O gráfico abaixo mostra as notícias dos jornais:
Agora a comparação com a realidade:
Efeito disponibilidade. Os valores são para 2019.
Sobre débitos e créditos da vida real
O gráfico abaixo mostra as notícias dos jornais:
Agora a comparação com a realidade:
Efeito disponibilidade. Os valores são para 2019.
Um dos desafios da avaliação de empresas é levar em consideração na estimativa de valor o impacto ambiental. Como um tipo de risco qualquer, a questão ambiental pode ser inserida na análise na taxa de desconto ou no fluxo de caixa.
Na segunda forma, no fluxo de caixa, o avaliador pode reduzir o montante que será gerado pela empresa. Mas esta não é a única forma. Avaliando a empresa pelo equivalente caixa, o analista pode estimar o fluxo de caixa com uma taxa sem risco e sobre o valor multiplicar um equivalente certeza de caixa. Para refletir a questão ambiental, este equivalente - usualmente menor que 1 - deve ser inferior ao que seria calculado em uma situação normal.
A primeira forma é considerar a análise através da taxa de desconto. A obra de Mario Massari, Gianfranco Gianfrate e Laura Zanetti apresenta um exemplo do beta carbono. Geralmente o custo de oportunidade do capital próprio é estimado através de modelos como o CAPM. O que o analista faz é acrescentar um adicional pela emissão de carbono.
Vejamos um exemplo construído pelos autores, onde o beta carbono é incorporado ao custo do capital próprio dado pelo CAPM. A taxa de desconto deste modelo seria:
Kec = Rf + Be (Rm - Rf) + Bc (Rc - Rf)
onde Kec = custo do capital próprio considerando o carbono, Rf = taxa sem risco, Rm = retorno do mercado, Bm = beta da empresa, Bc = beta carbono, Rc = retorno do carbono.
A segunda parte da equação é que seria a "novidade" do cálculo. No exemplo do livro Corporate Valuation, de Massari, Gianfrate e Zanetti, os autores usaram um trabalho de 2013, de Koch e Bassen, onde estimaram os parâmetros.
Exemplo
Rc = 9% (segundo Koch e Bassen, 2013)
Rf = 1,5% (média de títulos alemães de 10 anos)
Bm = 0,654
Rm - Rf = 5% (retorno de empresas europeias)
Rc - Rf = 9% - 1,5% = 7,5%
Bc = 0,034 (beta de empresas europeias com elevada emissão, oriundo de Koch e Bassen)
Com estes parâmetros, basta substituir na fórmula
Kec = 1,5% + 0,654 x 5% + 0,034 x 7,5% = 5,02%
A estimativa tradicional seria
Kec = 1,5% + 0,654 x 5% = 4,77%
Parece pouco, mas veja que se o fluxo de caixa for de $100 milhões a diferença seria:
100 / 0,052 = 1.923
versus
100 / 0,0477 = 2.096
Um adicional de 173 a menos no valor. Como a estimativa de Koch e Bassen foi realizada com dados passados, seus valores de beta estariam subestimados.
(Foto: aqui)
Já falamos sobre isto no blog: talvez a representação fiel não seja uma característica qualitativa para a informação contábil. Aqui mais um exemplo:
Na parte de cima, o mapa do metrô, como é apresentado ao usuário. Na parte debaixo, o mapa, na sua versão mais realista - ou melhor, na sua melhor representação fiel. Qual mapa é mais fácil para o usuário atingir seu objetivo? Aquele como representação fiel ou o mapa disproporcional?
Essas empresas do cheque em branco são conhecidas como Spac, sigla para Special Purpose Acquisition Company (veículo de propósito específico de aquisição), e estão ganhando fama mundo afora. Esse mercado gira em torno de nomes reconhecidos, já que a credibilidade da gestora é que vai fazer o investidor lhe dar um “cheque em branco”. A vantagem para o investidor é entrar antes numa aposta com alto potencial de valorização, algo muito valioso em um mundo que ainda vive o fenômeno do juro negativo. Por ter um trâmite regulatório menor, o Spac é visto como uma alternativa mais rápida do que os IPOs clássicos para as companhias com intenção de acessar o mercado de capitais.
A denominação da reportagem como "cheque em branco" é apropriada. Nada mais adequado.
Mas há algumas consequências. Se por um lado a credibilidade da gestora pode contar bastante, o investimento deve ter um maior risco, por suas características. Espera-se também um maior retorno.
Fonte: IPO do ‘cheque em branco’ chega ao País - Fernanda Guimarães, O Estado de S.Paulo - 28 de março de 2021. Foto: aqui
Mas usando dados de empresas de capital aberto, que estavam adimplentes nos últimos 9 trimestres, o gráfico mostra que o efeito da pandemia foi reduzido neste atraso. É bem verdade que as empresas que estão apresentadas no gráfico são as maiores do país e que estão com a contabilidade em dia. Mas não deixa de ser um indicativo do esforço feito pelos departamentos de contabilidade destas empresas.