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17 novembro 2021

Celebridades contábeis


Teste seu conhecimento de celebridades - na música, show business e esporte - com vínculo com contabilidade e finanças: 

1) Ele estudou contabilidade e finanças na London School of Economics antes de chegar ao topo das paradas com oito singles número 1 com sua banda. 

2) Antes dessa estrela mundial vender mais de 100 milhões de discos, ela estudou contabilidade e trabalhou nos negócios da família. Quem é ela, e você pode nomear seus cinco irmãos famosos e músicos? 

 3) Esse saxofonista de jazz, mundialmente famoso, usou seu diploma de contabilidade na Universidade de Washington para fazer algumas mudanças financeiras muito inteligentes. Qual é o nome dele? 

4) Inicialmente este autor de livros sobre crime planejava ser um advogado tributário, tendo concluído o curso de contabilidade na Mississippi State University. Vários de seus livros tiveram adaptação em Hollywood. Quem é ele? 

 Adaptado livremente daqui

Resposta: Mick Jagger // Janet Jackson // Kenny G // John Grisham

Rir é o melhor remédio

 

Quando você acha um erro no livro do professor

16 novembro 2021

Aula de Commercio


O primeiro curso de Administração da Europa

A Aula do Commercio foi a primeira Business School! E a ideia veio de uma província ultramarina paupérrima em conhecimentos de gestão.

Claudio de Moura Castro, O Estado de S.Paulo - 07 de novembro de 2021

O fascínio da História é que alterna o previsível com desfechos que ninguém esperava. Nunca se sabe quando o óbvio não acontece e somos brindados com surpresas.

Dos cursos superiores que andam por aí, o de Administração é o campeão de matrícula. Por que não surgiu em países de comerciantes, como Inglaterra, França ou Holanda? Em vez disso, apareceu em Portugal, um país mal preparado para o comércio (*). Não foi por acaso.

Na Idade Média tardia se estruturaram as corporações de ofício, nas quais o mestre preparava seus aprendizes. Assim se formou mão de obra para tudo, incluindo operar no comércio.

Portugal sempre foi um país de grandes bravuras nas guerras e competência nas navegações. Porém, sua nobreza vacilante e atrasada não dominava os conhecimentos de como organizar empresas e como gerir sua contabilidade. Os aprendizes não aprendiam os ofícios comerciais, por não haver mestres que os dominassem – o clássico círculo vicioso. Havia até que trazer contadores de fora.

Agressivo e disposto a passar Portugal a limpo, o Marquês de Pombal despontava como o grande estadista da época. O vice-rei do Grão Pará, Mendonça Furtado, era seu irmão, com quem se correspondia. Iniciavam-se as cartas com a saudação: “Ilmo. e Exmo. Sr. Meu irmão do meu coração”.

Mas o vice-reinado estava falido. O comércio estagnava, os comerciantes não sabiam as noções mais elementares de contabilidade. Ademais, já saíam as primeiras faíscas de um monumental curto-circuito com os jesuítas locais.

Diante da crise profunda, ocorre a ele sugerir ao irmão que se criasse uma escola para ensinar as artes do comércio. Ouvidos atentos, Pombal (ainda Conde de Oeiras) resolve criar a Aula do Commercio.

Apoiado por quem sabia do assunto, foi, então, estruturado o primeiro curso de práticas comerciais e contábeis, muito concreto e com os pés no chão. A escolástica e as teologias nefelibatas da Universidade de Coimbra podiam ter seu lugar, mas não ajudavam na contabilidade.

Começava com regra de três, conversão de medidas e valores de divisas. Seguia com o método das partidas dobradas e prática comercial. Curiosamente, grande ênfase era dada à caligrafia. Boas contas e bela caligrafia eram o esperado. O curso durava três anos, com quatro horas de aulas diárias. Um ano a menos que um curso atual da mesma área.

Para contornar a precariedade empresarial e administrativa da aristocracia portuguesa, o curso mobiliza a pequena burguesia do país, mais ambiciosa e à busca de canais de mobilidade. De fato, acorrem a ele jovens com menos brasões e mais energia. Com seu sucesso, tornam-se “comendadores empatacados” e fazem visível a sua riqueza. Vale mencionar, o rei assistia às provas finais, tal qual veio a fazer o seu bisneto, Pedro II, ao assistir às provas do colégio que hoje tem seu nome.

