A recente tentativa de criação de uma Superliga, com alguns dos maiores times europeus, trouxe algumas reflexões sobre a questão do dinheiro e o futebol. Os clubes tentaram impor um torneio sem rebaixamento, da forma como ocorre na liga de basquete profissional dos Estados Unidos, mas uma reação negativa fez com que voltassem na sua decisão. O jornal Estado de S Paulo traz uma entrevista com Simon Kuper, co-autor de Soccernomics.
29 abril 2021
As lições do fracasso da Superliga
A recente tentativa de criação de uma Superliga, com alguns dos maiores times europeus, trouxe algumas reflexões sobre a questão do dinheiro e o futebol. Os clubes tentaram impor um torneio sem rebaixamento, da forma como ocorre na liga de basquete profissional dos Estados Unidos, mas uma reação negativa fez com que voltassem na sua decisão. O jornal Estado de S Paulo traz uma entrevista com Simon Kuper, co-autor de Soccernomics.
Como fazer o futebol ser mais lucrativo?
Nós sabemos que no Brasil os clubes sempre tiveram dívidas e alguns até foram à falência. Mas são recriados. Um time de futebol nada mais é do que ter uma camisa e um nome. Um exemplo: se o Flamengo for à falência, você recria um Flamengo amanhã de manhã com as mesmas cores e terá a mesma torcida. Se você analisar os clubes mais antigos da Inglaterra, os quase os mesmos que existiam em 1921 continuam existindo hoje. Os clubes sobrevivem a todas as recessões, crises, suportaram tudo. Vale lembrar do exemplo da Fiorentina, na Itália. O clube faliu e voltou.
Muitos dirigentes falam da importância de se dirigir um clube como se fosse uma empresa.
Por que isso é tão difícil de se concretizar?
Porque as pessoas dos clubes e a mídia não estão interessados em processos. Se você está em uma companhia, você tem de obter lucro e resultados para se manter. No futebol, a imprensa, a torcida, os jogadores e os dirigentes não se importam se vai ter lucro. Se você vende um jogador por 50 milhões de euros, o clube pode considerar que teve essa quantia como lucro, certo? Mas não. A torcida e a mídia vão querer que esses 50 milhões de euros sejam gastos em reforços. A cultura é de gastar todo centavo que tiver em jogadores, porque quanto mais você gastar, mais você terá atletas de qualidades e mais poderá vencer. É impossível afastar o dinheiro do futebol.
A cultura é de gastar todo centavo que tiver em jogadores, porque quanto mais você gastar, mais você terá atletas de qualidades e mais poderá vencer. É impossível afastar o dinheiro do futebol
Nos últimos anos, empresas como Red Bull e o City Football Group adquiriram e montaram vários clubes pelo mundo comandados pelos mesmos donos. Como você vê esse processo?
A lógica do Red Bull não faz isso para ter lucro. Faz como propaganda. Você quase não vê a marca deles em ações publicitárias na TV, mas sim associada a eventos esportivos e a times. É um tipo de marketing. No caso do City Football Group, eles compraram um time no Uruguai, onde é barato. É importante relembrar o quanto o futebol traz fama. Você pode ser um bilionário, mas ninguém se importa com isso. A partir do momento que você compra um time de futebol, todo mundo sabe quem você é.
É possível apostar que um dia o futebol terá gestão 100% profissional?
Na Europa isso tem melhorado nos últimos dez anos. Porém, quando alguém assume o clube, recebe uma herança do passado financeiro. Muitas vezes você tem na diretoria ex-jogadores e outras pessoas que trazem para o comando seus amigos. O processo de seleção é muito ruim. E você pode manter o negócio dessa maneira porque o clube não vai falir. Você pode assumir o Flamengo e fazer uma má gestão que continuará sendo o Flamengo. O clube sempre existirá. Agora, se você tiver um mercado e não cuidar da gestão, ele vai fechar.
A pandemia e a Superliga deixam algum legado de aprendizado?
Eu acho que a Superliga será abandonada por algum tempo, o que é de certa um aprendizado. Futebol envolve negócios com direitos de transmissão e também com o segmento de eventos, como um teatro ou um concerto musical. O coronavírus matou esse segmento de eventos ao vivo. E com certeza isso vai acabar, é temporário. Isso não vai afetar a forma como é operado o negócio do futebol. Isso vai voltar ao normal.
28 abril 2021
Tesla melhora o desempenho
A Tesla, que esteve sob a mira de analistas mais rigorosos, apresentou o maior lucro trimestral da sua história (gráfico do NYT). Parte deste desempenho tem a seguinte explicação:
a) A empresa comprou 1,5 bi de bitcoin e vendeu parte desta moeda, com um lucro de 101 milhões. Apesar desta venda, a Tesla deve aumentar o volume de moeda digital, já que está aceitando a moeda na aquisição de automóveis;
b) A empresa está ganhando dinheiro com a venda de créditos de emissão (gráfico abaixo, também do NYT). A receita no trimestre foi de 518 milhões
c) A empresa aumentou a entrega de automóveis, mas sofre com a falta de peças, especialmente chips.27 abril 2021
Previdência e Imprevidência
Já está no ar o Episódio #28 – Ciclo de Vida e as Escolhas de Aposentadoria – da Série Ciência Aberta!
Neste episódio, conversamos sobre a pesquisa de dissertação de mestrado do PPGCont/UnB - A Imprevidência da Previdência: como o Ciclo de Vida afeta as Escolhas de Aposentadoria – da Pesquisadora Eduarda Augusta Sales Rodrigues Gomes da Silva (UnB), orientado pelo Prof. Dr. César Augusto Tibúrcio Silva (PPGCont/UnB) e com apresentação da discente de graduação em Ciências Contábeis, Luana Jennifer Pereira de Oliveira (UnB).
Confere lá, acesso pelos links:
Série Ciência Aberta,
Canal Spotify do Contabilidade Conectada e Link da Pesquisa de Dissertação
Sorteio: Estrutura, Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
Estamos realizando um sorteio do livro "Estrutura, Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis" do professor Alexandre Alcantara da Silva, lá no Instagram. Para participar é so seguir as regras da postagem.
Novo Currículo
No meio do ano, o AICPA e o NASBA estarão lançando um novo currículo para o curso de contabilidade.
O desenho simplificado encontra na figura acima. Este currículo terá validade para o exame de CPA dos Estados Unidos.
Não seria o caso de propor uma alteração nos currículos de contabilidade do Brasil?
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