Translate

29 março 2022

Sorte ou talento? O papel da aleatoriedade

 Resumo:

The largely dominant meritocratic paradigm of highly competitive Western cultures is rooted on the belief that success is due mainly, if not exclusively, to personal qualities such as talent, intelligence, skills, smartness, efforts, willfulness, hard work or risk taking. Sometimes, we are willing to admit that a certain degree of luck could also play a role in achieving significant material success. But, as a matter of fact, it is rather common to underestimate the importance of external forces in individual successful stories. It is very well known that intelligence (or, more in general, talent and personal qualities) exhibits a Gaussian distribution among the population, whereas the distribution of wealth- often considered a proxy of success- follows typically a power law (Pareto law), with a large majority of poor people and a very small number of billionaires. Such a discrepancy between a Normal distribution of inputs, with a typical scale (the average talent or intelligence), and the scale invariant distribution of outputs, suggests that some hidden ingredient is at work behind the scenes. In this paper, with the help of a very simple agent-based toy model, we suggest that such an ingredient is just randomness. In particular, we show that, if it is true that some degree of talent is necessary to be successful in life, almost never the most talented people reach the highest peaks of success, being overtaken by mediocre but sensibly luckier individuals. As to our knowledge, this counterintuitive result- although implicitly suggested between the lines in a vast literature- is quantified here for the first time. It sheds new light on the effectiveness of assessing merit on the basis of the reached level of success and underlines the risks of distributing excessive honors or resources to people who, at the end of the day, could have been simply luckier than others. With the help of this model, several policy hypotheses are also addressed and compared to show the most efficient strategies for public funding of research in order to improve meritocracy, diversity and innovation.


Talent versus luck: The role of randomness in success and failure
A Pluchino, AE Biondo, A Rapisarda
Advances in Complex systems 21 (03n04), 1850014



Links


Um navegador que está valendo 1,3 bi US$ (Island) - produzido para ser usado na empresa. Portanto, com foco na segurança

Polícia britânica descobre ladrão de bicicleta pela imagem do seu quintal do Google Earth (acima)

Os potenciais problemas (legais) do tapa de Will Smith em Chris Rock

Acionistas da Toshiba rejeitam o plano de dividir a empresa

Assistindo um vídeo de matemática versus Star Wars

Mercado e Fraude

 

A Hindenburg Research LLC é uma empresa de pesquisa de investimento que está focada nas empresas que podem ser potenciais desastres. O nome é uma homenagem ao desastre do Hinderburg, considerado um desastre evitável. A empresa publica relatórios de empresas com má gestão. Basicamente sua estratégia é: investigue uma empresa, encontre algo que possa ser caracterizado como fraude, invista contra a empresa, revele suas descobertas e espere o preço cair.

AstralCodex pergunta se isto não poderia ser um substituto para a imprensa. Isto permitiria que os clientes paguem pela pesquisa de uma empresa como a Hindenburg, sem precisar de comprar outras coisas que não deseja.

Na opinião do site, havendo um bom mercado de previsão, você poderia financiar relatórios investigativos. E permitiria que notícias falsas fossem punidas pelo próprio mercado - se você denunciar uma empresa e não for verdade, os traders deixarão de confiar nos seus relatórios. 

Será que isto não poderia ser uma solução para o mercado de auditoria? Permitir que qualquer pessoa possa divulgar seus relatório; as empresas mais competentes ficariam no mercado e os erros das grandes seriam realmente punidos na sua reputação. 

Foto: Manik Roy

28 março 2022

ISSB + GRI

 

A IFRS Foundation e a Global Reporting Initiative (GRI) assinaram um acordo de colaboração sobre os padrões de sustentabilidade. Em termos práticos, poderá existir programas de trabalho e padrões conjuntos entre o International Sustainability Standards Board (ISSB), o braço de trabalho da IFRS para o assunto e o Global sustainability Standards Board (GSSB).

Se por um lado a IFRS tem como foco o mercado de capitais e o investidor, através de padrões relacionados com as demonstrações contábeis, o GRI procura atender um público mais amplo. Assim, haveria uma complementação no trabalho dos reguladores, o que pode ajudar na redução – ou no aumento, sendo mais cínico – no volume de relatórios para as empresas.

Em 2020 havia um grande número de entidades que se propunham emitir normas para os relatórios de sustentabilidade. A demanda por um sociedade mais preocupada com a questão ambiental, de governança e social – denominada de ESG - foi captada pela IFRS Foundation como uma oportunidade de ocupara um espaço precioso entre as empresas. Em 2021 a Fundação construiu um projeto onde seria possível também lidar com a emissão de padrões, através de uma entidade, a ISSB, oportunisticamente lançada durante o encontro de Glasgow, no final do ano. No lançamento, a ISSB já anunciou que pelo menos três entidades fariam parte do novo comitê.

Enquanto o ISSB juntava forças com outras entidades previamente estabelecidas, era necessário mostrar serviço e, ao mesmo tempo, legitimar com a principal entidade para emissão de normas na área ESG. Enquanto a Europa continua seu trabalho de normatização, através do EFRAG, e os Estados Unidos anunciam um plano para área, via sua Comissão de Valores Mobiliários (SEC), o acrodo pode ajudar na legitimação. Um outra medida, que envolve apressar a divulgação de novas normas, também está sendo utilizada pela ISSB (vide postagem a seguir).

Ao mesmo tempo, as denúncias de manipulação das informações ambientais – denominada de “lavagem verde” – trouxe a preocupação de alguns investidores. Aliado a isto, a Organização Internacional de Comissões de Valores Mobiliários (IOSCO), entre outras, está buscando o alinhamento dos padrões.

É bom lembrar que o propósito de uma entidade como a IFRS Foundation é a emissão de normas. E estas medidas são coerentes com esta finalidade. Pode não ser a melhor finalidade para o usuário. 

 Foto: Aaron Burden

(Repararam a sopa de letrinhas na postagem? É isto...)

Apressem as normas


Uma norma, antes de ser publicada, geralmente segue um certo ritual. Para que a norma seja legitimada é necessário que seja debatida pelo público, especialmente àqueles que serão afetados pela regra. Isto inclui um período de debate, com possibilidade de até retornar para prancheta caso a norma não agrade. Isto já ocorreu antes, por exemplo, com a norma de leasing (aqui).

Já comentamos aqui que a Fundação IFRS criou um braço somente para normatizar a área de sustentabilidade. Isto foi anunciado em novembro. Em janeiro foi escolhido o comandante para nova entidade. E o quadro deve ser completado até meados do ano. Mas enquanto isto outros atores estão se movimentando. A SEC mudou sua atitude de ser contrária ao assunto recentemente. E o EFRAG está produzindo documentos a pleno vapor. 

Na tentativa de não ficar atrás, o Comitê de Supervisão do Processo (DPOC) confirmou que é válido o presidente e o vice do ISSB divulgarem rascunhos de exposição. Segundo o IasPlus "a definição de padrões nessas áreas é percebida como urgente e, embora o processo de nomeação de membros do ISSB tenha começado, ainda pode demorar um pouco até que o ISSB tenha quorum". 

Veja como é um caso de "concorrência" na área de emissão. O próprio IasPlus indica isto ao afirma que "como várias jurisdições pretendem expor seus próprios requisitos específicos juridicionais nos próprios meses (por exemplo, União Européia e os Estados Unidos", a divulgação do rascunho seria interessante. 

Foto: John Cameron

Rir é o melhor remédio

Recrutamento de especialista