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07 abril 2021

Latim como língua oficial?


Parece piada, mas não é. Com a saída do Reino Unido da Comunidade Europeia, alguns políticos europeus aproveitaram a oportunidade para questionar o uso da língua inglesa nos documentos oficiais e nas conversas entre os burocratas e políticos. A França tem liderado este questionamento.

Atualmente somente Irlanda e Malta possuem a língua inglesa como oficial, mas quase 100% dos documentos já produzidos estão na língua de Shakespeare.  Os franceses querem que o francês seja adotado como primeira língua na Europa. Há também outra proposta: o uso do latim

Dois pontos sobre o texto: o latim é usado no Vaticano e olhar a experiência deles poderia ser interessante. E alguém pensou no Esperanto?

Seguro desemprego para consumo no Brasil

O seguro desemprego no Brasil, durante a crise do Covid, teve um comportamento que mereceu um estudo publicado na American Economic Review. Um resumo pode ser encontrado aqui. A principal conclusão:

The differences between the two groups are striking. Expenditures for both groups tracked closely before losing their jobs, but then diverged when they stopped working. Fired workers reduced their spending 26 percent in the first month, while laid-off workers skyrocketed. Interestingly, spending for fired workers’ remained lower than laid-off workers in the months after that, even though fired workers were reemployed at a higher rate.

O seguro desemprego reduziu o incentivo do trabalhador em procurar trabalho. Não estaria no momento de rever a política? 

Feira de Livros

 A Feira de Livros da Unesp começou esta semana e vai até o dia 11/04. Há ótimos livros com desconto de 50%, mas é necessário navegar pelas editoras para chegar aos livros em promoção: aqui.



Fórum Econômico Mundial apoia relatórios ESG

 

O Fórum Econômico Mundial divulgou um texto pedindo para que os executivos das empresas apoiem os padrões globais de relatórios ambientais, sociais e de governança. O Fórum entende que esta é uma condição necessária para termos uma sociedade sustentável. A questão da comparação parece ser fundamental nesta discussão, segundo o Fórum. Para isto é necessário (1) uma entidade independente para desenvolver estes padrões - isto está coerente com o que a Fundação IFRS defende (2) que seja adotado nos mercados de capitais de cada país e (3) que use a experiência ja existente dos relatórios atuais. Via aqui

Rir é o melhor remédio

 

Na placa, em holandês, ingês e alemão, as boas vindas. Em francês, "adeus". Fonte: aqui. Aproveitando a questão do nacionalismo:


Universidade da Noruega cita Estados Unidos como subdesenvolvido. 

06 abril 2021

Teste do Marshmallow Revisado

 O teste do Marshmallow é um dos experimentos mais conhecidos na área comportamental. Para quem não conhece, o vídeo mostra uma reprodução do teste para os dias atuais. Uma criança tem o seguinte desafio: se ele não comer o Marshmallow, em poucos minutos receberá outro. Para isto, a criança precisa resistir a tentação da gula. 

O vídeo mostra a reação de diferentes crianças. Algumas não resistiram e comeram logo o doce. Outras tentaram resistir não olhando para o doce ou fazendo outra coisa. A reação das crianças diante da tentação é muito engraçada e isto popularizou o teste. Mas não somente isto. O teste foi aplicado em uma escola pelo psicólogo Walter Mischel, entre 1967 e 1973. Anos depois, Mischel foi verificar o que tinha ocorrido com as crianças. Ele percebeu que as crianças que tinham resistido a comer o doce apresentaram melhor desempenho enquanto adultas. Mischel observou diversos fatores para chegar a esta conclusão, como a riqueza, a posição social, hábitos de alimentação, uso de drogas e outros. A partir da conclusão desta pesquisa, muitos educadores (e pais) começaram a valorizar a importância de resistir à tentação. 

Agora um estudo atualizou a pesquisa de Mischel e chegou a resultados diferentes. Neste estudo, a quantidade de tempo que uma criança levou para comer a guloseima não conseguiu prever o comportamento em adulto, conforme pesquisa publicada no Journal of Economic Behavior and Organization. Entre os autores do estudo está Mischel e os ex-alunos dele, Yuichi Shoda e Philip K. Peake. Além deles, David Laibson, Alexandra Steiny Wellsjo e Nicole L. Wilson. Mischel passou cerca de uma década trabalhando neste artigo. Ele contribuiu com as hipóteses do estudo, incluindo aquelas que parecem contradizer as conclusões de seus estudos anteriores. Ele faleceu em 2018, antes de sua conclusão. 

Um longo artigo sobre o novo estudo pode ser encontrado aqui

Carga Tributária

Com dados da Economática, coletei o lucro antes de imposto de renda das empresas e a despesa de imposto de renda. Da amostra retirei as empresas com prejuízo e empresas onde os dados não estavam disponíveis ou apareciam "zero". O número de empresas caiu para 330 no último ano e 340 em 2016. 

Mas este o valor da média e esta influenciado pelos extremos. Se em lugar usar a mediana, o valor fica mais próximo da alíquota que está ocorrendo na prática. Eis o resultado:

A carga caiu de 25% (2016 e 2017) para 23% (2018 a 2020). Esta seria a alíquota praticada, na mediana, no país.