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11 junho 2021

Como é feito o seguro de obras de arte?

Saiu  na Superinteressante:


Existem seguradoras só para isso. O primeiro passo é estimar o valor da peça. O proprietário da obra (seja um colecionador individual ou um museu) deve informar o valor a ser segurado. Se a obra foi adquirida em um leilão, o lance final é a base para o cálculo. Quando a obra nunca foi negociada, especialistas fazem uma estimativa que considera época, autor, movimento artístico, relevância para o acervo da instituição.

Qualquer “valor” que se atribua a uma obra de arte é subjetivo, pois cada peça é única e insubstituível. A seguradora ainda pode confirmar o valor informado pelo proprietário por meio de uma equipe de avaliação e relatórios de casas de leilões tradicionais. A centenária Christie’s, por exemplo, leiloou a obra Salvator Mundi, de Leonardo da Vinci, por U$450.3 milhões em 2017 (R$2,5 bilhões pela cotação atual).

O valor ressarcido em caso de perda total pode até acabar sendo mais alto que o valor de mercado da obra. Isso acontece, por exemplo, se um quadro contém inovações estilísticas, mas não vai bem em leilões. “Retratos de pessoas, por exemplo, normalmente têm um valor de mercado muito inferior – porque o comprador quer o rosto de alguém com quem ele não tem relação nenhuma estampado na sala”, disse Cecília Winter, restauradora do Museu de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), em entrevista à Super em 2020. “Mas essa obra pode ter um refinamento de técnica, uma inovação que é importante para a história da arte, então o valor de seguro dela seria maior do que o valor de mercado”.

O seguro total de uma exposição de arte pode passar dos bilhões de reais. Curiosamente, o valor que o museu paga para contratar o seguro (“prêmio”, no jargão da seguradora) é baixo, porque perdas totais são muito raras. A organização de uma exposição é tão cuidadosa que as chances de uma perda parcial ou total das obras são ínfimas.
[...]

Danos passíveis de restauração são mais comuns. Nesse caso, o seguro cobre a restauração da obra. Apesar de serem raros, existem exemplos de obras totalmente perdidas – vide o incêndio do Museu da Língua Portuguesa em 2015 e do Museu Nacional em 2018. Em caso de perda total, a companhia de seguros envia seus especialistas para inspecionar a propriedade e os registros que comprovam a perda antes de repassar o valor ao cliente.

Segundo fontes do MASP, a instituição nunca precisou acionar o seguro para suas obras. Isso aumenta a credibilidade do museu e mostra o cuidado que ele tem com as peças, o que pode diminuir o valor pago à seguradora durante a negociação da apólice. O MASP faz um contrato anual com a seguradora que cobre o acervo fixo e exposições temporárias.

O seguro de obra de arte mais caro da história não poderia ser outro: Mona Lisa. Em 1963, ela ficou exposta nos Estados Unidos a pedido da primeira dama Jackie Kennedy. Na época, o seguro da obra cobria um valor de U$100 milhões – o equivalente a U$865 milhões em valores atuais (ou R$4,7 bilhões).

O Abaporu é a tela brasileira mais “valiosa” no mercado de arte, com seguro de U$45 milhões (R$270 milhões). No entanto, ela saiu do Brasil por bem menos: o colecionador argentino Eduardo Constantini comprou a obra em 1995 por U$2,5 milhões. Hoje, ela está exposta no Museu de Arte Latino-Americana, em Buenos Aires – mas fez uma breve visita ao Brasil em 2019, tornando a exposição “Tarsila Popular” a mais visitada da história do MASP.

Rir é o melhor remédio

 

Fonte: Aqui

10 junho 2021

Efeito do Custo Perdido no Investimento corporativo

 Resumo:


Sunk costs are unrecoverable costs that should not affect decision-making. I provide evidence that firms systematically fail to ignore sunk costs and that this leads to significant investment distortions. In fixed-exchange-ratio stock mergers, aggregate market fluctuations after parties enter into a binding merger agreement induce plausibly exogenous variation in the final acquisition cost. These quasi-random cost shocks strongly predict firms’ commitment to an acquired business following deal completion, with an interquartile cost increase reducing subsequent divestiture rates by 8-9%. Consistent with an intrapersonal sunk cost channel, distortions are concentrated in firm-years in which the acquiring CEO is still in office.

Fonte: In Too Deep: The Effect of Sunk Costs on Corporate Investment, May 2021




04 junho 2021

TED: Um plano de duas etapas para economizar mais

Economizar dinheiro é como se exercitar ou ter uma alimentação saudável – é mais fácil falar do que fazer. A cientista comportamental Wendy De La Rosa simplifica o processo com duas dicas rápidas que podem ajudar você a alcançar seus objetivos.

01 junho 2021

Damodaran critica ESG

Na crítica mais radical já feita ao conceito de ESG, Aswath Damodaran tentou desconstruir o consenso do mundo corporativo ao redor de se adotar padrões ambientais, sociais e de governança nas empresas.

Dentre outras críticas diretas (e polêmicas), o ‘papa do valuation’ disse que considera o ESG o conceito mais “overhyped” e “oversold” da história do mundo dos negócios.

“Nunca vi um conceito com tão pouco por trás ser adotado por tantas pessoas e de forma tão entusiástica,” disse ele durante um evento da MOI Global, para discutir seu livro, “The Dark Side of Valuation.”

Segundo ele, o motivo para isso é que muitas pessoas estão ganhando dinheiro com ESG. “Mas nenhuma delas é investidor ou funcionário de empresas — são os consultores e advisors dos gestores de portfólio.”

Até aí, trata-se de uma crítica razoável: há setores do mercado que vivem da narrativa e não da prática de ESG, e há mesmo cada vez mais dinheiro circulando ao redor do tema.