum. O texto afirma que a tarifa entre Nova York e Londres seria de 5 mil dólares. Mas isto seria bem mais que uma tarifa normal. 

B3 quer exigir diversidade e outras coisas

Eis uma notícia sobre a B3:


A operadora da bolsa brasileira B3 disse hoje (17) que colocou em audiência pública um conjunto de regras sobre representatividade em empresas listadas, incluindo a previsão de que as companhias tenham que explicar ao mercado a falta de diversidade nos cargos mais altos.

Uma das regras prevê que as companhias listadas tenham ao menos uma mulher e um integrante “de comunidade minorizada” na diretoria ou conselho de administração, disse a B3 em comunicado à imprensa. Quem descumprir, porém, terá apenas que comunicar ao mercado os motivos.

A B3 considera comunidade minorizada pessoas pretas ou pardas, integrantes da comunidade LGBTQIA+ ou pessoas com deficiência. Serão utilizados critérios de autodeclaração.

Além disso, se uma mesma pessoa se enquadrar em ambos os critérios – uma mulher com deficiência, por exemplo -, a empresa também já estaria enquadrada na regra, segundo a B3.

Das mais de 400 empresas listadas, 60% não têm nenhuma mulher na diretoria estatutária, e 37% não possuem participação feminina no conselho, de acordo com a operadora da bolsa. A B3 afirmou não ter dados amplos sobre raça e etnia, mas um levantamento com 73 companhias mostrou que 79% delas responderam ter entre zero e 11% de pessoas negras em cargos de diretoria.

A audiência pública, onde podem ser sugeridas mudanças, vai até 16 de setembro e a previsão da B3 é que o texto comece a vigorar em 2023.

Além das normas para representatividade em conselho e diretoria, o conjunto de regras proposto ainda engloba a inclusão de indicadores sociais, de governança e ambientais nas remunerações variáveis (condicionadas ao desempenho) dos conselheiros das companhias listadas.

A série de regras vale para empresas listadas em todos os segmentos. Os prazos de implementação são distintos, com tempo de carência até 2026, por exemplo, para a norma de representatividade nas lideranças das companhias, sendo que em 2025 as empresas já precisariam comprovar a eleição de uma das posições.

As companhias que listarem ações na B3 após a vigência das novas normas também terão um tempo de adaptação às regras.

E a B3? Atende aos critérios? Vamos olhar o conselho de administração da empresa, que possui 11 pessoas, sendo duas mulheres. A diretoria estatutária possui 10 pessoas listas, duas mulheres. O conselho fiscal, com seis pessoas, quatro mulheres (mas o coordenador é um homem). O comitê de auditoria tem quatro pessoas, uma mulher. De governança também são quatro e duas mulheres. Produtos e precificação são nove pessoas, nenhuma mulher. Pessoas e remuneração, três e um. Risco e financeiro, seis e zero. Somando os cargos, são 53, sendo 12 mulheres. Ou 23%. 

Se a B3 quiser, podemos indicar nomes para que a empresa atenda a solicitação da bolsa. 

Foto: Alexander Grey

Consulta pública ISSB trouxe um problema: muito feedback


Do site do CFC:

O International Sustainability Standards Board (ISSB, na sigla em inglês) recebeu mais de 1.300 comentários referentes às suas duas minutas de exposição referentes às normas de divulgação de sustentabilidade propostas. A minuta de Divulgação de Informações Financeiras Relacionadas à Sustentabilidade (IFRS S1) obteve 700 apontamentos e a minuta de Divulgação Relacionada ao Clima (IFRS S2) recebeu aproximadamente 600 respostas.

Para que o padrão tenha legitimidade, os comentários devem ser analisados com cuidado. Mas será possível fazer isto sem atrasar muito o prazo? Creio que o ISSB deverá fazer uma opção: fazer uma triagem prévia pode ser uma opção, mas não é adequado. 

Foto: K8

Rir é o melhor remédio

 

Finalmente o sistema de custos funciona

18 agosto 2022

Custo e o risco geopolítico

A decisão de uma empresa deve levar em consideração o custo e outras variáveis, como o risco geopolítico. Eis o que está ocorrendo agora com algumas multinacionais, como a Apple. 


A China sempre foi boa para esta empresas, em razão da mão de obra barata e comportada. Mas o risco geopolítico está fazendo com que as empresas estejam transferindo sua produção para o Vietnã. Este país já produz iPads e AirPods e poderá produzir MacBook brevemente. 

A questão é fazer isto sem comprometer os custos. principais beneficiários incluiria países como Vietnã, Índia, Brasil, Bangladesh, Indonésia, México, Turquia, Egito e África do Sul. 

Tim Cook, da Apple, parece ter aprendido uma lição valiosa este ano de que a alta exposição das cadeias de suprimentos à China durante as políticas de zero Covid de Pequim e o agravamento das tensões geopolíticas com o Ocidente são um coquetel perigoso, e a necessidade de diversificar a produção (...)            

Frase

A melhor parte de ser professor é dedicar bastante, para que seus alunos possam se dedicar pouco e aprender muito. (Gabriel F Silva) 

OMS e o esforço para escolher um nome

Isto parece tão estranho. A Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu buscar um novo nome para a varíola originada dos macacos, atualmente chamada de monkeypox. De uma modo geral, o nome das doenças são escolhidos pelos burocratas sem consulta pública, mas a OMS inovou agora abrindo o processo ao público. 


E pelo informado na reportagem da Época, a participação tem sido intensa:

A pressão está crescendo por um novo nome para a doença, em parte porque os críticos dizem que o atual é enganoso, já que os macacos não são o hospedeiro original do vírus. Um grupo de cientistas de renome divulgou um documento em junho se posicionando a favor de um nome que fosse "neutro, não discriminatório e não estigmatizante" em meio a temores de que o nome pudesse ser usado de maneira racista. 

No passado isto ocorreu com a gripe espanhola ou com a denominação do Covid como vírus chinês. Mas a própria OMS esteve envolvida em polêmica ao batizar uma variante do Covid como Omicron.

Acrescento mais um ponto: um entidade como a OMS está lançando uma consulta pública para a escolha de um nome de um vírus. O processo de consulta pública representa gastos, que talvez pudesse ser direcionado para outras atividades mais relevantes - imagino que o nome de uma doença talvez não seja tão importante assim. 

Foto: presidente Xi, da China, que também é uma letra grega e poderia ser o nome da variante que hoje conhecemos como Omicron.