Na França, os graduados da École Nationale de Administration – os notórios “énarques” – por muitos anos supriram os quadros administrativos do país. A Aula do Commercio teve o mesmo papel. O comissariado dos navios recrutava seus graduados. Para a administração do país, seus conhecimentos favoreciam a contratação.

É de crer que o grande salto do país naquele momento teve substancial ajuda da competência profissional desta nova classe. Afinal, havia que administrar as Companhias então criadas. Testemunha a solidez da ideia, meio século depois, o Brasil reivindicar e conseguir uma escola semelhante.

Vejam só, a Aula do Commercio foi a primeira Business School! E a ideia veio de uma província ultramarina paupérrima em conhecimentos de gestão. Esse pioneirismo dos atrasados encontra paralelo em outros países que quiseram andar mais depressa do que daria conta o estoque de profissionais competentes. Para ombrear-se com a Inglaterra, o grande salto industrial da Alemanha de Bismarck foi amplamente apoiado pela criação de cursos técnicos superiores. O nosso Senai foi uma resposta à vibrante industrialização que tomou corpo na Segunda Guerra. Faltavam bons mestres para formar o exército de operários industriais que as empresas demandavam. Não é por acaso que foram os industriais paulistas que lutaram pela criação deste modelo escolarizado de formação profissional.

Quem ficou para trás e quer recuperar o terreno perdido busca soluções alternativas e mais rápidas. No caso de Portugal, era preciso criar uma formação escolarizada, por meio da qual alguns professores pudessem preparar muitos aprendizes de gestão.

Assim caminha a História. Tem suas regularidades, mas também nos surpreende com o inesperado. Até o livro citado traz algumas surpresas. A denúncia nos jornais da compra de documentos públicos por um particular motiva a visita do Presidente da Xerox ao historiador. Do encontro nasce o patrocínio para a sua produção.

(*) O presente ensaio se vale do livro ‘A Aula do Commercio’ (Rio de Janeiro: Xerox, 1982), escrito por meu avô, Marcos Carneiro de Mendonça.

É chamativo afirmar que Portugal teve a primeira escola de "business" do mundo. Não sei se isto seria verdadeiro, já que em muitos países o ensino dos negócios também era praticado. Como já comentamos aqui, a criação da Aula do Commercio foi para suprir um atraso, provocado pelos próprios portugueses. Entre os países europeus, Portugal foi um dos últimos a "traduzir", ou seja, adotar, as partidas dobradas. Já comentamos aqui. 

Mas isto, obviamente, não impede de reconhecer a relevância da Aula do Commercio. Se algum leitor tiver uma cópia do livro e puder dispor, agradeço. 

Custo de publicar um artigo

(...) Com o intuito de calcular precisamente o custo associado à publicação de artigos de pesquisa, desde a submissão, passando pela avaliação por pares, publicação, indexação e arquivamento, Alexander Grossmann e Björn Brembs coletaram dados detalhados1 sobre cada etapa da publicação científica e publicaram o artigo Current market rates for scholarly publishing services. Os autores compararam, então, os custos levantados com os preços praticados no mercado de publicação científica.

Os custos de publicação são formados por dois componentes, os custos diretos (ou variáveis), que compreendem as três principais etapas da publicação (abaixo) e os custos indiretos (ou fixos) como despesas de pessoal, imóvel, energia, seguro etc.

1. Aquisição de conteúdo: Sistema de submissão on-line; busca e atribuição de pareceristas; comunicação com pareceristas; comunicação com autores; gestão do processo de ressubmissão; detecção de plagio; detecção de similaridade (Crossref); atribuição de DOI ao artigo (Crossref); atribuição de DOI para 2 ou mais pareceres (Crossref); cobrança de APC.

2. Preparação de conteúdo: sistema de rastreamento de manuscrito; check-in do sistema de produção; verificação técnica do manuscrito; edição de texto; editoração; formatação de figuras e gráficos; selo do Altmetric; marcação XML e metadados; processar correções do autor.

3.Disseminação de conteúdo: plataforma e hospedagem em AA; preservação de longo prazo (CLOCKSS/Portico); distribuição para serviços de indexação (Scopus, PMC, DOAJ etc.).

