03 janeiro 2022
Rir é o melhor remédio
O cartoon original era sobre liderança. Mas como o blog é de contabilidade, fiz uma pequena adaptação.
02 janeiro 2022
Faleceu Tanzi, do escândalo contábil da Parmalat
Faleceu Tanzi, o empresário que foi responsável pelo escândalo da Parmalat. Eis uma notícia sobre ele :Uma carreira que começou na pequena empresa familiar dos arredores de Parma e que se transformou numa multinacional, e terminou com condenações e prisão por falência: o ex-patrão da Parmalat e da equipa de futebol do Parma, Calisto Tanzi, morreu este sábado aos 83 anos. Estava em prisão domiciliária e ali cumpria pena de 17 anos e 5 meses após os julgamentos pelo colapso do grupo de laticínios que fundou. Em meados de dezembro, foi hospitalizado por causa de uma infeção pulmonar.
Figura popular na cidade, Tanzi fundou a Parmalat em 1961, após abandonar a faculdade, e foi o protagonista de uma parábola que começou com o seu enorme crescimento e terminou dramaticamente com a falência em 2003 e os julgamentos que se seguiram e que lhe custaram a prisão.
A marca ganhou grande protagonismo graças ao desporto: o seu nome esteve ligado, nas décadas de 80 e 90 do século passado, ao esqui, à Fórmula 1 e depois futebol.
Tanzi nasceu em Collecchio em 17 de novembro de 1938. Formado em contabilidade, interrompeu os estudos com a morte do pai para o substituir na direção de um pequeno negócio familiar de queijos curados e conservas.
Tinha apenas 22 anos quando fundou a sua empresa de leite em 1961, pegando na antiga empresa familiar do seu avô e transformando-a numa multinacional com mais de 130 fábricas em todo o mundo. Expandiu para o setor alimentar, para o turismo, TV e futebol. Terá sido um excesso: segundo a definição dos investigadores, a Parmalat tornou-se “a maior fábrica de dívidas da história do capitalismo europeu”. Acumulou 14,5 mil milhões de dívidas, destruindo as economias de dezenas de milhares de investidores.
Tanzi também tinha laços com o mundo da política e das finanças, especialmente no ambiente católico conservador. Quando os problemas surgiram, tentou tapar os buracos financeiros com outras aquisições imprudentes, com um recurso massivo ao crédito.
As maiores dificuldades começaram em 1999, quando adquiriu a Eurolat do grupo Cirio, do empresário Sergio Cragnotti com o recurso a uma dívida contraída no Banca di Roma, a que se seguiu, com o mesmo patrocinador, a aquisição de uma empresa de águas minerais. Aí se deu o início da contração de dívida para pagar outras dívidas, num movimento que nunca mais conseguiu parar.
Em 27 de dezembro de 1999, Tanzi foi preso e assim começou a questão judicial, após a aventura empresarial. Em dezembro de 2010, Tanzi foi condenado a 18 anos de prisão por um crash de 14 mil milhões de euros.
Atualmente, a Parmalat é controlada pela gigante francesa Lactalis, que mantém a fábrica de Collecchio, onde recentemente foram anunciados importantes investimentos.
História da contabilidade: Mensário Brasileiro de Contabilidade
Eis a página do Mensário Brasileiro de Contabilidade, editado pelo então Instituto Brasileiro de Contabilidade. Na comissão redatora, Francisco D'Auria. O sumário consta assuntos relacionados com cálculo de frações (mais matemática que contabilidade), imposto de renda sobre juros, dissolução de sociedade e contabilidade mecânica. Achei esta página na hemeroteca digital, junto com a publicação Jornal da Mulher (talvez um engano aqui ?). Somente três página sobre o mensário, mas a terceira tem uma propaganda bem interessante:Já tínhamos postado sobre a máquina e sobre o grande Valentim Bouças. Espero voltar a comentar sobre o Mensário brevemente. Aproveitando, a fotografia de Valentim na publicação "Homem Livre" de 1943:
01 janeiro 2022
Poeta da Fortuna Alheia
De tanto ler sobre o assunto, passamos sem perceber por textos interessantes. Mas nem sempre. Lendo no Correio de Juazeiro, ed. 14 de 1949, de 17 de abril, p. 5, encontrei em um texto de Esc. Geraldo Barbosa, intitulado Contabilidade-Fatôr Social (grafia da época) o seguinte:
Estendendo a vastidão do seus dominios a Contabilidade vai atingir até a Psicologia, além de outras matérias importantes como é a Técnica Comercial e que todas as Escolas Superiôres dos Estados Unidos mantêm cadeiras. (grafia da época)
Veja que antecipa o estudo da psicologia e de outros assuntos na contabilidade. Mas o que achei interessante, e dá origem a postagem, foi o seguinte trecho, onde o autor lamenta os salários do profissional:
"é de lamentar a condição do "poéta da fortuna alheia", no dizer de Galeão Coutinho. Mal remunerado, o guarda-livros, contadôr ou contabilista, ganhando o suficiente para "vegetar"
Chama a atenção o termo. Realmente, muitas vezes somos "poeta da fortuna alheia".
P.S. Primeira postagem de 2022. Que seja a primeira de centenas.
31 dezembro 2021
Links
10 receitas para felicidade: respire fundo, ligue para um amigo, abrace alguém, ajude um amigo, escreva um agradecimento, cante, dance, passeie em um lugar bonito, perdoe e fale consigo de forma gentil
Mentalidade bayesiana - usando Bayes nas decisões privadas
População mais vacinada é pib per capita mais elevado
Relação entre racionalidade e emoção ao longo do tempo - usando os textos produzidos ao longo do tempo é possível perceber que palavras mais "racionais" cresceram desde 1850 até os anos 70 e então decresceram.
30 dezembro 2021
Capitalismo de Brecha
Do Journal of Brief Ideas:
O vazamento dos documentos do Panamá papers, Paradise e Pandora destacou a prevalência de minimização de impostos por indivíduos e empresas ricas. O idioma usado para descrever isso está enraizado na terminologia ilha / marítimo: ‘refúgio de imposto','centro financeiro offshore","capitalismo de arquipélago'e "ilhas do tesouro" (ver Palan et al, 2010; Ogle, 2017; Shaxson, 2011). No entanto, isso confunde as práticas de evasão com o local onde ocorre e sugere que os problemas associados à tributação estão principalmente em locais exóticos distantes. De fato, os maiores locais para evitar impostos do mundo não são paraísos fiscais nas ilhas, mas os centros financeiros em cidades como Londres, Amsterdã e Cingapura, e práticas de fuga e evasão são amplamente usadas por empresas e indivíduos além desses centros (Garcia-Bernardo, Janský & Tørsløv, 2021). Chamamos isso de "capitalismo de brecha": buscando acumular capital, explorando brechas processuais e / ou regulatórias nos sistemas tributários. Isso inclui o uso de técnicas contábeis para evadir e evitar impostos, realizando arbitragem regulatória - e, é claro, ocultando riqueza em paraísos fiscais. Como o capitalismo de brechas existe apenas nos interstícios dos sistemas tributários existentes, é inerentemente parasitário. Portanto, os locais de evasão são uma conseqüência das práticas mais amplas do capitalismo de brechas, e não o contrário. Os paraísos fiscais, portanto, trata apenas de um sintoma, e não da causa.