Os preços foram pesquisados em empresas especializadas em prover serviços editoriais, tanto as que informam seus custos em listas de preços on-line, como sob consulta. Os autores consultaram empresas com as quais já haviam trabalhado anteriormente ou tinham referências dos serviços prestados. Salientam, ainda, que não foi seu objetivo fazer uma pesquisa exaustiva de preços, mas oferecer uma perspectiva abrangente dos valores cobrados por serviços de publicação no mercado editorial acadêmico.

Para calcular o custo médio de publicação de um artigo em acesso aberto, foi necessário assumir algumas premissas:

Um artigo STM (Science, Technology, Medicine – ciência, tecnologia e medicina) tem em média 18.000 palavras e 10 ilustrações;

Uma taxa de rejeição média de 50% após avaliação por pares, pré-publicação com ao menos dois pareceres e dez tentativas de contato a pareceristas para obter um parecerista disposto a avaliar o manuscrito;

Taxa de rejeição de desk review de 10% após avaliação do Editor-Chefe/Conselho Editorial;

Carga horária da equipe editorial de 7,5 pessoas-hora por manuscrito submetido; e

Avaliação por pares realizada por acadêmicos voluntários.

Desta forma, os custos são calculados por artigo publicado e não por artigo submetido. Os autores ainda calcularam 33% a mais referente a gastos gerais de operação (reparos de equipamentos, despesas de viagem, suprimentos, impostos, taxas etc.).

Os custos dos serviços plataforma web de acesso aberto para hospedagem, CLOCKSS/Portico, DOAJ, Altmetric e Crossref são assinaturas anuais e independem do número de artigos publicados. No cálculo do custo, os valores considerados foram do teto de gastos, de forma que muitos publishers teriam como reduzi-los simplesmente considerando o número de periódicos e artigos que poderiam publicar.

Outra variável excluída do cálculo é a despesa com marketing e publicidade dos periódicos, o que incluiria participação em eventos científicos, impressão de material gráfico de publicidade, presença em redes sociais e investimento na otimização de motor de busca na plataforma web.

A publicação acadêmica pode ocorrer de várias formas, do ponto de vista econômico. Desde um publisher multinacional com pessoal especializado para cada função e Editor-Chefe pago para exercer a função em tempo integral até um periódico de uma instituição de pesquisa que conta com Editor voluntário, servidores institucionais e serviços providos por fornecedores genéricos e sistema de submissão online e gestão de peer review gratuitos.

Para estabelecer um intervalo de preços por artigo, os autores idealizaram três cenários possíveis para a publicação de periódicos de acesso aberto, cada qual com uma subcategoria.

Os cenários A e B se referem à periódicos administrados profissionalmente por pessoal assalariado fazendo a gestão dos manuscritos e trabalho voluntário apenas na etapa de avaliação por pares. O cenário A difere do B pelo fato de que a maior parte dos serviços editoriais em A são providos por um mesmo serviço especializado em publicação científica, desde o recebimento do manuscrito por meio do sistema de submissão online até a publicação na plataforma de acesso aberto, disseminação, indexação e preservação. Em B, cada etapa da aquisição, preparação e disseminação de conteúdo são orçadas em provedores de serviços genéricos e executados segundo a melhor oferta.

O cenário A é mais conveniente e requer menos experiência, mas geralmente é mais caro que o cenário B, e corresponde, por exemplo, a periódicos de universidades ou sociedades científicas com editores assalariados em tempo integral, enquanto o cenário B ocorre, por exemplo com publishers corporativos.

Finalmente, o cenário C considera os periódicos científicos que operam com orçamentos restritos, editores voluntários, utilizam servidores institucionais e optam por sistemas de submissão online gratuitos como o Open Journal Systems (OJS) para administrar submissões e avaliação por pares. Poucos contam com qualquer sistema de preservação ou indexação. Desta forma, os custos de operação são bastante reduzidos. Em suma, temos uma situação em que os custos são decrescentes de A > B > C.

Para simular o custo da avaliação por pares na equação, uma subcategoria foi adicionada a cada cenário. Para A e B, foram consideradas as situações em que os custos seriam reduzidos ao introduzir avaliação por pares pós-publicação (como a que é praticada no periódico F1000Research). Nestes cenários, os manuscritos submetidos são publicados e a avaliação por pares apenas acrescenta novas versões, porém não há rejeições. No cenário C, a subcategoria considera um provedor especializado substituindo os serviços genéricos.

Os autores calcularam os custos para dois extremos de número de artigos por ano, 100 e 1.000, pois em cada caso, os custos fixos são diluídos em poucos (100) ou muitos (1.000) artigos e o custo é alterado.

Encontram-se relacionados na Tabela 1 os totais (somatória dos componentes de custo direto e indireto) reportados pelos autores na publicação do F1000Research.

Os resultados apresentados na Tabela 1 foram calculados para um periódico genérico com 50% de taxa de rejeição de manuscritos submetidos, porém os custos devem aumentar na medida em que a taxa de rejeição for maior, e diminuir quando houver menos rejeição, como é o caso dos cenários com avaliação por pares pós-publicação. Por outro lado, periódicos prestigiosos cuja taxa de rejeição atinge 90% verão o custo de publicação por artigo subir para US$ 1.053,87 (100 artigos/ano) e US$ 770,53 (1.000 artigos/ano e serviços genéricos).

Discrepância entre custo e preço da publicação científica

Considerando o valor médio de US$ 600 (Tabela 1) para publicar um artigo em acesso aberto com todos os serviços editoriais incluídos, e comparando com o custo mais baixo de assinatura de um artigo sob paywall de US$ 4.000, a conclusão é de que os custos de publicação cobrem apenas 15% do preço da assinatura. Acrescido de margem de lucro de 30% (US$ 1.200 por artigo), ainda resta US$ 2.200 de custos não atribuídos à publicação, 55% do valor.

Periódicos e publishers que operam com modelos por assinatura, aparentemente, têm categorias de despesas que não são encontradas em suas contrapartes de acesso aberto, e não podem ser considerados custos de publicação. Porém, são inerentes a seu modelo de negócios. Os custos associados a paywall, por exemplo, não apenas a tecnologia, mas também os custos de ações legais decorrentes de sua operação baseada em assinaturas. Além disso, ainda existem custos de publicidade, marketing, relações públicas, participação em eventos científicos, aquisição de novas tecnologias, atividades de lobby com instituições governamentais etc.

Parece um contrassenso que ainda prosperem periódicos por assinatura cobrando de bibliotecas valores desta magnitude, em contraponto a publishers e periódicos de acesso aberto e servidores de preprint, estes, que operam com custo quase zero e disponibilizam resultados de pesquisa tão logo são postados pelos autores e aceleram o avanço da pesquisa.

Fonte: aqui

Um bom exemplo para aula de custos

Transparência salarial para combater a desigualdade de gênero


O governo da Finlândia quer criar uma nova lei que permita aos trabalhadores conhecerem os salários dos seus colegas, numa tentativa de acabar com a desigualdade salarial entre homens e mulheres no país, conta a agência “Reuters” esta sexta-feira, 12 de novembro.

No entanto, a medida da coligação dos cinco partidos de centro-esquerda liderada pela primeira-ministra Sanna Marin [foto], está a ser alvo de críticas por parte do sindicato dos trabalhadores que querem ainda mais transparência, enquanto a maior organização patronal do país afirma que esta lei irá criar mais conflitos no local de trabalho.

“O que é central para o programa do governo é a eliminação das disparidades salariais injustificadas. Os trabalhadores agora serão tratados com mais rigor”, referiu o ministro da Igualdade, Thomas Blomqvist, à “Reuters”, esperando que este projeto-lei seja aprovado no parlamento antes das eleições marcadas para abril de 2023.

De acordo com um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre a classificação de igualdade de salários revelou que as mulheres finlandesas ganhavam menos 17,2% do que os homens em 2020, colocando o país no 37º lugar atrás da Noruega em 8º, da Dinamarca em 9º e da Suécia em 12º.

Por sua vez, a principal organização patronal, a Confederação das Indústrias Finlandesas (EK) através da sua consultora jurídica Katja Leppanen, acredita que “tornar obrigatória a publicação de informações detalhadas sobre salários individuais poderia levar a uma curiosidade geral e a uma deterioração do ambiente de trabalho”.

Fonte: aqui